António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sábado, 31 de outubro de 2020
A Figueira faz parte dos 121 concelhos em que as medidas vão ser aplicadas
Covid-19. Novas medidas a partir de quarta-feira: 121 concelhos com dever de recolhimento, teletrabalho obrigatório e comércio fecha às 22.
As medidas são:
- reposição do dever cívico de recolhimento domiciliário, menos grave do que o dever geral de recolhimento domiciliário, que esteve em vigor em março e abril. Assim, os cidadãos só deverão sair de casa para o essencial, ou seja: trabalhar, ir à escola, prestar assistência a familiares, fazer exercício físico, passear animais de companhia, comprar bens alimentares ou medicamentos, entre outros;
- desfasamento de horários obrigatório;
- teletrabalho obrigatório, salvo impedimento do trabalhador;
- encerramento dos estabelecimentos comerciais até às 22h;
- restaurantes com grupos limitados a seis pessoas e funcionamento até às 22h30;
- eventos e celebrações limitados a cinco pessoas (salvo se do mesmo agregado familiar);
- proibidas feiras e mercados de levante.
As medidas serão sujeitas a uma reavaliação quinzenal, em Conselho de Ministros, sendo revista a lista de concelhos.
No país dos "pila pinhas"...
O país já deveria estar mais do que farto de aberturas de telejornal e primeiras páginas de jornais julgamentos que “não andam” e corrupção em doses gigantescas.
Mas, não está. Nem está enojado, por figuras públicas que deveriam ser exemplos de cidadania, estarem constantemente a ser apontadas como "corruptos", sem depois haver consequências.
A lixeira a céu aberto e o cheiro nauseabundo que nos são servidos diariamente pela comunicação social, há muito que anda fazer caminho a outras coisas que andam por aí.
O aproveitamento político deste clima de suspeição generalizada, num pequeno país sem recursos capazes de, só por si, o tirarem da depressão e onde muitos milhares de cidadãos estão sempre prontos a abraçar e dar as boas vindas a um qualquer “salvador da pátria que mande a sério e ponha tudo isto na ordem”, pode ter consequências difíceis de prever em toda a sua amplitude e dimensão.
O passado mostra, com exemplos, que foi exactamente para estender a passadeira a esses “salvadores da pátria” que servem estes longos e exaltados climas de paranóia carregada de chavões como “a corrupção, os desentendimentos dos políticos, a criminalidade e a insegurança, os ciganos, os imigrantes que tiram os empregos aos nacionais”...
Foi neste cenário abjecto, criado e ampliado até à exaustão, que o fascismo teve o caminho aberto.
Deixem os "pilha pinhas" em paz.
Ao menos estes, por norma, são apanhados julgados e condenados.
O saco
A saúde é cada vez mais um apetitoso negócio. Portanto, nada mais natural que se invista em publicidade.
Saco que traz a edição do Expresso desta semana «No capitalismo realmente existente, de onde o Estado nunca esteve e nunca estará ausente, tanto a robusta CUF como a frágil Impresa recebem directa e indirectamente apoios públicos. E se o Estado não optar pela requisição civil de hospitais ditos privados, até perante a recusa destes em receber doentes infectados com Covid-19, é caso para dizer que já nem é preciso falar da sua autonomia sempre relativa, mas potencialmente real em democracia.» |
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
quinta-feira, 29 de outubro de 2020
“Geringonça” nos Açores...
Qual a razão ou razões para o PSD não governar os Açores em coligação com o Chaga?
«Carlos Furtado deixou de ser "social-democrata" do dia para a noite,.
Carlos Furtado passou a ser fascista da noite para o dia.
Carlos Furtado passou todos estes anos disfarçado e nunca ninguém deu por nada, ou as coisas são o que são e nunca ninguém quer saber a ponta de um chavelho para depois aparecerem boquiabertos de admiração por algo que era do conhecimento geral mas desde que não fosse falado, não fizesse muitas ondas, faz de conta que não existia?»
Embarcação eléctrica para a travessia do Mondego: infelizmente, já vi mais optimismo...
Já era sabido que Figueira da Foz ia adquirir uma embarcação elétrica para travessia entre as margens do Mondego.
Começou a segunda fase sem ter acabado a primeira...
«A segunda e última fase da requalificação do Cabedelo já começou, enquanto ainda decorre a primeira.
A propósito de "um jantar privado de pessoas ditas de direita" publicitado no jornal!..
A notícia, como se pode comprovar pela imagem abaixo, veio nas páginas do jornal Diário as Beiras.
Primeira constatação: a Figueira apanha as modas da capital, sempre com atraso. Foi assim em 1997...
Segunda constatação: "os comensais, além de respeitarem as regras impostas pela DGS no âmbito da actual pandemia", deverão enviar foto do acontecimento social, não para o jornal Diário as Beiras, como, talvez por inexperiência, aconteceu desta vez, mas para a Caras, (onde são publicadas as notícias dos famosos putativamente presidenciáveis, realeza, moda, beleza, culinária, decoração, as mulheres mais elegantes) ou para a Maria (chegou a vender 300 mil exemplares. O seu forte era publicar entrevistas sobre os protagonistas do momento, artigos de saúde, apresentados de forma esclarecedora e baseados em opiniões de especialistas, páginas dedicadas ao esclarecimento sexual do casal, conselhos de moda e beleza, que ajudam a mulher a cuidar da sua imagem, informação televisiva, com os resumos das telenovelas, o bebé do ano, culinária, decoração e astrologia)...
Terceira constatação: deste jantar, publicitado pelo jornal Diário as Beiras, ficaram duas coisas por saber...
Essas, sim, despertavam a minha curiosidade: a qualidade do repasto e do vinho e as propostas políticas para a Figueira?