"Aumentam os transportes e aumentam os preços das missas. Entre as minudências materiais e a infinitude do espírito já não há as diferenças que implicavam um irredutível antagonismo. A vida quotidiana, no "socialismo moderno" de José Sócrates, está insuportável. Ajudava, para alguns, o encontro com Deus, na liturgia missal. Agora, até esse alívio dos aflitos cobra aumento. Sabemos que não somos feitos para compreender muitas coisas, e que a política é a disciplina das ambiguidades."
Baptista-Bastos
escritor e jornalista. Ler crónica no DN de hoje.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Sem comentários:
Enviar um comentário