“Chegou o Verão. A época
balnear já abriu, ainda
que algumas praias não
tenham nadadores salvadores,
as festas da cidade já começaram
e aproxima-se o período
do ano em que a Figueira
acolhe mais gente. Chegou
o momento em que os
figueirenses mergulham num
mar de calmaria até Setembro,
altura em que voltamos
à realidade e percecionamos
que, afinal, os reais problemas
do concelho continuam
por resolver, até aqueles que
deveriam contribuir para uma
maior afirmação do município
como um destino turístico. A
curto e médio prazo, talvez a
questão mais relevante seja
alguns, que teimam em fugir
ao problema, perceberem que
a extensão do areal da Praia da
Claridade é manifestamente
incompatível com a atractividade que é exigida a uma praia
familiar. Fugir a este facto é um erro estratégico. O Grupo de
Trabalho do Litoral, que o Governo
nomeou o ano passado,
apresentou soluções que podem
contribuir para a resolução do problema. Aguardam-se agora as soluções técnicas
que um grupo de especialistas
está a preparar e que devem
ser apresentadas ao Ministro
do Ambiente no próximo mês.
Porém, a Câmara Municipal
não pode viver alheada desta
discussão e tem de ser parte
integrante da solução que se
venha a encontrar. Falando de
praia, também não me pareceu
muito inteligente alegar
questões de segurança como
argumento para mudar o local
do banho santo. Passou-se
uma ideia de insegurança
da “Praia do Relógio” que é
mais uma machadada na sua
atractividade.”
Em tempo.
Quem acompanha a vida pública não pode ignorar, nem esquecer, que Miguel Almeida, na Figueira, é a memória mais presente, viva e actuante na política espectáculo.
Todavia, não há futuro sem passado. Esta crónica publicada hoje no jornal AS BEIRAS, que a meu ver, merece ser lida com atenção, é fruto do conhecimento da realidade no nosso concelho.
Não podemos esquecer o passado. Contudo, o tempo é traiçoeiro e faz esquecer. O tempo é malicioso. O tempo mata a memória.
Lutar contra o esquecimento, pode ser uma das vantagens da presença de Miguel Almeida na vida política figueirense.
Neste momento, apetece-me recordar um dos mais brilhantes, conhecedores e irónicos parlamentares locais que passaram pela Assembleia Municipal Figueirense e que, quanto a mim, tanta falta faz no activo da política local: o Nelson Fernandes da CDU.
Para mim, a melhor ideia para celebrar a liberdade é, simplesmente, praticá-la. As eleições, tal qual o nosso sistema político constitucional as consagra, são um momento de exercício da liberdade.
Muitas gerações de portugueses lutaram, sofreram, morreram ou, simplesmente, ansiaram pela chegada do dia em que pudessem votar em liberdade.
Um dos apelos mais banais e, ao mesmo tempo, mais transcendentes, em democracia, é o apelo ao voto. O voto é uma obrigação dos que prezam a liberdade e a democracia.
O actual executivo camarário, no poder quase há seis anos, que tantas expectativas gerou no início do primeiro mandato, está esgotado.
A Figueira vai ter que mudar se não quiser definhar completamente.
Isso vai passar por todos – futuros eleitores e futuros candidatos a eleitos.
A melhor estratégia para interessar e mobilizar os cidadãos a ir às urnas passa por esta coisa elementar: a capacidade dos partidos em criarem ideias novas que possam ser postas em prática no sentido da melhoria da qualidade da vida de cada um, e de todos, e da própria democracia.
Mas, isso é cada vez o mais difícil, por culpa de quem controla os partidos na nossa cidade.
Deixo, para reflexão, esta pergunta simples: a elaboração dos programas eleitorais, ao longo dos anos, tem sido suficientemente participada, ao menos, pelos militantes e simpatizantes dos respectivos partidos?
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