quarta-feira, 30 de novembro de 2022

A opinião está de volta ao Diário as Beiras (2)

 Via Diário as Beiras


PS escreve à 3ª, PSD à 4ª, FAP à 5ª. Presidente da Câmara na última 6ª do mês.

Assunto do dia hoje na Figueira é: há uma reunião de câmara extraordinária para votar o Orçamento do Município para 2023

Via Diário as Beiras

"A proposta do executivo camarário do movimento independente Figueira a Primeira (FAP), de maioria relativa, atinge os 78,7 milhões de euros, menos 4,6 milhões do que o exercício em curso."

"O PS absteve-se no Orçamento de 2022. Para viabilizar a aprovação este ano quer mais investimentos nas freguesias"

Ricardo Silva, único vereador do PSD. «No ano passado, votei contra porque era um orçamento de continuidade. Este ano, só depois da discussão anunciarei o meu sentido de voto»".

93 anos de Mário

 Mário Silva, se fosse vivo completaria ontem 93 anos.

Foto sacada daqui

«...foi um dos maiores artistas portugueses do século XX e um espírito livre. Um artista excêntrico, obstinado, anárquico e contestatário. Nunca obedeceu a qualquer corrente. Assumiu um estilo independente e, não obstante, “conseguiu vingar” - o que, neste país, é obra!»

Desde novembro de 2002, que na praia do Cabedelo, estava perpetuado o nome do falecido Mário Silva, um artista plástico de referência, culturalmente inserido na geração de 1960, que pautou a sua carreira por uma acção cultural, humorística e literária de contestação e crítica à sociedade. 
Com a denominada requalificação do Cabedelo, colocaram-lhe a estátua a um canto. 
Foto via Joaquim Madeira

Não só, mas também por isso, estive ontem a lembrar o Cabedelo e  os 93 anos de Mário Silva. Comemorar, claro, porque Mário Silva continua vivo, apesar dos apesares. Quem "obrou" a aberração da requalificação do Cabedelo nem o passado soube respeitar.
Citando Victor Costa: "Hoje não jantámos, nem houve Última Ceia, nem houve Mestre e Epístolas, nem Musas e Ninfas das Artes.
Hoje, artistas e amigos, entregaram uma flor branca ... e muitas flores coloridas, e muito afecto e muito reconhecimento e muita amizade."

terça-feira, 29 de novembro de 2022

«𝐓𝐞𝐫𝐜̧𝐚𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐏𝐨𝐞𝐬𝐢𝐚» 𝐜𝐨𝐦 𝐅𝐢𝐥𝐢𝐩𝐚 𝐋𝐞𝐚𝐥

"A Biblioteca Pública Municipal Pedro Fernandes Tomás, recebe hoje, dia 29 de novembro, pelas 21h30, para mais uma sessão de «Terças com Poesia», a poeta, jornalista e argumentista Filipa Leal.

Com vasta obra literária publicada, Filipa Leal apresenta, na RTP2, com Pedro Lamares, o programa de literatura «Nada Será Como Dante».

A iniciativa é dirigida ao público em geral, tem entrada livre, contudo sujeita à
lotação da sala."

A opinião está de volta ao Diário as Beiras...

Só as forças políticas que elegeram vereadores nas eleições de setembro de 2021, têm representantes a escrever a partir de hoje na coluna de opinião do Diário as Beiras, página da Figueira da Foz.
O PS escreve à terça. O PSD à quarta. A FAP à quinta. O presidente da Câmara publica uma crónica na última sexta-feira do mês.
Neste modelo, para já, nota-se que com a mudança do critério de escolha dos colunistas de opinião na Figueira da Foz, CDU e BE, partidos que não elegeram vereadores e apenas têm representação na Assembleia Municipal, deixaram de estar representados no leque do painel de opinião publicada pelo Diário as Beiras.
A crónica que inaugura este novo ciclo, é assinada pela representante do PS.

Quando o exemplo vem da juventude

O desporto pode ser fundamental na educação da juventude. Para além de contribuir para o desenvolvimento físico, pode igualmente promover valores como a importância "de jogo limpo, respeito pelas regras e um esforço coordenado e subordinado dos interesses pessoais aos do grupo".

A prática desportiva regular e de qualidade, pode melhorar o sucesso escolar dos alunos, ao promover estilos de vida saudáveis e valores e princípios associados ao desenvolvimento de uma cidadania activa.

Para além disso, pode incutir na juventude competências sociais e valores morais. Responsabilidade, disciplina, espírito de equipa, tolerância, respeito pela verdade, solidariedade, são tudo valores que podem ser potenciados pela prática desportiva. Contudo, "se houver uma má orientação desses objectivos, pode promover sentimentos de ódio pelos adversários, entre outras atitudes mais reprováveis."

Os pais e a escola deveriam ter como "uma das maiores e principais tarefas  ajudar as crianças e jovens a estabelecerem um sistema de valores e princípios, que lhes sirva de referência na tomada de decisões de carácter ético-moral."

Quem frequenta recintos desportivos para assistir a jogos das camadas jovens sabe que, por vezes, os piores exemplos vêm dos adultos. Isso é grave, pois transmite aos filhos determinadas características e  valores que os vão guiar pela vida fora.

Por cenas a que assisti, deixei há muito de ir ver jogos das camadas jovens.

Porém, por vezes damos conta que ainda existem faróis que mantém viva a esperança. Um episódio destes aconteceu um dia destes em Montemor-o-Velho, no decorrer de um jogo de futebol entre a equipa local e o Condeixa. 

A história está muito bem contada pelo jornalista Paulo Marques na edição de hoje do Diário as Beiras. Não é preciso acrescentar mais nada. Leiam.

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Nos 90 anos da Escola Joaquim de Carvalho

Via Diário as Beiras
"Na passada sexta-feira, a Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho celebrou 90 anos. No decorrer da cerimónia, nas intervenções efetuada foi realçando o papel e a importância deste estabelecimento de ensino na formação de distintas gerações.
O presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes realçou a emoção que sentiu ao apreciar “o orgulho que cada uma das escolas da Figueira da Foz tão bem exibe e que não pode deixar de ser sublinhado”, esperando que cada um dos jovens ali presentes se prepare para os desafios do futuro sempre maiores e mais complexos para que, “futuramente, se possam fixar na cidade que os formou e nela desenvolver e implementar os ensinamentos académicos adquiridos”.  
O director da escola, Carlos Santos, referiu, no seu discurso, que na Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho o amor funciona como linha orientadora, pois graças a ele e só através dele “a obra nasce e acontece”
Durante a cerimónia, foi visualizado um filme que fez uma retrospetiva aos 90 anos da instituição, homenageando todos os seus diretores. Foram também entregues prémios cívicos e académicos.
Nesta cerimónia de comemorativa, estiveram ainda presentes a Delegada Regional da Educação do Centro, Cristina Oliveira, a vereadora Olga Brás, vários presidentes de Junta de Freguesia, e diretores de Agrupamentos Escolares, entre outras entidades. 
Até 1978, a escola teve várias nomenclaturas. No início, em 1932, chamou-se Liceu Municipal Dr. Bissaya Barreto. Mais tarde, em 1961 Liceu Nacional da Figueira da Foz. Em 1979, com a distinção entre liceus e escolas técnicas, a designação oficial passou a ser Escola Secundária n.º 2 da Figueira da Foz. Em 1978, uma portaria governamental consagrou a designação “Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho - Figueira da Foz”, de acordo com a proposta enviada pela escola, reconhecendo o valor de Joaquim de Carvalho no âmbito da cultura e da educação, e com o apoio maioritário dos professores e a concordância da Câmara Municipal da Figueira da Foz."

"O Qatar não é uma falha civilizacional, mas parte integrante do mundo liberal"


"
A bola é redonda como a globalização", um artigo de opinião assinado por José Neves (Público, 24 de novembro de 2022).

Pode ser lido clicando aqui.

A explicação é simples

Via O Figueirense

Dr. Santana Lopes, a explicação é tão simples como isto: é um assunto que não dá votos. 
Portanto, quem de direito esteve-se a borrifar para a realidade.

Uma Memória Marítima: "As Memórias do Zézito"...

Hoje, pelas 15 horas, vai ter lugar na Figueira da Foz, no Hotel Sweet Atlantic, o lançamento do
 livro de memórias, aos 85 anos de idade, do Senhor José Mirão.
O livro, "As Memórias do Zézito", será apresentado por Alfredo Pinheiro Marques, director do Centro de Estudos do Mar (CEMAR), que também assina o prefácio.

"O Senhor José Mirão é um homem que se fez a si próprio, pelo seu próprio mérito e pelo seu próprio esforço, num percurso cheio de dificuldades, mas sempre de bem com a vida; e que, por isso, tendo começado em 1954 simplesmente como ajudante de traçador na sala do risco dos Estaleiros Navais do Mondego, no fim da sua carreira veio a ser desenhador e responsável de construção e de reparação naval em ambos os estaleiros da Figueira da Foz. E, no campo da defesa do Património Cultural Marítimo figueirense, foi quem em 1975 colaborou com o Prof. Arq. Octávio Lixa Filgueiras, o grande especialista da Arquitectura Naval Tradicional em Portugal, para o grande trabalho do levantamento das embarcações tradicionais antigas em madeira, o levantamento que foi feito paralelamente e em articulação com a criação do Guião Temático do Museu Municipal da Figueira da Foz, o museu que então ia ser remodelado, de acordo com esse Guião."

Saudosistas do Estado Novo...

Via Diário de Notícias: «Durante o debate sobre a avocação das propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), o deputado do PSD Alexandre Poço começou a sua intervenção por assinalar a data: "Viva a democracia, viva o 25 de Novembro",  sendo aplaudido de pé pela maioria dos deputados à direita.»



A seguir ao 25 de Abril de 1974, certamente por milagre, desapareceram os fascistas:  passamos a ser um País de social-democratas e socialistas democráticos.
Quem viveu activamente essa época, sabe que nos meses que se seguiram ao 25 de Abril de 1974, Portugal era um País de esquerda: a direita desapareceu.
Os partidos da direita que existiam - uma direita  "fofinha" - esmeravam-se em elogios ao MFA. 
Mais tarde, veio  o recurso ao terrorismo. Os separatistas dos Açores e da Madeira estavam nos partidos da direita, os mesmos partidos onde se esconderam os terroristas do ELP.

Agora, temos o Chega e o IL. 
São fascistas? Se lhes colocarem esta questão dizem: "claro que não".
Mas,  depois lá vão deixando escapar que antes do 25 de Abril não era tudo mau. Se calhar nem existiu a falta de liberdade, o Tarrafal, os excessos da PIDE, os democratas mortos e torturados, o analfabetismo, a fome, a miséria social e a guerra colonial. 
Alguns, ainda são capazes de defender que a PIDE era uma instituição para fazer o bem: nunca fez vítimas. Aliás, devem ter morrido muitos portugueses nessa altura, mas em acidentes na estrada. Não na guerra colonial nem às mãos dos esbirros da PIDE.

A direita portuguesa não mudou: os “velhos” fascistas envergonhados que andavam pelo PSD e CDS, têm agora o Chega e o IL para continuarem a tentar destruir o que quer que ainda cheire a 25 de Abril e a democracia.
Quem viveu esse tempo, ou leu sobre o assunto, sabe que descontando a excepção de Humberto Delgado e de mais uma meia dúzia de personalidades, a direita em Portugal, no tempo de Salazar e Caetano, convivia bem com o conforto que lhe era proporcionado pelo "Estado Novo, regime político ditatorial, autoritário, autocrata e corporativista de Estado que vigorou em Portugal durante 41 anos ininterruptos, desde a aprovação da Constituição portuguesa de 1933 até ao seu derrube pela Revolução de 25 de Abril de 1974".

Depois de ter perdido o poder, em 25 de Abril de 1974, é que a direita portuguesa descobriu que a liberdade e a democracia existiam.
O que de mais ousado aconteceu na direita portuguesa durante a ditadura foi terem assumido a designação de ala liberal do regime. Os deputados da Ala Liberal constituíram uma geração de políticos adeptos de uma liberalização do regime do Estado Novo. Pontificaram na Ala Liberal do período antes do 25 de Abril, entre outros, José Pedro Pinto Leite, Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão, Mota Amaral, Joaquim Magalhães Mota e Miller Guerra.

"... até parece que as elites da União Europeia (UE) têm um plano"

João Rodrigues
Professor universitário,
coautor do blogue
Ladrões de Bicicletas
e membro do Conselho
Editorial do 
Le Monde
diplomatique
– edição portuguesa.

ELES TÊM UM PLANO

«A recessão e o desemprego que resultam de uma política ao serviço dos credores atingirão os elos mais fracos, ou seja, os países endividados como Portugal e em particular as suas classes trabalhadoras.»

REALMENTE NÃO SE FAZ

«Miopia ideológica e incompetência pura e dura, seguidismo e mediocridade: as elites do poder da UE, a começar na inefável von der Leyen, combinam isto e muito mais. Não há propaganda em jornais como o Público que apague este padrão. Mas atenção, eles têm um plano.

Agora, ou seja, tarde demais, um alto responsável na Comissão conclui o óbvio ululante, segundo o insuportavelmente europeísta politico.eu“numa análise realista, os EUA são o país que mais lucra com a guerra, porque está a vender mais gás a preços mais elevados e porque estão a vender mais armas”. Os países da UE sangrarão indústria. Mas que surpresa. Continuemos pois a seguir alegre e acriticamente esta gente.

E, vejam lá, em Bruxelas descobriram que os EUA têm política industrial e usam o protecionismo de forma estratégica. Faz parte da sua história desde o início, ou seja, desde o justamente célebre relatório de Alexander Hamilton sobre a proteção das indústrias nascentes. Espantam-se por ainda existirem Estados que assim operam. Serão cada vez mais e cada vez mais intensamente. Realmente, não se faz.»

sábado, 26 de novembro de 2022

Faleceu Fernando Gomes

«Morreu, este sábado, o maior goleador da história do F. C. Porto. Ficam os golos e o eterno fascínio do mais prestigiado de todos os dragões, um dos grandes obreiros da enchente renovadora do clube nos anos 1970 e 1980.

O funeral realiza-se no domingo, às 15 horas, na Igreja das Antas, no Porto.»

Mais um caso… Mais uma tragédia, numa noite de tempestade, na praia, a meio da noite…

"A manhã da sexta-feira junto à Praia da Lagoa, na Póvoa de Varzim, começou com uma notícia que deixou moradores e visitantes apreensivos: uma jovem militar de 20 anos desapareceu durante a madrugada na praia, depois de, alegadamente, ter sido arrastada pelas ondas. As buscas começaram cedo — o helicóptero da Força Aérea Portuguesa sobrevoou a zona durante todo o dia, uma embarcação de salvamento permaneceu no mar e, em terra, vários elementos da Polícia Marítima, dos bombeiros e da Proteção Civil, apoiados por um conjunto de drones (incluindo um drone disponibilizado por um popular), procuravam por qualquer sinal desta militar.

Durante a tarde, por volta das 15h30, o desfecho que muitos temiam aconteceu. O corpo da jovem foi encontrado na Praia da Redonda, a alguns metros da zona onde tinha desaparecido e um local onde as buscas já estavam concentradas desde a manhã, uma vez que a experiência anterior das autoridades, face à agitação do mar e à direção do vento, indicava que a jovem poderia aparecer naquele perímetro."

Revista Sábado 

A propósito desta tragédia, recorda-se um texto do Centro de Estudos do Mar - CEMAR, escrito por Alfredo Pinheiro Marques ("O Grau Zero da Consciência Marítima"), no seu livro "Para uma Estratégia Nacional do Mar…" (2013).

"(...) Agora, numa situação datada de 15.12.2013, tomou-se conhecimento, com tristeza, da lamentável e trágica ocorrência de seis jovens mortos (estudantes universitários…!), na praia aberta e desabrigada (praia típica da "Arte-Xávega") do Meco, a sul da Costa de Caparica... Essas pessoas foram levadas por uma onda, quando estavam à beira da rebentação, de noite, em Dezembro, vestidas com as respectivas "vestes académicas"…!

A verdade é que, a nível geral, em Portugal e na sociedade portuguesa, é hoje em dia absolutamente dramática e dolorosa a falta de conhecimento, de familiaridade, de experiência e de respeito pelo Mar…! Como se ele não existisse... Como se ele fosse simplesmente um cenário… Um cenário mais… igual a todos os outros cenários (os cenários virtuais de que as vidas, hoje em dia, são feitas...). Um cenário imóvel, ou movendo-se, virtualmente, lá no seu lugar…

Num país de pretensiosismo e preconceito social, em que tudo o que for real, prático e produtivo, é desvalorizado por ser "popular" (e as populações e as novas gerações são incentivadas para valorizarem socialmente sobretudo aquilo que for bizantinamente teórico e académico, ritual, e alienado da verdadeira realidade), atingiu-se na sociedade e na cultura portuguesas uma situação última e paradoxal — uma situação incompreensível, e inacreditável... — de afastamento do mar, e da consciência marítima, e de toda e qualquer espécie de experiência das coisas marítimas (até as coisas mais elementares...!). E tudo isto está a acontecer ao mesmo tempo que, como sempre, se continuam a repetir as retóricas do "país marítimo", e dos "Descobrimentos", e do "regresso ao Mar"…! Ora, a verdade é que, infelizmente, Portugal virou as costas ao Mar e está, desde há muito, a ignorá-lo, e a esquecê-lo, e a viver completamente de costas voltadas para ele.

Infelizmente, em Portugal, hoje em dia, entre as populações em geral, e entre a juventude, não se tem prática nem sequer das mais essenciais e mais básicas das experiências do mar: as da rebentação, na praia... as que tão bem conhecem, no seu dia-a-dia, os Surfistas e os Pescadores da "Arte-Xávega".

Dez anos de "reorganização das freguesias do concelho da Figueira da Foz"...

Passaram 10 anos sobre a chamada reorganização administrativa de outubro de 2012. Continuo a sentir o mesmo: sem berros e no tom mais ameno que é possível, como eleitor e espectador o mais atento que me é possível da política local, deixo explícito que continua a ser-me  difícil entender o “negócio figueirense" PPD/PSD/100% de 10 de outubro de 2012.
Como escreveu Miguel Almeida: a "INEVITABILIDADE".

Recuemos à edição do Diário as Beiras de 10 de Outubro de 2012.
“Os presidentes das 18 juntas do concelho da Figueira da Foz sempre foram solidários uns com os outros quando estavam em causa situações que afectassem o conjunto ou alguns dos seus elementos. Na sessão da Assembleia Municipal da passada segunda-feira, porém, essa solidariedade foi quebrada, quando os autarcas do PSD e da Figueira 100% mais os independentes José Elísio (Lavos) e Carlos Simão (S. Pedro) se colocaram ao lado dos sociais-democratas e do movimento independente.”
Jot´Alves, (edição impressa)…

Passados 2 dias, em 12 de outubro de 2012, Miguel Almeida, com a colaboração do Movimento 100% e o alheamento do PS,  impôs às freguesias figueirenses, não uma reforma político-administrativa, mas, apenas um conjunto de alterações avulsas, coercivas e apressadamente gizadas, feitas à medida do chamado plano de reajustamento, ou Memorando de Entendimento (ME), celebrado pelo estado português sob a batuta do governo socialista de Sócrates com a Troika (FMI, CE e BCE), e com o acordo do PSD e CDS-PP.
Recordemos.
A Assembleia Municipal votou o novo mapa das freguesias.
Foi aprovada a proposta conjunta apresentada pelo PSD, Figueira 100%,  Presidente da junta de freguesia de S. Pedro (Carlos Simão) e Presidente da junta de Lavos (José Elísio).
A  extinção das Freguesias de S. Julião, Brenha, Borda do Campo e Santana foi aprovada com os votos contra do PS, da CDU e da presidente da junta de freguesia de Santana (PSD).
O presidente da junta de freguesia de Tavarede (PS) absteve-se.
Ficou assim a votação: 22 votos a favor; 19 contra; e 1 abstenção.
Resultado:
BUARCOS  AGREGOU S. JULIÃO;
ALHADAS AGREGOU BRENHA;
PAIÃO AGREGOU BORDA DO CAMPO;
FERREIRA A NOVA AGREGOU SANTANA.

Não sou  defensor de que tudo, nomeadamente no que concerne às organizações humanas, é eterno.
Daí, encarar como perfeitamente natural reformas dos sistemas político-administrativos. Contudo, essas reformas, a meu ver, têm de assentar em estudos fundamentados e tendo em conta a realidade.
Reformas político-administrativas coerentes e sérias, só se justificam quando ocorrem três condições fundamentais: necessidade comprovada de reforma (através do resultado de trabalhos científicos, do debate e acção política e de comparações/imposições internacionais), existência de tempo e de recursos para promover a reforma mais adequada às circunstâncias e, finalmente, vontade de promover a reforma por uma via democrática no referencial constitucional em vigor.
Em 2012, creio que não será estultícia apontar que não se verificou nenhuma das três condições formuladas (salvo a imposição da Troika, que não foi coisa pouca).

Há sempre, porém, o momento para pormos em causa tudo o que até aqui fizemos. Uma altura para fazermos um balanço, de preferência, o mais desapaixonadamente possível. Ponderar tudo que ocorreu, para sabermos como estamos e como aqui chegámos. Não falo de arrependimentos, mas de olhar a vida de frente.
No caso concrecto da Figueira, continuo a pensar o mesmo: colocar a questão em 18, 10 ou apenas uma freguesia, quanto a mim, é um falso problema.
A meu ver,  a verdadeira questão é: para que servem as freguesias?.. 
E como servem!.. E a quem servem...

E chegamos a 25 de Novembro de 2022. 
Ontem, a Assembleia Municipal da Figueira da Foz deu parecer favorável à desagregação das antigas freguesias de Brenha, Santana, Borda do Campo e São Julião, que tinham sido agregadas na reforma administrativa de 2012.
Com apenas uma abstenção nas quatros votações, a Assembleia Municipal da Figueira da Foz aprovou a desagregação das antigas freguesias, depois da decisão das respectivas Assembleias de Freguesia e da Câmara também terem sido favoráveis.
Numa reunião em que todas as bancadas representadas no órgão manifestaram respeito pela vontade popular de proceder às desagregações, o presidente da Câmara frisou “a convicção de que este processo corresponde ao sentir das populações”. Santana Lopes referiu que a sua posição sempre foi a de respeitar regressar “à situação anterior, se fosse essa a vontade das populações”.
Numa nota pessoal, o autarca realçou que sempre foi “contra os encerramentos, a desocupação e a desertificação do território, as soluções tecnocratas ou artificiais que levavam ao desenraizamento das pessoas em relação às suas terras de origem ou gostam de viver”.
“Sempre fui contra o encerramento de maternidades, centros de saúde, postos de atendimento bancário e até postos de multibanco”, sublinhou Santana Lopes, salientando que essa é uma política de que discorda totalmente.

Agora, com a entrada em vigor do regime transitório previsto na nova lei-quadro de criação, modificação e extinção destas autarquias, em vigor desde Dezembro de 2021, as freguesias agregadas em 2013 podem desagregar-se nas mesmas condições em que foram agregadas.
As freguesias a desagregar têm de cumprir critérios mínimos de prestação de serviços à população (entre os quais é obrigatório terem pelo menos um funcionário com vínculo de emprego público e um edifício-sede), de eficácia e eficiência, com demonstração da sua viabilidade económico-financeira, e respeitar critérios populacionais, como ter mais de 750 eleitores, excepto nos territórios do interior, onde é admitido um mínimo de 250 eleitores.
Foram estabelecidos critérios para a criação de freguesias relacionados com a população e o território, a prestação de serviços aos cidadãos, a eficácia e eficiência da gestão pública, a história e a identidade cultural e a vontade política da população manifestada pelos respectivos órgãos representativos.
O processo de desagregação das quatro freguesias da Figueira da Foz segue agora para votação na Assembleia da República, que poderá ainda solicitar documentação em falta, rectificações e o cumprimento de procedimentos.

Na Figueira, tal como de um modo geral no resto do País, o  comportamento dos políticos e dos partidos, tem contribuído para que os cidadãos se afastem da política. 
O que se passou em outubro de 2012 foi mau. 
Os cidadãos, na Figueira e no País, não se afastaram da política - foram sendo afastados.
Termino com uma citação: como diria Sá Carneiro “a política sem alma é uma chatice, sem ética é uma vergonha”...
Imagens via Diário as Beiras

Se não chover...

"No âmbito da empreitada “EN109, km 118+108, Ponte Edgar Cardoso. Substituição do Sistema de Tirantes”, haverá necessidade de se proceder a um condicionamento de tráfego, com a supressão parcial das vias esquerdas, entre as 08h30 e as 17H30 horas:

No dia 29 de novembro (terça-feira) – Condicionamento da via esquerda no sentido norte/sul;

No dia 30 de novembro (quarta-feira) -Condicionamento da via esquerda no sentido sul/norte."

Via Município da Figueira da Foz

Recordando a importância de João Bagão, um guitarrista nascido na Gala, na definição da Nova Canção de Coimbra

João Bagão, um dos mais importantes guitarristas do século 20, nasceu na Gala em 14 de Julho de  Julho de 1921. Morreu em 9 de Dezembro de 1992.
Vamos recordar, via coimbra.pt.

"A Canção de Coimbra foi  debatida, no dia 14 de julho, ao final da tarde, no Núcleo da Guitarra e do Fado de Coimbra, que funciona na Torre de Anto. “A importância da Guitarra de João Bagão na discografia da Canção de Coimbra: dos EP’s de Paradela d’Oliveira aos LP’s de Luiz Goes” foi o tema apresentado por Fernando Marques, guitarrista que integra diversos grupos de fado de Coimbra, no âmbito do ciclo de palestras “Canção de Coimbra: Cultores e Repertórios”, promovido pela Câmara Municipal de Coimbra em 2016.

A sessão foi centrada em João Bagão (n. 14 de julho de 1921; m. 9 de dezembro de 1992), por ocasião dos 95 anos do seu nascimento e no seu papel enquanto guitarrista da Canção de Coimbra. Fernando Marques começou por destacar alguns aspetos relacionados com o seu percurso musical e, sobretudo, com o papel que desempenhou, nos anos 60 do século XX, na definição de uma Nova Canção de Coimbra. 

Durante a palestra foi, essencialmente, focada a prestação de João Bagão nos trabalhos que gravou com Luís Goes, a partir de 1966, e que contribuíram para a inovação da Canção de Coimbra, com as músicas a serem mais adaptadas à guitarra. “João Bagão não tinha uma mentalidade fechada e tinha um carácter franco e honesto em relação à música de Coimbra”, referiu Fernando Marques, a propósito da faceta inovadora que o guitarrista trouxe à Canção de Coimbra.

João Bagão destacou-se ainda pela forma simples com que acompanhou Paradela de Oliveira e que representou um momento de viragem. “João Bagão nunca estava satisfeito com o que fazia e nos ensaios apresentava sempre novas propostas para os temas”, explicou Fernando Marques, acrescentando: “Era um perfecionista e criativo, que deixou uma marca fundamental e diferente do que se fazia na época.”

O orador fez questão de referir ainda a ida de João Bagão para Lisboa, o facto de ele, por lá, ter frequentado casas de fado, o acompanhamento que fez a Maria Teresa de Noronha, defendendo que todo este seu percurso abriu-lhe novas prestativas na forma de olhar para a guitarra. Fernando Marques terminou a sua palestra, que contou com momentos musicais protagonizados pelos alunos da secção de fado da Associação Académica de Coimbra, do grupo Desassossego, mostrando ao público uma guitarra sua que pertenceu a João Bagão.

Esta foi a sexta sessão do ciclo “Canção de Coimbra: Cultores e Repertórios”. Um total de oito palestras, organizadas pela CMC, com o objetivo de promover este género musical enraizado na cultura urbana da cidade e que projetou o nome de Coimbra para o mundo."


Nota de rodapé.

Outra Margem, 6 de Julho de 2006.

"João Bagão, era  meio irmão de Emília Maria, Poetisa nascida na Gala (ou na Costa de Lavos) a 16 de Março de 1909, de seu nome completo Emília Maria Bagão e Silva, que faleceu a 22 de Março de 1979, na Figueira da Foz.

A Poetisa era filha de Elísio dos Santos Silva, da Costa de Lavos, e de Clementina Bagão, mais conhecida por Clementina da Banca.
(Informação recolhida a partir do livro Terras do Mar Salgado, do Capitão João Pereira Mano)

Freguesia de S. Pedro está a ser engolida pelo mar há muitos anos

Quase todos sabemos:
- que o processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.

- que a protecção da Orla Costeira Portuguesa sempre deveria ter sido uma necessidade de primeira ordem...

Citando Miguel Figueira: "... a população está numa roleta russa, isto é uma roda da sorte, ou se quisermos de azar. E não pode ser: um dos direitos constitucionais é este direito ao ambiente, à qualidade de vida e à segurança."

Como se os problemas do Quinto Molhe não fossem mais do que suficientes (aqui no OUTRA MARGEM andamos a alertar desde Dezembro de 2006) a Câmara Municipal da Figueira da Foz, em 2019, resolveu do alto da sua maioria absoluta e da sua douta sabedoria, brincar às construções na areia da Praia do Cabedelo...

Eu sei que a memória é curta. E o importante, para certa gente, é sacudir a água do capote. O que foi feito não interessa nada. As responsabilidades, do que foi "obrado" nos últimos 4 anos no Cabedelo, apesar de todos os alertas e avisos, sobram agora para quem veio a seguir. Quem veio a seguir que feche a porta. Quem fez o mal há-de saber fazer a caramunha.

Em política, na Figueira, é assim que as coisas se fazem.

Contudo, vamos ao foco: «atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.»

Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...»

Isto, já alertava um "velho do restelo" chamado António Agostinho, em 11 de dezembro de 2006Recorde-se Camões. "O Velho do Restelo chamou de vaidosos aqueles que, por cobiça ou ânsia de glória, por sua audácia ou coragem, se lançam às aventuras ultramarinas. Simboliza a preocupação daqueles que anteveem um futuro sombrio para a Pátria." 

Daqui a 16 dias já passaram 17 anos. E vamos a ver: nada. Pior: tudo se agravou.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

SOS Cabedelo (e outros) anda há muito a alertar para os problemas da erosão a sul do Mondego


Conforme provam as imagens - e muitos exemplos podem ser conferidos aqui -  as preocupações do SOS Cabedelo, assim como as de mais alguns, com a problemática da erosão a sul do estuário do Mondego, já vêm de muito longe e os alertas e avisos aconteceram antes das obras.
Portanto, essa conversa de "treinadores de bancada" pode servir para tudo, menos neste caso em concreto. A cidadania, arrostando até com ameaças, cumpriu o seu papel. Se, quem de direito, ignorou o contributo dos cidadãos, isso não é culpa de quem tentou evitar este atentado ambiental. 
Continuando a cumprir o seu papel, mais uma vez, "o movimento cívico SOS Cabedelo, da Figueira da Foz, alertou para o risco em que se encontram as praias da costa sul do concelho na madrugada face à previsão de forte agitação marítima para hoje, conjugada com a maré alta que foi às 02H36 da madrugada e volta a registar-se às14H57."
Citando a edição de hoje do Diário as Beiras.
"Estão previstas ondas de seis a 11 metros, disse ontem, na reunião da câmara, o presidente Pedro Santana Lopes, que foi ontem ao terreno de forma preventiva, tendo contactado, ontem, Pimenta Machado, vice-presidente da APA (Agência Portuguesa do Ambiente), juntas de freguesia daquela área e a proteção civil. 
Em declarações à agência Lusa, Miguel Figueira, do movimento cívico SOS Cabedelo, deu conta de que as previsões para o estado do mar indiciam uma situação preocupante, que vai afetar as praias do Cabedelo, Cova-Gala, Leirosa e Costa de Lavos. Miguel Figueira lamentou que as praias da costa sul da Figueira da Foz estejam “vulneráveis e desprotegidas” para resistir a fenómenos normais do mar.
Uma política que “vê o mar como inimigo” 
“Estamos fartos desta política costeira, que vê o mar como inimigo e se apronta a atirar-lhes com pedra. A única maneira que temos de fazer proteção costeira é perceber como o mar funciona e trabalhar com ele”, sublinhou. No caso do Cabedelo, cuja intervenção o movimento SOS contesta desde a sua execução, Miguel Figueira defendeu que os galgamentos vão continuar a existir enquanto não for colocada areia à frente da duna primária. 
Críticas também dirigidas à APA
 “A APA deu cobertura a uma intervenção nunca vista em lado nenhum, ao meter areia atrás da duna, que não faz nada, pois tem de ser colocada na praia à frente da duna”, explicou. O SOS Cabedelo tem defendido a construção de um bypass, que faça transferências contínuas de areia, “para que a praia esteja bem nutrida e a dissipação de energias (do mar) se faça muito antes do mar atacar a duna primária”
Outro dos pontos críticos apontados por Miguel Figueira é a praia da Cova- -Gala, que sofreu “intervenções erradas há muitos anos” e que devia receber alimentações de areia no fim do verão, que já não são efetuadas desde 2019. 
O problema da erosão costeira tem sido uma temática bastante discutida na Figueira da Foz, tendo-se realizado no dia 15 uma sessão de esclarecimento com a APA sobre as intervenções previstas para o concelho. Na reunião, o presidente da câmara exigiu celeridade nas intervenções de combate à erosão da costa e ameaçou com formas de luta se os processos não avançarem."

Tudo foi dito e escrito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar... Resta-nos a promessa dos paquetes de passageiros e os números das toneladas dos cargueiros...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Santana Lopes interrompe sessão de Câmara da Figueira da Foz e fica sem quórum

 Via Diário as Beiras

"Os assuntos da agenda de hoje que não foram discutidos [a maioria] passam para reunião de 07 de dezembro."

Actualização via Diário as Beiras:

Caixa Geral de Depósitos diz que crescimento do país não ficará longe da média europeia

"O presidente da comissão executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, considerou ontem, durante o encontro Fora da Caixa “O efeito da nova economia pós guerra para as empresas”, que decorreu na Figueira da Foz, que no próximo ano, “Portugal não deverá ficar muito longe da média Europeia”, antevendo que fique abaixo de 1%. “Tudo vai depender deste último trimestre, pois, como sabem, a economia tem um efeito de ‘carry-over’ para o ano seguinte. Mas, basicamente, para o ano ou teremos um crescimento diminuto, abaixo de 1% ou algo à volta disso”.

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Tradição: assim se amassava a broa

Texto: Diário de Coimbra

Foto: Sociedade Instrução e Recreio de Lares


«Broas de Lares “abrem apetite” para os sabores da história local.

Os novos Fornos a Lenha do futuro Centro de Interpretação de Tradições e Costumes de Lares (CI.TC. Lares) foram inaugurados domingo na Sociedade Instrução e Recreio de Lares (SIRL), com a participação de várias dezenas de conhecedores e curiosos da arte de fazer broa à moda antiga.»

"Outros tempos", ou outros interesses?

"Em 1980, o Governo português liderado por Francisco Sá Carneiro - em linha com a decisão assumida por Jimmy Carter, presidente dos EUA, e outros aliados ocidentais - anunciou que retiraria qualquer apoio à participação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Moscovo. Em protesto contra a invasão do Afeganistão por tropas soviéticas a mando do ditador comunista Leonid Brejnev, ocorrida meses antes.

Sem ambiguidades de qualquer espécie. Eram outros tempos."

Pedro Correia, via Delito de Opinião


Nota de rodapé

Recorde-se, via Diário de Notícias.

"Portugal, apesar dos apelos ao boicote do próprio Sá Carneiro, apresentou-se em Moscovo para competir, embora com uma delegação pequeníssima.

Na comitiva portuguesa presente nos Jogos Olímpicos de Moscovo, apenas onze atletas. As grandes esperanças olímpicas ficaram em território nacional, ainda que por motivos muito diferentes. Fernando Mamede, embora em pleno de forma, anunciou que ia aderir ao boicote, pela causa afegã, pelo apelo de Sá Carneiro e por temer consequências se fosse. Já Carlos Lopes, mesmo que quisesse ir a Moscovo, não podia por estar lesionado. Na natação, em que morava também a esperança de medalhas, outra ausência de vulto: Alexandre Yokochi, que no mesmo ano tinha conquistado uma medalha de prata no campeonato da Europa, ficou em Portugal, de bruços no sofá.

Nas Olimpíadas de Moscovo acabariam por participar apenas 80 países."

Esta nossa barra: mais um alerta

Via Diário as Beiras
"O armador figueirense António Lé afirmou ao DIÁRIO AS BEIRAS que “qualquer embarcação que, numa situação de intempérie, entre no porto sujeita-se a consequências gravosas, independentemente do calado da embarcação”
A draga já se encontra no porto, desde o início da semana passada, mas, tendo em consideração as fortes ondulações que se fazem sentir há duas semanas, que deverão continuar na próxima semana, não deverá poder laborar nos próximos dias. As dragagens preventivas, saliente-se, registam vários meses de atraso. 

Falta de dragagens preventivas 
Uma das suas embarcações captou, “ocasionalmente”, uma imagem do fundo do mar que “constata que a barra tem um cabeço e [apenas] 1,7 metros de água”
António Lé alertou que “é quase um ato criminoso, por parte de quem sabe que aquilo ali está, que se permita que as embarcações corram o risco de se fazerem ao porto naquelas condições”. Tudo, afiançou, devido à acumulação de areias. “O desassoreamento já devia ter sido feito e tem de ser feito o mais rápido possível”, defendeu. 
“Há já muitos anos que se anda a dizer, a Agência Portuguesa do Ambiente, o Ministério das Infraestruturas e a administração portuária, que tem se de fazer sempre uma dragagem de prevenção, no final de agosto. O que é certo é que, há seis ou sete anos, diz-se que não há condições. Há sempre uma desculpa, e a culpa morre sempre solteira”, afirmou António Lé. 
O armador afiançou ainda que, “por muito que a população venha alertar, continuam a acontecer as mesmas coisas”. Entretanto, receia que aconteça mais um acidente para serem tomadas medidas. Desde o prolongamento do molhe norte, há 11 anos, morreram cerca de uma dezena e meia de pessoas na zona da barra ou junto à costa, a maioria pescadores. Se algo de grave acontecer, advogou, os responsáveis institucionais “devem ser responsabilizados”

Barra condicionada pode voltar a fechar 
Devido à agitação marítima, a barra da Figueira da Foz continua condicionada, sendo apenas permitida a entrada e saída de embarcações com mais de 35 metros de comprimento. Na passada quarta-feira, esteve fechada, decisão que, avançou o comandante da capitania, Cervaens Costa, ao DIÁRIO AS BEIRAS, poderá ter de voltar a ser tomar na quarta-feira ou na quinta-feira próximas, já que as previsões apontam para um agravamento da ondulação."