quarta-feira, 28 de março de 2007

"Desconfiar, sempre..."



“...eu desconfio da Ota. Eu e, presumo, a esmagadora maioria dos portugueses. Porque sabemos imenso sobre aeronáutica, ventos e deslocação de terras? Porque somos especialistas em aeroportos? Porque lemos detalhadamente todos os estudos e os entendemos? Não, nada disso. Eu e a maioria dos portugueses desconfiamos da Ota porque até hoje nunca nos deram razões seguras, credíveis, sustentadas e indiscutíveis para confiarmos.

Ora, em Portugal, quando não é tudo absolutamente óbvio, normalmente acaba mal. Melhor dito, como na Lei de Murphy: quando algo pode correr mal, corre mesmo mal...
Olhem o Túnel do Marquês, olhem o metro no Terreiro do Paço, olhem os estádios do Euro. Olhem à volta, em resumo, e olhem mesmo para quem ganhou o jogo dos Grandes Portugueses...”
, Pedro Rolo Duarte, na sua coluna de opinião, hoje, no Diário de Notícias.

Olhem para as obras da Ponte dos Arcos...

11 comentários:

Anónimo disse...

Caro amigo: discordo frontalmente do teor do post. Um novo aeroporto é um desígnio estratégico de sobrevivência de um país periférico e com a fachada atlântica virada a outros continentes. A alternativa do nada pode existir, mas equivale ao salazarento "orgulhosamente sós"!
Eu conheço parte de alguns dos dossiers e participo no debate pró-Ota há vários anos. Hoje é consensual que a Portela tem os dias contados ao tráfego internacional lá para 2016 (apenas 9 anos), que a aviação comercial está em enorme expansão de quantidade e dimensão das aeronaves, que Madrid está a ampliar Barajas com a estratégia centralista ibérica e que, o pouco que temos, é esta porta aberta ao mundo. Há inúmeros estudos técnicos e financeiros que sustentam esta opção que o Barroso, sem pudor, adiou por causa das criancinhas nas filas dos Hospitais. Agora ou se avança rapidamente ou começamos a desistir de ser país.
Abraço!

Anónimo disse...

Ota é igual a pura e dura jogada de intertesses imobiliários. Na Ota e em Sacavém.
Aqueles terenos todos já tinham sido negociados a tempo e com um unico fito: Ganhar milhões e milhões à nossa custa, como é costume.
E tem outra coisa: Vamos ficar endividadoos até ao tutano por causa daquilo.
Não é uma prioridade absoluta e como tal podia e devia haver adaptações a outros locais para funcionamento alternativo para cargas e companhias baratas.
Não haja dúvidas quanto a isso, tá?
Mais uma jogada obscura para benefício de alguns em prejuízo de muitos.

Anónimo disse...

Na questão da Ponte dos Arcos, e após o incidente lamentável que acabou por enlutar a povoação, ao que eu acho mesmo mesmo piada ( que não tem piada nenhuma) é ao comunicado emitido -salvo erro hoje- de um suposto IPTM, situado em Lisboa, que pelos vistos é a partir de lá que monitoriza e fiscaliza as obras, já que na Figueira e a sua dita delegação o silêncio é de ouro, quer dizer vale ouro, dado que não existe quem mande- mandando encerrar o dito canal à navegação! Pergunta-se se haverá alguém que coloque à porta da dita delegação figueirense um cartaz que ostente a seguinte frase: Encerrado para balanço. Ou Liquidação total! É á escolha do freguês.

Anónimo disse...

Ora então o senhor Castelo de Areia é dos que também sabe tudo sobre isso, ou é a cartilha do partido que a isso o obriga?

RELATÓRIO DA ANA (Aeroportos e Navegação)1994.
“Da comparação das quatro opções consideradas, conclui-se”:

Da an álise global de um conjunto de aspectos objectivos, a melhor opção é Montijo B e a PIOR a Ota;
No aspecto operacional a melhor opção é o Rio Frio a e a PIOR a Ota;
Na perspectiva da engenharia a melhor é Montijo B e a PIOR a Ota;
No aspecto ambiental a melhor é Rio Frio e a pior é Montijo A;
Na perspectiva da acessibilidade a melhor é o Montijo A e B e a pior Rio Frio *;
No aspecto do esfor ço financeiro nas infra-estruturas e da própria TAP a melhor é Montijo B e a PIOR a Ota;
Na perspectiva da opera ção simultânea com a Portela e dos investimentos inerentes a melhor solução é o Montijo B e a PIOR a Ota.

Conclusões da ANA de 1994, esmagadoras para a decisão do governo em 1998, que, com base no risco de colisão com aves, conduziu à precipitada escolha da Ota ** (Engº AM/ADFER).

* Sem contar com a ponte Vasco da Gama e o futuro acesso do TGV/Madrid a Lisboa.
** O ambiente pol ítico em 1998 (governo Guterres: Foz Côa/Rio Frio), com a ‘ditadura/chantagem ’ dos ambientalistas.

PS: o deslocamento do NAER (NovoAeroporto) para a Ota, merece os aplausos das autoridades de Madrid e os agradecimentos da cidade de Badajoz.

Também tinha visto este dossiê ou não lhe convém falar dele?

Anónimo disse...

Tó da Lota:
Lamento discordar, mas o amigo só insinua, desconfia e faz má-língua. O que diz não tem prova evidente. Pode crer, por exemplo, que a Câmara de Alenquer tem sido muito prejudicada, há já alguns anos, devido à definição de terrenos de reserva para expansão da Ota e que, assim sendo, não podem ser vendidos nem urbanizados.
O alternativa na margem sul é que poderá estar ligada aos investimentos turísticos do Grupo Espírito Santo no litoral alentejano, mas também ninguém apresentou evidências.
Outra questão é o endividamento público que não existirá, já que os privados terão a maior fatia e a União Europeia outra grande parte. O Estado português não tinha qualquer hipótese de construir um aeroporto internacional da dimensão pretendida. O busilis é que os privados irão "abocanhar" a A.N.A. que é muito lucrativa, como contrapartida do investimento. Mas é claro que o empreendimento envolve negócio, como é natural.

Anónimo disse...

"Ota: Presidente da SATA defende novo aeroporto
O presidente da transportadora aérea açoriana (SATA) defendeu hoje a urgência da construção de um novo aeroporto em Portugal, alegando que investimentos em Madrid estão a fortalecer a Espanha como porta de entrada na Europa.
«Está a ser construído, a 70 quilómetros de Madrid, um novo grande aeroporto que vai fortalecer a capacidade de sucção» de tráfego aéreo na Península Ibérica, adiantou à agência Lusa António Cansado, para quem «é secundária» a localização de um novo aeroporto internacional em Portugal.
O responsável do Grupo SATA alertou que já foram «ultrapassados todos os prazos razoáveis» para a definição do local de um novo aeroporto, razão pela qual é necessário avançar com a construção de um «verdadeiro hub» (aeroportos que são os principais centros de operações de voos comerciais).
António Cansado salientou, ainda, ser «imprescindível» que o país disponha de um «hub», como placa giratória de várias rotas internacionais, de modo a «dar corpo à vocação Atlântica de Portugal», assumindo-se como porta de entrada na Europa.
«Actualmente, 50% dos brasileiros que entram na Europa, fazem-no por Lisboa, mas esta realidade tenderá a perder-se», perante as possibilidades apresentadas por Madrid, disse António Cansado."(...)

Anónimo disse...

O Anónimo das 01:01 dise e eu pergunto:
Quais Brasileiros? Os que vêm trabalhar ao balcão das pizzarias na Europa ou as miudas para o alterne?

«""Actualmente, 50% dos brasileiros que entram na Europa, fazem-no por Lisboa, mas esta realidade tenderá a perder-se», perante as possibilidades apresentadas por Madrid, disse António Cansado."(...)""

Castelo de Areia disse isto e eu pergunto.
A CMAlenquer quer vender e urbanizar o quê, se os terrenos são de privados agiotas entre os quais se encontra a "nomenklatura" do Eduardo dos Santos.
""a Câmara de Alenquer tem sido muito prejudicada, há já alguns anos, devido à definição de terrenos de reserva para expansão da Ota e que, assim sendo, não podem ser vendidos nem urbanizados"".

Urbanizar uma área daquelas? Só se for para deslocar o resto da população portuguesa para aquelas paragens. Espaço não falta.
Quanto ao que diz o responsável do Grupo Sata, é para se fazer ouvir a si próprio. Não tem voto na matéria. Que se deixe ficar lá pelas ilhas a ver os aviões passar. É mais um soba de meia tijela que fala de barriga cheia à custa dos outros.

O Tó da Lota refere o caso dos terrenos porque se calhar sabe de coisas parecidas. Quanto ao que diz e também refere o Castelo de Ateia de quem paga o quê, é assim meu caro
Castelo de Areia:
Quem vai pagar aquilo somos nós, os nossos filhos e os filhos deles.Quando os privados comprarem aquilo mais a ANA, não é a nós que vão devolver a massa. Acorde meu amigo! Alguém, os do costume, vai abocanhar e roubar toda essa massa. Ou será que já lhe devolveram algum da Expo? Pagámos e estamos todos a pagar e já venderam quase tudo.
A mim, ainda não devolveram um cêntimo. E a si?
Pelo contrário, cada vez me levam mais.

Anónimo disse...

Vamos então continuar a discordar, o que é bem saudável:
Sobre o hipotético relatório da A.N.A. que refere, trata-se tão só de uma opinião (?) sem consistência. Veja por exemplo a questão da classificação ambiental que foi determinante no chumbo de Rio Frio. Lá existe o maior aquífero subterrâneo do País (estratégico, portanto) e é corredor de migração de aves o que causa riscos óbvios para a aviação. Foi com esta constatação que a União Europeia se opôs a essa hipótese.
Claro que a Ota não é o paraíso das condições operacionais da aeronautica, mas na zona de Lisboa era a melhor solução.
A preferência pela margem sul denota uma visão virada para venda de serviços/turismo que sirva os projectados investimentos dos grandes grupos económicos apadrinhados pelo Ministro Manuel Pinho. A opção Ota privilegia o negócio dos bens transaccionáveis industriais fomentadora de exportações, com claro benefício para a economia nacional, com maioria de unidades instaladas no Norte e Centro.
Em verdade, o que está em jogo não é a construção de um simples aeroporto, mas uma plataforma de comunicações internacional. Isso é que é o grande objectivo. O resto, na minha opinião, é ruído!

Anónimo disse...

Não é só ruido. É negociatas também. O que temos chega para a nossa dimensão e necessidades.
É preciso aliviar a pressão no actual aeroporto?
Desloquem-se os voos de carga e das operadoras baratas e charter para outro lado. Podia ser Alverca, Sintra, Montijo ou outro local por perto.
Ficava a coisa resolvida e não era preciso gastar o balurdio que se vai gastar e nos atrasar ainda mais.
Os nossos filhos já estão a ser sacrificados . Os nossos netos serão os próximos, e se ainda existir Portugal nessa altura, os filhos dos nossos netos ainda andarão a pagar facturas dessas. E a entrada na Europa não é por aqui. É muito longe do centro.
Esse é que é o problema.

Anónimo disse...

Caro aviador:
As hipóteses de desvio de aeronaves para Sintra ou Alverca não são, tecnicamente, viáveis. Por exemplo, os corredores de aproximação à pista deste último e da Portela são cruzados e Sintra tem valência militares incompatíveis com tráfego civil. Depois, dizem os entendidos, que sairia mais caro a manutenção/gestão de dois terminais do que concentrado num só lugar.
A Portela, é dos anos 40, sem condições reais de expansão absolutamente vital até para o simples aparcamento de aviões. Depois é obsoleto em termos de ruído e de segurança que dezenas de aviões sobrevoem, a baixa altitude a cidade de Lisboa. Já pensou nas consequências de um eventual desastre ? Já pensou o que sucederia com um simples erro humano numa descolagem ou aterragem mesmo em cima da 2ª circular? Imagina qual é o ritmo de movimentos da Portela, actualmente, que significam o aumento exponencial de perigo?
Portanto, o que temos não tem viabilidade há muito tempo. A alternativa é transformarmos Portugal numa enorme reserva de índios, à margem do mundo.

Anónimo disse...

A alternativa é transformarmos Portugal numa enorme reserva de índios, à margem do mundo.

Já somos. Isto é uma selva. até o PM é um Eng.º falso.