domingo, 14 de junho de 2020

Orgulho em "ter (tido) tudo"...

foto via Município da Figueira da Foz
O coronavírus não vai ser o fim do mundo. 
Para já, porém, está a ser o fim de muitas vidas...
Os políticos, por todo o lado, continuam à procura da visibilidade mediática. Interessa é continuar a fazer prova de vida.
O coronavírus poderia ter sido uma oportunidade para nos conhecermos melhor e descobrirmos formas de lidar com o medo e a esperança.  Poderíamos aspirar a ser  inteligentes, talentosos, cultos e educados, enfim, em sermos melhores pessoas... Mas, pelo menos na Figueira, não vai acontecer nada disso...  Tudo vai continuar como dantes.
Quando não se pode ter orgulho de nada, tem-se orgulho em "ter tudo". Até um pouco de Havai, Florida, Vietname, Cabo Verde, Nordeste, Mónaco ou Côte D´Azur...
É o que sobra ao destituído. Também a nódoa no pano, coitada, deve ter orgulho em "ser nódoa"...

A Figueira e as suas Incongruências (1)

Diário de Coimbra, 11 de Junho de 2020

Pode-se gostar ou não, mas não se deve ignorar um partido responsável...

A posição do PCP "sobre a vandalização do monumento ao Padre António Vieira"
"A vandalização do monumento ao Padre António Vieira exige a condenação do acto em si, assim como da sua utilização para exacerbar sentimentos e conflitos que só servem objectivos reaccionários.

Importa não permitir que este acto sirva para animar e inculcar na sociedade portuguesa um clima de conflitualidade racial sem sentido, iludindo o que o colonialismo representou do ponto de vista económico e de classe em toda a sua dimensão.

Impõe-se hoje, como no passado, combater os fenómenos racistas e xenófobos e não alimentar atitudes que invocando combatê-los só contribuem para os promover. Impõe-se na sociedade portuguesa garantir os direitos económicos e sociais para todos, independentemente da sua etnia ou nacionalidade. Esta é uma luta dos trabalhadores e do povo que exige unidade e convergência e não elementos de divisão e conflitualidade que só contribuem para a enfraquecer."

Novela Terra Brava: Gravações 15 a 19 junho...

Cá vai a marcha: é sempre a gastar!
Desta vez é propaganda chique: 
Assim como assim, é para desbundar...

Não digas sim, não digas não,
negócios de amor são sempre o que são.
Este ano não há bailaricos,
mas há luxo num altar de manjericos...

Mesmo sem ser o que já foi, na Figueira,
o dinheiro marcha, quer queira ou não queira.
Não teremos o tradicional S. João...

"Número de divórcios dispara após queda inédita na quarentena"

Agência Portuguesa do Ambiente aprovou a colocação de asfalto numa duna na Fonte da Telha

"Há uma estrada da Praia da Fonte da Telha que está a levantar polémica. A estrada está em cima da duna primária e está a ser alcatroada pela Câmara de Almada, mas dizem os ambientalistas que a intervenção vai contra todas as recomendações de defesa do ambiente.

No entanto, foi a Agência Portuguesa do Ambiente que aprovou a obra."

Para ver a reportagem clicar aqui.

sábado, 13 de junho de 2020

Show business

"Marcelo, rei Felipe VI, Costa e Sánchez juntos na reabertura de fronteiras a 1 de julho".
A vida sem arte deixa de ter sentido. Sem poesia, sem música, sem teatro, sem cinema, sem pintura e sem outras artes, fica no caos e na escuridão. 
O mundo está no que está porque os políticos não têm sensibilidade. E a sensibilidade só pode vir da beleza das artes, que conduz sempre ao bem, à justiça, à fraternidade.
Um rei, um presidente de uma República e dois primeiros ministros vão encontrar-se «entre Caia e Badajoz» para abrir fronteiras! 
Isto é espectáculo, não é arte. Estamos a caminhar rapidamente rumo ao "antigo normal".

Convento de Seiça (6)

"O convento de Seiça não é apenas um edifício imponente, é muito mais do que isso. A sua fachada e o que resta do seu interior em ruínas, mostram as vivências que remontam ao reinado de D. Afonso Henriques.
Nos dias de hoje a única forma de vida naquele local foi a natureza que
desenvolveu.
Ao longo dos anos até ao presente tem sido referido a sua necessidade de reabilitação. Mas a ironia do seu destino faz com que seja um assunto
de recorrente interesse de alguns a monumento esquecido para outros.
O problema é sempre o mesmo.
Falta de dinheiro. Reabilitar um edifício daqueles vai valer milhões e com o tempo os milhões vão aumentando.
Mas se o problema é dinheiro, basta fazer as contas, já dizia António Guterres.
A reabilitação do Cabedelo já vai em cerca de 3 milhões € e ainda nem a meio vai. Como a Figueira gosta de estar na moda e é amiga do ambiente a requalificação no centro da cidade e de Buarcos ficou orçamentada num total das duas de 3.8 milhões €, fora as “trapalhadas” na rua dos Combatentes da Grande Guerra, o autor da estátua do pescador que decidiu reclamar e até estacionamentos que foram feitos por duas vezes. E já agora acrescentar 1.3 milhões € para a mega transformação do jardim municipal, que será tão avançada para a época que ninguém entende.
Só nestes exemplos somamos um valor de 8.1 milhões €. Será que são estas as prioridades da Figueira? Se existisse uma estratégia centrada na essência da terra e das suas gentes podíamos ter aqui uma reabilitação do Mosteiro de Seiça. Ao invés disso o caminho foi e continua a ser betonar as freguesias urbanas. É onde existe mais pessoas e, aparentemente, mais votos. Infelizmente, para os comerciantes, o betão não ajudou.
Prioridades de quem gere os milhões! Através de uma reabilitação, o Mosteiro de Santa Maria de Seiça poderia ser um monumento de celebração da cultura, onde faria sentido contemplar a sua história, ou até ser um lugar para destacar os nossos talentos figueirenses. Desde a pintura, à escultura, à fotografia. Porque não ser um tributo a Mário Silva. Pelo menos Cantanhede (Tocha) teve essa sensibilidade. Respeitar um monumento desta dimensão é dar-lhe vida!"
Via Diário as Beiras
"Pessoalmente, não sou de grandes misticismos, mas confesso que o Convento de Seiça e toda a sua envolvente me provocam, sempre que lá vou, uma sensação transcendental, mística, quase como uma viagem espiritual a um vale encantado. Não sei se será da lenda dos degolados do Abade João ou da lenda da cura de D. Afonso Henriques, que terá mandado construir o atual convento, onde talvez já existisse um outro mais modesto, ou ainda se será devido às águas da Ribeira de Seiça, que serviram para produzir os míticos pirolitos de que sempre ouvi o meu pai falar. O que é certo é que é um lugar especial. A construção do convento iniciou-se em 1185. Ocupado por monges, talvez ligados à ordem de Cister, julga-se ter tido o seu auge de importância quando foi escola de Teologia e Filosofia, tendo sido abandonado em 1834 com a extinção das ordens religiosas. Menosprezado, foi parcialmente despojado e destruído e, em 1911, foi adquirido pela família Carriço que o transformou numa fábrica de descasque de arroz. Devido a todo esta importância histórica, em 1999, o Município decidiu “salvá-lo” adquirindo-o por 226.254€ com o pressuposto de que “a sua aquisição seria de grande responsabilidade, implicando obrigatoriamente um esforço articulado com o poder central, pois a sua recuperação e manutenção não poderia ficar só aos ombros do município”. Infelizmente, passados 10 anos, chegou-se a 2009 e nada tinha sido feito. Como diz o povo “de boas intensões está o inferno cheio”. O convento de Seiça continuava abandonado e por classificar como monumento nacional, não foi desenvolvido qualquer projeto de reabilitação e, para agravar, o PS herda uma câmara falida. Sem qualquer viabilidade de poder intervencionar o edifício, pois existiam outras prioridades: escolas degradadas, mercados e centros de saúde por construir, o executivo tratou de elaborar um projeto de consolidação das ruínas cuja obra custará cerca de três milhões de euros, financiada pelo Estado, e em 2018 conseguiu a sua classifi cação como monumento nacional. Acredito que após a referida obra, o futuro do monumento passará por ser um atrativo turístico relevante para a região, um local de visita cultural, histórica e até espiritual."
Via Diário as Beiras

O Festival Gastronómico das Caldeiradas foi apresentado ontem na Gala

O Festival das Caldeiradas, vai decorrer à mesa de 14 restaurantes de 19 a 28 deste mês.O evento marca a retoma dos festivais gastronómicos promovidos pela Figueira com Sabor a Mar. A apresentação realizou-se no restaurante Pep’s, na Praia do Hospital. Entre os convidados destacavam-se os presidentes da Câmara da Figueira da Foz e do Turismo Centro de Portugal, respectivamente, Carlos Monteiro e Pedro Machado.

"Hospital da Figueira da Foz está há três semanas sem doentes com covid-19 internados"

Via Diário as Beiras

«O dispositivo da resposta à pandemia, apesar de ter menos recursos humanos dedicados, continua activo. 
“Pelo menos, até ao fim de junho”. Mas tudo dependerá da evolução da crise sanitária.»

Há vidas difíceis

Figueira

Sem conhecermos o impacto da pandemia na economia do concelho, a propaganda da Câmara Municipal virou-se para a campanha "quem é que gosta mais da Figueira?"
Quer dizer: fez mais uma postagem no Facebook.


Figueira:
Tenho 66 anos. Porém, tu fazes com que sinta que tenho 1966.
Que culpa tive eu do mal que te fizeram?
Em 2020, isto parece tudo uma brincadeira, uma irresponsabilidade, uma mentira ou um golpe de magia do Luís de Matos...
Figueira:
Não imaginas a emoção que sinto quando ouço a Marcha do Vapor!
Àparte o facto de me tentarem convencer que nos espera um futuro mar de rosas (que os figueirenses me perdoem, mas a maioria deles teme...).
Mas as fotos tiradas do céu são lindas, formosas e belas...
Figueira:
Um dia ainda vou passar uma noite ao Convento de Seiça, a ver se por lá ainda anda o D. Afonso Henriques.
A única coisa que temo, é apanhar  um resfriado e ir desta para melhor.
Se tivesse dinheiro comprava o Paço de Maiorca.
Que grande jeito não faria essse dinheiro à Câmara do presidente Monteiro!.. 
Era capaz de fazer isso só para ouvir a Marcha do Vapor.
Figueira:
Vou contar-te um segredo: estou louca e perdidamente apaixonado por ti!
Até eu estou admirado: como me fui apaixonar por uma velha mal cuidada, decrépita e idiota como tu?
Talvez, porque tens um coração doce (ainda mais doce que os pastéis de Tentugal, as espigas de Montemor ou as queijadas de Pereira).
Figueira:
Eu nasci em mil novecentos e cinquenta e quatro, Salazar estava no poder. Muitos comunistas estavam presos.
Tive amigos e familiares que estiveram na guerra. Eu escapei por uma unha negra.  
Tive amigos e familiares que emigraram. Eu escapei por uma unha negra.  Podia estar agora no Brasil. Mas nada de traumas, nem ressentimentos.
Figueira:
Não imaginas a emoção que sinto quando ouço a Marcha do Vapor! 

Impressionante, mas, depois, vai-se a ver e nada...

Convento de Seiça (5)

"No nosso Convento de Seiça é porventura o monumento com maior relevância histórica do nosso concelho. Reza a lenda que D. Afonso Henriques o mandou erigir como agradecimento por um milagre que decorreu numa caçada no vale de seiça-facto mais do que suficiente para denominar este monumento de nacional. Infelizmente, este milagre não “entrou” no imaginário do Ministro da propaganda de Salazar, António Ferro, perito em criar tradições e locais de culto a partir de eventos, cujas origens são um pouco duvidosas.
Foi assim com Fátima, com o Galo de Barcelos ou até mesmo com os principais castelos, que possuíam uma geometria muito diferente da atual. Em Seiça os ingredientes para cativar António Ferro estavam lá, o que era capaz de garantir que as nossas lendas seriam parte integrante dos manuais obrigatórios de história. Na verdade, aquilo que perdurou no conhecimento histórico das massas foi aquilo que o Estado Novo decidiu que era importante.
Todavia, considero que a autarquia deverá mobilizar esforços para promover o convento de Seiça como um monumento nacional, que foi abandonado pelo seu país. Tenho esta convicção, porque este património não pode apenas ser restaurado pela autarquia. Este monumento tem mais de mil anos e não pode ser só a Câmara Municipal a dar conta do recado.
Até porque um verdadeiro processo de restauro do edificado terá de ser feito por alguns dos melhores restauradores de arte antiga do país. Aliás, só as estátuas, que estavam na fachada, iriam obrigar a um trabalho bastante minucioso e moroso. Neste sentido, este deve ser um desígnio nacional, com a certeza de que este mosteiro recuperado nos ajudará a perceber melhor o que faziam as populações do concelho da Figueira da Foz há um milénio.
De ressalvar o notável trabalho que a associação SMS tem desenvolvido no que diz respeito à promoção do Vale Encantado. Aliás, se hoje discutimos este tema em crónicas do principal diário regional, muito se deve àqueles cidadãos dedicados que querem ver Seiça novamente no mapa da história de Portugal."
Via Diário as Beiras

sexta-feira, 12 de junho de 2020

A frase é curta...

 “Mais decoro e menos hipocrisia. Convinha”.
Apesar de António Costa ter feito tudo para demonstrar a imagem de tranquilidade na hora da mudança, com uma substituição interna (a promoção do secretário de Estado do Orçamento, João Leão, a ministro), as razões da saída de Centeno ainda continuam por esclarecer de forma cabal. Costa limitou-se a dizer que a “vida é feita de ciclos” e compreendia que Mário Centeno quisesse “abrir um novo ciclo na sua vida”.  
Segundo Ana Gomes, «Centeno foi um ministro das Finanças “decisivo”, uma figura e que considerava “séria, competente, trabalhadora e decente”. Porém, foi “insensível à injustiça e criminalidade fiscal, para proveito de secos, molhados e Salgados... cujos capangas deixou que continuem instalados”.»
Sai no próximo dia 15 de junho. O cargo de governador do Banco de Portugal ainda está em aberto...

PELA DEMOCRACIA E CONTRA O GENOCÍDIO NO BRASIL

Exmo Senhor Presidente da Assembleia da República,

Recentemente, centenas de juristas brasileiros de todos os quadrantes políticos assinaram o manifesto “BASTA!” para exprimir a sua preocupação pelo futuro da democracia no Brasil:

«O Brasil, suas instituições, seu povo não podem continuar a ser agredidos por alguém que, ungido democraticamente ao cargo de presidente da República, exerce o nobre mandato que lhe foi conferido para arruinar com os alicerces de nosso sistema democrático, atentando, a um só tempo, contra os Poderes Legislativo e Judiciário, contra o Estado de Direito, contra a saúde dos brasileiros, agindo despudoradamente, à luz do dia, incapaz de demonstrar qualquer espírito cívico ou de compaixão para com o sofrimento de tantos.»

Nos últimos meses, o governo de Jair Bolsonaro foi alvo de dezenas de denúncias na ONU, apresentadas por entidades brasileiras e internacionais. O mundo não pode assistir impávido à degradação sistemática das instituições democráticas brasileiras, aos crimes contra a saúde pública provocados pela política negacionista da pandemia do Coronavírus, e às graves violações dos Direitos Humanos de que é vítima o povo brasileiro.

Assim, em nome dos laços que unem os dois povos, o Estado Português deve assumir, em todas as instâncias internacionais em que se encontra representado, uma posição de solidariedade com o povo brasileiro, defesa intransigente dos direitos humanos e condenação do Governo de Jair Bolsonaro.

Petição pode ser assinada AQUI.

Edição de 2020 do Festival Internacional de Cinema da Figueira da Foz FilmArt, que deveria realizar-se de 3 a 13 de setembro, foi adiado para 2021