
As marinhas de sal fazem parte da história, da cultura e da paisagem da Figueira da Foz. Desde os primórdios da nacionalidade, até um passado recente, a exploração do sal no Estuário do Mondego constituiu uma das principais actividades económicas do nosso concelho.
Na nossa Freguesia, a produção de sal também chegou a ser importante.
Nos dias de hoje, porém, a exploração das salinas está em declínio: poucas restam em funcionamento.
Embora não haja falta de sal, existem graves problemas de escoamento. Há muitas toneladas do produto armazenadas nos barracões.Há mesmo quem acredite, que a concorrência estrangeira acabe por, mais cedo ou mais tarde, liquidar o salgado da Figueira. Uma indústria, recorde-se, que ainda não há muitos anos atrás, deu trabalho a mais de 2000 pessoas e onde se chegou a obter bom dinheiro.
No presente, porém, o panorama é desolador: trabalham no sector poucas dezenas de pessoas. Entristecidos com a "morte lenta" da secular actividade, os poucos marnotos que ainda resistem, criticam a ausência de apoios do Estado.
Em Fevereiro passado, a Figueira da Foz recebeu o "I Encontro Nacional de Produtores de Sal Marinho Artesanal".
O acontecimento, tido como "histórico" pela organização, juntou produtores de sal marinho artesanal dos diferentes salgados portugueses.
A iniciativa, integrada numa "estratégia concertada dos vários produtores do espaço Atlântico, envolvidos no Projecto INTERREG SAL, como a França, a Espanha e Portugal”, serviu para discutir os problemas do sector.
A constituição de um grupo de trabalho que, espera-se, dê origem à Federação Portuguesa de Produtores de Sal Marinho Artesanal, foi a medida mais mediática que saiu deste primeiro encontro, que reuniu cerca de 70 produtores de sal de todo o País.
A legislação adequada e a certificação do sal marinho produzido por meios artesanais, foram alguns dos temas mais debatidos por diversos especialistas. Deste encontro saiu nomeado um grupo de trabalho constituído por três elementos: da Fozsal, José Canas, da Tradisal (Algarve) Jorge Moura, e um representante do Salgado de Aveiro. A coordenação ficou entregue a Renato Neves, o coordenador nacional do projecto Interreg Sal.
Na oportunidade, Teresa Machado, vereadora da Câmara Municipa

Por outro lado, dado que o declínio da actividade levou a um progressivo abandono ou transformação das salinas, a Câmara Municipal da Figueira da Foz adquiriu em 2000 uma salina, denominada Corredor da Cobra, onde foi instalado um núcleo museológico relativo à produção do sal.
Por este ano, a safra está quase no fim. Para o ano logo se vê.
Entretanto, o futuro do salgado figueirense continua uma "incógnita".