António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021
Posses admnistrativas são anunciadas e só depois se percebeu que há falta de uma proposta de lei que permita que a autarquia venha a ser ressarcida?..
O retrato de um concelho (II)
MARÇO DE 2017: ESTÁDIO MUNICIPAL JOSÉ BENTO PESSOA, FIGUEIRA DA FOZ... "O que é que vos ocorre dizer?", perguntava na sua página do facebook, em 4 de Março de 2017, o Luis Manuel Ribeiro.
"Pandemia aumenta abandono de animais"...
Entretanto, via Diário as Beiras:
Bazucas e juntas de salvação nacional
[Imagem] |
«Agora que se avizinha a mui badalada bazuca europeia de ataque à Covid saem dos buracos aos magotes a clamar por um Governo de Salvação Nacional que é como quem diz um governo de salvação dos bolsos de amigos e clientes partidários arredados que estão da ida ao pote. A bondade patrioteira do bloco central dos interesses é uma coisa de bradar aos céus.»
Carlos Paredes, 96 anos: nasceu a 16 de Fevereiro de 1925
«Saibamos nós juntar braços, mãos e forças, para romper a treva que nos cega. Saibamos nós, mais cedo que tarde, convocar a luz. Saibamos nós fazer das fraquezas forças, para abrir as portas e as janelas ao amanhecer.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2021
CHEGA de sofrimento, venha de lá essa "intervenção rápida a curto prazo", pois a erosão a sul do quinto molhe da Praia da Cova não pode esperar mais...
Os blogues são mesmo assim, os textos vão-se sucedendo, as ideias vão-se misturando e, aos poucos, a realidade vai sendo esquecida: o mar há muito que está a invadir a freguesia de S. Pedro.
Da série, vamos ao que interessa: quando se prevê que as obras da Rua dos Combatentes estarão concluídas?
Primeira página do Diário as Beiras de 30 de Junho de 2018 |
Uma foto dos meus tempos de folião...
RESULTADOS DESSE ANO DA CDU NA FREGUESIA DE SÃO PEDRO:
Assembleia de Freguesia: 163 votos - 13,27%
Câmara Municipal: 88 votos - 7,00%
Assembleia Municipal: 101 votos - 8,22%
Siga a folia: embora não parecendo, pois é carnaval todos os dias, hoje é a verdadeira terça-feira...
O tempo que se aproxima, que vai durar (8, 9 meses, não mais...), vai ser um excelente, bem organizado e bonito carnaval.
Mais uma vez, vai ser bonita a festa, pá!.. Depois, rapidamente, tudo vai voltar ao seu lugar.
O sambódromo está aberto.
O carnaval é o melhor que Aldeia e os Aldeões conseguiram.
E todos os dias.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021
A erosão costeira e os poços perdidos nas dunas da Cova-Gala…
Não vamos falar, aqui e agora, do poço mais emblemático da Freguesia de São Pedro, vamos falar do que interessa, porque ao contrário do que alguns pensam, é verdade que em tempos idos “o mar tirava, o mar repunha", mas, desde a construção dos molhes da barra da Figueira, o mar continua a tirar, mas já não repõe. Simplesmente, porque o que havia para repor já lá não está: ficou retido na praia da Figueira, está na Morraceira ou foi para as praias espanholas.
Em dias assim, como o de hoje, é tão bom viver na Figueira. Quem sabe usufruir, goza tanto!..
Nesse dia, a 25 de Abril de 2006, já na Figueira havia carnaval todos os dias.
Eu não inventei nada.
Desde aí, se não todos os dias, quase todos os dias (com a gestão dos presidentes Duarte Silva e João Ataíde, ambos de boa memória, até aos dias de hoje, com o "tolerante" Carlos Monteiro...) a coisa funcionou na perfeição, pois a Figueira é uma animação constante.
É uma felicidade viver na Figueira: creio que seria impossível viver noutro concelho mais divertido do que este.
O OUTRA MARGEM, trouxe-me a possibilidade de ser muito acarinhado, muito bem tratado, muito incentivado e, sobretudo, muito tolerado.
A Figueira é um poço sem fundo no que à vida democrática diz respeito.
Dito isto, fica uma declaração de interesses: o autor deste blogue, considera que a saúde, a educação e os serviços básicos, constituem são direitos de todos os seres humanos e deveriam em Portugal ser assegurados pelo Estado. Mais: considera que a privatização da água e da electricidade foram uma boa merda que nos aconteceu, e foi uma maneira de fazerem pagar, à esmagadora maioria, muito mais por algo que é esssencial para as suas vidas, para gáudio e usufruto de uma minoria, muito minoritária.
Se me quiserem chamar comuna por causa disso, estão - não à vontade - mas à vontadinha.
No Diário as Beiras, temos mais um episódio da telenovelas figueirense: Edifício O Trabalho. Mais, uma vez nada de novo. "O gabinete de arquitetura que fez o projeto para a recuperação do imóvel informou, recentemente, a autarquia de que os proprietários, um fundo de investimento, já escolheu o empreiteiro e vai iniciar as obras." Portanto, é natural que "a carta enviada pelo gabinete de arquitetos à autarquia também não deverá entusiasmar os figueirenses, tantas foram já as vezes que tomaram conhecimento da mesma intenção".
No mais, três boas notícias e uma péssima. Vamos às boas:
1. "Há muito que não eram reportados tão poucos novos casos de covid-19 num só dia no concelho, mesmo tendo em conta que o número de resultados reportados pelos laboratórios ao fim semana é baixo."
2. O sol e o calor, qual primavera antecipada depois de semanas com chuva e frio, foram, no fim de semana, o pretexto para passeios higiénicos e corridas na marginal de Buarcos e da Figueira da Foz.
3. Revelando espírito empreendedor, "dois estabelecimentos da Baixa da cidade, durante o fim de semana, descobriram uma alternativa à proibição de servir bebidas ao postigo durante o confinamento, instalando máquinas “selfservice” de café, semelhantes às domésticas, no passeio."
Vamos à má: "A forte agitação marítima dos últimos dias destruiu o Poço do Guarda, na Praia da Cova, um ex-libris da Freguesia de São Pedro, no concelho da Figueira da Foz."
Nada que não fosse fácil de prever. Tal como a evidência há muito prevista da "erosão costeria estar a aproximar (perigosamente) o mar da zona residencial da Praia da Cova".
Portanto, de manhã não se esqueçam de ir à página do facebook da câmara (para ficarem a par da propaganda oficial do regime figueirense), passar os olhos pelos jornais que falam da Figueira. Já agora, se assim o entenderem, vão continuando a passar pelo OUTRA MARGEM...
A UTILIDADE DA CARTA ABERTA
Coisa grave e solene, portanto. Quanto ao seu conteúdo: é este:
Fala da obra (obras).
Sobre isso, há neste OUTRA MARGEM muita coisa escrita ao longo do tempo - e no tempo certo -, que pode ser consultada por quem o quiser.
Não referiu, por exemplo, as bolsas de pobreza, o analfabetismo, o desemprego, a iliteracia, os centros de saúde com dificuldades de funcionamento ou fechados, das dificuldades no sector da educação, da falta de transportes públicos, habitação social, o excesso de areia, a norte, e a erosão costeira, a sul, o preço, a gestão e a possibilidade (ou não) de resgatar a concessão da água, a recolha do lixo, etc.
Nada de novo, portanto: o teor da CARTA ABERTA subscrita por estas 30 personalidades figueirenses resume, da forma que dá jeito a quem a publicação desta missiva interessa, o que está mal nesta cidade: a obra (as obras).
Fala de obra(s). Sabem porquê? Porque isso, em termos eleitorais é o que fica e o que conta. A obra (obras), faz ganhar eleições. A falta de obra (obras concluídas), pode fazer perder eleições.
O miolo desta carta não coloca em causa o betão, a obra (as obras) pela obra, o cimento sobre a pessoa humana.
Os 30 magníficos figueirenses (melhor, talvez, os 2 ou 3 mentores da CARTA ABRTA) sabem que é com obra (obras), que se ganham ou perdem eleições.
O que deveria estar em causa - e isso teve um tempo certo para acontecer - é se todas estas obras são úteis (ou inúteis...) para o futuro da Figueira e do concelho.
Só gente sem perspectiva política e de capacidade de gestão de um concelho, conseguiu achar que a Figueira precisava de tanto cimento nas ruas, só para poder apresentar esta obra (obras a esmo e sem utilidade para os figueirenses).
Possivelmente sem o querer, este fim de semana, esta CARTA ABERTA prestou um prestimoso serviço à democracia e ao concelho. Explicou cabalmente porque é que o actual sistema não consegue resolver os problemas das pessoas.
O interesse, neste momento, é sacudir os do PS do poder. Em 2009, o interesse foi sacudir o PSD.
Convinha, de uma vez por todas, perceber o porquê desta percepção, que é real.
Não o perceber é arriscarmo-nos, uma e outra vez, a repetir do pior da história dos últimos 40 anos na Figueira...
domingo, 14 de fevereiro de 2021
Carta aberta, ontem publicada como publicidade paga no Diário de Coimbra...
Como não tenho tabela de publicidade, fica a versão reduzida e condensada.