sábado, 17 de agosto de 2019

À atenção do Senhor Vereador da Cultura...

Imagem sacada daqui
Desde novembro de 2002, que na praia do Cabedelo, está perpetuado o nome do falecido Mário Silva, um artista plástico de referência, culturalmente inserido na geração de 1960, que pautou a sua carreira por uma acção cultural, humorística e literária de contestação e crítica à sociedade.
Imagem sacada daqui
“Foi uma homenagem que o encheu de orgulho, pois foi na Figueira que aprendeu a amar", afirmou o pintor um dia à comunicação social.
E o seu busto em bronze, da autoria do escultor Agustín Casillas, lá continua.
Foi uma homenagem feita ainda em vida ao artista – Mário Silva tinha na altura 73 anos - à sua rebeldia e mestria. 
A propósito: o Senhor Vereador da Cultura já sabe o que vai acontecer à praceta depois de concluídas as chamadas obras de requalificação (mais de  destruição...) do Cabedelo?

Bom sábado

Centeno está de férias?..

"As negociações entre o Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas e a Antram falharam, mais uma vez, e a greve vai continuar. Depois de mais de 10 horas de reunião, mediada pelo Goveno, as duas parte não chegaram a um acordo.
À saída da reunião, Pedro Pardal Henriques, assessor jurídico do SNMMP, acusou a Antram de não querer negociar, mas mantém a disponibilidade para se sentar à mesa com os patrões."

Perante as acusações de fraude fiscal, o ministro das Finanças ainda não apareceu, nem disse nada. 
E a Administração Tributária não avança com a comunicação de um inquérito?

Há algo de errado nisto tudo!

«Tentei perceber o que estará em causa, sendo que uma entrevista de um motorista profissional me deixou preocupado: a regulação existente apenas lhe permite um dia em casa com a família em cada quinze dias! Os restantes são passados nas estradas da Europa. A partir de um salário-base inferior a 700 euros, o vencimento é composto por trabalho suplementar, subsídios de risco e de trabalho noturno. Por estes 28 dias de trabalho completo recebe então um pouco mais do que 1000 euros líquidos. Finalmente, para as três refeições diárias e dormida, tem um suplemento de 35 euros em ajudas de custo, sendo óbvio que este valor o obriga a dormir no próprio camião, bem como a um exercício impossível de suporte às outras despesas. Estou por isso chocado com a campanha instalada nas redes sociais, feita através da manipulação de um recibo de vencimento de um destes profissionais. Alimentada em muitos casos por responsáveis políticos, de quem se deve esperar sempre algum sentido ético, por mínimo que seja».

Perante o que se passou a noite passada, António Costa está no fio da navalha. E é obrigado - face à ausência de Mário Centeno, silencioso e em parte incerta (férias sem telefone, televisão e internet?) -, a promover o diálogo e a dar respostas às questões de fraude fiscal, bem como a todas as outras questões da mais elementar justiça social e de reposição da legalidade.
Os portugueses começam a perceber muita coisa…
"A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) não esteve presente na reunião que decorreu no ministério, mas fez chegar uma proposta para o Governo discutir com o sindicato, segundo Pedro Nuno Santos." [Expresso]
A ANTRAM não esteve presente. Apenas participou o sindicato e o delegado do patronato, perdão, o Governo.
Negociar significa discutir os pontos em desacordo para se encontrar uma solução que sirva ambas as partes. Que legitimidade tem Pedro Nuno Santos para negociar em nome da ANTRAM?

Como lidar com ilusionistas?

Via Município da Figueira da Foz 

“Surf no Crowd”, um projecto exemplar que pretende revolucionar as praias da Região de Coimbra.

"O projecto "Surf No Crowd", promovido pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC), que pretende revolucionar as praias da Figueira da Foz, Cantanhede e Mira, através da prática de surf em praias pouco densificadas e detentoras das melhores ondas, foi publicamente apresentado na passada quarta-feira, no rooftop do Turim Boulevard Hotel, em Lisboa.
No evento apresentado por Luísa Barbosa, apresentadora e animadora de rádio, marcaram presença a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, o secretário de Estado do Ambiente, João Ataíde, o presidente da CIMRC, José Carlos Alexandrino, o representante do Turismo do Centro de Portugal, Jorge Loureiro, a representante da Comissão e Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Isabel Damasceno, o presidente do Instituto Superior Engenharia de Coimbra (ISEC), António Mário Velindro, o secretário executivo da CIMRC, Jorge Brito, os embaixadores do projeto, Cláudia Pinto, Gonçalo Cadilhe e Miguel Blanco, bem como os representantes dos municípios envolvidos no projeto – Cantanhede, Mira e Figueira da Foz – e da Ubiwhere, entidade responsável pela sua execução.
Destacando o facto de as pessoas procurarem cada vez mais destinos únicos, onde se sintam integrados, bem como a necessidade de ter produtos que sustentem o turismo durante todo o ano, a secretária de Estado, afirmou que o "Surf No Crowd" é um projecto exemplar e que demonstra que as CIM são "parceiras fundamentais" para o desenvolvimento dos territórios.
José Carlos Alexandrino, por sua vez, referiu que o projecto permitirá que, a partir deste momento, as praias sejam alvo de uma forte campanha de estruturação, qualificação e comunicação que irá, "sem dúvida, aumentar a sua notoriedade a nível nacional e internacional".
O presidente da CIMRC sublinhou que a tranquilidade, a autenticidade, as condições ideais para o surf, as escolas de surf, as maiores ondas direitas da Europa, os agentes privados, a arte xávega e, acima de tudo, a vontade de fazer acontecer, são os principais factores que farão do projecto, um projecto vencedor.
A apresentação da prancha oficial - sustentável e inteligente - que está a ser concebida em laboratório experimental, coube ao presidente do ISEC, António Mário Velindro, que não hesitou em afirmar que tem a certeza de que, daqui para a frente, "o surf e a Região de Turismo de Coimbra ficarão mais beneficiados".
Segundo o presidente do ISEC, os materiais ecológicos e reciclados estão a ter destaque na construção da nova prancha e a mesma garantirá melhor desempenho biomecânico, facilitando no processo de aprendizagem dos novos surfistas.
A ideia da prancha sustentável nasceu na Associação de Desenvolvimento Mais Surf, com sede na Figueira da Foz, entidade onde, num futuro breve, será o laboratório experimental."


Julgo ainda não ser consensual, mas muitos já deram por ela: a doença profunda de que a região centro padece chama-se ilusão. 
Ela manifesta-se de múltiplas formas. 
Arrogância, fuga para a frente, incapacidade de racionalizar e argumentar e, acima de tudo, negação. 
Com esta listagem creio que, qual psicólogo, o primeiro passo a interiorizar é perceber que não é com pura racionalidade que se convence o doente, nomeadamente se utilizarmos um estilo assertivo recheado de argumentos. Adoptar esta postura só leva a que o iludido se feche e adopte uma atitude defensiva, tornando impossível a sua cura. 
Preferível é deixar o doente falar e facultar-lhe espaço suficiente para se espalhar, algo que só o tempo e as circunstâncias que a realidade vai impondo, conseguem fazer valer. Sobra usar da paciência que este exercício impõe, o que convenhamos não é a atitude mais fácil, para quem no dia-a-dia é chamado ao combate político.
A prova de que a racionalidade é ineficaz pode ser verificada na forma leviana como o poder actua. 
Portanto,  mais vale flanquear o ilusionista, não o confrontando directamente, o que seria uma absoluta perda de tempo.
Mais vale ir falando para o povo sobre as consequências das ilusões que lhe andam a impingir. 
Todos sabemos que para salvar a região centro é necessário outro milagre - só o de Fátima já não chega. Atendendo ao significado da palavra, sendo, como sabemos, milagre algo de sobrenatural, portanto, fenómeno oposto às leis da natureza, não é suposto ele acontecer aqui enquanto instrumento disponibilizado por estas entidades, para num ápice resolver os problemas da nossa região. Isto tinha-se resolvido, há muito, com pessoas e políticos competentes, com conhecimentos e experiência para o fazer, dotadas de bom senso,  prudentes,  responsáveis e, acima de tudo, que tivessem colocado os interesses colectivos acima de vaidades e agendas pessoais. 
O que faltou não foi dinheiro, nomeadamente fundos comunitários, mas sim honestidade, inteligência e estratégia na sua utilização.
As ondas, essas, estão lá, pelo menos desde que tenho memória.

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Bloco de Esquerda critica gasto de 19 Milhões em dragagens na Figueira da Foz para combater erosão costeira

"Miguel Figueira, do SOS Cabedelo, critica a iniciativa governamental, contestando quer o valor de investimento – que fica a seis euros por m3 de areia, quando os dados de que o movimento dispõe apontam para dois euros por m3 através do sistema de «bypass», três vezes menos – quer o facto de a intervenção ter sido anunciada antes de concluída a análise custo / benefício para avaliar qual o melhor sistema, cujo concurso público, orçado em 300 mil euros, já foi lançado.
O movimento cívico defende ainda a retirada de areia já depositada na praia da Figueira da Foz, para combater o fenómeno da erosão costeira a sul.
A Figueira da Foz possui o maior areal urbano da Europa, 110 hectares localizados entre o molhe norte do porto comercial e a vila piscatória de Buarcos, o equivalente a 154 relvados de futebol, o que significa que metade da cidade caberia na praia.
A distância entre a avenida marginal e o mar ultrapassa os 700 metros no seu ponto mais largo e continua a aumentar. A situação agudizou-se em 2011, desde o prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto comercial, um investimento de 14,6 milhões de euros, que teve também reflexos na erosão das praias a sul, com destruição da duna de protecção costeira em vários locais."

Via NDC

Empresa da Figueira da Foz acusada de irregularidades

"O Sindicato da Hotelaria do Centro acusou, hoje (17), a concessionária da restauração e bares do Casino da Figueira da Foz de cometer irregularidades na contratação de trabalhadores, algo que a empresa nega.
Utilizando a sua ligação ao meio da formação profissional, o proprietário da empresa tem ao longo dos anos desta concessão usado e abusado no recurso a trabalhadores com estágios curriculares, findo os quais ou elabora, com alguns dos jovens, candidaturas a estágios profissionais, de que beneficia, ou faz-lhes contratos a termo certo, quase nunca efectivando nenhum”, lamenta o sindicato, que refere, ainda, “irregularidades em contratos, de validade jurídica duvidosa, desde logo porque tendo a concessão um início e um fim de contratualização com a Sociedade Figueira Praia”, proprietária do casino, as razões invocadas para justificar o vínculo contratual precário são “quase sempre de acréscimo temporário de trabalho”.
No entanto, tais razões “não terão legalidade” à luz do direito do trabalho, segundo a organização, que dá o exemplo de um trabalhador “desde Setembro ao serviço da empresa sem que esta tenha feito o seu registo na Segurança Social”.
Face a esta alegada “situação clandestina”, por orientação do sindicato, o trabalhador em causa dirigiu-se à entidade patronal e “solicitou os seus recibos de vencimento, tendo-lhe sido negados”.
Junto da Segurança Social, “confirmou que não tinha sido sequer inscrito” para efeito de descontos pela empresa Creative Catering, de Renato Oliveira.
Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, a concessionária afirma que “a situação do trabalhador (…) foi criada a pedido do próprio, que solicitou à empresa estágio profissional, mas já se encontra nesta data inteiramente regularizada”.
O sindicato, por sua vez, adianta que, de seguida, “a empresa, sentindo esta pressão, já com a intervenção do sindicato, suspendeu o trabalhador e impediu-o de acesso ao local de trabalho”.
O trabalhador não foi suspenso. Foi-lhe apenas comunicado que deveria gozar as férias a que contratualmente tem direito, tal como lhe foi referido por escrito. A conselho do sindicato, (…) não acatou, recusou-se a assinar a recepção da respectiva comunicação e tem-se apresentado diariamente na empresa”, informa a Creative Catering.
O sindicato tinha previsto apresentar hoje uma queixa à inspecção da Segurança Social, pedindo que “todos os contratos individuais dos trabalhadores e trabalhadoras ao serviço da empresa de restauração, na concessão do casino, sejam verificados”.
A firma de Renato Oliveira acusa o sindicato de “divulgar informação falsa, que já fez plasmar na comunicação social, difamando com isso o bom nome da empresa, que está recentemente no mercado e tem a sua situação contributiva integralmente regularizada”."

Via Campeão das Províncias

"As palavras dos figueirenses na discussão pública do Jardim Municipal"...

CDU formaliza candidatura pelo círculo de Coimbra

Via Campeão das Províncias
LISTA COMPLETA: CLICAR AQUI.

AGORA SIM, ESTÁ “RESOLVIDO”!

"Houve um Cidadão Figueirense no inicio da época balnear de há três anos atrás que numa atitude altruísta e de proactividade cívica em prol do bem comum (a par de força de braços e dores no lombo) que com uma pá e dois bidons ou poceiros* (do latim putearĭu), limpou um acesso à praia do Cabedelo que se encontrava em idênticas condições deploráveis à imagem retratada na foto da esquerda, enchendo e transportando no seu lombo dezenas dos tais “putearĭu” a areia para a praia que é onde deveria estar sempre.
Nesta actual época estival o tal Cidadão Figueirense deparou-se com o mesmo cenário confrangedor e péssimo postal turístico para quem nos visita.
Acreditando piamente na existência de serviços responsáveis e competentes, decidiu reportar a situação, utilizando para isso uma ferramenta existente no Portal do Cidadão intitulada de Minha Rua e cuja a sua descrição é: “Comunicação, por escrito ou através de fotografias, de situações ou de sugestões de melhoria relativas a espaços públicos, desde iluminação a jardins, passando por veículos abandonados ou pela recolha de electrodomésticos danificados.
AS PARTICIPAÇÕES SÃO ENCAMINHADAS para a Câmara Municipal ou Junta de Freguesia seleccionada e posteriormente TRATADAS pela respectiva entidade.”
Et voilà, assim foi TRATADO… tal como a foto da direita RETRATA!!!
Esse Cidadão Figueirense infelizmente constata que a estratégia e a prática corrente no Município seja: Não se zela, não se cuida por isso fecha-se, corta-se e/ou destrói-se…"

Pedro Rodrigues Jorge (Agosto 2019)


*Bidons ou Poceiros – A colocação de sinónimos complementares visa somente promover uma maior compreensão do texto tendo como desiderato superior facilitar a sua leitura em diferentes regiões do Mundo Lusófono.
p.s - O Cidadão referenciado no texto, naturalmente não é a minha pessoa em virtude de eu ser um típico figueirinha, que apenas falo e não faço um caraças em prol da nossa TERRA e sempre me verguei docilmente aos diferentes poderes instituídos… desde pequenino.
Penso que o meu Ilustre Concidadão Pedro Silva ainda não tem esta definição no seu cardápio de espécies e sucedâneos figueirenses!!!

Jardim Municipal

Os pontos de vista de Carlos Vitória.

O que têm em comum os projectos de Buarcos, "casco velho" e Cabedelo?

Todos estes projectos, nunca o foram!

O que foi apresentado inicialmente não contou para nada. A prova disso é que todas as obras estão a ser feitas tipo "NAVEGAÇÃO À VISTA".
Buarcos:  pararam as obras da marginal. Pior ainda: está tudo com um ar ainda mais desarranjado. O que se vai sair dali, qual o projecto final?
Ninguém sabe.
"Casco velho":  o que vai sair dali, qual o projecto final?
Ninguém sabe, passado toda esta eternidade que dura a obra!..
Cabedelo: o que vai sair dali, qual o projecto final?
Ninguém sabe, a não a ser a grande sumidade que é o presidente da junta de freguesia de S. Pedro!...


O que está a acontecer, é um bom exemplo do modelo de gestão na autarquia da nossa cidade, fazem-se promessas que não se cumprem, lançam-se projectos que não se concluem, fixam-se prazos que se ignoram. 
Como é que um concelho que quer trilhar o caminho do progresso pode ser  governado desta forma?
Deram as ruas, avenidas e praças da Figueira e o parque  do Hospital, para uma empresa privada explorar o estacionamento, os figueirenses pagam uma fortuna...
O espectáculo miserável de uma marginal, de um "casco velho" e do Cabedelo, é um monumento dedicado à incompetência camarária.
Os cidadãos do concelho da Figueira da Foz, apesar da autarquia ter um máquina de agitação e propaganda,  nem sequer são informados sobre as causas da situações, sobre o andamento dos projectos, sobre o futuro.
Isso, seria o mínimo a que teríamos direito...

PROJECTO DE REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO DO JARDIM MUNICIPAL

CONTRIBUTOS PARA A MELHORIA DO PROJECTO DE REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO DO JARDIM MUNICIPAL : sugestões apresentadas pelo Movimento Parque Verde relativamente ao projecto divulgado pela CMFF no dia 2 de Agosto de 2019.

Adenda: Para ler na íntegra os CONTRIBUTOS PARA A MELHORIA DO PROJECTO DE REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO DO JARDIM MUNICIPAL, basta clicar aqui.

A culpa, desta vez, não morreu solteira: "chuva impediu que se atingissem os 20 mil visitantes na Findagrim"...

A F i n d a g r i m2019 “foi visitada por cerca de quinze mil pessoas, tendo sido afectada pelas condições meteorológicas adversas nos dias 7 e 8 de agosto em que choveu, o que não permitiu que se atingisse os vinte mil visitantes como se pretendia”
O balanço é de José Carvão, da organização do certame que decorreu de 7 a 11 de agosto na Feira Nova de Maiorca...
Imagem sacada daqui

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

O culto à personalidade (II)

Via NDC
“Será uma opção de bom senso reflectir e ponderar a realização da obra, devendo ser suspensa, por ora, a decisão da Câmara, agendada para o próximo dia 20”, afirma a organização em comunicado.
Após ter analisado o projecto da autarquia, apresentado no dia 02, aquele movimento realça que a obra vai custar 800 mil euros, “um valor muito elevado dadas as carências do concelho em termos de desenvolvimento sustentável, independentemente da origem do financiamento ou das verbas”.
Qualquer notícia serve para colocar a imagem de Carlos Monteiro?.. 
Ainda vão acabar por saturar os leitores e desgastar o político...

Depois da "muita pompa e circunstância", 6 meses depois...

"O segredo mais bem guardado do surf em Portugal"!..

Foi apresentado o projecto que, nos próximos meses, promete revolucionar as praias da Tocha, Figueira da Foz e Mira: Região de Coimbra promove surf “longe das multidões e perto das melhores ondas”... 
Vamos aguardar o que de toda esta pompa e circunstância vai resultar. 
Entretanto, veja tudo no vídeo do directo NDC...


Depois de escutar atentamente todas as intervenções (foram 43 minutos e 13 segundos, de esforço, dedicação e amor dedicados, não só à Figueira, mas também  à região centro...), tenho a declarar, infelizmente, que isto não vai lá com milagres.
De palpável e de concreto, não ficou nada. Lindas palavras, boas intenções e no final nada de novo.
Na prática, hoje, infelizmente, sabemos que a prazo não é assim, uma vez que um dia as consequências dessa política desastrosa e irreflectida fazem-se sentir dolorosamente.

Continua o mito da onda mais comprida, que é falada há anos, e ainda não deu em nada.
Todos estes mestres ilusionistas que falaram, políticos e outros, promoveram acima de tudo a sua imagem pessoal.
Frontalmente: estas promessas  políticas e populistas que visam projectar e consolidar líderes que provam não possuir perfil para servir a causa e o bem comum, vão resultar em nada ou pior. E o pior será dívida, engano e continuação da estagnação e pobreza.
O positivo de tudo isto, foi que deu para verificar, a  capacidade manipuladora de certos políticos... E não só.
Por mim, o tempo que durou o vídeo, acho que foi penoso e mau de maus: nem eu merecia este castigo!
Todos sabemos que para salvar a região centro é necessário outro milagre - só o de Fátima já não chega. Atendendo ao significado da palavra, sendo, como sabemos, milagre algo de sobrenatural, portanto, fenómeno oposto às leis da natureza, não é suposto ele acontecer aqui enquanto instrumento disponibilizado por estas entidades, para num ápice resolver os problemas da nossa região.
Isto tinha-se resolvido, há muito, com pessoas e políticos competentes, com conhecimentos e experiência para o fazer, dotadas de bom senso,  prudentes,  responsáveis e, acima de tudo, que tivessem colocado os interesses colectivos acima de vaidades e agendas pessoais. 
As ondas, essas, estão lá, pelo menos desde que tenho memória.

Sobrou a agitação, a propaganda e a demagogia. 
Vamos ver - oxalá seja eu a estar enganado - se daqui a uns anos tudo isto não deu em nada?.. 
Para memória futura fica o registo...

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

O culto à personalidade

No mesmo dia e no mesmo jornal, a notícia em Tábua, Montemor-o-Velho e Figueira da Foz é a mesma.
"Os alunos do concelho da rede pública terão direito a transporte grátis, numa distância igual ou superior a três quilómetros entre a residência e a escola, em vez dos quatro quilómetros que até agora eram abrangidos. A medida da autarquia entra em vigor já no próximo ano lectivo e abrange estudantes de todos os ciclos do ensino obrigatário, ou seja, do 1.º ao 12.º anos.
Segundo estimativas preliminares, aquela medida deverá custar mais de 200 mil euros ao município, aos quais se acrescentam os cerca de 600 mil euros do custo dos transportes escolares. “Temos em perspectiva o progresso social. A medida, independentemente dos custos que tenha, é aplicada em nome de uma maior justiça social”, defendeu o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS."
Vejam a diferença... Não sei se isto aconteceu acidentalmente. Só quem paginou o jornal é que pode dizê-lo. Mas, enquanto para Montemor-o-Velho e Tábua a mesma notícia foi ilustrada com imagens de salas de aula, na Figueira a notícia foi ilustrada com Carlos Monteiro. 
É só um pormenor. Claro que sim. Mas, diz algo... Carlos Monteiro já mostrou, há muito,ao que veio. Neste momento, com ajudas ou não, a gestão da sua imagem está a ser feita de forma exemplar. As coisas estão acorrer bem. 
Nota marginal.
A expressão “culto à personalidade” foi usado pela primeira vez em 1956 por Nikita Khrushchov, no decorrer do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética. Khrushchov tomou o posto de secretário-geral deste partido após a morte de Joseph Stalin e assumiu a liderança da URSS até 1964.
O conceito de culto à personalidade é uma forma de propaganda que eleva a figura de líderes político a dimensões quase religiosas. Os discursos desse tipo de propaganda procuram promover os méritos e qualidades dos líderes em questão, ocultando sempre quaisquer críticas ou defeitos que possam fazer parte de sua personalidade e história. O culto à personalidade parte da concepção equivocada de que a história não é feita pela sociedade em si, mas unicamente pelas acções de grandes figuras capazes de manifestar a vontade geral. Essa concepção não é um erro acidental, mas uma forma estratégica de legitimar a dominação exercida pelo líder, pré-justificando as suas acções e criando uma atmosfera de adoração e medo.

"O CORREDOR VERDE E A ESTRUTURA VIÁRIA"

Um texto do eng. Daniel Santos. Via Na ponta da língua. 

"O reconhecimento da estrutura ecológica urbana constitui uma informação relevante para a correta ocupação do solo. 
Se hoje é perceptível pela maioria dos cidadãos que se encontram mais informados sobre as razões da necessidade da sua preservação com vista à implementação sustentável da estrutura edificada, tal nem sempre aconteceu.
De facto, principalmente desde o século XIX, a estrutura ecológica da cidade da Figueira foi sendo sistematicamente atacada pela ocupação selvagem do território.
Recorde-se a construção da estação do caminho de ferro que obrigou a canalizar o troço final da ribeira de Tavarede ou a construção do quarteirão da rua da Praia da Fonte que impediu a continuidade da vala das Abadias, igualmente emanilhada até à foz do Mondego. A vala de Buarcos, os rios de Cima e de Baixo em Buarcos, são outros exemplos.
Que estas “soluções” tenham sido implementadas em época de pouco conhecimento das consequências futuras é coisa que talvez se possa compreender.
O facto é que, ainda no final dos anos sessenta e início dos anos setenta, com o espírito visionário dos engºs Coelho Jordão e Costa Redondo (Chefe dos Serviços Técnicos), a que se juntou a assessoria do arqº Alberto Pessoa, impediram-se outros erros.
Recorde-se que, nessa época foi sistematicamente contrariada a construção da moradia que se encontra no topo norte das Abadias (hoje com aspecto de total abandono) que as facilidades que se seguiram acabaram por permitir.
Aliás acompanhadas da aprovação dos edifícios em altura que ali se encontram e cujas caves quase não podem ser utilizadas, por se tratar de território de leito de cheia da vala das abadias.
Ou seja, o verdadeiro “corredor verde” está bloqueado a norte e a sul, sendo o Parque de Campismo e o terreno do Horto apenas e tão só um território sobrante que apenas “compensa” a violação daquela estrutura ecológica. A vala das Abadias não vem dali.
Imaginar que é possível restabelecer aquele corredor verde das abadias é pura estultícia.
Acresce que a Avenida Manuel Gaspar de Lemos faz hoje parte da rede viária estruturante, trazendo e levando o tráfego viário para o interior urbanizado, através das vias que ladeiam o jardim municipal.
Ou seja, na zona do jardim, as funções viárias estão em claro conflito: ao mesmo tempo que ali se encontra a fronteira da “cidade velha” com o “bairro novo”, são simultaneamente estruturantes, distribuidoras e de fruição. Seria interessante descobrir uma solução que as separe e torne claras.
Na sessão de apresentação ouvi uma proposta (a que parece ninguém ter dado atenção) que valeria a pena reflectir. Seria a de levar o tráfego que entra pelo lado dos Correios e Tribunal por detrás das casas das Pestanas, dirigindo-o para a Avenida Gaspar de Lemos, reduzindo o nó de conflito que não se resolve nem com rotunda nem com a solução proposta.
- A solução agora proposta levou em conta a envolvente, considerando que, quando se estuda uma parte da cidade se deve utilizar o conceito “do geral para o particular”, que o meu professor de planeamento urbanístico não se cansava de sublinhar?
- Terão sido realizadas contagens de tráfego em época estival, quando o fluxo é mais intenso? O simples facto de a solução proposta ter mudado tão rapidamente (com rotunda, sem rotunda) indicia que tal não aconteceu.
- A construção do coreto é prioritária ou serve apenas para cumprir uma promessa eleitoral com dez anos, apelo de saudosistas que ainda não perceberam que tudo muda na vida?
Não, com esta proposta, o “corredor verde” não vai acontecer. Nem ali, nem sequer na estrutura ecológica da Várzea, cuja margem poente já foi conquistada pelas chamadas “grandes superfícies”."