Nestes tempos conturbados e inquietantes que vivemos, a imprensa poderia ser uma mais valia na formação cívica de todos nós.
Numa sociedade civilizada, o grau de cidadania de um povo também se mede pela percentagem dos leitores de jornais, relativamente à população.
Quantos mais jornais vendidos, tanto maior será a consciencialização sociopolítica de um povo e, consequentemente, maior a sua capacidade de exigência democrática, de participação cívica e de decisão política.
Todos sabemos, porém, que a informação vive de audiências, isto é, deixa de fazer sentido e é supérflua sem audiências. Sem audiência, a informação morre. Mas também deixa de ter sentido e é ociosa, a informação apenas vocacionada para as audiências.
Será que por causa das audiências, se tem de matar a informação?
São necessárias audiências para justificar a informação.
Mas a busca das audiências a todo o custo, como se pode verificar no exemplo ao lado, não pode determinar e condicionar a informação.
O espectáculo do sangue, por outras palavras “o recurso sistemático "aos crimes de faca e alguidar" como chamariz desvirtua os jornais e a comunicação social, abafando o trabalho sério de jornalistas que procuram formar e informar”.
Do meu ponto de vista, um jornal a "escorrer sangue", e como sabemos há casos destes na imprensa portuguesa, pode ser tudo menos atractivo e estimulante para a leitura...
Mas, se calhar, estou completamente enganado!...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
3 comentários:
Este tipo de comportamento jornalístico e humano pode provocar o "instinto da repetição"...
Mentes "confusas e doentes" objecta-se que estejam longe da "motivação perversa" de actos de desespero cruel...
Esta "publicidade" de "gestos e atitudes" pode ser perigosa para todos...
E na vida que hoje vivemos há motivos de sobra para que este "tipo de notícia", possa ajudar a "pegar de estaca" e alastrar como "acto reflexo" do desespero de quem por aí anda perdido em frustrações dos mais diversos tipos...
Cuidado!!!..não brinquem com o fogo por simples factos de audiências,pois nunca se sabe quando um "translocado" nos pode bater à porta....
Vamos lá ter bom senso e usar a cabeça,sem ter a ideia de que ela só está no corpo humano para "enfeitar"...
Custódio Cruz
A imprensa regional precisa de pensar seriamente na sua ética profissional. Em diversos textos apresenta opiniões, no lugar de informar e tendencialismos! Devem ter aprendido com a Manuela Moura Guedes....
é o apêlo puro e simples ao mórbido, aos instintos mais primários,que são aqueles que a maioria do dito zé povinho tem à flor da pele
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