Já em 2007 era assim...

2007. Foto de Pedro Agostinho Cruz. 

Vamos continuar a esperar sentados na praia?
(“todos os dias procuro na palavra aquela voz interior que preciso para poder expressar quem sempre fui, diante das novas circunstâncias que os novos tempos me trazem”)

Há períodos em que apetecia fazer uma pausa na análise comportamental da "politiqueirice" da Aldeia. 
Porém, desde que tenho memória que gosto de escrever. Apenas por gostar mesmo de me divertir a escrever, por ter o prazer de escrever-me, por sentir a maneira como a bic (nunca a de esfera laranja...) deixava as letras no papel. 
O tempo foi passando. Todos os dias continuo a exprimir, via as letras que formam as palavras, o que sempre fui, mesmo diante das novas circunstâncias que os novos tempos trouxeram. 

Todos os dias variam de nuvens, de sol, de calor e frio. 
Porém, na mesma janela de sempre, aberta para a mesma avenida (outrora estrada nacional), observo momentos diferentes da minha Aldeia, vivendo pedaços que nunca se repetem. 
Recordo vizinhos, gente que passou pela vida do miúdo que fui. Continuo com o prazer de olhar da minha janela o rio que, antes de ir dar ao mar, desagua noutro braço do mesmo rio. 

Continuo na Aldeia, que gosto de chamar "nossa". Gosto da minha Aldeia, olhada da minha janela, sobretudo em dias de calor e luz, ao fim da tarde, o que não vai ser o caso de hoje. Mas outros dias virão...
Tenho a felicidade de viver numa Aldeia abençoada pela natureza, que os politicamente bem sucedidos inteligentes, ainda não conseguiram estragar totalmente.
Num parênteses breve, convém deixar claro, porém, que são politicamente inteligentes, apenas pela estupidez de outros... 

Ultrapassado que está o primeiro mês de 2021, tal como em 2007, continuo a esperar vida nova. Vida nova, seria, por exemplo, sentir que além do crescimento económico a sociedade iria crescer em cidadania, justiça e solidariedade. 
2021, cá pela Aldeia vai ser um ano de imensa propaganda. Mais ainda que 2007. Não será necessário muito tempo para darmos conta disso... 
Afinal, “quem vence na vida não são os melhores, são os que se adaptam”
Nada vai mudar. Tal como em 2007, tudo vai continuar na mesma. 

Ou seja, a Aldeia vai continuar a detestar quem pensa diferente. Mais: quem simplesmente pense... 
A lógica do poder provinciano é dar nas vistas, tornar as pessoas dependentes, sem opinião própria, gratas, reverentes – assim se consegue o terreno fértil para a angariação dos votos. 
Cá na Aldeia, o caminho está traçado. Quem percorrer vias alternativas será punido. A independência vai continuar a ter preço. 
Todavia, a democracia de que todos enchem a boca, é a discussão dos diversos pontos de vista... 
Por aqui, reina o que convém à situação: o consenso amorfo, acéfalo, cobarde e conveniente. Resumindo e concluindo: reina a paz podre dos interesses instalados. 
“Sabe tão bem sentir o silêncio de estar vivo”.

Morreu António Cordeiro, o actor das "personagens que se pareciam muito com ele, idiossincráticas, autoirónicas e empáticas"...

Morreu, ontem, sábado, aos 61 anos. 

Revelado num papel secundário na série "Duarte & C.ª", em 1987, foi porém como protagonista da série policial "Claxon", da RTP, estreada em 1991, que se tornou conhecido do grande público.
António Cordeiro protagonizou o anti-heroi Claxon, um detective desorganizado que se movimentava nas sombras da noite e nos meandros do submundo do crime na cidade corrupta. 
Claxon foi uma série fora do que de melhor produziu a ficção nacional.
António Cordeiro trabalhou também no teatro e no cinema, nomeadamente nos filmes de João Mário Grilo, "O Processo do Rei" (1990), e "Os Olhos da Ásia" (1996). Mais recentemente fez "Índice Médio de Felicidade"(2017), de Joaquim Leitão, e "Um Gato, Um Chinês e o Meu Pai" (2019), de Paco R. Baños. 
 A telenovela "Espelho d`Água", da SIC (2017/18), está entre os seus últimos trabalhos.
O actor lutava, desde 2017, contra a progressão da Paralisia Supranuclear Progressiva, uma doença rara e degenerativa, que aos poucos lhe tirava a qualidade de vida.
Fisicamente António Cordeiro deixou-nos ontem. Até sempre, Claxon.

Da série, a pandemia tem as costas largas...

Em tempo.

COMO NA FIGUEIRA TEM DE SER SEMPRE CARNAVAL, "FINDAGRIM NÃO PODE TERMINAR"...

Em 2018: receitas ascenderam a cerca de 122 mil euros.
Despesa situou-se nos 170,5 mil euros. Défice chegou perto dos 48,3 mil euros.

Em 2019: desta vez foi a chuva a afectar as contas.
Notícia publicada na edição de 25 de Novembro de 2019, no Diário as Beiras:
"O município vai acrescentar cinco mil euros aos 40 mil de apoio financeiro já transferidos para a Feira Industrial, Comercial e Agrícola de Maiorca (FINDAGRIM), 10 mil daqueles suplementares, para ajudar a minimizar os prejuízos. Contas feitas, os apoios adicionais somavam 15 mil euros. A autarquia atribui uma verba de 30 mil euros à organização...
Entretanto, o executivo maiorquense estuda formas de manter o evento sem arruinar as finanças da junta e evitar sobrecarregar as despesas da câmara com a feira. Uma das soluções poderá passar por realizar a FINDAGRIM de dois em dois anos, em vez de ser anual."

Coragem: a pandemia há-de passar...

Com humor* é que a gente se entende

Figueirinhas, o momento que atravessamos é grave e delicado! 
Porém, é recuperável: é hora de mostrarmos, de novo, a fibra de que somos feitos! 
Vamos ajudar quem precisa?

* Cito Fernando Camos, possuidor de uma veia artística conhecida, de uma escrita acutilante e de um humor crítico, a meu ver, fora de série...
«O humor em Portugal, pelo menos o que se publica, é uma coisa triste.
 A verdade é que “os portugueses não sabemos rir com espírito; gargalhamos com os queixos”, como dizia Camilo.
Falta-nos o espírito.
Ter espírito, como presumo que o entendia Camilo, é ter mundo, referências e, em simultâneo, um certo distanciamento de si próprio e do seu tempo que muitas vezes convoca o desconforto ou a incomodidade.
O espírito abomina o óbvio, mas aproveita-se do acaso e deleita-se com o invulgar, o imprevisto, até com o incongruente. Para isto é necessário uma certa sofisticação que lhe vem do cepticismo.»

Os nervos que andam por aí por causa da "pop star" Santana?..


O dr. Santana Lopes nunca foi verdadeiramente um político: é mais, digamos assim, uma "pop star".
Sem o Sporting, sem a televisão, sem a imprensa dos «famosos», sem as santanetes, o dr. Santana Lopes não teria sido a personagem que foi junto da plebe.
Santana é um produto da era do marketing, do soundbyte e do reality show. 
Aliás, a sua carreira política não chegou a passar de um reality show. No PSD, por exemplo, era o «animador» dos Congressos, dava-lhes «audiência», o que sempre lhe agradeceram. 
Mesmo quando estava em forma e na ribalta, não se conseguia distinguir a substância do espectáculo. A meu ver, aliás, não havia diferença. 
Por causa disso, com Cavaco não conseguiu chegar a ministro. Igualmente por causa disso, muita malta considerava-o um «gajo como nós», daqueles capazes de concorrer ao Big Brother português. Por causa disso, passou brevemente pela Figueira como presidente da câmara. 
Só que uma "pop star" tem necessidade de protagonismo como do pão para a boca. Um Santana Lopes calado e em sossego não teria existido. Para existir, o Santana Lopes genuíno precisa de estar continuamente em cena e, de certa maneira, em sobressalto. 
Precisa de ter sempre no horizonte uma candidatura, que surpreenda, confunda, irrite, crie polémica, suspense ou inimigos. 
Pode ser a uma câmara ou à Presidência da República. 
A candidatura a Belém, para daqui a 5 anos, suspeito que vai murchar até lá... Resta-lhe, neste momento, manter a expectativa a uma autarquia. 
Ontem no jornal vinha que o ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes admite ser de novo candidato pelo seu antigo partido, o PSD, nas autárquicas previstas para outubro. 
A "pop star" Santana, neste momento, pretende refulgir em grande. 
O que quer dizer, salvo melhor leitura, que os figueirenses que andam temerosos, irritadiços e nervosos, com a sua putativa vinda podem continuar descansados...

Faz algum sentido, o actual presidente da câmara municipal, que faz parte do executivo desde 2009, continuar a desculpar a sua incapacidade com a dívida de antes de 2009?

Hoje, no Diário as Beiras pode ler-se. Passo a citar.
"A dívida da autarquia situa-se nos 29,5 milhões de euros, contra os 92 milhões de 2009, incluindo as empresas municipais. As contas são do executivo camarário (PS), apresentadas pelo presidente, Carlos Monteiro, numa reunião de câmara, respondendo a afirmações que a Concelhia do PSD tem feito sobre a gestão autárquica socialista. 
Os gráficos apresentados recuam ao fim do último mandato do presidente socialista Aguiar de Carvalho. Assim, em 1997, a dívida era de nove milhões.
Aquele foi o ano em que Santana Lopes conquistou a câmara para o PSD, tendo deixado uma dívida de 41 milhões. Em 2005, com Duarte Silva na presidência (PSD), subiu para 89 milhões e em 2009, ano da chegada de João Ataíde (PS), eram 92 milhões. 
Enquanto se pagou a dívida, frisou Carlos Monteiro, fez-se investimento, reduziu-se o prazo de pagamento aos fornecedores (de 272 para os atuais entre 24 e 11 dias) e respondeu-se a situações de emergência social e outras despesas imponderáveis. 
Aquela não foi a primeira vez que Carlos Monteiro recorreu a gráficos sobre a evolução da dívida na sequência de afirmações de autarcas e dirigentes do PSD. “Não vale a pena intoxicar os figueirenses com coisas que não correspondem à realidade”, defendeu. 
“Retóricas balofas”, atirou o vereador do PSD Ricardo Silva. O autarca da oposição (e presidente da Concelhia) frisou, por outro lado, que o seu partido “foi julgado em 2009”, quando perdeu as Eleições Autárquicas, acrescentando que, este ano, também o PS será julgado nas urnas."
Fim de citação.
"Quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável." (Séneca)

Em 2009, certamente que o PS era sabedor da realidade da dívida camarária. 
Apesar disso, apresentou-se ao eleitorado com um imenso rol de promessas.
Quase 12 anos depois, que mais valias existem para o nosso concelho, devido ao resultado eleitoral que colocou como presidente o dr. João Ataíde, e acabou com o domínio laranja, que embandeirava em arco neste Concelho, desde 1997, ano em que Santana Lopes conseguiu derrubar o domínio socialista, que vigorava na Figueira desde a primeira eleição autárquica democrática pós 25 de Abril de 1974?
Na altura, em Outubro de 2009, ninguém ficou indiferente ao derrube do que sobrava do regime laranja que vigorava há 12 anos no concelho.
Quase 12 anos depois, o que mudou?
Continuamos nisto: anos e anos de mais do mesmo. Na campanha de 2009, João Ataíde usou sonhos caros, sem saber realmente quanto custavam...
Foi apenas mais do mesmo. 
Num concelho como a Figueira,  a subida dos impostos  teve  facilidade na sua aplicabilidade. Sabemos o que se passou com a subida da taxa de IMI. 
Houve contestação dos contribuintes?
Contudo, o problema de fundo continua. Em primeiro lugar, a arrecadação de receita fiscal depende primariamente do nível de crescimento da economia. Quanto maior for o crescimento real da economia, maior será o nível de receita apurada.  Portanto,  não é desprezível o papel de quem gere a autarquia no crescimento da economia local.
Alguém consegue identificar algum projecto levado a cabo pelo investimento público municipal em projectos cujas taxas de rentabilidade internas e de multiplicação de emprego e rendimento não sejam reduzidas, nulas ou pior?
Por exemplo, no Cabedelo o projecto em curso acabou com cerca de 30 postos de trabalho...
Faz algum sentido, o actual presidente da câmara municipal, que faz parte do executivo desde 2009, continuar a desculpar a sua incapacidade com a dívida de antes de 2009?
Entretanto passaram 12 anos... 
A gestão da câmara não parou de perder dimensão e condução política, depois Abril de de 2019, com a ascensão de Carlos Monteiro ao cargo de presidente.
Eu, se fosse a V. Exas., nem perdia mais tempo a ler este blogue cuja memória só serve para recordar coisas da treta...
Basta de realidade. Venham é mais sonhos!
Continuação daqui, daqui, daqui, daqui daqui e daqui...

Da série, 2021 ano de eleições autárquicas...

Em 2021, na Figueira, como sempre aconteceu, o controlo do espaço político passa pelo domínio da narrativa...
As fronteiras da propaganda com o exagero ou a mentira, sempre foram ténues e difusas – a propaganda é uma arma de guerra, que sempre foi utilizada na disputa política.
Hoje, via Diário as Beiras:
"A Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego (ADELO) vai retomar a candidatura do geoparque da UNESCO, iniciada pela Câmara da Figueira da Foz. Em 2019, o organismo das Nações Unidas dissuadiu a autarquia a dar continuidade ao processo, tendo em conta novos requisitos. Na sequência da posição da UNESCO, a autarquia optou por abdicar do seu desiderato a solo e concordou em avançar com uma candidatura i n t e r m u n i c i p a l , q u e inclui, também, Montemor-o-Velho, Cantanhede, Mira, Mealhada e Penacova. O protocolo de colaboração entre a ADELO e o município será votado na próxima reunião de câmara."

As colectividades da freguesia de S. Pedro

 



Ricardo Santos, vice-presidente da ACCFF, escreve na edição de hoje do Diário as Beiras sobre duas das colectividades da freguesia de  S. Pedro. 

A resenha histórica deixou algumas coisas por contar. O que é normal. Não referiu, por exemplo, o papel que o Teatro teve no passado no Desportivo Clube Marítimo da Gala. Não focou, também, o desporto: o Marítimo da Gala teve participação nos campeonatos da antiga FNAT, agora INATEL, em modalidades como futebol, ping-pong e voleibol.

Por focar, ficou também a UNIFICACAÇÃO, UM PROCESO QUE JÁ VEM DE 1989, que na altura poderia ter feito sentido, mas que nunca foi viabilizado nem permitido pelo poder político local.

Em 2016, novamente por questões políticas,  a problemática da unificação (e não fusão) das Colectividades da Cova e Gala, voltou a ser um tema a ganhar actualidade.

Recordo o que escrevi em 16 de junho de 2006, quase há 17 anos: "Em 2006, mais de dez anos decorridos sobre a paragem do processo de unificação, a realidade é esta: não há uma estratégia de fundo, definida, concertada e devidamente fundamentada para o desenvolvimento do associativismo em S. Pedro. E a realidade recreativa e cultural, no âmbito do nosso concelho, para não irmos mais longe, é a conhecida de todos nós. Na ausência duma ideia de fundo, o poder político fez aquilo que é normal: tomou medidas avulsas e pontuais, onde foram gastos largos milhares de euros, como aconteceu no ano passado, curiosamente ano de eleições autárquicas, no Desportivo Clube Marítimo da Gala e no Clube Mocidade Covense. As carências recreativas e culturais, entretanto, subsistem. A nível desportivo, as coisas têm funcionado bem melhor, embora também aqui existam lacunas fundamentais que, por esta ou aquela razão, têm sido adiadas. É o caso do piso do Campo do Cabedelo. Meus senhores, sei que há quem não goste que se fale do problema, mas colocar desportistas – crianças ou adultos – a praticar desporto numa pedreira daquelas é, no mínimo, uma violência. É neste panorama de dificuldades gerais, que a problemática da unificação das nossas Colectividades, volta a ser um tema a ganhar actualidade. O futuro, que todos ansiamos pujante e vigoroso do associativismo na Cova-Gala, passa, inevitavelmente, pelas opções de fundo que terão, mais tarde ou mais cedo, de ser feitas. E que têm vindo a ser adiadas. Até quando?"

Infelizmente - e para mal dos pecadores dos moradores da freguesia de S. Pedro -, o que escrevi em 2006, continua actual: até a pedreira que é o piso do campo de futebol do Grupo Desportivo Cova-Gala...

Depois de uma noite de vento e chuva...

A noite passada foi de vento e chuva.
Vivemos dias difíceis e imprevisíveis.
Anda muita gente ansiosa e com medo do futuro.
As notícias não ajudam.
O vento e a chuva também não.
Vivemos em luto permanente. 
Em dias como o de hoje, resta cerrar o punho e pensar: temos muito que aguentar. Coragem. Isto pode ainda ficar pior...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga: o Cabedelinho já começa a ter problemas por causa da obra do Cabedelo...

Quem vive a sul do estuário do Mondego, já tinha problemas com a erosão costeira que chegavam e sobravam.

Ontem de tarde, fui dar um pequeno passeio pelo local que a foto mostra, por necesidade de movimento, por ser uma zona segura, arejada e, neste momento, estar deserta. Nem pescadores lúdicos encontrei por lá.

Deparei-me com o que a foto mostra: numa zona onde não existiam problemas de erosão, há dois meses uma obra da câmara municipal da Figueira da Foz, retirou do Cabedelinho largos milhares de metros públicos de areia, para fazer uma montanha um pouco a norte do Campo de futebol do Grupo Desportivo Cova-Gala. Recomendo que olhem para o lado direito da foto acima.  A água está a escavar o enrocamento do molhe interior. Não vou falar do que se está a passar há longos anos a sul do Quinto Molhe, por desnecessário, pois a situação aí é por demais conhecida e ando a fazê-lo há mais de 16 anos neste blogue.

Como se pode ver na foto, numa Aldeia com tantos problemas de erosão, por causa de uma obra aberrante, neste momento, de forma perfeitamente dispensável, o Cabedelinho começa a ter por problemas por causa da obra do Cabedelo.

   

Sinceramente, não sei que mais o PS terá que fazer para perder as próximas autárquicas na Figueira da Foz. Todavia... É bem verdade que cada concelho tem os autarcas que merece.

A importância da liberdade

Quem tem idade para ter vivido o chamado PREC, sabe que as hoje  denominadas "Fake News", tiveram um tio velhinho que se chama "boato".
Não sei a origem das "Fake News", de agora, como também nunca consegui saber onde nasciam os "boatos" do tempo do PREC.
No tempo do PREC, a rua era um espaço decisivo e interessante,  ocupado pelos chamados “activistas”, que mostravam a cara. Na época, o sectarismo político dominava. À esquerda, ao centro e à direita.
Em 2021, como sempre aconteceu, o controlo do espaço político passa pelo domínio da narrativa. No momento, temos o exemplo do Chega. 
Esse, é um perigo que não pode ser menosprezado.
Contudo, uma coisa é quem anda por aqui como no tempo do PREC - a dar a cara. Outra coisa, são os perfis falsos e os anónimos.
Não partilho, porém, a visão diabolizante das redes sociais e dos fenómenos daí emergentes. Isso, seria ir na linha da tentação censória do discurso dominante, das elites instaladas, que continuam a controlar os conteúdos dos media tradicionais: jornais, rádios e televisões.

"Fake News" sempre existiram e sempre existirão. As fronteiras da propaganda com o exagero ou a mentira, sempre foram ténues e difusas – a propaganda é uma arma de guerra, que sempre foi utilizada na disputa política
O actual incómodo com as "Fake News" está, digamos assim, na sua democratização e na perda do seu controlo pelas elites políticas e outras: as redes sociais permitem a facilidade de auto-edição.
Cada um de nós, sem filtros externos, pode ser um agente criador ou disseminador de aldrabices ou, pior ainda, de meias-verdades. Mas, isso, quer se goste quer não, corresponde a  liberdade. 

À liberdade de, por exemplo, dando a cara e de forma responsável,  através dum blogue como OUTRA MARGEM confrontar os poderes instituídos (onde se inclui o jornalismo) com interpretações alternativas aos factos em discussão.
Estou nas redes sociais, em 2021, como estive activo no PREC: mostrando a cara e abominando o boato, o anonimato e os perfis falsos.
Contudo, a última coisa que devemos recear é a liberdade. 
Só com a liberdade, o equilíbrio encontrará o seu caminho para separar o trigo do joio.

Dias difíceis

Confinados, tristes e em ânsias,
com a esperança quase perdida.
Nos hospitais é só ambulâncias:
nem morremos, nem temos vida.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Estado de emergência prolongado até 14 de fevereiro...

Fronteiras fechadas e aulas à distância no dia 8 de fevereiro...
Para ver em directo, clicar aqui.

O humor é uma arma difícil de manejar... (cito Fernando Campos: "não tem perdão nem inocência. Das duas, uma: ou é eficaz e consequente - e aqui recorre a todas as munições da inteligência - da subtileza à obscenidade, passando pela desmesura -, ou é amável e inofensivo...)

A ironia – "que, como muitos de nós sabemos, é um artifício da inteligência inacessível a uma imensa casta de imbecis - pode trazer algumas chatices".
Sei do que falo: dá-me um gozo tremendo, "quotidianamente, ter a satisfação de amesquinhar lautamente a mediocridade de alguns bonzos e revelar publicamente o ridículo dos pequenos mandaretes locais e das suas paroquiais freguesias ou clientelas..."

Como um dia, já lá vão quase 11 anos, o Fernando Campos  observou, o OUTRA MARGEM"para o Agostinho, trata-se de um testemunho de cidadania. Um veículo de intervenção cívica consciente, activa e assertiva, persistente, teimosa e irredutível na defesa das suas causas: a sua aldeia, tão desprezada; a sua praia, tão flagelada; o seu Cabedelo, tão abandonado; o hospital; a cidadania para todos.
E contudo, Agostinho não o faz por abnegação ou com aquele espírito de sacrifício tão apreciado pelos idiotas – não, Agostinho não corre o risco de ser condecorado plo presidente com a medalha-de-prata-de-qualquer-coisa - fá-lo por simples prazer e deleite - apenas pelo supremo, e afinal prosaico, gozo de exercer a liberdade e de o exprimir em português."

A sério. Estou preocupado. A Figueira, tal como há 11 anos, continua a ter medíocres, bonzos e mandaretes, e esta gente abomina a ironia. Ora isso, pode acrescentar mais tragédia, à tragédia que já é para os comerciantes da Rua dos Combatentes, a forma trágica como os processos das obras estão a ser conduzidos pelos "quens" de direito figueirenses...
Isso preocupa-me, pois por saber de experiência feito, conheço bem a desgraçada desgraça que é a classe política no poder local.

"Festeja - se hoje o Segundo Aniversário das obras da Rua dos Combatentes."

Como escrevi ontem: A realidade é indesmentível e fala por si

...a Figueira precisa de uma alternativa autárquica...

A perspectiva de uma vitória de Carlos Monteiro está a esvair-se à medida que o tempo passa.
E não irá acontecer pelos resultados obtidos nas últimas eleições presidencias pelo PS, pelo PSD, pelo Chega, pelo BE ou pela CDU...
Passará, inevitavelmente, pelo surgir de uma alternativa competente e credível nas próximas eleições autárquicas.
As condições políticas para que isso aconteça estão criadas: basta passar pelos locais onde este executivo camarário está a "obrar".

A realidade do que está acontecer nesses locais, desmente a ficção de quaisquer manobras de diversão ou desculpas. 

Isto, tem mesmo de mudar...

O enorme desafio que está colocado à esquerda: criar um projecto moblizador que capte o voto dos desiludidos...

Depois dos Açores, tornou-se visível que no futuro teremos uma recomposição partidária.

Uma análise ligeira dos resultados eleitorais, mostra que o crescimento do Chega provém essencialmente do eleitorado da direita tradicional, da abstenção e, provavelmente, também de jovens que votaram pela primeira vez. 

As transferências de voto provenientes do PS e dos partidos da esquerda serão marginais e muito localizadas.

Neste momento, as sondagens mostram que o PS continua a ter muito apoio junto da população. 

Portanto, a meu ver, dificilmente a curto prazo a direita terá acesso ao governo.

O Chega trouxe um problema ao BE e ao PCP: digamos assim, vai obrigá-los a apoiar o PS até ao fim da legislatura, mesmo que não gostem do resultado das negociações

Se, e quando, o PS gerar desencanto e frustração numa parte significativa do seu eleitorado - e isso pode acontecer, por exemplo, em resultado da gestão da crise actual e das políticas que nos forem exigidas pela UE como condição para o uso do Fundo de Recuperação, então poderá ocorrer uma transferência de voto do PS para o PSD. 

Nesse dia, teremos aquilo que André Ventura anunciou na noite das presidenciais: governo do PSD + Chega.

As eleições presidenciais mostraram que uma parte significativa da direita virou as costas ao PSD e ao CDS, procurando alternativas mais liberais ou mais radicais e musculadas.

A receita já é antiga: "menos Estado na economia e menos impostos", uns. Outros, "querem isso, mas com mais molho, isto é com porrada e menos liberdades (é uma questão de grau e às vezes de tempo, como se viu no Chile...).

Este, é um momento delicado e perigoso: há gente que se sente abandonada com as políticas neoliberais implementadas pelo PSD e PS ao longo dos anos. Não vê outra alternativa que não seja o Chega - que é isto tudo que tivemos nos últimos mais de 30 anos, numa versão pior: mais molho, isto é com porrada e menos liberdades.

As esquerdas em Portugal e na Europa têm um enorme desafio pela frente: serem alternativa ao caminho que fizemos até aqui, para ultrapassar os obstáculos que impedem o nosso desenvolvimento. 

Precisa-se um projecto mobilizador de esquerda, que capte  uma parte importante do voto dos desiludidos com a sociedade que esta democracia criou.

Isso,  exige diálogo unitário e trabalho militante de base. 


Mas onde pára aquela militância que quem viveu os anos a seguir ao 25 de Abril de 1974, protagonizou em partidos como o MDP/CDE, o PCP e o PS?

Na Gala, logo a seguir ao 25 de Abril, o MDP/CDE, partido de que fui miltante, alfabetizou dezenas de pessoas idosas. E como foi importante para esses idosos, muitos com família no estrageiro, terem aprendido a ler para lerem as cartas que o filhos lhes mandavam dos países onde estavam emigrados sem terem de expôr a sua vida pessoal!..

Quem leu até aqui, pode pensar que isto são «estórias» do tempo em que os animais falavam. Infelizmente, porém, decorridos quase 47 anos,  a iliteracia continua roer a nossa Liberdade, a diminuir-nos como Povo e a afectar profundamente a nossa Democracia e a nossa rentabilidade.
Precisamos de políticos que trabalhem muito - e com muita ligação à realidade. 
Há muita coisa a fazer. Precisamos de políticos genuinamente empenhados na transformação do país. 

Autárquicas 2021: PSD e CDS excluem Chega de coligações, mas...

PSD e CDS vão assinar acordo-quadro que exclui Chega de coligações nas autárquicas. 
LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

No final de uma reunião de cerca de hora e meia, realizada ontem, Rui Rio e Francisco Rodrigues dos Santos não quiseram referir-se nem a municípios concretos nem balizaram o número de coligações pré-eleitorais que esperam alcançar, que estará dependente da vontade das estruturas locais e da aceitação das direções nacionais. 
“Este acordo não vai dizer que só há coligações com o CDS e com mais ninguém (…) A única questão que estamos de acordo é que não haverá com o Chega, mas tirando o Chega logo se verá”...
Questionado sobre a razão dessa exclusão do partido liderado por André Ventura, Rio respondeu: “O Chega para ter conversas com o PSD tem de se moderar, o Chega não se tem moderado, não há conversa nenhuma”.
Na mesma linha, também Francisco Rodrigues dos Santos disse já ter sido “perentório” que “não haverá coligações com o Chega, nem em autárquicas nem em legislativas”.
Na manhã de ontem, porém, em entrevista ao Observador, tinha afirmado que o partido de André Ventura não é fascista. Confrontado com a possibilidade de colocar a sua assinatura ao lado da do líder do Chega num entendimento à direita, hesitou numa resposta direta começando a explicar: “Por exemplo, nas autárquicas não vamos ter acordos rigorosamente nenhuns com o Chega. Fui o único líder partidário à direita que o disse”
E nas legislativas? “Nas legislativas temos de falar. Até lá, quero que o CDS, com o PSD, tenham a capacidade de construir essa alternativa de poder”
Segundo o Observador, ficou claro que um entendimento com o Chega não é descartado por Francisco Rodrigues dos Santos que, pouco depois, em declarações na sede do seu partido tentava explicar-se melhor, dizendo que nas autárquicas o seu “parceiro preferencial” é o PSD. 
À noite, ao lado de Rio, quis “aproveitar” para clarificar “títulos que iludem e criam a percepção errada”, referindo-se ao que disse na entrevista ao Observador. 
Contudo, em vez de desmentir, a explicação resultou numa reafirmação. Primeiro, o líder centrista começou por dizer que “já disse que não haverá coligações com o Chega em autárquicas nem em legislativas”. Mas que a pergunta que lhe fizeram no Observador era “se haveria a possibilidade de reproduzir um entendimento de incidência parlamentar como o dos Açores”
“E a minha resposta foi que estou empenhado em dar músculo ao meu partido para reforçar o seu peso eleitoral para que conjuntamente com o PSD possamos formar uma maioria parlamentar à semelhança do que já aconteceu no passado para poder governar Portugal”
A pergunta feita no Observador tinh sido: “se poria ou não a sua assinatura ao lado da de André Ventura”, coisa que não rejeitou na altura nem nesta clarificação. Apesar de assumir que “não admite a intromissão de nenhum partido à direita do CDS” no acordo que quer solidificar com o PSD, “o CDS não rejeita um voto pela sua origem”, disse ao fim do dia questionado concretamente sobre o Chega. “Todos os votos que o CDS puder receber para validar o seu programa estamos disponíveis para os receber, não rejeitamos pela sua origem como de resto acontece todos os dias no Parlamento”. 
Portanto: neste momento, a meu ver, tanto no PSD como no CDS, a porta a entendimentos com o Chega não está trancada. 

"Rede de oxigénio"...

 O burro de Auschwitz

Telejornal RTP 1, minuto 15:38

José Rodrigues dos Santos:

«- "Os senhores estão a trabalhar com pacientes Covid numa altura em que os médicos do Serviço Nacional de Saúde estão a ser vacinados, e os políticos vão começar a ser vacinados na próxima semana, o Governo diz que os outros, os outros médicos, os do privado só serão mais tarde. O que é que o senhor pensa disso?"

Rui Maio, director clínico do Hospital da Luz:

- "Nós já somos vacinados, nós já recebemos vacinas, recebemos inicialmente vacinas para todas as pessoas que estão directamente envolvidas no tratamento dos doentes Covid e portanto podemos dizer que neste momento todos os profissionais de saúde que estão envolvidos directamente no tratamento dos doentes, quer sejam médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares, já estão vacinados, e conseguimos também alargar para outras especialidades de maior risco e que estão em contacto com estes doentes, nomeadamente pneumologia, gastroenterologia, medicina dentária, otorrino, enfim, especialidades de maior risco já estão vacinados neste hospital".» 

A realidade é indesmentível e fala por si: a Figueira precisa de uma alternativa autárquica

Imagem via Diário de Coimbra

Com os resultados obtidos no concelho da Figueira por Ventura, no domingo passado, não me admira que ande por aí pessoal do Chega a sonhar com um lugar na vereação, a seguir às próximas eleições autárquicas. 
Porém, muito dificilmente os resultados eleitorais das presidenciais permitem fundamentar e alimentar ambições  para as próximas eleições autárquicas. Para os Chegas e para os outros.
Neste momento, na Figueira as incertezas continuam a ser a realidade. 
O pessoal do PS que ficou fortemente perturbado com o resultado do Chega pode, por aí, ficar descansado.
O PS, como sabemos, não apresentou candidato nas últimas presidenciais.
A candidatura de Ana Gomes não uniu os eleitores do seu partido, nem ao nível nacional, nem ao nível local. 

Quanto às autárquicas de Outubro próximo.
A meu ver, para bem da Figueira e do concelho, Carlos Monteiro, que ascendeu a presidente por sucessão, não tem condições para a ganhar as autárquicas de Outubro próximo. O "senhor presidente por sucessão", se assim acontecer, nunca será um "presidente eleito".
Apesar de na Figueira, desde há muitos anos, só dois partidos elegerem vereadores (houve em 2009 o fogacho 100%...), algo poderá mudar.
Aliás, Carlos Monteiro e a equipa de vereadores que herdou, mostram já manifesta e precocemente sinais que andam nervosos e irritadiços. Quem estiver atento aos sinais, nota que andam preocupados. 
E têm razões para isso. Carlos Monteiro é um fraco candidato: foge às questões concretas e às responsabilidades políticas. Perante a realidade,  apresenta argumentos fora do contexto e algo delirantes, como se pode ver pelas respostas hoje publicadas no Diário as Beiras e no Diário de Coimbra, quando confrontado com o atraso das obras em curso no concelho, promovidas pela Câmara Municipal, cujo executivo integra há quase 12 anos: primeiro, como vereador; e, desde Abril de 2019, como presidente.
 
Andam em campanha há meses.  
Todavia, isso de pouco lhes poderá valer. 
A perspectiva de uma vitória está a esvair-se à medida que o tempo passa.
E não irá acontecer pelos resultados obtidos nas últimas eleições presidencias  pelo PS, pelo PSD, pelo Chega, pelo BE ou pela CDU...
Passará, inevitavelmente, pelo surgir de uma alternativa competente e credível nas próximas eleições autárquicas. 
As condições políticas para que isso aconteça estão criadas: basta passar pelos locais onde este executivo camarário está a "obrar"
A realidade do que está acontecer nesses locais, desmente a ficção de quaisquer manobras de diversão ou desculpas.

Já que não há culpados, vamos ao que interessa: para quando se prevê a conclusão das obras da Rua dos Combatentes?

Como se pode ver pela imagem via Diário as Beiras «a Concelhia do PSD, em comunicado, critica o atraso nas obras da Baixa da cidade, responsabilizando o presidente da câmara. “O doutor Carlos Monteiro falha sempre nas suas promessas, passando as responsabilidades dos atrasos para o empreiteiro que ele próprio contratou e renegociou”, acusa o partido da oposição. “Foi o PS e o seu executivo que, repetidamente, anunciaram o fi nal das obras. E asseguraram que as mesmas ficavam concluídas no final de 2020. Esta obra, sem qualquer estudo, é um puro esbanjamento de recursos públicos”, acrescenta o PSD.
“É uma verdadeira mentira que o empreiteiro tenha sido escolhido por mim. Houve um concurso público e o empreiteiro assumiu não ter condições para concluir a obra e propôs a cedência de contrato a outra empresa”, reagiu o Presidente da Câmara, Carlos Monteiro. Acerca do “esbanjamento de recursos públicos”, o autarca atirou: “Quem, em 2009, deixou uma divida de 92 milhões de euros e o edificado municipal completamente abandonado foi o PSD”.
Portanto...
Quem não tem culpa, seguramente, é a Câmara Municipal da Figueira da Foz. Nesta, como em todas as obras actualmente em curso... 
Porém, recuemos a 26 de Maio de 2018. Na opinião do PSD da Figueira da Foz, esta obra já então era exemplificativa da forma como é dirigido o concelho: "sem estratégia, sem auscultação das populações, sem a preocupação de melhorar o nível de vida das populações, sem criar atractivos para os empresários instalados ou que se queiram instalar com vista à criação de emprego, o qual tanta falta faz aos nossos jovens, não promovendo também a consequente fixação de mais população no nosso concelho."
Entretanto, daqui a pouco estão decorridos 3 anos, três. 

Refeições escolares é uma medida social decidida e paga pelo governo...

Imagem via Diário de Coimbra

1. Vão estar abertas na Figueira, como no resto do País, cantinas escolares para fornecer refeições aos estudantes que beneficiam de apoios sociais. 
2. Na primeira vaga também assim aconteceu. Tal como agora, por decisão do governo, que é aliás quem financia a medida.
3. Infelizmente, dada a situação dificil que estamos de novo a atravessar, o governo viu-se na necessidade de implementar novamente a medida.
4. Portanto: a medida é mesmo do governo, que fez, aliás, o que deve fazer: apoiar socialmente quem verdadeiramente precisa.
5. Fica o registo e o agradecimento a quem é devido. Fica bem agradecer a quem se deve agradecer. 
6. Os autarcas figuerenses, no poder desde 2009, dada a dimensão da obra que têm para apresentar em 12 anos, não precisam de apoveitar medidas decididas e pagas por outros para fazer propaganda autárquica.

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Atenção ao sinal

Fonte: PÚBLICO

«Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão, vox populi dixit
A realidade actual é feita de extremos económicos, com alguns (poucos) extremamente ricos e muitos no limite da pobreza (“10% das famílias mais ricas tem mais de metade da riqueza total em Portugal“). 
É este o estrume onde crescem as raízes do populismo. Que tem o apoio dos imensamente ricos e os votos daqueles que pouco têm, o que não deixa de ter a sua dose de ironia.»

COVID-19: casos estão a aumentar

Na Figueira, conforme edição de hoje do Diário as Beiras, a sitiução é esta: 


A Direcção-Geral da Saúde, ontem, como tem feito nas últimas segundas-feiras, divulgou o relatório de incidência de casos de Covid-19 por 100 mil habitantes em todos os concelhos do país, desta vez com o acumulado de casos entre 5 e 18 de Janeiro. Na região estamos assim:

Humildade ("Humilde é a erva dos caminhos... Todos a pisam.") *

"No rescaldo das Eleições Presidenciais do passado dia 24 de Janeiro de 2021, a Comissão Política do CHEGA Figueira da Foz, após uma análise cuidada dos resultados obtidos pelo candidato a Presidente da República, André Ventura apoiado pelo CHEGA, o referido orgão, foca-se agora nas as próximas eleições Autárquicas de outubro de 2021, o presente órgão local deixa a seguinte análise e compromisso para com todo o Concelho da Figueira da Foz:
O CHEGA, irá apresentar-se nas próximas Autárquicas como uma alternativa válida, sólida e coerente ao executivo Socialista que governa o nosso Concelho desde 2009. 
Iremos apresentar um programa autárquico diversificado, pretendendo implementar soluções que permitam melhorar substancialmente a vida dos munícipes e de todos aqueles que, apesar de não residirem, contribuem para o desenvolvimento social e económico do Concelho. O nosso programa irá incidir no vetor da economia e seu desenvolvimento, no vetor social, educacional,segurança, turístico e acima de tudo, na modernização do concelho, em especial das zonas deslocadas do chamado “Centro Urbano”. 
O CHEGA acredita que irá superar a votação que obteve nas presidenciais, reforçando assim o seu papel de relevo no plano Politico-Partiidário."
Querem ver que, esse grande socialista, que é o "nosso" Presidente da Câmara, vai acordar sobressaltado... 
Sempre ouvi dizer que nunca se deve dormir à sombra da bandalheira… 
Desculpem, da bananeira.
* O título, é um poema de Joaquim Namorado.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Sou apreciador de uma boa piada...

Paulo Freitas Lopes a sair da casca...
No Chega aplicam o nome literalmente. Chega de inventar... 
Vamos, mas é ver o que outros já inventaram... 


"A foto é de 1943 e foi sacada daqui
Na altura, vivia-se em plena II Grande Guerra. 
Aqui, neste cantinho à beira-mar plantado imperava o desemprego, o medo, o racionamento, a miséria e a fome. 
Éramos gente cabisbaixa, vencida e resignada, entregue a um destino sem sentido e ferida na sua dignidade. 
Valia o altruísmo de alguns a quem doía a visão da fome e da miséria. Estávamos em 1943 em plena Cova num local que alguns, porventura, ainda reconhecerão. 

Hoje, que temos de novo "o regresso da sopa dos pobres como modelo social", outros,  reconhecerão o mesmo olhar e a mesma resignação em largos milhares de nós. 
Hoje, todos sabem que o Programa Alimentar de Emergência cresceu paralelamente à redução das prestações e do âmbito do rendimento social de inserção (RSI), que apoia cada vez menos pessoas apesar do evidente aumento das necessidades. 
Todavia, todos os especialistas consideram que um grande alargamento do RSI seria a medida mais justa, mais respeitadora da dignidade das pessoas, mais promotora da sua autonomia e até mais benéfica para a economia nacional. 
Porque é que o Governo gosta de distribuir sopa, mas reduz o RSI? 
Porque o RSI proporciona uma autonomia que o Governo não quer promover. 
O RSI serve para fazer sopa ou para um bilhete de autocarro. 
A sopa é só sopa.

Promovendo campanhas de propaganda sem escrúpulos, o Governo e a direita em geral, conseguiram difundir a ideia de que o RSI promovia a preguiça e atrofiava a iniciativa, além de gastar recursos gigantescos. Era e é mentira, mas a campanha ajudou a estabelecer a sopa dos pobres como modelo social alternativo. 
Mota Soares prefere dar sopa e anunciar que os pobres podem fazer bicha para a sopa. 
É bom para o Governo e lava a alma. 
É maravilhoso ter muitos pobres a quem dar sopa, porque quem dá sopa aos pobres pratica a caridade e quem pratica a caridade está na graça de Deus.
É por isso que Mota Soares exulta com a sopa dos pobres. 
Por isso, e porque sabe que na bicha da sopa só estarão os filhos dos outros. 

Uns anos depois da foto acima, no final dos anos 50 e anos 60, que é onde consigo recuar nas minhas memórias vividas, a Cova e Gala não era pacata, era obediente
Como são obedientes todos os povos que vivem em ditadura. 
E quem não o era – sim, por aqui houve sempre “marginais”... - foi vigiado, perseguido e preso. 
Os covagalenses eram trabalhadores. Mas, não só: também foram escravos
Basta conhecer o que foi a sua vida no mar, como, por exemplo, na "faina maior"... 
Os covagalenese, em geral, não conseguiam poupar. 
Por uma razão simples.
Vivíamos na miséria. Morríamoos cedo, comíamos mal, não tínhamos direito à saúde nem à educação. Na sua esmagadora maioria éramos  analfabetos, doentes e subdesenvolvidos.
Como diziam as senhoritas da elite figueirense da altura -  "credo que porcos, feios e maus que eles são"!..
Por isso, quem sabe, porque viveu lá, como era a vida da esmagadora maioria dos covagaleneses, do tempo de Salazar e Caetano, não tem saudades."
Não é impagável este chega?