sábado, 30 de novembro de 2013

“Que frio”?..

No decorrer desta semana, a frase que mais se ouviu por aí, foi: “que frio!..”
Só me apetecia perguntar: lembram-se de alguma vez ter ido nos fins-de-semana de novembro à praia apanhar uns banhos de sol e dar uns mergulhos no mar?.. 
Lembram-se de alguma vez nos fins–de-semana de novembro ter  feito piqueniques ao ar livre na Serra da Boa Viagem de manga curta e calções?
Lembram-se?..
Eu não...
Então, se está frio, tomem as devidas precauções: vistam-se de acordo com a temperatura e a época...
Amanhã, ainda só começa dezembro...
Em janeiro vai ser bem pior!..
Agora, resta agasalharem-se - e bem!
Quando a cabeça não tem juízo o corpo é quem paga!
Para a próxima, não se esqueçam de votar em condições.
Pode ser que em novembro não faça tanto frio como neste ano...

Trabalhadores dos Estaleiros de Viana exigem “gesto patriótico” a Cavaco Silva

Em moção aprovada em plenário, os trabalhadores voltaram a exigir a demissão de Aguiar-Branco por “incompetência” na gestão deste dossier. Acusam Aguiar-Branco de ter “mentido aos trabalhadores e aos portugueses” por ter prometido “salvar os estaleiros e garantir o maior número de postos de trabalho”.
“Verificamos agora que o senhor ministro mentiu aos trabalhadores e ao país. Nesse sentido, entendemos que não tem condições para continuar no alto cargo que ocupa e deve demitir-se por incompetência”, lê-se na moção aprovada por unanimidade e aclamação.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

"Estado de direito"....

....  todavia,  ao que parece, uns têm mais direitos do que outros.

“A política não é para Santos. Mas pode fazer grandes Homens!”

foto Pedro Agostinho Cruz
Tenho um  agradecimento e um elogio a fazer ao vereador António  Tavares, por ter-me proporcionado uma noite inesquecível e uma conversa memorável...
Ontem à noite na   Biblioteca Municipal da Figueira ad Foz,  Louzã Henriques, um enorme conversador, que esteve várias vezes preso por razões políticas, durante a ditadura fascista, falou de valores simples, mas tão raros nos tempos que se vivem hoje no nosso desgraçado País: Solidariedade, Fraternidade, Amizade, Heroísmo, Luta - persistente e anónima pela construção de um Portugal melhor.
Falou de  uma geração que deu tudo – alguns até a vida – pelo seu  Povo:  a dos comunistas e outros de outras esquerdas, que nos anos negros do fascismo, até ao 25 de Abril de 1974, alguns desde jovens,  se arriscavam  e  afrontavam a ditadura salazarista e toda a sua mesquinhez quotidiana.
Falou das vidas deploráveis dos trabalhadores portugueses desse tempo iníquo -  época das grandes fomes, das grandes explorações, da miséria, das grandes greves e repressões do fascismo, das cisões e das mulheres e do seu importante papel nas casas de apoio.
Falou, também, de casos e coisas reais e humanas de muitos que viveram aquelas vidas: o tédio, o desconforto, a solidão, a renúncia, o engenho, a arte, o medo, o heroísmo.
A iniciativa, que juntou várias dezenas de pessoas,  aconteceu  no âmbito do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, que está também a ser comemorado na Biblioteca Municipal, até 30 novembro, através de uma mostra documental sobre a sua vida e obra, que inclui desenhos e caricaturas realizados por alunos de escolas do concelho.
Hoje, mais do que nunca, é preciso acabar com a mentira que se vive em Portugal. Hoje, mais do que nunca, continua a ser necessário e cada vez mais urgente humanizar este País. Hoje, mais do que nunca, é preciso ter memória.
Por isso, fica registado o meu agradecimento e  o meu elogio ao vereador António Tavares.

Sessão da Assembleia Municipal

A Assembleia Municipal  da Figueira da Foz,  reúne-se hoje, pelas 16H30, no salão nobre da autarquia figueirense.
Na sessão extraordinária de hoje fazem parte da ordem de trabalhos, entre outros assuntos,  a derrama a cobrar no ano 2014 e o imposto municipal sobre imóveis de 2013.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Quase todos nós temos o mesmo problema...

"Tenho pena de si porque tem de ganhar a vida", disse o deputado socialista, ex-ministro de Sócrates e ex-jornalista, Pedro Silva Pereira, que pelos vistos não precisa de "ganhar a vida", a uma jornalista da CMTV que lhe fazia perguntas. 

Problema de imagem!..

A crise que o CDS-PP  atravessa está bem patente neste episódio figueirense que pode ser lido no Figueira na Hora.
Vânia Baptista é candidata à presidência da Comissão Política Concelhia do CDS-PP.
Com a candidatura, Vânia Baptista espera “trazer uma nova imagem pública e, acima de tudo um partido mais interventivo.”
Há dias, como o de hoje,  que são chatos e frios  “pra caraças”.
Nestas alturas,  um tipo que não seja de ferro, pode desanimar e tudo.
É uma chatice!
Para dias como o de hoje recomendo uma boa dose de internet.
Não há nada que não cure. A sua generosidade é imensa e sempre pronta e disponível a ajudar a levantar o ânimo alheio.
Obrigado Vânia Baptista, por também tu usares a internet para auto-promoção.

Business as usual…

"O governo confirma as suas invulgares aptidões para o negócio. Nunca será de mais relevar a invulgar mestria deste governo na arte de bem vender a coisa pública, uma mestria forjada nas artes do talhante. Desta vez são os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, onde o governo voltou a fazer tudo como bem sabe: pegou na peça, abriu-a e separou carne para um lado e ossos para o outro. Pegou na carne e entregou-a a um grupo privado; os ossos - já se sabe - ficam para nós!
Business as usual…"

Desempregado anuncia

"Quando o povo tem fome, tem direito a roubar", disse Belmiro de Azevedo em 20 maio de 2010!..
Belmiro de Azevedo, recorde-se, já foi o homem mais rico de Portugal, mas agora ocupa o quarto lugar. Ainda assim, duplicou a fortuna em relação ao ano passado, para 1,2 mil milhões de euros!..

Tony Carreira mostra vida íntima!..

foto daqui
AVISO:
O documentário fica para melhor oportunidade.
Entretanto, vou ver jogar o Benfica...
Boa noite.
AMANHÃ HÁ MAIS!..

À conversa com Louzã Henriques


 A Biblioteca Municipal, amanhã, a partir das 21H30, é palco de uma conversa com Louzã Henriques sobre Álvaro Cunhal.
 A entrada é livre.

Esta economia prejudica gravemente a saúde ...

Durão Barroso sobre a pobreza:
- “Vamos ser honestos: hoje, a situação é pior”.

Portugal, de 1867 a 2013

"Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações.
A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse.
A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, brada-se, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali com dor e com raiva.
À escalada sobem todos os homens inteligentes, nervosos, ambiciosos (...) todos querem penetrar na arena, ambiciosos dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e de dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade."
Eça de Queiroz, in Distrito de Évora (1867)

“Mais de cem anos depois do seu desaparecimento, mantém-se actual a análise mordaz tantas vezes citada que Eça de Queirós fez acerca da política nacional e do comportamento dos políticos.
Ali elabora, com a ironia que o caracteriza, sobre as motivações que conduzem à luta política.
Vem esta referência a propósito das anunciadas candidaturas à estrutura local do partido que detém o poder absoluto no município da Figueira.
Certamente que se encontrarão garantidos os direitos de cada um dos candidatos (não opino sobre isso), mas o facto é que ambos os protagonistas desempenham funções na Câmara Municipal,
prosseguindo certamente tendências diferentes, quem sabe se até antagónicas.
Não é a primeira vez que situação equivalente ocorre na Figueira da Foz. Se para os partidos, o resultado foi indiferente, o facto é que o concelho perdeu sempre, pelas graves consequências que ocorreram na governação da Câmara.
Uma coisa é a luta política dentro dos partidos, outra será a administração municipal.
Ao presidente, na qualidade de mais alto responsável pelas más consequências que poderão advir de eventuais divisões, competirá evitar que a ciência de governar se constitua como “uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga,  pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse”, como, naquele artigo, refere o Eça.
Separem-se as águas: Ao partido o que é do partido. À governação municipal o que interessa aos munícipes.” 

Daniel Santos, in As Beiras (27.11.2013)

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Polémica no CAE (os factos - via Rui Beja...)

"Queria, antes de mais, dar os parabéns ao Pedro Silva, é um craque a inventar argumentos!
Factos: a autarquia resolveu o protocolo com a Corpo de Hoje e a Ana Borges - esta é uma verdadeira associação "unipessoal"... - recusou-se a abandonar a Quinta das Olaias. Os funcionários da autarquia tentaram mudar as fechaduras de um imóvel municipal, apenas isso. A verdade é só uma: a Ana Borges recusa-se a abandonar um imóvel municipal, ou seja, barricou-se na Quinta das Olaias... As pessoas civilizadas discutem estes assuntos em tribunal, a Ana Borges optou por vitimizar-se e encerrar-se na Quinta das Olaias...
Segundo facto: a autarquia podia denunciar o protocolo a todo o momento, a menção a 60 dias de prazo é inaudita. A retirada da área do teatro à Corpo de Hoje para a dar a outrem é simplesmente falsa e caluniosa; a alegação de que esta decisão é ilegítima porque foi tomada numa reunião de Câmara fechada ao público é, simplesmente, uma tonteria: se a decisão tivesse sido tomada numa reunião pública, mas sem intervenção do público, isso mudava alguma coisa?! A oposição não está sempre presente, e as decisões das reuniões de Câmara não são sempre públicas?! Último ponto: A Ana Borges sabia da decisão da maioria há muito tempo, ou seja, não teve apenas 5 dias para sair da Quinta das Olaias... Mas, neste caso, a Ana Borges não alega que tem pouco tempo para sair da Quinta; a artista recusa-se, pura e simplesmente, a sair de um edifício público!" 
Rui Beja, disse...

Na Praia de Mira foi apreendido carapau com a medida legal

A um mês do Natal, tomei conhecimento, via  internet, de  uma queixa  -  ao mesmo tempo um lamento,  um pedido, uma exigência -  dos pescadores portugueses da Pesca dita "Arte-Xávega".
O caso aconteceu, desta vez, na Praia de Mira com a companha do "Senhor dos Aflitos".
Os pescadores, depois da árdua labuta de mais um dia de trabalho, no meio do mar, em pleno Inverno, em Novembro, a um mês do Natal, viram depois o produto desse seu trabalho - uns míseros carapaus,  desta vez, sem sequer serem carapaus de tamanho inferior às dimensões mínimas legais!.. - ser-lhes apreendido,  por não ter sido objecto de qualquer licitação, pelos compradores habituais, quando posto à venda na lota…
Esta é a mensagem da Associação Portuguesa de Arte-Xávega:
HOJE NA PRAIA DE MIRA HOUVE UMA APREENSÃO DE CARAPAU . ISTO PORQUE O DONO ESTAVA A VENDER SEM TER PASSADO PEIXE À LOTA . POIS QUANDO PÔS O PEIXE À VENDA NÃO HAVIA NINGUÉM PARA O COMPRAR . ERA CARAPAU GRANDE. ISTO MAIS UMA VEZ REFORÇA O NOSSO PEDIDO PARA UM REGIME DE EXCEPÇÃO PARA A ARTE-XAVEGA . PEÇO A TODOS QUE FALEM TODOS DE UMA VOZ NESTE ASSUNTO . OBRIGADO . JOSÉ VIEIRA

Esta mensagem chegou-me através de um mail da associação científica privada sem fins lucrativos (dotada de estatuto de utilidade pública) - CEMAR-Centro de Estudos do Mar (Praia de Mira - Figueira da Foz). Tal  como também nos compete,  aqui reproduzimos, divulgamos e amplificamos, este apelo e este lamento. E aqui secundamos esta exortação: a de que falemos todos, com uma só voz, para salvar estes Pescadores Portugueses, conseguindo para eles a EXCEPÇÃO LEGISLATIVA, que há muito merecem, por todas as razões (razões jurídico-políticas, eco-ambientais, económicas e sociais, culturais e identitárias).
Recorde-se, que já decorreu quase meio ano (07.06.2013) que foi aprovada na Assembleia da República Portuguesa uma "Recomendação" política no sentido de salvar a "Arte-Xávega"  - deliberação essa aprovada por unanimidade, por todos os grupos parlamentares de todos os partidos políticos.
Numa altura em que já se afigura muito próxima a conclusão do "Relatório", entretanto em preparação na Comissão Técnica de Acompanhamento, criada e em funcionamento, na Direcção-Geral de Recursos Marítimos do Ministério da Agricultura e do Mar (um "Relatório", espera-se, para fazer recomendações técnicas ao Governo que venham a servir para salvar esta actividade ancestral e moribunda, e não para a matar de vez...),  constata-se que ainda não existe nenhuma alteração legal promulgada - formal, explícita e definitiva - que reconheça e legitime, perante as entidades fiscalizadoras locais e regionais (que, portanto, têm que continuar a reger-se pelas leis antigas vigentes), a EXTREMA ESPECIFICIDADE e a EXTREMA EXCEPCIONALIDADE deste tipo de Pesca e de Pescadores...

Entretanto, como foi o caso de que demos conta acima, este sector, continua na mesma situação de vulnerabilidade, perante legislações desajustadas (que os ignoram), e perante intermediários especulativos e grandes interesses comerciais (que sempre os exploram e asfixiam), e perante fiscalizações às vezes desleixadas e ignorantes (que às vezes os perseguem arbitrariamente), em que se encontravam outrora os Pescadores "(…) numa sociedade subdesenvolvida, corporativa e feudal (na Sicília da primeira metade do século XX) (…)", como acerca deles escreveu o CEMAR,  em Novembro de 2012. 

Gravura de Buarcos

Por gentileza do  Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque - CEMAR (Figueira da Foz - Praia de Mira) publica-se a gravura de Buarcos (Foz do Mondego).
Data das primeiras décadas do século XVII, poucos anos depois das gravuras de Lisboa, de Belém e Cascais, de Coimbra, e de Braga, antes incluídas em "Civitatis Orbis Terrarum", é uma das mais antigas imagens de iconografia urbana, impressa, de Portugal inteiro.
Nesta  gravura  vê-se claramente que a fortaleza marítima de Buarcos, então, 1638 (ou alguns anos antes disso), ainda estava em construção.
Em 1996, no âmbito dos Encontros do Mar 96 - "a maior realização cultural desde sempre levada a cabo na Figueira da Foz" - nas palavras de José Pires de Azevedo -, um exemplar original desta gravura seiscentista, que havia sido para esse fim adquirido por Alfredo Pinheiro Marques na Alemanha, foi apresentado ao público numa exposição organizada na Figueira da Foz, e foi publicado, em facsimile, na edição do CEMAR.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

25 de novembro

"Evocar, neste ano de 2013,  a efeméride do 25 Novembro 1975 é uma ideia (iniciativa?!) que só pode sair da cabeça de um militar qualquer, dos múltiplos que disputam ter sido os chefes, os salvadores da Pátria. Alguém que ainda considere a efeméride, na situação actual de indigência e tutela estrangeira, digna de celebração. De aplauso, em suma.
E se alguém, militar ou civil, deve compreender que reivindicar nesta precisa contingência nacional a conspiração vitoriosa e o golpe contra-revolucionário do 25 Novembro 1975, estabelece assim um laço de Causa a Efeito.
CAUSA: 25 Novembro 1975. EFEITO: 2011-14 (Tutela estrangeira;Indigência nacional)...
Responsáveis máximos pelo 25 Novembro - tais como Vasco Lourenço, Mário Soares e outros - aparecem agora como radicais esquerdistas, apelando à indignação, à revolta e até à violência. Francamente: não dá para a acreditar na nova demagogia desses velhos conspiradores, amigos, aliados e servidores fieis do imperialismo capitalista. Trata-se de uma provocação ? Poupem-nos. Ninguém pode - nem deve - levar-vos a sério."


João Varela Gomes, um mito da luta oposicionista contra a ditadura.

Acho que cheguei àquele ponto da vida em que não dá para se acreditar em ninguém...

Expresso, no passado dia 20:
"Eanes falta à homenagem mas Manuela Eanes vai.Manuela Eanes e os dois filhos vão assistir à homenagem ao ex-Presidente da República, organizada por um grupo da sociedade civil. O general António Ramalho Eanes disse ao Expresso que não estará presente porque entende que tudo o que fez foi cumprir o seu "dever de cidadão e militar".
Público, no passado dia 22:
"António Ramalho Eanes vai, afinal, estar presente na homenagem que, na próxima segunda-feira, 25 de Novembro, lhe vai ser feita no auditório da antiga FIL, em Lisboa."

Os que duvidamos e os cépticos...



«Sabemos hoje que as normas e critérios morais podem mudar de um dia para o outro e que tudo o que resta é o mero hábito de exaltar e sustentar alguma coisa. Muito mais de fiar serão os que duvidam e os cépticos, não porque o cepticismo seja uma coisa boa, ou a dúvida, saudável, mas porque estão habituados a examinar as coisas e a formar a sua própria opinião. Mas os melhores de todos são os que têm uma única certeza: que aconteça o que acontecer, enquanto vivermos, teremos de viver, tendo-nos por companheiros a nós próprios».


HANNAH ARENDT, Responsabilidade e Juízo (Dom Quixote)

domingo, 24 de novembro de 2013

O segundo mandato do dr. João Ataíde começou mal: em pouco mais de um mês já gastou vários créditos...

foto sacada daqui
João Ataíde, o independente reeleito numa lista do PS,  tomou posse em 19 do mês passado.
Em pouco mais  de um mês, porém, já deu três tiros importantes no porta aviões: uma das duas reuniões mensais passou a ser realizada à porta fechada; o caso do estacionamento pago no Hospital da Figueira da Foz; e, agora (mais uma, recorde-se...), polémica no CAE que envolve directamente o seu vereador de confiança – o dr. António Tavares.
Tenho acompanhado a actual  polémica no CAE, via internet e pelos  jornais.
Das pessoas envolvidas, apenas conheci  o dr. António Tavares, com quem convivi antes de ser vereador a tempo inteiro.
Depois deste introito, destaco dois comentário de Pedro Silva (que não conheço de lado nenhum), pois apontam  factos concrectos. Quem quiser ler todos os restantes comentários, apenas tem de clicar aqui:

1 - “Há por aqui pessoas que ou não sabem o significado de "barricar" ou estão muito mal informadas. A Ana Borges, perante uma situação que considerou ilegal, chamou a polícia quando dois funcionários, com ordem da CM, se preparavam para mudar as fechaduras, estando ela em casa. Com a chegada da PSP, e com a Ana Borges no exterior da casa, os funcionários, confrontados com a possibilidade de estarem a cometer um acto ilícito, foram-se embora.
Voltaram mais tarde, desta vez acompanhados pela PSP, e mudaram e soldaram a fechadura do portão de acesso à casa, sempre com a Ana Borges no exterior da casa.
Isto são factos. Não porque ouvi dizer, mas porque, ao contrário do Rui Beja, estive lá e vi. A não ser que o significado de barricar tenha entretanto mudado, os factos que vi com os meus olhos não correspondem ao acto de barricar. Portanto, Rui Beja, as informações que o chefe lhe indicou são (mais uma vez) falsas.”

2 - “A CMFF poderia ter denunciado o protocolo com a corpodehoje até 60 dias antes da sua renovação automática a 21 de Setembro. Se não o fez foi porque não tinha motivos para tal, o que eu interpreto com "satisfação pelo trabalho realizado até então". Facto: as eleições autárquicas realizaram-se a 29 de Setembro. Facto: dias depois das eleições foram retiradas áreas artísticas à corpodehoje (leiam o comentário do Ricardo Lima e ficam a saber em que mãos caiu o Teatro). Facto: a denúncia do protocolo foi votada por unanimidade numa reunião de câmara à porta fechada. Facto: foram dados 5 dias (cinco!!!) à Ana Borges para sair da casa. Facto: foi vedado o seu acesso ao CAE e ao seu gabinete.
O modus operandi é de muito baixo nível. É vergonhoso e desumano. O mal, esse, já está feito, e não há tribunal que o corrija.”


Posto isto, aguardam-se factos por parte da outra parte envolvida - a Câmara Municipal da Figueira da Foz, via  vereador dr. António Tavares. 
Ou se será que vamos ficar, outra vez, pela terra de ninguém, que é aquela zona da vida figueirense onde se refugiam aqueles que querem sobreviver?..

sábado, 23 de novembro de 2013

O "puto"!..

foto Pedro Agostinho Cruz

"Na nossa actividade operacional existem pessoas que são o prolongamento daquilo que fazemos.
Hoje é o dia de homenagear essa mesma gente.
Chamam-se JORNALISTAS.
Personalizando no Pedro Cruz através de uma obra da sua arte, sorte a esses que também fazem parte de nós."
 


Página dos BOMBEIROS MUNICIPAIS DA FIGUEIRA DA FOZ, no Facebook

Protocolos camarários

A responsável pela escola de dança do Centro de Artes e Espetáculos (CAE) foi dispensada no início do mês, ao cabo de dois anos de colaboração.
Ontem, com a presença de  um advogado da autarquia, cumpriu-se a ordem camarária: com  a PSP presente foi mudada a fechadura da Quinta das Olaias.
O vereador António Tavares esclareceu que o protocolo, válido por um ano e renovado por períodos idênticos, foi “denunciado (pela câmara) por incumprimento de objetivos”.
Entretanto, a escola de dança, frequentada por cerca de 40 alunos, continua a funcionar.
Falta saber, até ao momento, o que tem  Ana Borges a dizer.

VAGAMENTE RELACIONADO COM O ASSUNTO.
João Ataíde na ultima reunião camarária.
"Julgo que a Naval 1.º de Maio tem um défice muito grande na sua gestão", disse João Ataíde, explicando que está em vigor um protocolo de 7.500 euros/mês, actualmente a ser usado como compensação/acerto de contas (a Naval a dever cerca de 120 mil euros à autarquia, e a autarquia, em apoios, a dever cerca de 90.000 euros ao clube) levantando-se a questão de denunciar ou não esse protocolo. 
E concluiu: "Não podemos protelar muito mais tempo".
Se a Câmara tiver um  critério uniforme na sua acção, não poderá estar em causa a formação e a prática desportiva de centenas de miúdos figueirenses?..
Isto pergunto eu, com os nervos...
Já agora, que vem a talhe de foice, outro pormenor: quando é que a Câmara olha  para outros Clubes do concelho, com olhos de ver, que mantêm escolas de formação desportiva a funcionar, há longos anos, apenas com a carolice e a dedicação dos seus dirigentes, sócios e amigos, sem apoios da autarquia liderada há quatro anos por João Ataíde?

Exposição, na Sociedade de Geografia de Lisboa, sobre o "Barco-do-Mar"

Organizada pelo  Arq. Carlos Mateus de Carvalho (do Conselho Consultivo e Científico do CEMAR-Centro de Estudos do Mar) e no âmbito da celebração do Dia Nacional do Mar 2013 (Praia de Mira e Sociedade de Geografia de Lisboa), foi inaugurada no dia 19.11.2013, encontrando-se desde então patente em Lisboa no edifício da SGL (Rua das Portas de Santo Antão, 100), uma exposição alusiva ao "Barco-do-Mar", ou "Barco-da-Arte", o barco de pesca tradicional utilizado na "Arte" (actualmente designada "Arte-Xávega"), e às variantes da sua decoração ao longo do litoral ocidental português.
Estará patente ao público até ao dia 29 de novembro.
Esta embarcação, também designada por "barco-do-mar" ou "barco-da-arte", é utilizada por comunidades piscatórias na pesca de cerco e alar para terra (conhecida por arte-xávega) entre a Costa da Caparica e Espinho.
A mostra é constituída por um significativo conjunto de modelos de “barcos-de-mar” de coleções de diversas instituições.
A saber: o Museu de Marinha (Coleção Seixas) e o Centro de Estudos do Mar e de entidades particulares, Arq. Carlos Carvalho e Arq. Fernando Simões Dias; a mostra é enriquecida com desenhos ilustrativos de um estudo do Arq. Carlos Carvalho sobre as diferenças deste tipo de embarcação consoante a respetiva praia onde operam.

[do Programa do Dia Nacional do Mar 2013]

PODER E AUTORIDADE

"Nas aulas de ciência política de Francisco Lucas Pires aprendia-se, via Max Weber, a distinguir poder de autoridade. Ontem, nas escadarias da Assembleia da República, uma manifestação pacífica - sim, pacífica - de milhares de cidadãos que exercem funções policiais acabou por exemplificar a distinção. Poder e autoridade ficaram separados por uns lances de escada. A circunstância de alguns daqueles cidadãos terem acedido a um patamar superior possui um simbolismo que não deve ser desprezado. E ainda mais simbólico foi o facto de, como maior ou menor exaltação (própria do humano, do demasiadamente humano), não ter havido violência. O que pretendo significar é que a autoridade do Governo perdeu-se entre a base e o primeiro patamar daquela escadaria. Pacificamente. A do Presidente da República, perdida desde Julho, acentuou-se com uma coisa nunca vista nestes quarenta anos de regime: o inusitado pedido público da sua demissão por parte de um seu antecessor. Em suma, somos pastoreados por poderes representativos sem sombra de autoridade. Se calhar não merecemos melhor."

Portugal dos pequeninos

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Entendo bem Mário Soares!..

"Estamos a caminho de uma nova ditadura", disse ontem à noite em Lisboa Mário Soares.
O mal das pátrias permanece  além da morte. O bem enterra-se com elas.
O 25 de Abril permitiu que ande por aqui.
A  nossa Pátria, em oito séculos de história, portou-se quase sempre mal com as suas gentes.
Reconheçamo-lo...
Quem somos nós para o contestar?..
Nos dias que passam, a injustiça, o silêncio, o medo e a fome  aumentam neste velho País.
Sente-se e, por vezes, ouve-se,  aqui e ali, como ontem aconteceu em S. Bento,  um soluço que risca o frio muro da tristeza – o que, mesmo para gente com muita lata, mas pouca vergonha, não deixa de causar incómodo.
Mas, o pano de fundo é desolador: Portugal, quase moribundo e arfante, parece estar a morrer devagar.

Quem disse que o Rui tinha desaparecido, pelos vistos, estava enganado...

"O partido socialista encontra-se em campanha eleitoral, com dois candidatos de peso: o recandidato João Portugal, deputado da A.R. e novo vereador sem pasta de João Ataíde, e Tiago Castelo Branco, chefe de gabinete do mesmo Presidente da Câmara... 
Reparem: João Ataíde permitiu que o seu chefe de gabinete se envolvesse num confronto eleitoral com um seu vereador! E sabem como é feita esta campanha?! Pagando quotas a centenas de militantes! Nem um pingo de discussão política, o que conta é arranjar dinheiro para pagar quota ao rebanho que vota no cacique que lhe prometa mais cargos, favores ou uma qualquer sinecura... 
O partido socialista acabou... Mas há questões prementes a colocar: que interesses patrocinam estas campanhas?! O que é que recebem em troca? Tiago Castelo Branco está a utilizar o seu cargo camarário como argumento eleitoral? E João Portugal, continua a utilizar o telefone da Assembleia da República para arrebanhar os militantes do PS figueirense?! Mas digam-me: este PS tem salvação? Este é o melhor dos mundos rosas possíveis?!"

"Já Miguel Almeida, após a estrondosa derrota de Setembro passado, regressou à liça dando uma entrevista a um jornal local; nesta, Almeida garante que tem vontade de se voltar a recandidatar... 
Reparem: este homem, que passou um ano em campanha eleitoral; que contactou centenas de figueirenses nas visitas que fez a praticamente todas as instituições e grandes empresas do concelho; que gastou milhares de euros numa campanha milionária onde prometeu tudo a todos; vem agora garantir que quer recandidatar-se, apesar de ter tido um dos piores resultados da história autárquica do PSD! Miguel não está agarrado ao poder como uma lapa?! É este o amor que Almeida tem ao PSD, desejar a reedição de uma derrota anunciada? É este o melhor mundo laranja possível?!"

Rui Beja

PS:

“Se não apoiasse o João Portugal é que teria de justificar: endoideci” 
– disse Carlos Monteiro, segundo Figueira na Hora!..

Empark – o sócio espanhol da Figueira Parques

Pela sua vasta experiência e pelo seu volume de  negócios  em 5 países - Espanha, Portugal, Andorra, Reino Unido e Turquia - , a Empark é uma das grandes empresas internacionais na área da mobilidade urbana e – segundo o site da empresa -  líder em Espanha e Portugal.
Os parques de estacionamento de aeroportos e hospitais são  os seus negócios mais significativos.
Da sua carteira de negócios fazem parte  54 parques de estacionamento nos aeroportos de Madrid-Barajas, Stansted (Londres), Lisboa, Barcelona, Porto, Edimburgo, Faro, Palma de Maiorca, Málaga e Tenerife, entre outros.
Mas,  a Empark também tem uma apetência especial pelos parques de estacionamento hospitalares,  tendo como clientes hospitais  importantes - Madrid, Ramón y Cajal e Doce de Octubre. 
Contudo, os seus interesses comerciais passam também por  estações de comboio (Fertagus), terminais de ferry (Barreiro, Montijo e Seixal) e nos portos de Sevilha, Las Palmas e Palma de Maiorca.
De Espanha, como diz o Povo, “não costuma vir nem bom vento, nem bom casamento”.
Façamos votos para que o Povo, desta vez,esteja completamente enganado.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

É pá, tou mesmo nervoso...

Fiquei tão nervoso com a quase invasão do Parlamento pelos manifestantes e ando tão preocupado com os 80 mil euros investidos pela Câmara Municipal, via Figueira Parques, no Parque de estacionamento pago do Hospital da nossa cidade, que se tivesse agora 40 cêntimos disponíveis, ia ver o mar na minha bicicleta, mas estacionava uma horita o meu veículo no parque a pagar, só para contribuir para amenizar o défice nas contas da autarquia figueirense...

Oito anos à espera de justiça!..

Quatro pessoas que ficaram feridas em 2005, na sequência do rebentamento de uma granada no espectáculo de fogo-de-artifício na noite de S. João em 2005, esperam há mais de oito anos pela indemnização. O Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra (TAFC) condenou a Figueira Grande Turismo (FGT) a pagar-lhes mais de 72 mil euros, mas a empresa municipal recorreu da sentença, acto que tem efeitos suspensivos, disse fonte ligada ao processo.

O estacionamento pago no Hospital da Figueira e os problemas que temos e iremos ter naquela zona da freguesia de S. Pedro. Que serão certamente agravados quando o tempo estiver propício para ir à praia...


Entrada e saída norte. Do lado de fora, são visíveis dezenas de carros estacionados no exterior.


Saída para poente. Dá para uma rua da freguesia de S. Pedro, com piso em estado miserável. No verão, são milhares os visitantes que todos os dias por aqui circulam, pois dá acesso às magníficas praias da Cova-Gala e ao Parque de Estacionamento que serve a praia limítrofe. Ironia das ironias: a Câmara não tem dinheiro para repor o piso de uma via pública, mas a poucos metros, via Figueira Parques, uma empresa municipal, gastaram-se e arranjaram-se 80 mil euros para investir num estacionamento privado!..


A entrada sul, a tal "especialmente concebida para as situações de emergência"!
Entrada lado nascente, a usada normalmente pelos utentes. Mais uma vez atente-se na ocupação dos espaços de estacionamento em redor da unidade hospitalar.
Finalmente, fica a imagem do parque de estacionamento que serve a Praia do Hospital. Esta foto, como todas deste post, foram tiradas por mim esta manhã. Fica o esclarecimento, pois estamos bem fora da época estival, como a temperatura bem demonstra.

Ontem no CAE no decorrer da sessão comemorativa do 4º. aniversário das 5ªs. de Leitura, que por acaso foi numa 4ª.

Richard Zimler, via FIGUEIRA NA HORA:

"Vi-me obrigado a falar da crise em Portugal porque o personagem principal, o inspector da Judiciária, viu o seu salário cortado em 20%", explica. 
"Em Portugal, em vez de se promover pessoas competentes, sensíveis e generosas, faz-se o contrário. Nos EUA é igual, só assim se percebe que George W. Bush chegasse a Presidente, quando daria um excelente recepcionista de hotel, com aquele sorriso. E Mandela, em Portugal estaria provavelmente a limpar o chão de uma fábrica de cortiça, nunca uma pessoa assim carismática chegaria a presidente do país". 
 


Meritório Apoio do Instituto Hidrográfico à Arte-Xávega, no Dia Nacional do Mar 2013


"Com a colaboração do CEMAR - Centro de Estudos do Mar (Praia de Mira e Figueira da Foz)  e, também,  de algumas companhas da "Arte" da Beira-Litoral que para a afinação desse programa igualmente contribuíram (nomeadamente o Senhor José Vieira, da companha do Barco "Alexandre Vieira", da Praia de Mira, ou o Senhor Armando Caiano, da companha do Barco "Voz do Mar", da Costa de Lavos-Figueira da Foz, etc.), o Instituto Hidrográfico da Marinha Portuguesa lançou agora, gratuitamente, na internet, num verdadeiro exemplo de serviço público, o seu "Programa Informático de Previsão de Condições Meteo-Oceanográficas para a Pesca de Arte-Xávega"  ["Qual É a Tua Onda… na Arte-Xávega"] (© IH, 2013-…). E escolheu a Praia de Mira para fazer a cerimónia da sua sessão formal de lançamento.
Pela parte da nossa associação científica privada sem fins lucrativos, dotada de estatuto de utilidade pública, o CEMAR - Centro de Estudos do Mar orgulha-se de também ter colaborado para a criação deste produto de grande utilidade, e de grande mérito, que os Pescadores agora ficam a dever à Marinha Portuguesa.  Este Laboratório do sistema científico do Estado português que é o Instituto Hidrográfico da Marinha de Guerra Portuguesa criou agora um produto que é um verdadeiro exemplo efectivo, real, eficaz (e não simplesmente folclórico, ritual, formal ou bizantino)  de disponibilização pública do conhecimento científico ao serviço da sociedade portuguesa, da actividade produtiva, e da identidade social e cultural local (desde já, desde Espinho até à Praia da Vieira, e, em breve, também alargado à Costa de Caparica)."

Um mail recebido do CEMAR que Outra Margem divulga com todo o gosto.

Uma intenção de cariz neoliberal...

foto Figueira na Hora
Eng. Daniel Santos, hoje na sua crónica semanal no jornal AS BEIRAS:

“A garantia de estacionar num parque de um estabelecimento de saúde por razões que tenham a ver exclusivamente com ela é um dever do Estado, assente na receita proveniente do bolo geral dos impostos que os cidadãos já pagam. Acresce que os utentes do SNS pagam taxas moderadoras recentemente agravadas.
Pode então inferir-se que o estacionamento pago no parque do Hospital Distrital da Figueira da Foz, para além dos problemas operacionais já tornados públicos, constitui uma dupla (ou tripla?) tributação.
Não é despiciendo que subsista à solução uma intenção de cariz neoliberal que é a de dissuadir os cidadãos de acederem aos serviços de saúde a que têm constitucionalmente direito. Porque, para tal, já pagam impostos e outras taxas.”

Kombat TV

Um projeto de âmbito nacional com sede na Figueira da Foz. 
Kombat TV tem produção figueirense.
Director geral: Raúl Cardoso CPJ nº 8531 
Informação: Jorge Lemos CPJ nº 8099 
Conteúdos: Joana Alvim TPE nº 285 
Jorge Jordão

daqui

Aldeia da Cova-Gala

Como um dia disse Sebastião Salgado: "Uma boa foto é aquela que não precisa de legenda".
Foto Pedro Agostinho Cruz   Texto daqui
O seu nome não vem no mapa nem a terra tem qualquer referência, de área ou de população, nas enciclopédias. E, embora real, porque existe, vive e pulsa, parece não ter tido passado, nem presente. Contudo, não é terra morta que se possa assim, tão facilmente, ignorar.
Chama-se Gala. É uma aldeia de pescadores. Ou melhor: pouco mais é do que uma rua, que vai da Estrada ao Mar, e tem casas de um lado e do outro. Ao fundo e antes das dunas, que a separam do grande areal da praia, junta-se intimamente – quer dizer: sem uma nítida separação – a um lugar que tem o nome de Cova, embora a designação não seja exacta ou própria: as duas terras estão ao mesmo nível – o das águas do mar, quando estas andam calmas ou só bramem na ressaca.
Muito embora sem nome no mapa, a Gala está bem situada. Fica do lado sul da foz do Mondego. E, como as terras que seguem um rio até ao mar, é um prolongamento do Cabedelo – ou seja, aquele cabo de areia que se forma à barra dos rios. Do lado norte, há uma cidade e essa vem registada nos mapas de terra e nas cartas de mar – chama-se Figueira da Foz.