Via Expresso
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sexta-feira, 10 de setembro de 2021
quinta-feira, 9 de setembro de 2021
A CDU não está presente no debate da SICN por razões óbvias: não pactua com farsas...
Está a decorrer um debate na SICN sobre as autárquicas 2021na Figueira.
Em estúdio estão Santana Lopes, Carlos Monteiro e Pedro Machado.
Em casa ficaram todos os outros candidatos.
Em estúdio estão Santana Lopes, Carlos Monteiro e Pedro Machado.
Em casa ficaram todos os outros candidatos.
Em 16 de Agosto, a CDU Figueira foi convidada pela Direcção de Informação da SIC, a participar num debate entre os candidatos à presidência da Câmara Municipal da Figueira da Foz, a realizar a 9 de setembro, quinta-feira, com início na SIC Notícias às 10h e duração até cerca do meio-dia.
Segundo a SIC, "dado o elevado número de candidatos (sete) nem todos poderiam estar presentes em estúdio".
O critério da SIC, "foi dar prioridade à presença em estúdio aos partidos com representação no executivo autárquico (PS e PSD, no caso da Figueira)."
Contudo, a SIC entendeu "que o antigo presidente e de novo candidato, Pedro Santana Lopes, também deveria estar em estúdio."
"Os demais entrariam por videoconferência".
Segundo a SIC, "dado o elevado número de candidatos (sete) nem todos poderiam estar presentes em estúdio".
O critério da SIC, "foi dar prioridade à presença em estúdio aos partidos com representação no executivo autárquico (PS e PSD, no caso da Figueira)."
Contudo, a SIC entendeu "que o antigo presidente e de novo candidato, Pedro Santana Lopes, também deveria estar em estúdio."
"Os demais entrariam por videoconferência".
A resposta da CDU só podia ser uma: não participar nesta farsa.
E por razões simples:
1. Mais uma vez e de uma forma "nova", os senhores da SIC "desrespeitando o PCP e a CDU, desrespeitaram a função jornalística que deveria deontologicamente primar pela isenção.
2. Convidam três candidatos autárquicos à Figueira da Foz, para debate em estúdio, à "sombra" da exiguidade do espaço.
3. Este argumento não colhe no contexto actual. Aliás, se colhesse, a SIC poderia/deveria ter optado por um sorteio entre todos os candidatos (6, ao que se sabe, hoje).
4. Interessante como a SIC define duas formas de opção/decisão: o "nosso critério" e o "nosso entendimento".
5. A CDU, embora não tenha nenhum vereador no executivo camarário, tem vários eleitos nas freguesias do concelho e também na assembleia municipal, órgão deliberativo por excelência.
6. Sendo assim, a CDU não se prestaria a esta farsa. E, por favor, não a apelidem de "democrática" porque o não é.
7. A SIC está sempre a tempo de arrepiar o caminho do mau jornalismo e passar a respeitar a informação séria, descomprometida e liberta de amarras que apenas a embotam.
PSD de Rio: a mudança é rumo à semelhança entre PSD e Chega?
Via Revista Visão
"Durante o último fim de semana, o PSD do Seixal organizou uma conferência chamada Avante Sombra. Os participantes abordaram temas que, com certeza, julgam muito relevantes para as pessoas do concelho. Foram eles o fim do comunismo, a ameaça vermelha e a análise dos regimes venezuelano e norte-coreano. Fica assim evidente que os dirigentes do PSD pensam que os munícipes do Seixal vivem preocupados com a possibilidade de Nicolás Maduro e Kim Jong-un exportarem a sua revolução para estas bandas e nada com as suas condições de vida.
"Durante o último fim de semana, o PSD do Seixal organizou uma conferência chamada Avante Sombra. Os participantes abordaram temas que, com certeza, julgam muito relevantes para as pessoas do concelho. Foram eles o fim do comunismo, a ameaça vermelha e a análise dos regimes venezuelano e norte-coreano. Fica assim evidente que os dirigentes do PSD pensam que os munícipes do Seixal vivem preocupados com a possibilidade de Nicolás Maduro e Kim Jong-un exportarem a sua revolução para estas bandas e nada com as suas condições de vida.
A vontade de brincar com tão alucinado
evento é irresistível. Mas não é avisado olhar
para isto como se fosse um fenómeno isolado.
Os acordos com o Chega nos Açores escancararam a porta da legitimação desse partido,
mas também foram um livre-trânsito para
alguns setores do PSD enveredarem por linhas
que tradicionalmente nada têm que ver com o
partido.
Não foram, porém, estes setores, digamos,
mais radicais que fizeram com que Suzana
Garcia se candidatasse pelo PSD, como também não foram eles que espalharam por Lisboa
cartazes a anunciar que o sistema ia tremer e a
insultar os outros partidos.
Aliás, o discurso anacrónico e que nada diz
aos eleitores da constante lembrança dos regimes comunistas, de que vivemos numa espécie
de socialismo e temos as nossas liberdades
coartadas é, mesmo assim, menos grave do
que a conversa de ser contra o sistema – mais
a mais porque aquele é tão disparatado que só
descredibiliza.
Se dúvidas houvesse de que Rio concorda com este discurso, ele veio esclarecer que,
disse-o na semana passada, sempre foi contra
o dito sistema.
Infelizmente, nunca ninguém pergunta a
estas pessoas, nomeadamente ao presidente do
PSD, o que é ser contra o sistema.
Está contra
a democracia liberal? Contra a separação de
poderes? Contra a Constituição? É que nisto a
extrema-direita não tem dúvidas: é contra.
Tenho nisto uma certeza e uma interrogação. A certeza é a de que jamais o PSD
regressará ao poder se enveredar por este caminho de nada ter para propor às pessoas e de
preferir fazer regressar fantasmas de ameaças
comunistas ou patetices do género. Mas pode
ser pior ainda, pode insistir no discurso de ser
antissistema. A interrogação é se isto se deve ao
desespero de não estar no poder – e não parecer estar próximo – ou se corresponde a uma
mudança estrutural do partido.
Duvido que corresponda a uma mudança
estrutural. A maioria dos militantes e habituais
votantes rejeita o discurso antissistema e, cedo
ou tarde, imporá às lideranças um discurso
diferente.
E importa referir que Rui Rio, por muito
que tenha anunciado um recentramento e um
regresso à matriz social-democrata, acabou
por promover pessoas como Suzana Garcia,
acordos com o Chega e repetiu (não é novo em
Rio) o discurso antissistema.
Por outro lado, o desencanto e o afastamento dos moderados podem conduzir à vitória
dos antissistema e aí a semelhança entre esse
PSD e o Chega será evidente. Claro está que
nesse momento a reconstituição do centro-
-direita já estaria em curso (já há sinais disso)
e o PSD da sua herança só teria o nome. Esse
processo, no entanto, é lento e estando apenas
presente no espaço partidário essa alternativa,
seria muito mais audível e conquistaria mais
espaço. Não o suficiente, queiram os deuses,
para sonhar com o poder, mas, mesmo assim,
forte.
Na semana passada, escrevia aqui que a
conversa de que somos governados pela extrema-esquerda e de que já não vivemos numa
democracia liberal perpetuará o PS no poder.
Mas pode ser pior, podemos estar a falar do
fim do PSD. E não, não apenas como partido de poder, mas como uma organização que
pode reivindicar a herança de Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Cavaco Silva e mesmo de Durão
Barroso ou Passos Coelho.
Os partidos vivem e morrem, como qualquer organização humana, a questão é o vazio
que deixam e os efeitos que provocam. Para a
nossa democracia, o possível fim do PSD como
o conhecemos seria um problema muito grave
e com consequências pouco menos do que
catastróficas."
quarta-feira, 8 de setembro de 2021
terça-feira, 7 de setembro de 2021
Sonho
Ao acompanhar a reunião de Câmara desta manhã, fiquei com a sensação que o Dr. Carlos Monteiro confia numa vitória do PS no próximo dia 26.
Mal fora, aliás, se assim não fosse..
Os sonhos inspiram-nos. Muitas vezes os sonhos são precisos para imaginar realidades. Porém, as realidades são mais interessantes que os sonhos, apesar de serem mais duras, árduas e difíceis.
Sempre gostei de ter sonhos.
Contudo, gosto mais de lidar com realidades do que com sonhos.
Não se infira daqui, que esteja a colocar em causa a importância dos sonhos na busca dos novos desafios.
As realidades são o que são.
Porém, os sonhos, algumas vezes, nada são.
Pode ser este o caso. Ou não...
A 26 de Setembro próximo todos ficaremos a saber.
Foi inaugurado sistema de iluminação nocturna para a prática do surf no Cabedelo
O sistema entrará em funcionamento regular nas próximas semanas. Neste momento, segundo o que pode ser lido no Diário as Beiras, "o Município da Figueira da Foz está a elaborar o regulamento, envolvendo escolas de surf e outros equipamentos e operadores ligados à modalidade."
A iluminação da onda do Cabedelo, com oito pontos de luz, para a prática nocturna de surf, foi proposta pelo movimento cívico SOS Cabedelo e foi integrada nas obras de requalificação do Cabedelo, que se encontram na fase final.
A iluminação da praia situada na margem esquerda do Mondego, junto ao molhe sul, foi ligada, entre as 20h e as 00h, para garantir a prática de "diferentes desportos de deslize" à noite, segundo informação do município da Figueira da Foz.
segunda-feira, 6 de setembro de 2021
Vivemos na Figueira: tenham calma...
OUTRA MARGEM já cá anda a virar frangos há muitos anos.
Nada mais natural, portanto, que tenha o cuidado de prestar atenção aos novos candidatos ao poleiro, antes de contribuir para correr com os actuais.
Como quase tudo na Figueira, a democracia é pobre.
Não há milagres: não pode haver uma democracia rica e robusta sem democratas.
A seu favor, pode ser dito que, na Figueira, a democracia é tão boa como qualquer outra coisa.
A sua maior fragilidade é que os chefes reflectem os que representam.
Quando o povo é pouco exigente, o que é que se pode esperar das elites?
A seu favor, pode ser dito que, na Figueira, a democracia é tão boa como qualquer outra coisa.
A sua maior fragilidade é que os chefes reflectem os que representam.
Quando o povo é pouco exigente, o que é que se pode esperar das elites?
Olhamos para o que está e o que vemos?
Populismo, radicalismo, autoritarismo, falta de tolerância, vaidade, tiques de superioridade, ausência de cultura democrática, arrogância, ignorância, estupidez e egoísmo.
Olhamos para o que pode vir a seguir e o que vislumbramos?
Populismo, radicalismo, autoritarismo, falta de tolerância, vaidade, tiques de superioridade, ausência de cultura democrática, arrogância, ignorância, estupidez e egoísmo.
A diferença, a existir, é mínima: está entre o mau e o pior...
É a Figueira que temos...
Populismo, radicalismo, autoritarismo, falta de tolerância, vaidade, tiques de superioridade, ausência de cultura democrática, arrogância, ignorância, estupidez e egoísmo.
A diferença, a existir, é mínima: está entre o mau e o pior...
É a Figueira que temos...
Mas, a nossa querida Figueira é linda. Sempre: no inverno, no Verão, na Primavera, no Outono.
É linda. Temos paisagens magníficas, mar, serra e rio, mulheres bonitas, bons pratos, boas iguarias, bons petiscos e o clima vai sendo razoável.
Porém, há o reverso da medalha: temos emprego precário, ganhamos mal, habitação cara, estacionamento pago na baixa (vendemos o chão), água e saneamento a preços exorbitantes (vendemos os canos) - e temos este PS municipalista há 12 anos no poder.
Após o resultado das autárquicas de 2021, já sei o que me vai acontecer: vou estar contente. Mas, também, vou estar triste.
A Figueira é assim e vai continuar assim: uma cidade de contrastes.
Os Partidos do arco do poder, depois do dia da votação, esquecem as obrigações sociais e os compromissos para com os eleitores. Passam a ter obrigações corporativas para com os seus. E como assim tem acontecido - e vai continuar a acontecer - depois do dia 26 próximo, vão beneficiar alguns e prejudicar todos.
A democracia tem uma dimensão formal e outra substantiva.
A formal cumpre-se com os actos eleitorais e com o normal funcionamento dos órgãos institucionais. A substantiva é aquela em que a democracia se realiza na relação dos políticos com os cidadãos.
O povo figueirense sabe isto tudo. O povo figueirense sabe tudo e tudo cala.
E finge-se admirado quando as coisas não acontecem.
domingo, 5 de setembro de 2021
Autárquicas 2021 na Figueira: informação útil...
Autárquicas 2021: o meu voto
No momento em que estou a escrever, vou ouvindo em directo Jerónimo de Sousa a discursar na Festa do Avante.
Ao mesmo tempo - sempre consegui fazer várias coisas em simultâneo - em que estou a ouvir o secretário-geral do PCP, um político a quem comprava um carro em segunda mão, reflito sobre o que se passa na Figueira, quando estamos apenas a 21 dias do acto eleitoral, que vai definir o governo do concelho nos próximos 4 anos.
Ao mesmo tempo - sempre consegui fazer várias coisas em simultâneo - em que estou a ouvir o secretário-geral do PCP, um político a quem comprava um carro em segunda mão, reflito sobre o que se passa na Figueira, quando estamos apenas a 21 dias do acto eleitoral, que vai definir o governo do concelho nos próximos 4 anos.
Estamos a entrar na recta final das eleições autárquicas 2021.
O voto é nosso. Em qualquer eleição, serve para definir as prioridades que defendemos.
A meu ver, nos próximos anos, a prioridade máxima será a protecção dos que vão ficar à margem da bazuca, aqueles que mais vão sofrer com o empobrecimento generalizado - o Covid-19 vai continuar a ter as costas muito largas - e com o esvaziamento de direitos fundamentais.
Pelo passado, pelo presente e pelo futuro, o partido que melhores garantias me dá de tudo procurar fazer para garantir essa protecção, na Figueira e no País, é o PCP.
O meu voto será, portanto, na CDU.
Na realidade figueirense de 2021, no mundo real de hoje, o mundo dos comunas é um mundo de respeito, solidariedade e honestidade, onde «a palavra dada é palavra honrada».
Estão, como sempre estiveram - 100 anos de existência são a melhor garantia que poderia ser dada - aptos a defender quem eu entendo que vai necessitar de ser defendido.
E votarei com convicção. O que se faz, livre, convicta, natural e conscientemente, não envergonha.
Mais e melhor ainda: vai dar-me um gostinho especial e um prazer malandreco, poder votar num Partido Comunista, quando existe um vasto leque de opções e alternativas.
O voto é nosso. Em qualquer eleição, serve para definir as prioridades que defendemos.
A meu ver, nos próximos anos, a prioridade máxima será a protecção dos que vão ficar à margem da bazuca, aqueles que mais vão sofrer com o empobrecimento generalizado - o Covid-19 vai continuar a ter as costas muito largas - e com o esvaziamento de direitos fundamentais.
Pelo passado, pelo presente e pelo futuro, o partido que melhores garantias me dá de tudo procurar fazer para garantir essa protecção, na Figueira e no País, é o PCP.
O meu voto será, portanto, na CDU.
Na realidade figueirense de 2021, no mundo real de hoje, o mundo dos comunas é um mundo de respeito, solidariedade e honestidade, onde «a palavra dada é palavra honrada».
Estão, como sempre estiveram - 100 anos de existência são a melhor garantia que poderia ser dada - aptos a defender quem eu entendo que vai necessitar de ser defendido.
E votarei com convicção. O que se faz, livre, convicta, natural e conscientemente, não envergonha.
Mais e melhor ainda: vai dar-me um gostinho especial e um prazer malandreco, poder votar num Partido Comunista, quando existe um vasto leque de opções e alternativas.
O passado no presente, mas dificilmente no futuro próximo...
A tradição e as raízes de um Partido como o PSD Figueira, residem no passado.
É a esse passado, que os políticos se ligam quando, não a tendo, precisam de arranjar uma identidade.
Em 2021, quem não perceber isto, se calhar não entende o resto....
Ao promoverem estes métodos de governar e estes métodos de estar na política, imitando-lhe os truques e os tiques, mesmo com as devidas distâncias, pretendem apenas uma democracia de pacotilha e de fachada, onde sobreleva a propaganda e o autoritarismo.
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