O PSD vai a votos na Figueira no próximo sábado, dia 21, das 14h30 às 23h00.
Estas eleições, pelo que se sabe até ao momento, não estão a despertar grande entusiasmo no PSD local, pelo que tudo aponta para a apresentação de apenas uma lista ao sufrágio.
Neste momento, ao que parece, candidatar-se à câmara, em 2017, numa lista PSD, não tem o encanto do cheiro a poder de outros tempos ainda recentes.
Lá pela direita, a política resume-se a encontrar problemas. Que depois de encontrados, requerem o diagnóstico correcto e a aplicação da medicação acertada...
Ora, isso dá muito trabalho e requer enorme disponibilidade.
Haverá outras marés e a maior parte dos marinheiros estão a reservar-se...
A Figueira da Foz continua a viver no equivoco de sempre.
Antes do turismo de massas, também por falta de concorrência, foi um sítio de veraneio de referência para uma certa e selecta burguesia, enquanto pelo concelho profundo, o Povo vivia, como assim continua a ser, em autêntica penúria.
Contudo, como pode ser lido aqui, a visão risonha desse passado de festas, animação e cosmopolitismo, derivou sobretudo dos efeitos de duas guerras (a de Espanha e a Mundial) cujos refugiados em trânsito enchiam (no final dos anos 30 e no início dos 40) as ruas da Figueira de mundana animação, as esplanadas dos seus cafés de risos e os seus casinos de lucros.
Ao mesmo tempo, a maior parte dos figueirenses mourejavam na mais negra miséria. Na minha Aldeia, a alternativa era a emigração para os Estados Unidos. Para os que ficavam sobravam as secas do bacalhau, as fábricas de conservas, os estaleiros navais, as minas de carvão, fábricas de vidro e de cimento ou o degredo, na pesca do bacalhau.
Tudo isso, entretanto, acabou.
Mas a memória local é selectiva e a Figueira, hoje, continua a viver, entre a melancolia e o porreirismo figueirinhas, da recordação exclusiva de um antanho de glamour tão ilusório quanto imaginado.
Como deu conta e registou o filósofo e vereador local António Tavares, na sua obra “Arquétipos e Mitos da psicologia social figueirense”, “A Figueira da Foz está sempre à espera de algo que vem de fora”.
Criar riqueza é uma coisa que não os assiste.
Preferem servir os que têm alguma.
Grande visão tinha o intelectual figueirense, vereador camarário e escritor de talento. Acertou na mouche, no que se tem passado no arco do poder figueirense, incluindo obviamente nos dois executivos presididos por João Ataíde, com o vereador António Tavares a fazer parte da equipa...
É neste cenário de miséria política, que varre a política figueirense da esquerda à direita, que um dos partidos do arco do poder, no sábado, 21, vai a votos...
E o pior cenário para os figueirenses vai confirmar-se lá para Setembro de 2017: ATAÍDE, que, sem sequer ser militante do partido, faz o que quer do PS na Figueira, fica...
A tradição, na Figueira, continua a ser o que sempre foi...
O Carnaval continua a ser um caso sério.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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3 comentários:
O seu amigo Tavares limita-se a reproduzir, o que outros, sem palco, disseram na década de 60.
"Amigo!..", caro anónimo?..
Foi amigo, mas da onça...
Se o Tavares fosse meu amigo, ter-lhe-ia dito em devido tempo e em privado: soltaram-te para aí uns cães e eu acho que não vão parar, e se queres o meu conselho, é melhor demitires-te.
Dizê-lo em privado é uma coisa. Dizê-lo em público é um assassínio político...
Como não sou hipócrita, confesso que gostei...
Só se perderam as que caíram no chão!
Cada um tem o que merece...
Como deu conta e registou o filósofo e vereador local António Tavares: “A Figueira da Foz está sempre à espera de algo que vem de fora”.
Mas isto é brilhante! Ganda solução!
O mais provável será imergirmos nós cada vez mais no ruído para ficarmos de tal modo obsidiados pela poluição mental, deste tipo de raciocínio, que já nem se coloque a possibilidade de nos desintoxicarmos, pois o mais tóxico dos agentes somos nós próprios, seremos nós próprios, figueirenses e cidadãos. Triste sina, pá!
É o tipo de pensamento: “Há uma nova geração e influente no PS” – Público de domingo.
Só há uma pessoa neste artigo (que parece que foi feito com base na wiki) que é "jovem", o resto já tudo nos 40s para cima!!!!!!
Esse artigo é uma bela merda, diga-se.
Salva-se a ilustração de Mariana Soares
https://www.publico.pt/politica/noticia/ha-uma-nova-geracao-e-influente-no-ps-1731785
Como diria uma das grandes figuras da cena política portuguesa, Jorge Coelho, "Há muita fraca memória".
De uma vez por todas, digam o que vos passa pela cabeça, olhem para o espelho e pensem o melhor de si mesmos, mas, por favor, não nos chamem estúpidos.
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