Ó Santo António, meu velho,
Sei que gostas de animais
Pede lá ao coelho
Que não nos roube mais
Anda daí bailar
Nesta noite de folia
Ma não queiras p'ra teu par
O marido da Maria
És um santo popular
Tens fama de casamenteiro
Serás capaz de casar
O Portas trampolineiro?
Já não posso mais rimar
Estou muito mal disposto
Avistei ali o Gaspar
Vem aí mais um imposto...
Daqui
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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