Hoje, que é terça-feira, poderia recordar como eram os domingos de manhã de antigamente.
Poderia reflectir sobre como tudo isso acabou.
Poderia ir mais longe e tentar compreender o passado e mesmo o presente.
Diz-se que o pensamento que não age, não existe.
Poderia pensar e agir.
Poderia, mas hoje não me apetece...
Fico-me pelos indícios.
E "nenhum indício melhor se pode ter a respeito de um homem do que a companhia que frequenta: o que tem companheiros decentes e honestos adquire, merecidamente, bom nome, porque é impossível que não tenha alguma semelhança com eles."
(Adam Parfrey)
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
"nenhum indício melhor se pode ter a respeito de um homem do que a companhia que frequenta: o que tem companheiros decentes e honestos adquire, merecidamente, bom nome, porque é impossível que não tenha alguma semelhança com eles."
Absolutamente de acordo.
Olha por ti.
Enviar um comentário