foto sacada daqui
Intervindo no período antes da ordem do dia na sessão camarária, o vereador Miguel Almeida criticou os responsáveis da empresa municipal Figueira Grande Turismo (FGT), promotora do Carnaval de Buarcos, classificando de “trapalhada” o processo.
“O governo anunciou que não havia tolerância de ponto e a vereadora [Isabel Cardoso, administradora da FGT] disse que não havia desfile, foi uma precipitação decidirem sem ouvir os grupos participantes. A Figueira era o único município do país que não fazia Carnaval na terça-feira. As pessoas desmobilizaram, mas depois os senhores, pressionados, foram a correr reunir com as pessoas e afinal já há desfile”, argumentou o autarca.
Defendeu ainda “novos moldes” para o segundo corso do Carnaval perante a ausência no desfile de terça-feira do “rei” Paulo Futre: “Tem de ser grátis como compensação de toda esta trapalhada”, advogou.
A questão da ausência de Paulo Futre – que não decorre da anteriormente anunciada realização de apenas um desfile mas de compromissos contratuais previamente assumidos – motivou uma acesa discussão na reunião, com Miguel Almeida a acusar o presidente da Câmara de “mentir deliberadamente”.
Quando apresentaram o Carnaval “já sabiam que ele [Futre] não vinha, mas nunca disseram nada”, afirmou Miguel Almeida, acrescentando que a autarquia “enganou quer os figueirenses, quer os portugueses em geral, ao colocar anúncios na rua a dizer que vinha domingo e terça-feira”.
Também Daniel Santos, do Movimento Figueira 100 por Cento, criticou a autarquia, manifestando-se “boquiaberto” com a questão do rei do Carnaval e aconselhando o presidente da câmara em ter a “humildade” de admitir que a ausência de Paulo Futre não foi divulgada.
Na resposta, João Ataíde diz “nunca” ter anunciado que o antigo futebolista estaria presente terça-feira – apesar de no material publicitário e ordem de saída dos carros do corso Paulo Futre figurar como rei nos dois desfiles – considerando a questão “uma politiquice sem interesse nenhum”.
Os problemas da Figueira “são o Futre não vir na terça-feira?”, questionou o presidente da Câmara. Depois, dirigindo-se aos eleitos da oposição, exortou: “Não façam análises de caráter em situações em que eu não estive e compromissos que não assumi”.
Perante a insistência no esclarecimento da questão e após “ter pedido que fossem visionadas as imagens da conferência de imprensa de apresentação dos reis do Carnaval”, a vereadora Isabel Cardoso acabou por assumir que “não ficou explicita” a ausência de Paulo Futre, pedindo “desculpas” pelo sucedido.
Via AS BEIRAS
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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