Via Diário as Beiras
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sábado, 19 de agosto de 2023
A TERRA EM ESTADO CRÍTICO
sexta-feira, 18 de agosto de 2023
Querido diário - Lições do Pontal
Há dez anos, Pedro Passos Coelho foi à festa do Pontal para, aliviando-se “de um emaranhado de frases sem ordem, sem clareza e sem gramática” (Vasco Pulido Valente dixit, Público, 18/8/2013), pressionar o Tribunal Constitucional.
“Qualquer decisão constitucional não afectará simplesmente o Governo. Afectará o país. Esses riscos existem, eu tenho que ser transparente. Se esse risco se concretizar [o TC declarar a requalificação inconstitucional] alguns dos objectivos terão que andar para trás.”
Em causa, estavam diplomas para a requalificação/despedimento dos funcionários públicos e a perspectiva seria - como se imagina - não uma expansão do funcionalismo, com vista à prestação de melhores serviços públicos, mas a sua contracção - mesmo sem qualquer reforma do Estado (que Paulo Portas não conseguira mostrar) - visando apenas a estrita redução do défice orçamental.
Interessante verificar que, dez anos passados, o PSD - desta vez chefiados pelo então líder da bancada parlamentar de Passos Coelho - tenha gritado, na mesma festa do Pontal, contra os maus serviços públicos prestados apesar da dita elevada carga fiscal. Só faltou Montenegro defender - e imagina-se por que não o fez - que essa melhoria seria conseguida com uma redução do número de funcionários públicos. Não, o discurso agora é outro. Visa reduzir a carga fiscal, para se obter uma menor arrecadação de impostos que, por sua vez, levará a prazo... a uma redução da Função Pública.
Há dez anos e apesar dos abraços da praxe no local, Passos Coelho não convenceu.
(Para continuar a ler clicar aqui)
"... a discussão em torno do estado da nação."
«Em Junho deste ano, a Universidade do Porto publicou um estudo acerca da economia não registada em Portugal, no qual se estimava que tivesse atingido 34,37% do PIB. Se isto é verdade então o problema não é tanto os impostos serem muito altos, mas sim haver uma parte significativa da população que consegue escapar a pagar impostos, logo a carga fiscal acaba por ser concentrada em menos contribuintes. A conclusão do estudo é curiosa: a solução está em
"que o governo tome medidas adequadas e abrangentes para tornar a economia oficial mais atrativa e competitiva – face à ENR, mas também face aos países concorrentes –, de um modo geral, para que as pessoas (trabalhadores e empresários) não tenham de recorrer à ENR para obter níveis de rendimento mais condignos ou até mesmo emigrar (deslocalizar, no caso das empresas)”, destaca Óscar Afonso, autor da investigação e diretor da FEP."Fonte: UP
Ou seja, o crime compensa e quem não paga pode continuar a não pagar. Ainda por cima, o estado gastou mundos e fundos a desenvolver uma Autoridade Tributária das mais sofisticadas do mundo e, no final do dinheiro gasto, serve apenas para assediar quem já paga impostos. Ainda por cima, ironicamente os contribuintes é que suportaram o custo de um sistema que os persegue e que não consegue apanhar quem não paga. Ironicamente, se a economia paralela fosse declarada, Portugal teria um rácio de dívida pública-PIB mais baixo e haveria mais receitas fiscais para amortizar a dívida e até para melhorar a qualidade da saúde e da educação pública em Portugal. E sendo uma economia de menos risco, também poderia conseguir financiar-se a custos menores.
Onde é que está a economia paralela ou não registada e quem são as pessoas que afinal até são bastante produtivas para gerar mais de 34% do PIB registado? O estudo acha que é uma economia de vícios: corrupção, branqueamento de capitais, fraude, etc., mas acho este diagnóstico suspeito. Se eu tivesse que sugerir a área que aumentou bastante de actividade recentemente e que provavelmente uma parte significativa vive à margem, diria que é a economia digital, especialmente através das redes sociais, o que nos leva a outra ideia.
Portugal já tinha grande tendência para a economia dos biscates e agora, na era dos influencers, condutores de Uber, senhorios da Airbnb e do Instagram, personal coaches, etc., ainda tem mais e por isso o desemprego baixou -- não só em Portugal como noutros países. Não é verdade que a economia portuguesa não tenha mudado, mudou bastante e até se internacionalizou ainda mais. Basta participar nos workshops de influencers portugueses para encontrar pessoal a assistir que está espalhado por todo o mundo.»
A UE não tem vontade política própria
Na véspera da cimeira da NATO, o The New York Times publicou um artigo da autoria de Gray Anderson e Thomas Meaney intitulado “A NATO não é o que diz ser”. (Ver aqui).
Dez de Agosto comemorou 143 anos de existência
𝟰𝟬 𝗶𝗺𝗮𝗴𝗲𝗻𝘀 𝗱𝗲 𝗴𝗿𝗮𝗻𝗱𝗲 𝗯𝗲𝗹𝗲𝘇𝗮 𝗱𝗼 𝗻𝗼𝘀𝘀𝗼 𝗦𝗶𝘀𝘁𝗲𝗺𝗮 𝗦𝗼𝗹𝗮𝗿 𝗼𝗯𝘁𝗶𝗱𝗮𝘀 𝗲𝗺 𝘃𝗮́𝗿𝗶𝗮𝘀 𝗺𝗶𝘀𝘀𝗼̃𝗲𝘀 𝗽𝗹𝗮𝗻𝗲𝘁𝗮́𝗿𝗶𝗮𝘀 𝗲 𝗽𝗼𝘀𝘁𝗲𝗿𝗶𝗼𝗿𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗽𝗿𝗼𝗰𝗲𝘀𝘀𝗮𝗱𝗮𝘀 𝗽𝗲𝗹𝗼 𝗳𝗼𝘁𝗼́𝗴𝗿𝗮𝗳𝗼, 𝗮𝗿𝘁𝗶𝘀𝘁𝗮 𝗲 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗶𝘁𝗼𝗿 𝗻𝗼𝗿𝘁𝗲-𝗮𝗺𝗲𝗿𝗶𝗰𝗮𝗻𝗼 𝗠𝗶𝗰𝗵𝗮𝗲𝗹 𝗕𝗲𝗻𝘀𝗼𝗻
quinta-feira, 17 de agosto de 2023
quarta-feira, 16 de agosto de 2023
ITE MISSA EST
Uma boa e uma má notícia. Mas, isto não andará tudo ligado?..
A riqueza global diminuiu em 2022 pela primeira vez desde a crise financeira de 2008.
Em Portugal, o número de milionários voltou a aumentar, com maior expressão no escalão mais baixo."
A crise, pelos vistos, não está a ser para todos: há mais milionários em Portugal!
Esta é a boa notícia.
Agora a má notícia.
Todos os dias há mais pobres, muitos mais pobres…
Uma coisa não tem que ver com a outra?
Claro que tem!
terça-feira, 15 de agosto de 2023
Idiossincrasia
O sonho "demasiado alto" de José Esteves terá sido o "azar" de Carlos Monteiro nas autárquicas de Setembro de 2021?
Na oportunidade, para abrir espaço à candidatura de Milu Palaio, a número dois do executivo daquela freguesia.
As promessas adiadas...
segunda-feira, 14 de agosto de 2023
"O que BCE dá, o BCE tira..."
É tão simples
«“Portugal perde em apenas dois anos quase todo o alívio de juros do pós-troika”, informa Luís Ribeiro no DN.
O que BCE dá, o BCE tira: é tão simples que a mente pode bloquear e deixar-se enredar em fraudes austeritárias, da “credibilidade” à “confiança dos mercados”.
De resto, estar dependente de um banco central supranacional, controlado pelo capital financeiro do centro, é o problema da nossa democracia.»
"... preços altos não são, em regra, um problema para os estrangeiros. Mas são um problema para os portugueses..."
O preço dos elevadores
"Disse Marques Mendes na avença semanal que tem na televisão do militante n.º 1, sem contraditório, que o preço das casas em Lisboa e no Porto mata o elevador social e que, pasme-se, até conhece quem tenha ido morar para Setúbal por causa disso. Há em Setúbal quem tenha ido morar para o Pinhal Novo por causa do preço das casas, gente que Marques Mendes não conhece, e não são tão poucos quanto isso. Assim como Almada e toda a margem sul explodiu com a fuga de Lisboa pelos mesmos motivos, depois de já ser insuportável pagar um andar desde Benfica a Santo António dos Cavaleiros, era Marques Mendes pequenino e, como é por todos sabido, "em pequenino não conta". Podemos argumentar com o preço elevado da habitação em todo o lado, à sua proporção, agora meter o "elevador social" à mistura, tadinhos dos alfacinhas e dos tripeiros..."Imagem sacada daqui