Citando Miguel Almeida.
"Como escrevi na passada semana, o tiro de partida das autárquicas está dado.
João Ataíde anunciou a sua recandidatura e João Portugal, ao contrário de há quatro anos, vibrou com o anúncio.
António Tavares, anunciou que abandona a vida autárquica no final do mandato, deixando o desabafo de que está farto de “jogos de poder e guerras de alecrim e manjerona”.
Daniel Santos, faz “prova de vida” num artigo em que deixa no ar a possibilidade do reaparecimento do movimento Figueira 100%. Ou seja, a campanha está na rua. Parece-me demasiado cedo, mas o que é certo é que quem quiser ir a jogo, vai ter de afinar estratégias e acelerar o passo.
Todos sabemos que a política tem horror ao vazio, e quem quiser protagonizar alternativas tem de rapidamente começar a desmontar a narrativa do atual inquilino dos paços do concelho. Como repetidas vezes tenho escrito, importa fazer um debate, o mais alargado possível, sobre o paradigma de governação municipal que queremos.
É imperioso que se aproveite este súbito arrebatamento de alguns com as eleições autárquicas, para inverter este estado de letargia em que mergulhou a denominada “sociedade civil” figueirense.
Faz falta o contraditório e a discussão. Faz falta que todos se sintam convocados a proferir pensamento.
É preciso sair da zona de conforto e trazer o debate da mesa do café para fóruns mais alargados, sem clubismos nem crachás na lapela.
Se este debate for possível, as próximas eleições autárquicas serão um reflexo de um tempo novo."
Nota de rodapé.
O banco de jardim que a foto mostra, sem utilizadores, faz lembrar o vazio da tristeza em que vegeta a vida politica figueirense.
Este banco de jardim, depois de construído foi colocado naquele lugar, para proporcionar o diálogo, mesmo em silêncio, ou em contemplação.
Presumo que o objectivo era estabelecer algum tipo de relacionamento.
Será que os figueirenses se vão sentar e trocar umas ideias?..
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
Não me vou alongar em comentários.
Ainda corro o risco de dizer aquilo que não devo, mas o Miguel (consultor) Almeida é um insigne representante da ideologia mais perigosa (porque aparenta que não é ideologia), a do chamado "senso comum".
Neste texto pleno de trivialidades e de lugares comuns está a reproduzir a conversa do “senso comum”: “É preciso sair da zona de conforto e trazer o debate da mesa do café para fóruns mais alargados, sem clubismos nem crachás na lapela”. Isto é pernicioso. Isto tem de ser desmontado.
As ideologias não morreram; a luta de classes não passou de moda; não estamos no mesmo lado da barricada; não temos a mesma visão e projecto para a Figueira, nem para o país!
E vem o sr falar em zona de conforto? Por favor…!! Fiquemos por aqui.
"Chamar-te a ti Lisboa camarada..." - O que eu gosto deste poema de Joaquim Pessoa na voz de Carlos Mendes.
Ora onde é que eu tenho o vinil?!
Enviar um comentário