segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Listas para as póximas autárquicas...

Resumo. Hoje tenho muito que fazer e há muito pouco mais a escrever: o principal partido da oposição, escolheu listas para a CM e AM à altura  do líder do principal partido da situação.

O problema da fixação dos jovens no concelho passa pelo problema da habitação e por outros tão ou mais graves: qualidade do emprego, salários e estabilidade laboral...

REUNIÃO ORDINÁRIA DA CÂMARA MUNICIPAL DA FIGUEIRA DA FOZ DE 09-08-2021: AGENDA aqui.

Via Diário as Beiras.
"Na sessão de hoje vão ser votados os projetos de regulamento do programa municipal de arrendamento bonificado, do programa municipal arrendamento seguro e do arrendamento I&D. E, ainda, o início do procedimento de elaboração da Carta Municipal de Habitação do Município da Figueira da Foz.
Estas propostas são apresentadas pela maioria socialista e visam a aplicação de políticas que integram a Estratégia Local de Habitação (ELH). As diversas soluções comtempladas abrangem, também, o mercado de arrendamento para jovens e para a classe média. Mas também o apoio a pequenas obras de reabilitação de habitação própria para proprietários com insuficiência económica. 
A ELH do Município da Figueira da Foz foi aprovada, por unanimidade, na reunião de câmara de 2 de novembro de 2020, após ter sido submetida a consulta pública, entre 17 de julho e 25 de agosto do mesmo ano. Esta resposta social é abrangente e diversa, mas converge na necessidade de colmatar as carências identificadas e definidas para 10 anos. 
A estratégia combina soluções municipais com respostas do Estado, recorrendo a fundos europeus, locais e nacionais. A ELH integra, entre outros, os programas nacionais Arrendamento 1.º Teto, Arrendamento Bonificado, Arrendamento Seguro e Arrendamento I&D. Por outro lado, estimula a reabilitação urbana para o mercado de arrendamento. 

Entretanto, o município assinou um acordo de colaboração com o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana para a reabilitação de 106 fogos da Figueira Domus (no valor de 3, 3 milhões de euros) e outros 124 da câmara, igualmente geridos pela empresa municipal (3,9 milhões de euros). 
Este investimento candidatou-se a fundos do Plano de Recuperação e Resiliência. Se as empreitadas para aquelas intervenções forem executadas dentro dos prazos definidos pelo aquele programa de financiamento europeu, terão acesso a 100 por cento de financiamento. Assim, isenta a Câmara da Figueira da Foz de garantir uma taxa de esforço de 50 por cento. 
A falta de habitação para arrendamento com rendas acessíveis é um problema que também está a afetar a classe média, no concelho e no país, o que obrigou o Estado português e as autarquias a uma nova abordagem ao setor da habitação, até agora praticamente vocacionado apenas para a habitação social. 
Uma das soluções passa por a autarquia arrendar imóveis no mercado livre e subarrendá-los a preços mais baixos."

Os jovens que pretendam fixar-se no concelho da Figueira, além das dificuldades que enfrentam no sector da habitação, têm outros problemas tão ou mais graves. A saber:a Figueira perdeu 5 mil habitantes nos últimos 10 anos. Isso não foi por acaso: a qualidade do emprego, os salários (há muitos trabalhadores com salários a roçar o ordenado mínimo) e a precariedade laboral.
Quem olhar para os dez últimos anos que emprego estável, de qualidade e bem remunerado foi criado no concelho?
Antes pelo contrário: a desvalorição do trabalho, a insegurança laboral e a perda de rendimentos foi a realidade que contribuiu decisivamente para o definhamento do concelho da Figueira da Foz.
Fica a sugestão. "mercearia" figueirense pode continuar a crescer... Na Figueira, se há sector económico onde se verifica uma concorrência feroz, é na mercearia: depois da ocupação terra, ainda temos o rio e o mar. "Já existem supermercados flutuantes"...

Há quem ande por aí a propagandear sobre as maravilhas do concelho.
Eles lá sabem porquê. Contudo, a verdade é que o modelo de crescimento dos últimos anos tem assentado na criação de empregos com muito baixos níveis salariais e, em muitos casos, sem qualquer progressão ao longo da carreira.
Para não focar a precariedade do emprego criado e o que foi extinto.
Como andamos a escrever há mais de meia dúzia de anos, algumas das maiores fortunas de Portugal, foram conseguidas através do negócio de mercearia, que gera alguns milhares de empregos, mas não cria riqueza.
Embora possam ter outros negócios, a maior parte da fortuna veio do negócio de mercearia, que esmaga margens dos industriais, dos agricultores, dos pescadores, etc., que para eles trabalham. 
Nos últimos anos, várias cadeias de distribuição, nacionais e internacionais, abriram superfícies comerciais na Figueira da Foz.
A criação dos postos de trabalho é uma questão sensível para a autarquia, mas há quem duvide que o saldo seja positivo, colocando na equação os empregos que se perdem no comércio tradicional.
“Não acredito que o saldo seja negativo. Estas superfícies estão a concorrer entre si e não com o comércio tradicional” -  vereadora Ana Carvalho

Jovens e figueirenses em geral: O pessimismo atávico, não nos leva a lado nenhum. Ter visão de futuro e sermos pragmáticos é bem diferente...
Portanto, se gostam só têm que continuar... Em equipa que ganha não se mexe.
Recordo, via Diário as Beiras,  Rui Curado da Silva em 9 de Fevereiro de 2017.
"Não aprendemos com os erros cometidos no final dos anos 90, quando se começou a arrasar o comércio tradicional na Figueira. Será que é preciso repetir o que foi dito e redito, que este tipo de soluções comerciais não gera mais emprego do que aquele que destrói? Não percebemos que o lucro que ali se obtém voa para outras paragens e não é reinvestido na Figueira? Ignoramos que os impostos pagos por parte daquelas empresas vão parar à Holanda, através de esquemas fi ctícios de compra e venda? Ninguém está contra a existência de grandes superfícies, desde que haja um equilíbrio entre o benefício do serviço que prestam e o comércio local. Todavia, esse equilíbrio há muito que foi quebrado na Figueira, com claro prejuízo para o comércio local. Ainda mais inaceitável é continuada fuga aos impostos de algumas destas empresas, funcionando como autênticos sorvedouros da riqueza local para a Holanda, um país bem mais rico que Portugal. Este problema poderia ser atacado pela Associação Nacional de Municípios, se fosse um órgão descomprometido. Não seria muito difícil pressionar ou impor um mecanismo a estas empresas para estancar a fuga de riqueza local para a Holanda."

domingo, 8 de agosto de 2021

Assim, isto não passa de propaganda...

Contudo, quando o barco chegar, se chegar, compro bilhete, utilizo e publicito.
Espero é que não fique apenas pela propaganda e venha a ser uma realidade, se possível "em breve".
Já ontem era tarde...
Via Diário de Coimbra.

Mais sincero que isto é impossível: "Santana só faz contrato de arrendamento de uma casa na Figueira, se ganhar as eleições"...

... ou, então, uma (mais uma) jogada de mestre: pode estar aqui o embrião de um movimento de apelo ao voto em Santana nas próximas autárquicas, liderado por uma ou duas dúzias de corajosos propietários de casas para arrendar qa Figueira!..  

Via Correio da Manhã

Ordenação das forças políticas e Grupo de Cidadãos Eleitores no Boletim de Voto das próximas Eleições Autárquicas

Para ficar a saber o lugar na lista em quem quer votar na Figueira, clique aqui...

Um pôr do sol no Cabedelo de um dia 8 de Agosto do final da década de 60 do século passado


Em finais dos 60 do século passado, ao ir pela muralha até ao Cabedelo, mais precisamente para a Praia dos Blocos velhos, a norte  da Gala, mais ou menos onde agora está a portaria do Porto de Pesca, tínhamos de passar pela ponte do Buquete...

Um dia, ainda eu era adolescente, o quer dizer que já lá vão muitos anos, depois de fazer esse percurso, que deveria ter dois quilómetros, sentei-me no areal do deserto que então era o Cabedelo, para apreciar o pôr-do-sol.

A praia estava vazia. Os pouco veraneantes que então frequentavam o Cabedelo já tinham abalado. Naquele fim de tarde dum dia 8 de Agosto, algures pelo final da década de 60 do século passado, talvez 1969, o vento frio e algo desagradável não conseguia levantar as areias, consistentes como açúcar mascavado, que ficaram à mostra pela baixa-mar.

De repente, o horizonte tornou-se  carregado e  opaco. A linha que, no horizonte, separa o céu e o mar ficou invisível. 

Não consegui prever o que estava para acontecer. Também não demorou muito para ficar a saber: de repente começou a cair do céu uma chuva quente que me apanhou em cheio. Naquele tempo o Cabedelo era um deserto. Fiquei encharcado até aos ossos.

Há coisas que, não desejando que se repitam, para que se não percam definitivamente da nossa memória, convém que fiquem escritas.

Jornais e blogues


Desde muito jovem que leio jornais. Continuo a ler.
Desde há quase 20 anos que leio blogues. Vou continuar a ler.
Há jornais onde se escreve muito bem. E há jornais onde se escreve muito mal.
Há blogues onde se escreve muito bem. E há blogues onde se escreve muito mal.
Uma coisa descobri nos blogues: há quem escreva muito melhor do que eu pensava. 
Gente que nunca apareceria nos jornais e que escreve coisas que valem a pena ser lidas.
Há escritos nos blogues que nunca teria possibilidade de ler nos jornais.
Aprecio a coragem. Gosto do pluralismo. A variedade fascina-me. A inteligência atrai-me. 
Vou continuar a ler jornais. E vou continuar a ler blogues.
E a escrever o blogue.
Ter um blogue, que vai no décimo sexto ano de existência, não é uma preocupação,  um dever ou um facto condicionante para o seu autor. 
Em qualquer fase da sua vida, foi, é e será, uma liberdade. 
De escrita. E de silêncios. 
Sempre escrito e publicado com gosto.

sábado, 7 de agosto de 2021

Autárquicas 2021: ao que isto chegou!...

"Candidato do Chega a Caminha entregou listas eleitorais no sítio errado"!..

Porque tive de criar o OUTRA MARGEM, há mais de 15 anos...


Nas fotos, eu e o eng. António Albuquerque numa amena e salutar conversa, quando no Cabedelo existia espaço para o convívio e para o diálogo inteligente e esclaredor.

Andam por aí candidatos a políticos, que vivem no mundo da fantasia da pequena política figueirense, que me acham com caparacidade para, perversamente, criar um "universo paralelo".
Isto, no mínimo, é rídiculo.

Deveria sentir-me honrado com a importância que me dão e que, de todo, não mereço.
Presumo, porém, que explicção para este eqívoco é simples de dar e de entender: o "concelho real" adora esses políticos; o tal "universo paralelo", criado por mim,  não tem por eles a mesma imoderada estima.
 
Já estou habituado. São muitos anos a "virar frangos". Não há candidato a político que, tarde ou cedo, não venha com isto. Não há candidato a político que entre a adulação da gente que o rodeia e o exercício da crítica, não prefira que o "concelho real" seja o da adulação. 

De resto, costuma acontecer que à medida que a distância aumenta entre o "concelho real" e o "universo paralelo", mais "real", para o político, se torna o "concelho real" e mais "paralelo" o "universo paralelo"

Não admira que estes candidatos a políticos se convençam que a sua corte de apaguinuados acríticos, são a única e autêntica realidade e que o mundo cá de fora não passa de uma fantasia, fabricada por um  inimigo (eu...) que tem «ódios de estimaçã».

Esta gente, na sua infinita capacidade de auto-ilusão, leva a coisa mais longe. A existência do "universo paralelo" é a prova que vivemos numa "semidemocracia"
Por exemplo, se eu não publico o que era seu desejo, simplesmente porque tenho opinião própria, "estou a fazer campanha ao lado" de certos partidos. Por outras palavras, não "faço campanha" ao lado deles. 

Este facciosismo nunca me pareceu aceitável. Por isso, se tenho opinião livre, o que me permite introduzir o "país real" no "universo paralelo" e remover o "semi" da semidemocracia, tive de criar o OUTRA MARGEM há mais de 15 anos.
Que, pelos vistos, ao contrário do que era minha intenção, vai ter de continuar...

PSD e PS a contribuirem para aquilo que Santana tanto gosta: explorar à exaustão o "fait-divers"...

 Via Jornal de Notícias

“Seria lamentável as pessoas deixarem de adoptar a bicicleta” por medo...

Via Jornal de Notícias 

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Quem consegue ressitir a tanto charme?..


HAJA PACIÊNCIA E ESPERANÇA...

 Via Diário as Beiras

Cabedelo piroso e soturno: "que fizemos para merecer isto?".

Imagem via Diário as Beiras

Muitas vezes ouvimos desabafar: "que fiz eu para merecer isto?"
Mais do que uma queixa, um lamento, uma surpresa, é um protesto.
Quando algo desagradável nos toca a nós, todos achamos que não merecemos. 
Estamos formatados e vivemos para as coisas boas - numa palavra para a felicidade. 
Achamos que Deus  nos deve uma vida feliz, onde só têm de acontecer coisas positivas. Contudo, algum de nós se lhe tocasse o euromilhões (é para isso que jogamos...) se questionaria de onde tinha vindo tanta sorte?
Na prática, uma queixa, um lamento serve para nos consolarmos e para salvar, no meio da desgraça, a nossa imagem. 
O corpo já teve melhores dias, rebentou um cano em casa, avariou o motor do portão electrico da garagem, a arca frigorífica deu o berro, tivemos furos seguidos na bicicleta, demos um toque na parede ao estacionar o carro, apanhámos uma diarreia (não a mental, que essa é crónica...), temos um novo Cabedelo piroso e soturno: "que fizemos para merecer isto?".
Logo nós, que não merecíamos. Logo nós, sempre tão bons rapazes e raparigas...

Parábola das sandálias (ou a importância da oposição)


"Quando o meu filho faz birra porque quer ir para a praia com meias e sapatilhas em vez de levar as sandálias do Homem-Aranha que seriam muito mais fáceis de calçar e descalçar num mundo de areia assaltam-me dois sentimentos contraditórios: uma ira imensa, porque até foi ele que escolheu as sandálias na loja; e um orgulho desmedido, por ver que segue as minhas pisadas e defende o uso de meias e sapatilhas nas idas à praia, ao contrário da maioria absoluta dos veraneantes.
E quem diz que a maioria tem sempre razão? 
Esse é, aliás, o calcanhar de Aquiles da democracia. Mesmo quando a maioria está errada, os poucos que a contestam têm de submeter-se à sua vontade. E tão importantes são as minorias para acautelar os desmandos das maiorias, que por mais absolutas que sejam não têm o monopólio da razão. Com as autárquicas à porta, é natural que a preocupação primordial dos eleitores seja a escolha de um presidente de Câmara. Mas não menos importante será a oposição com que os vencedores terão de conviver e trabalhar durante o mandato. Uma oposição forte faz um executivo forte. Torna-o mais atento, menos displicente, obriga-o a preparar melhor os dossiês. 
A tese de que só com uma maioria absoluta é possível ter a estabilidade necessária para levar por diante as políticas sufragadas pelos eleitores convence pouco. 
Boa parte das decisões nos executivos até são tomadas por unanimidade ou sem sobressaltos de maior. É nos grandes projetos, nas matérias com mais impacto na vida dos cidadãos, que muitas vezes surge a discórdia. 
Um problema? Não creio. Porque é precisamente nestes casos que a discussão mais faz sentido. Um executivo de maioria absoluta, não raras vezes, envereda por um simulacro de debate, ciente de que, no final, a sua vontade prevalecerá, por muito benévolos que sejam os contributos da oposição. 
É por isso que desconfio das maiorias absolutas e discordo da teoria dos executivos monocolores que alguns defendem em nome da alegada estabilidade. No entanto, é evidente que numa câmara de maioria relativa, para que não se atinja o caos, exige-se uma oposição adulta, com noção de que o seu contributo é essencial, mas que continua a estar em minoria. 
Em suma, não podemos ter uma oposição birrenta, a fazer barulho só porque sim. Na maioria das vezes, será mesmo preciso usar as sandálias e esquecer as meias e as sapatilhas. Mas haverá com certeza ocasiões para calçar as sapatilhas e outras até em que a melhor solução será juntar meias e sandálias. O importante é que os munícipes estejam bem calçados."

Quase metade da "bazuca" já está atribuída...

"António Costa atrasa férias para lançar ‘bazuca’: 43% das verbas já têm destino".

Uma entrevista esclarecedora: “o cargo fez-se para o Homem”!..

Via Diário as Beiras