O mundo que temos é este em que vivemos. Portanto: «não importa para onde tentamos fugir, as injustiças existem em todo o lado, o melhor é encarar essa realidade de frente e tentar mudar alguma coisa.» Por pouco que seja, sempre há-de contribuir para aliviar...
terça-feira, 20 de março de 2007
A tragédia de ontem em alguns meios de comunicação social
"A crónica de uma morte anunciada" pode ser lida aqui. Para o efeito basta clicar nos títulos ABAIXO:
“Para hoje, às 16 horas, está marcada uma reunião com todas as entidades envolvidas no processo da obra da ponte dos Arcos. A Estradas de Portugal, responsável pela obra iniciada em Outubro de 2006, garantiu que a construção do canal no Mondego "está de acordo com a lei".
"A obra está devidamente licenciada pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, a quem cabe também a fiscalização das condições de navegabilidade, para um estrangulamento mínimo de 15 metros. Neste momento tem 20 em qualquer um dos pontos", afiançou, ao JN, António Laranjo, presidente do Conselho de Administração da EP. "No entanto a EP assumirá qualquer responsabilidade que se seja imputada em sede de inquérito oficial".
Fica a pergunta: Será que alguma vez, passada a emotividade do presente momento, virá à luz do dia o resultado do inquérito?
Em comunicado, a Estradas de Portugal (EP) «lamenta» o acidente, mas afirma que os trabalhos «estão devidamente licenciados» pelas entidades competentes. Mais: no mesmo comunicado as Estradas de Portugal afirmam que a resposta do IPTM (Instituto Portuário de transportes Marítimos) ao pedido de licenciamento «impôs que o canal de acesso ao Portinho da Gala mantivesse altura e profundidade suficientes para a passagem das embarcações (idêntico ao actual) e uma largura não inferior a 15 metros, sendo que a EP procedeu à sua construção mantendo uma largura superior a 20 metros». No documento recordam ainda que os trabalhos preparatórios se iniciaram em Outubro, sem nunca ter havido nenhum reparo «de qualquer entidade pública ou particular» (o que não é verdade, pelo que dizem a seguir)... Reparem na contradição: “quando a comunidade piscatória deu conhecimento à EP que tinha dificuldade em atravessar o canal, realizaram-se duas reuniões com pescadores e outras entidades, «tendo-se chegado a um consenso sobre a criação de condições no porto de pesca da Gala, a jusante da Ponte actual dos Arcos para que os pescadores aí pudessem recolher as suas embarcações», designadamente com contentores para guardar os aprestos e um cais amovível, condições que, sustentam, estarão, tal como foi dito, «completamente criadas», até ao final deste mês. Pergunta-se: as Estradas de Portugal chegaram a consenso com quem? Com os pescadores? Com o IPTM? Com a Câmara Municipal da Figueira da Foz? Com a Junta de freguesia de S. Pedro? Com a Protecção Civil da Figueira da Foz? Afinal quem esteve envolvido no consenso? Era bom que isso fosse devidamente esclarecido.
Os pescadores alertaram para o perigo. O comandante do porto local, Louro Alves, garantiu que o auto de ocorrência será enviado para o Ministério Público. Para aplicar multas aos pescadores não há demoras. A solução, mais uma vez, se chegar, chegou tarde de mais.
Carlos Simão, presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro:..- “Os responsáveis da obra tinham obrigação de tratar das coisas como deve ser. Todos vimos o perigo, foram alertados a tempo.”
Dono da obra lamenta acidente Em comunicado, a Estradas de Portugal (EP) «lamenta» o acidente, mas afirma que ... os trabalhos preparatórios se iniciaram em Outubro, sem nunca ter havido nenhum reparo «de qualquer entidade pública ou particular», ...""
"A obra está devidamente licenciada pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, a quem cabe também a fiscalização das condições de navegabilidade, para um estrangulamento mínimo de 15 metros. Neste momento tem 20 em qualquer um dos pontos", afiançou, ao JN, António Laranjo, presidente do Conselho de Administração da EP.
Neste momento, Senhor presidente do Conselho de Administração da EP, eu afianço que o canal tem mais 5 metros, tem 25 metros e não tem condições de navegabilidade.
Figueira da Foz: Centenas nos funerais dos pescadores da Gala
Figueira da Foz, Coimbra, 20 Mar (Lusa) - Centenas de pessoas participaram hoje nos funerais dos dois pescadores da Gala que morreram terça-feira no naufrágio de um bote artesanal na Ponte dos Arcos, Rio Mondego.
Nos funerais dois pescadores - Manuel Pata, de 69 anos, e Clemente Imaginário, 70 anos -, na Capela de S.
Pedro, participaram muitos moradores na povoação da Gala e da freguesia de S. Pedro, assim como figuras como o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Duarte Silva, o adjunto do governador civil de Coimbra, Paulo Valério, e o presidente da Junta de Freguesia, Carlos Simão.
"Eram ambos boas pessoas. Este é um caso para esquecer, no rio nunca aconteceu uma coisa destas", lamentou uma moradora da Gala, Amélia, à agência Lusa.
No final da missa na Capela de S. Pedro, celebrada pelo padre da paróquia de Lavos, Manuel Maduro, o sobrevivente do naufrágio, Luís Dias, confessou a alguns jornalistas que o choque causado pela morte dos colegas o levou a abandonar a pesca da lampreia, pelo menos nos próximos tempos.
"Nesta época já não volto à pesca da lampreia, para mim acabou, pelo menos este ano", afirmou, defendendo que deveria ter sido assegurada, antes do início das obras na Ponte dos Arcos, a questão da segurança da travessia.
O cortejo fúnebre de Clemente Imaginário, que ficou sepultado no cemitério de S. Pedro, foi acompanhado a pé pelos participantes nas exéquias, tendo o corpo de Manuel Pata sido enterrado no cemitério de Lavos.
Os dois pescadores morreram no naufrágio do bote no braço Sul do Rio Mondego, na Ponte dos Arcos, cujo canal se encontra estreitado devido a obras na infra-estrutura.
7 comentários:
Pode ler-se no JN de hoje:
“Para hoje, às 16 horas, está marcada uma reunião com todas as entidades envolvidas no processo da obra da ponte dos Arcos. A Estradas de Portugal, responsável pela obra iniciada em Outubro de 2006, garantiu que a construção do canal no Mondego "está de acordo com a lei".
"A obra está devidamente licenciada pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, a quem cabe também a fiscalização das condições de navegabilidade, para um estrangulamento mínimo de 15 metros. Neste momento tem 20 em qualquer um dos pontos", afiançou, ao JN, António Laranjo, presidente do Conselho de Administração da EP. "No entanto a EP assumirá qualquer responsabilidade que se seja imputada em sede de inquérito oficial".
Fica a pergunta:
Será que alguma vez, passada a emotividade do presente momento, virá à luz do dia o resultado do inquérito?
Em comunicado, a Estradas de Portugal (EP) «lamenta» o acidente, mas afirma que os trabalhos «estão devidamente licenciados» pelas entidades competentes.
Mais: no mesmo comunicado as Estradas de Portugal afirmam que a resposta do IPTM (Instituto Portuário de transportes Marítimos) ao pedido de licenciamento «impôs que o canal de acesso ao Portinho da Gala mantivesse altura e profundidade suficientes para a passagem das embarcações (idêntico ao actual) e uma largura não inferior a 15 metros, sendo que a EP procedeu à sua construção mantendo uma largura superior a 20 metros».
No documento recordam ainda que os trabalhos preparatórios se iniciaram em Outubro, sem nunca ter havido nenhum reparo «de qualquer entidade pública ou particular» (o que não é verdade, pelo que dizem a seguir)...
Reparem na contradição: “quando a comunidade piscatória deu conhecimento à EP que tinha dificuldade em atravessar o canal, realizaram-se duas reuniões com pescadores e outras entidades, «tendo-se chegado a um consenso sobre a criação de condições no porto de pesca da Gala, a jusante da Ponte actual dos Arcos para que os pescadores aí pudessem recolher as suas embarcações», designadamente com contentores para guardar os aprestos e um cais amovível, condições que, sustentam, estarão, tal como foi dito, «completamente criadas», até ao final deste mês.
Pergunta-se: as Estradas de Portugal chegaram a consenso com quem?
Com os pescadores? Com o IPTM? Com a Câmara Municipal da Figueira da Foz? Com a Junta de freguesia de S. Pedro? Com a Protecção Civil da Figueira da Foz?
Afinal quem esteve envolvido no consenso?
Era bom que isso fosse devidamente esclarecido.
Os pescadores alertaram para o perigo.
O comandante do porto local, Louro Alves, garantiu que o auto de ocorrência será enviado para o Ministério Público.
Para aplicar multas aos pescadores não há demoras.
A solução, mais uma vez, se chegar, chegou tarde de mais.
Carlos Simão, presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro:..- “Os responsáveis da obra tinham obrigação de tratar das coisas como deve ser. Todos vimos o perigo, foram alertados a tempo.”
Dono da obra
lamenta acidente
Em comunicado, a Estradas de Portugal (EP) «lamenta» o acidente, mas afirma que ... os trabalhos preparatórios se iniciaram em Outubro, sem nunca ter havido nenhum reparo «de qualquer entidade pública ou particular», ...""
Em que é que ficamos?
Quem mente?
"A obra está devidamente licenciada pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, a quem cabe também a fiscalização das condições de navegabilidade, para um estrangulamento mínimo de 15 metros. Neste momento tem 20 em qualquer um dos pontos", afiançou, ao JN, António Laranjo, presidente do Conselho de Administração da EP.
Neste momento, Senhor presidente do Conselho de Administração da EP, eu afianço que o canal tem mais 5 metros, tem 25 metros e não tem condições de navegabilidade.
Algo está mal, mesmo muito mal....
Como explicar isto!...
Figueira da Foz: Centenas nos funerais dos pescadores da Gala
Figueira da Foz, Coimbra, 20 Mar (Lusa) - Centenas de pessoas participaram hoje nos funerais dos dois pescadores da Gala que morreram terça-feira no naufrágio de um bote artesanal na Ponte dos Arcos, Rio Mondego.
Nos funerais dois pescadores - Manuel Pata, de 69 anos, e Clemente Imaginário, 70 anos -, na Capela de S.
Pedro, participaram muitos moradores na povoação da Gala e da freguesia de S. Pedro, assim como figuras como o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Duarte Silva, o adjunto do governador civil de Coimbra, Paulo Valério, e o presidente da Junta de Freguesia, Carlos Simão.
"Eram ambos boas pessoas. Este é um caso para esquecer, no rio nunca aconteceu uma coisa destas", lamentou uma moradora da Gala, Amélia, à agência Lusa.
No final da missa na Capela de S. Pedro, celebrada pelo padre da paróquia de Lavos, Manuel Maduro, o sobrevivente do naufrágio, Luís Dias, confessou a alguns jornalistas que o choque causado pela morte dos colegas o levou a abandonar a pesca da lampreia, pelo menos nos próximos tempos.
"Nesta época já não volto à pesca da lampreia, para mim acabou, pelo menos este ano", afirmou, defendendo que deveria ter sido assegurada, antes do início das obras na Ponte dos Arcos, a questão da segurança da travessia.
O cortejo fúnebre de Clemente Imaginário, que ficou sepultado no cemitério de S. Pedro, foi acompanhado a pé pelos participantes nas exéquias, tendo o corpo de Manuel Pata sido enterrado no cemitério de Lavos.
Os dois pescadores morreram no naufrágio do bote no braço Sul do Rio Mondego, na Ponte dos Arcos, cujo canal se encontra estreitado devido a obras na infra-estrutura.
MCS.
Lusa/fim
Um abraço para os meus grandes amigos.
Eu nunca vos vou esquecer.
Ass: Joaquim Pestana
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