O mundo que temos é este em que vivemos. Portanto: «não importa para onde tentamos fugir, as injustiças existem em todo o lado, o melhor é encarar essa realidade de frente e tentar mudar alguma coisa.» Por pouco que seja, sempre há-de contribuir para aliviar...
domingo, 12 de agosto de 2007
Hoje em Coimbra no centenário de Torga
O Governo fez-se notar pela ausência. Bem avisava o poeta:
Na cerimónia António Arnaut, um dos fundadores do PS, era o espelho da revolta. Emocionado e chocado, o amigo Arnaut disse aos jornalistas: "Vivemos num país que não sabe compreender os seus valores. Pelo menos do Ministério da Cultura ninguém esteve à altura da grandeza da sua responsabilidade, da grandeza deste acto." Horas mais tarde, já na Casa-Museu de Miguel Torga, em plena zona nobre da cidade no bairro dos Olivais, desabafa ao DN: "Às vezes, fica-me a doer a alma por dizer certas coisas mas não consegui ficar calado."
Torga, em de Janeiro de 1932, já tinha resposta para esta falta de atitude. No Diário I (1932 a 1941), pode ler-se a dado passo: “Deixem passar quem vai na sua Estrada. Deixem passar Quem vai cheio de noite e de luar. Deixem passar e não lhe digam nada (...)”
Governo inteligente, este... Percebeu, antes de tudo e todos, o óbvio: a sua presença era perfeitamente escusada, pela simples razão de que a comparência do Governo ou da Ministra da Cultura nestas comemorações, não iriam contribuir para prestigiar Torga!..
Agora vêm com desculpas parvas: "mesmo que não tivesse sido convidada a ministra deveria ter imposto a sua presença porque Torga tem uma dimensão que impede homenagens privativas."
3 comentários:
Na cerimónia António Arnaut, um dos fundadores do PS, era o espelho da revolta. Emocionado e chocado, o amigo Arnaut disse aos jornalistas:
"Vivemos num país que não sabe compreender os seus valores. Pelo menos do Ministério da Cultura ninguém esteve à altura da grandeza da sua responsabilidade, da grandeza deste acto."
Horas mais tarde, já na Casa-Museu de Miguel Torga, em plena zona nobre da cidade no bairro dos Olivais, desabafa ao DN:
"Às vezes, fica-me a doer a alma por dizer certas coisas mas não consegui ficar calado."
Torga, em de Janeiro de 1932, já tinha resposta para esta falta de atitude.
No Diário I (1932 a 1941), pode ler-se a dado passo:
“Deixem passar quem vai na sua Estrada.
Deixem passar
Quem vai cheio de noite e de luar.
Deixem passar e não lhe digam nada (...)”
Governo inteligente, este...
Percebeu, antes de tudo e todos, o óbvio: a sua presença era perfeitamente escusada, pela simples razão de que a comparência do Governo ou da Ministra da Cultura nestas comemorações, não iriam contribuir para prestigiar Torga!..
Agora vêm com desculpas parvas: "mesmo que não tivesse sido convidada a ministra deveria ter imposto a sua presença porque Torga tem uma dimensão que impede homenagens privativas."
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