O mundo que temos é este em que vivemos. Portanto: «não importa para onde tentamos fugir, as injustiças existem em todo o lado, o melhor é encarar essa realidade de frente e tentar mudar alguma coisa.» Por pouco que seja, sempre há-de contribuir para aliviar...
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Figueira tem 125 anos como cidade
Apesar da juventude, precisa de tratamento urgente. Apesar de tudo o que te fizeram - e continuam a fazer- parabéns Figueira. Sobretudo, pela tua capacidade de resistência.
8 comentários:
Anónimo
disse...
Não sei quantos seremos, mas que importa?! Um só que fosse, e já valia a pena. Aqui, no mundo, alguém que se condena A não ser conivente Na farsa do presente Posta em cena!
Não podemos mudar a hora da chegada, Nem talvez a mais certa, A da partida. Mas podemos fazer a descoberta Do que presta E não presta Nesta vida.
E o que não presta é isto, esta mentira Quotidiana. Esta comédia desumana E triste, Que cobre de soturna maldição A própria indignação Que lhe resiste.
A quem foi entregue o título de cidade pela durante a vigência da monarquia constitucional, pela evidência da sua evolução comercial, da sua pujança social, embora centrada num diminuto grupo social - apesar da decadência do seu porto ter chegado logo de seguida, após dezenas de anos em luta contra o assoreamento da sua barra e regularização do leito interior e adjacente à cidade - por via das suas ligações ferroviárias ao país e à Espanha, situação, que era acompanhada pela pujança e diversidade das suas Associações culturais e desportivas. Chegou aos 125 anos. Essa é a verdade cronológica do facto. O problema da Figueira da Foz, assenta, na minha perspectiva, no adormecimento causado pelo fim das migrações estivais dos nossos vizinhos espanhóis durante os acontecimentos que rodearama Europa no antes e depois da II Grande Guerra. O isolamento do Estado Novo, no plano internacional, as relações entre os dois governos Ibéricos acabariam por provocar o isolamento da cidade. Os homens de mão, na cidade e região do Estado Novo, afastadas as gerações de figueirenses que durante o início do século XX e nas primeiras décadas do século XX, haviam contribuído para o seu engrandecimento, ao tomarem as rédeas do desenvolvimento da cidade, adormeceram-na. Assunto que se manteve no período pós 1974. Mas a cidade continua, está nas mãos das gerações actuais demonstrar o contrário. Renovem-se os directórios partidários, locais e regionais e observe-se o que pode vir acontecer. Liberte-se a cidade das peias das questiúnculas pessoais e de baixa política interna desses blocos partidários. Areje-se a cidade, deixe-se vibrar o azul que rodeia a Praia da Claridade - peço aqui desculpa pela utilização de uma frase de propaganda por excelência do Estado Novo, mas não existe outra- ensinem-se as gerações mais novas a amar a cidade em que vivem, através da recuperação das bases essenciais do seu percurso histórico aliando-o à modernidade da cidade. Recuperando monumentos e a história das suas instituições, pois sem esse conhecimento aprofundado do passado nenhuma nova geração pode aferir que a cidade onde vive celebra hoje 125 anos.
Peço desculpa, então quando situa o título "Rainha das Praias de Portugal"? Esse é que me parece anterior. É que ao falarmos de Estado Novo, estamos a situarmo-nos nos inícios dos anos 30. Embora até Salazar ainda fosse imerbe nos destinos do país. Mas essa é discussão que me interessa, por isso caro Anónimo, se desejar prosseguir, apareça.
Como sabe caro anónimo estas coisas não se bastam desta forma, apesar de ser uma questão meramente para conhecedores. Afirmar desta forma pode levar a equívocos e contra-censo. Na realidade será Ramalho Ortigão, na sua qualidade de grande divulgador das benesses do mar para a saúde, que referirá a praia da Figueira da Foz, quando afirma, sendo esta uma das citações mais repetidas pela propaganda da praia figueirense, ao longo do século passado, ("As Farpas", vol. I, Lisboa, Clássica Editora, 1986, p. 261 e seguintes) que "Não tem outro remédio senão vir à Figueira quem quiser ver a mais linda praia de banhos de Portugal" e mais adiante refere que "a paisagem é tão larga, tão descoberta e tão luminosa que impõe uma espécie de culto..." de todo este texto que refiro, sendo o principal que escreveu sobre a Figueira, nele não se detecta nehuma referência à Rainha das Praias de Portugal, nem mesmo na obra "As praias de Portugal", o autor fará tal tipo de referência. Quanto á referência "Praia da Claridade" esta foi atribuída, por Manuel Joaquim Moreira dos Santos (ver "A Figueira da Foz e o desenrolar da história, Figueira da Foz, Ginásio Clube Figueirense, 2004, p. 96) ao jornalista figueirense Augusto Pinto ( Figueira da Foz 5.7.1888/Berna(Suiça)4.2.1979). Penso que teor das suas informações são contraditórias com o que se conhece, na realidade. Se conseguir factualizar as afirmações que prodfuz seria útil.
O jornal "A Tarde" envia uma carta à Câmara Municipal, para se lhe indicar o local onde deve ser colocada a lápida que ficaria perpetuando a Figueira como RAINHA DAS PRAIAS DE PORTUGAL in blog presente
Como última achega sobre Raúl Brandão, na sua obra "Os Pescadores" refere realmente Buarcos a propósito disto e diz " Para aquém de Mira Pesca-se sempre da mesma maneira e com idênticos aparelhos, na Tocha, na Costinha, em Quiaios e em Buarcos, onde há uma rede curiosa para o robalo e para o sargo - a majoeira, que flutua na crista da vaga - ; na pesca-se na Figueira, em Pedrogão..." escrevia ele em 1923, como repara Praias de Claridade eram para Raúl Brandão elas todas e onde só ele das gentes a miséria das gentes que viviam junto do mar. Mas isso são contas de outro rosário, quanto a referir a Figueira da Foz, como Praia da Claridade estamos falados caro anónimo.
8 comentários:
Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Um só que fosse, e já valia a pena.
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!
Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.
E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.
Miguel Torga
A quem foi entregue o título de cidade pela durante a vigência da monarquia constitucional, pela evidência da sua evolução comercial, da sua pujança social, embora centrada num diminuto grupo social - apesar da decadência do seu porto ter chegado logo de seguida, após dezenas de anos em luta contra o assoreamento da sua barra e regularização do leito interior e adjacente à cidade - por via das suas ligações ferroviárias ao país e à Espanha, situação, que era acompanhada pela pujança e diversidade das suas Associações culturais e desportivas. Chegou aos 125 anos. Essa é a verdade cronológica do facto. O problema da Figueira da Foz, assenta, na minha perspectiva, no adormecimento causado pelo fim das migrações estivais dos nossos vizinhos espanhóis durante os acontecimentos que rodearama Europa no antes e depois da II Grande Guerra. O isolamento do Estado Novo, no plano internacional, as relações entre os dois governos Ibéricos acabariam por provocar o isolamento da cidade. Os homens de mão, na cidade e região do Estado Novo, afastadas as gerações de figueirenses que durante o início do século XX e nas primeiras décadas do século XX, haviam contribuído para o seu engrandecimento, ao tomarem as rédeas do desenvolvimento da cidade, adormeceram-na. Assunto que se manteve no período pós 1974. Mas a cidade continua, está nas mãos das gerações actuais demonstrar o contrário. Renovem-se os directórios partidários, locais e regionais e observe-se o que pode vir acontecer. Liberte-se a cidade das peias das questiúnculas pessoais e de baixa política interna desses blocos partidários. Areje-se a cidade, deixe-se vibrar o azul que rodeia a Praia da Claridade - peço aqui desculpa pela utilização de uma frase de propaganda por excelência do Estado Novo, mas não existe outra- ensinem-se as gerações mais novas a amar a cidade em que vivem, através da recuperação das bases essenciais do seu percurso histórico aliando-o à modernidade da cidade. Recuperando monumentos e a história das suas instituições, pois sem esse conhecimento aprofundado do passado nenhuma nova geração pode aferir que a cidade onde vive celebra hoje 125 anos.
O título Paraia da Claridade, peço desculpa, não é atribuído pelo Estado Novo, mas ainda durante a República.
Peço desculpa, então quando situa o título "Rainha das Praias de Portugal"? Esse é que me parece anterior. É que ao falarmos de Estado Novo, estamos a situarmo-nos nos inícios dos anos 30. Embora até Salazar ainda fosse imerbe nos destinos do país. Mas essa é discussão que me interessa, por isso caro Anónimo, se desejar prosseguir, apareça.
Rainha das Praias de Portugal foi a designação imortalizada por Ramalho Ortigão. Paraia da Claridade já é referida por Raúl Brandão.
Como sabe caro anónimo estas coisas não se bastam desta forma, apesar de ser uma questão meramente para conhecedores. Afirmar desta forma pode levar a equívocos e contra-censo. Na realidade será Ramalho Ortigão, na sua qualidade de grande divulgador das benesses do mar para a saúde, que referirá a praia da Figueira da Foz, quando afirma, sendo esta uma das citações mais repetidas pela propaganda da praia figueirense, ao longo do século passado, ("As Farpas", vol. I, Lisboa, Clássica Editora, 1986, p. 261 e seguintes) que "Não tem outro remédio senão vir à Figueira quem quiser ver a mais linda praia de banhos de Portugal" e mais adiante refere que "a paisagem é tão larga, tão descoberta e tão luminosa que impõe uma espécie de culto..." de todo este texto que refiro, sendo o principal que escreveu sobre a Figueira, nele não se detecta nehuma referência à Rainha das Praias de Portugal, nem mesmo na obra "As praias de Portugal", o autor fará tal tipo de referência. Quanto á referência "Praia da Claridade" esta foi atribuída, por Manuel Joaquim Moreira dos Santos (ver "A Figueira da Foz e o desenrolar da história, Figueira da Foz, Ginásio Clube Figueirense, 2004, p. 96) ao jornalista figueirense Augusto Pinto ( Figueira da Foz 5.7.1888/Berna(Suiça)4.2.1979). Penso que teor das suas informações são contraditórias com o que se conhece, na realidade. Se conseguir factualizar as afirmações que prodfuz seria útil.
22 de Setembro de 1926
O jornal "A Tarde" envia uma carta à Câmara Municipal, para se lhe indicar o local onde deve ser colocada a lápida que ficaria perpetuando a Figueira como RAINHA DAS PRAIAS DE PORTUGAL
in blog presente
Como última achega sobre Raúl Brandão, na sua obra "Os Pescadores" refere realmente Buarcos a propósito disto e diz " Para aquém de Mira Pesca-se sempre da mesma maneira e com idênticos aparelhos, na Tocha, na Costinha, em Quiaios e em Buarcos, onde há uma rede curiosa para o robalo e para o sargo - a majoeira, que flutua na crista da vaga - ; na pesca-se na Figueira, em Pedrogão..." escrevia ele em 1923, como repara Praias de Claridade eram para Raúl Brandão elas todas e onde só ele das gentes a miséria das gentes que viviam junto do mar. Mas isso são contas de outro rosário, quanto a referir a Figueira da Foz, como Praia da Claridade estamos falados caro anónimo.
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