quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Nem uma guarita?..

"Polícias à chuva, ao frio e ao vento, vigiam Marcelo"...

Senhores autarcas figueirenses: e se deixassem de pensar em abstracto e começassem a ter a ousadia de pensar em concreto sobre o assunto...

"A chuva obrigou, ontem, ao cancelamento do segundo e último desfile do Carnaval de Buarcos/Figueira da Foz, que não chegou a arrancar. Ao início da tarde, a organização avançava que deverá repetir-se este sábado, mas a data não é consensual, por estar próxima da Páscoa.

O cancelamento impediu a geração de receitas nas bilheteiras na ordem dos 20 mil euros. 
A chuva já havia obrigado ao adiamento do desfile nocturno das três escolas de samba do concelho da Figueira da Foz – A Rainha, Unidos do Mato Grosso e Novo Império – , de sábado para segunda-feira.
O espectáculo realizou se, com poucos espectadores, apesar da organização ter abdicado das bilheteiras, e os participantes não se livraram de uma molhadela, confirmando que o mau tempo e o Carnaval não combinam."

Via DIÁRIO AS BEIRAS. Edição papel. 

O Miguel Almeida sabe que tudo é ideológico nesta vida, até a austeridade...

imagem sacada daqui
O Miguel sabe que a ideologia está ligada  a tudo. À política, ao trabalho, à moral, à cultura, ao desporto, ao social, etc.
Como o Miguel também sabe, de acordo com Marx, a ideologia da classe dominante tem como objectivo manter os mais ricos no controle da sociedade.
Portanto, é  verdade, tal como titula a crónica de Miguel Almeida, militante do PSD, no diário AS Beiras da passada segunda-feira, que a "austeridade também é ideológica".
"Os partidos que perderam as eleições uniram-se numa frente comum para formação do actual governo, porque era um “imperativo patriótico” não permitir que quem ganhou se mantivesse na governação do país. Passos e Portas eram os arautos da austeridade e o país precisava de uma alternativa que pusesse fim, em definitivo, à austeridade. Como era de esperar, logo no primeiro orçamento, bateram de frente com a realidade e o orçamento que Bruxelas aprovou, com reservas, traz mais austeridade, ainda que mude parcialmente os destinatários. O resultado é um aumento da carga fiscal e uma revisão em baixa do crescimento económico para 1,8%. Ficamos assim a saber, que para o governo e os partidos que o apoiam, existe austeridade boa e má. Portanto, o que ditou a união das esquerdas para a formação do governo, não era o fim da austeridade, mas tão só uma austeridade diferente. O tal caminho alternativo que nos “venderam”, afinal é também austeritário, só que diferente, porque é de “esquerda e patriótico”. Temo que o populismo de que se reveste todo este caminho não traga bons resultados. A incompatibilidade que existe na equação de querer aumentar o crescimento económico, ao mesmo tempo que se aumenta a carga fiscal às empresas e se cria um discurso contra o “capital”, não traz, como nunca trouxe, bons resultados. Costa tinha razão, é necessário um outro caminho."

Antes do mais, tal como acontece com a maioria dos portugueses - onde certamente não estará incluído Miguel Almeida - assumo dificuldades em perceber e dominar todas as nuances com se tece a feitura de um orçamento de Estado. 
Como todos os portugueses, tenho acesso à informação através dos jornais, rádios, televisão, internet, procuro verificar a posição de políticos de todos os quadrantes e, sobretudo, tenho particular atenção ao posicionamento dos grupos de interesses que mamam do Estado.
Depois procuro as minhas conclusões. 

Desde logo, o óbvio: estamos fortemente condicionados por Bruxelas.
Perante esta realidade, existem duas maneiras de reagir: à Passos Coelho/Paulo Portas, que consistiu em aceitar toda e qualquer imposição sem contestação, e tratou os portugueses como carne para canhão; e aquilo que tem estado a ser feito pelo actual governo de António Costa, tentando numa conjuntura muito adversa, ter em conta os portugueses e  o interesse nacional
Manuela Ferreira Leite, uma social-democrata, reconheceu que o governo saiu vitorioso da difícil negociação...

Depois de semanas de acesas discussões sobre o OE16 em órgãos de informação controlados pelos interesses políticos e financeiros, em que a esmagadora flor do entulho do comentário politico em Portugal é afecta ao anterior governo (actual oposição), verificamos que não se registou a catástrofe anunciada. Como a crónica acima do Miguel Almeida deixa transparecer, a direita em Portugal vive hoje mergulhada na frustração. 
Era o orçamento que não passaria em Bruxelas, era o governo que ia cair, era a chantagem das agências de rating (como sabemos, mais uma mão misteriosa a servir os interesses da alta finança...), eram aqueles que nos impuseram o maior aumento de impostos de que há memória a anunciar o apocalipse fiscal!..
Agora, tal como faz Miguel Almeida, no papel de a correia de transmissão dos interesses do seu partido na crónica acima, chegou-se ao ponto de defensores da ideologia da austeridade acusarem o actual governo de fazer um Orçamento de Estado ideológico!.. 
O guião, basicamente, resume-se a esta pobreza: os aumentos de impostos inscritos neste documento seriam o preço a pagar pelos acordos à esquerda que permitiram a constituição do actual governo. 
Será que os portugueses já se esqueceram do que foi feito por Passos Coelho/Paulo Portas em 4 anos?
Empresas privatizadas em saldos, aumentos colossais de impostos, cortes violentos no Estado Social, imigração em massa, etc.
Será que os portugueses já se esqueceram?...

Desde já, em abono deste governo, registo o aumento do salário mínimo, a redução das taxas moderadoras, a redução dos impostos sobre o trabalho, a reposição dos cortes salariais na função pública, no Complemento Solidário para Idosos, no Rendimento Social de Inserção e no Abono de Família. 
É positivo saber que se pode governar sem massacrar  sempre os mais vulneráveis.
Registo mais um factor de esperança no orçamento do actual governo: o fim dos saldos no sector empresarial do Estado. 
Após quatro anos a vender património do Estado “como quem vende os anéis para ir buscar dinheiro“, este orçamento não prevê qualquer privatização. 
Bom, também é verdade que já não há muito mais para privatizar...

O PSD, procurou fazer passar, que o OE16  é o orçamento do “toma lá, dá cá“
A resposta pronta e eficaz da esquerda, via deputado João Galamba, colocou a propaganda do PSD acessível a qualquer português que tenha dificuldade em perceber e interpretar um OE: trata-se do orçamento do “toma lá 1400 milhões e dá cá apenas 290“
Gostei do trocadilho... 
Irritado e aborrecido andei eu 4 anos com os os orçamentos do "toma lá peanuts, dá cá salários, prestações sociais e investimento em saúde e educação para dar isenções e benefícios aos mesmos de sempre"...
Eu sei que “o caminho do inferno está pavimentado de boas intenções”.
Vamos ver, depois de 4 anos da "geringonça de direita", o que vai dar a "geringonça de esquerda"...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Poderia ser um aviso colado nos maços de cigarros...

foto António Agostinho

Desfile de Carnaval foi cancelado na Figueira da Foz

Como é óbvio, esta jovem não desfilou no carnaval de Buarcos. Se assim fosse, estaria encarquilhada pelo frio...
Podemos discordar sobre quase tudo. Mas, por estes lados, está mais do que na altura de chegar a um consenso sobre os fenómenos meteorológicos. 
Todos sabemos o essencial sobre a matéria. 
No Verão está calor e não chove; na Primavera está ameno e, às vezes, chove; no Outono está ameno e, frequentemente, chove; e no Inverno está frio e chove – muitas e muitas vezes. 
Eu sei que existe muita incerteza na previsão do estado do tempo. 
A meteorologia é uma ciência traiçoeira. Ela partilha isso com os piratas, os políticos e as ciências económicas. 
Mas, no Inverno, o natural é estar frio e chover – muitas e muitas vezes

Não se preocupem nem estraguem o carnaval: em nome da competitividade isto ainda há-de piorar mais um pouco...

"Portugal é o quarto pior país para se trabalhar"...

Sempre carnaval...

As contas ainda não estão apuradas, mas já sabemos que, pelo menos, a base mínima do investimento financeiro, com o dinheiro dos nossos impostos e a fundo perdido, feito pela câmara da nossa cidade será, no mínimo, em 2016, com um evento promovido pela iniciativa privada, de 50 mil €
Recorde-se: os promotores são autónomos e privados mas contam com o apoio financeiro e logístico garantido previamente
Nada mau, para quem tem como objectivos, com a realização do carnaval cá da santa terrinha, presumo eu, nada mais nada menos, do que proporcionar alguma elevação espiritual, aumentar o saber, alargar o conhecimento, reflectir nas origens das alegrias desta vida, perspectivar um sistema produtivo ao mais elevado custo para alimentar burros a pão-de-ló, numa palavra, absorver e promover a cultura brasileira – daí o interesse cultural referido - uma vez que, por aqui, somos um bando de labregos intelectuais...
Resta, neste último dia da festa, realçar e agradecer a maneira louvável e o empenho com que os senhores da câmara, em nosso benefício, gastam o nosso dinheiro.
Dado o inequívoco interesse turístico, económico e cultural deste batuque brasileiro, em que na única vez que por lá passei, me senti tão deslocado como, imagino, se fosse um hippie me sentiria numa esteticista, sugiro, desde já, que nos passem a debitar na conta da água, mais uma taxa – e não sejam modestos... – para financiamento específico desta grande obra cultural e de promoção turística promovida, realizada e financiada por cabeças sabedoras e superiores.
Mais um ano, mais um carnaval e na Figueira nada de novo. Por ora,  nada mais há a dizer sobre este filme.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Gostam de carnaval?.. Tomem lá e embrulhem...

"Em 2005, o Governo de José Sócrates deu um enorme contributo para se acabar com este absurdo privilégio ao legislar que ele terminaria daí para a frente. Resta agora completar o serviço e terminar com as sinecuras antigas que ainda sobrevivem e que tão bem simbolizam o chamado Bloco Central dos interesses. Um país que obriga os contribuintes a um pagamento vitalício a Armando Vara e Dias Loureiro pelos bons serviços prestados ao Estado - só para citar dois casos que beneficiavam dele em 2013 - não é um país decente. É um sítio que teima em manter-se mal frequentado."

Em tempo.
Lista completa de deputados signatários: Alberto Costa (PS), Alberto Martins (PS), Ana Paula Vitorino (PS), André Figueiredo (PS), António Braga (PS), Arménio Santos (PSD), Carlos Costa Neves (PSD), Celeste Correia (PS), Correia de Jesus (PSD), Couto dos Santos (PSD), Fernando Serrasqueiro (PS), Francisco Gomes (PSD), Guilherme Silva (PSD), Hugo Velosa (PSD), Idália Serrão (PS), João Barroso Soares (PS), João Bosco Mota Amaral (PSD), Joaquim Ponte (PSD), Jorge Lacão (PS), José Junqueiro (PS), José Lello (PS), José Magalhães (PS), Laurentino Dias (PS), Maria de Belém Roseira (PS), Miguel Coelho (PS), Paulo Campos (PS), Renato Sampaio (PS), Rosa Maria Albernaz (PS), Sérgio Sousa Pinto (PS) e Vitalino Canas (PS).
Depois digam que eu tenho mau feitio...

Não dancem muito, para poupar na água...

... continuem descansados, do aumento dos combustíveis já tratou o Costa. 
Passem a usar mais transportes públicos, deixem de fumar e moderem o recurso ao crédito.
O povo, onde me incluo, que continue a lutar por causas verdadeiramente importantes...
Há lá coisa mais bonita do que um bom par de mamas quase ao natural?..

Parece magia... (mas, só lhe vou chamar Paulo Portas...)

"...garante que esteve em Bruxelas e pediu ao presidente da Comissão Europeia “que não fosse intransigente” com Portugal e aprovasse o Orçamento do Estado."

Sambar na Figueira, em Fevereiro, num descampado como é aquela Avenida, é uma anormalidade...

Via AS BEIRAS. Mais fotos aqui.
Todos os anos é a mesma coisa. 
Pelo andar da carruagem, ainda vai tornar-se um costume. 
Pelo menos, parece já ter o efeito de habituar os figueirenses a qualquer coisa!  
Bom, ainda sobram alguns resistentes a isto, a que não se habituam: refiro-me ao Carnaval brasileiro que se faz na Figueira
Ver aquelas jovens com trajes generosos a sambar, não raras vezes à chuva e ao frio, para meia dúzia de dúzias de assistentes, agasalhados até às orelhas, faz vir ao de cima pensamentos nada abonatórios: aquilo é estúpido, visto de qualquer ângulo, por mais curvas que as bailarinas tenham.
Só aceito uma razão para sair à rua em trajes menores com um frio destes: é se alguém tiver de sair pela janela, porque, entretanto, alguém antecipou a hora de regresso a casa...
A meu ver, sambar na Figueira, em Fevereiro, num descampado como é aquela Avenida, é uma anormalidade. 
Ou vocês acham normal, um homem pagar 3 € para poder ver mulheres descascadas com as legítimas ao lado?..

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Bom domingo de carnaval, com muito pão e muito circo...

A política do pão e circo, que os políticos promovem desde Roma, está hoje, mais uma vez,  em exibição na nossa cidade. 
Mais uma vez, o investimento público vai substituir o investimentos privado na realização do carnaval Figueira 2016.
Há muito que está provado que se a realização do carnaval na Figueira dependesse do dinheiro da iniciativa privada teria deixado de ser assunto há anos. 
Mas voltando a Roma antiga, a política do pão e circo consistia em oferecer aos romanos alimentação, vinho e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios, onde eram distribuídos alimentos e vinho. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida real, diminuindo assim as hipóteses de revolta.
A partir de quarta-feira na Figueira retomamos a normalidade do carnaval quotidiano deste concelho ...
Os actores políticos que temos, no momento, por cá,  são muito parecidos com os demais que tivemos nos últimos 20 e tal anos... 

Em tempo.
Não é, não foi e nunca será  intenção do autor deste blogue liderar qualquer contestação ao carnaval.
O que penso é transparente, simples de escrever e de entender: estas folias,   não devem continuar a ser pagas com dinheiros públicos. O erro pode ser meu, mas não compreendo que a Câmara Municipal determine a cobrança de impostos e taxas para serviços essenciais, como é o caso da recolha do lixo, alegando que não pode suportar o seu custo, e queime  o guito em batucadas.
Isto, em tempos normais; por maioria de razões, ainda mais em tempos difíceis como os que vivemos.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Não tenho problemas de ansiedade e os meus abdominais com as caminhadas estão a ficar óptimos...


A propósito desta equipa autárquica...
O poder local figueirense nunca foi a pior coisa do mundo...
Mas, ao longo dos anos, tem tido demasiados dos nossos defeitos.
E continua a ter...
Mais do mesmo, portanto...
Enfim, a oeste nada de novo...

A eternidade para Santana Lopes na Figueira!..

Na Figueira é sempre carnaval...

" O trio eléctrico está de volta à Figueira da Foz, 12 anos depois da última vez em que animação desfilou sobre rodas na marginal da cidade. Desta vez, porém, a moda importada pelo antigo presidente da câmara Pedro Santana Lopes faz-se no inverno, nos dois corsos do Carnaval de Buarcos/Figueira da Foz, e não nas noites cálidas de verão, como aconteceu naquela altura. A outra novidade é que em vez do samba é o zumba, a dança da moda, que vai animar a pista da viatura descoberta com 30 metros de comprimento. A sugestão partiu do professor figueirense de zumba Luís Paulo, que a Associação do Carnaval de Buarcos/Figueira da Foz, que este ano organiza a festa carnavalesca, acolheu de imediato. O mentor da ideia adiantou aos jornalistas que quem quiser pode juntar-se ao trio eléctrico, formando um grupo de foliões ao ritmo do zumba. 
Na conferência de imprensa, Luís Paulo fez-se acompanhar por Adelino Vaz (organização do Carnaval), Rui Duarte (Junta de Buarcos) e Rosa Amélia, a peixeira mais conhecida de Portugal. “A peixeira do povo”, como gosta de ser conhecida, revelou que vai subir ao último andar do trio elétrico para dançar com “o fato mais descascado” que encontrar no seu roupeiro. A empresária apresentou-se como fã do trio eléctrico. Esta paixão nasceu na Figueira da Foz, quando, nos primeiros anos do actual século o músico brasileiro Netinho espalhou o ritmo baiano pela marginal. A carismática Rosa Amélia aproveitou a ocasião para defender o regresso do Carnaval de verão à Figueira da Foz. O trio elétrico vai abrir os desfiles de domingo e terça-feira, com cerca de uma centena de foliões a bordo e todos os quiserem acompanhá-lo. " 
Via AS BEIRAS

Em tempo.
Coerência, é, 12 depois, no inverno, esta maioria absoluta que está no poder autárquico figueirense, contribuir para fazer reviver uma moda importada pelo antigo presidente da câmara Pedro Santana Lopes...
Será que estes, que tanto quanto sei, nunca pertenceram à elite cultural lisboeta, acreditam que a Figueira continua a ter tudo para estar na moda?..
Se isto constitui eternidade na Figueira para Santana Lopes, não sei!..
Aquilo que constato é que esta elite, que é eleita pelo povo, sabe que "o povo" é povo porque não percebe uma carrada de coisas. 
Há muitas razões para "o povo" ser tratado por “o povo” e não por outro nome qualquer que lhe desse mais dignidade do que aquela que merece por parte de quem o governa
Podia passar a listar essas razões, numa lista ordenada, ou numa lista desordenada, mas seria desnecessário, por irrelevante.
A esmagadora maioria de quem passa por aqui, para ler, não é "o povo"...
E, quem me lê, sabe do que eu estou a falar...

PS Coimbra