foto Pedro Agostinho Cruz |
Ontem à noite na Biblioteca Municipal da Figueira ad Foz, Louzã Henriques, um enorme
conversador, que esteve várias vezes preso por razões políticas, durante a
ditadura fascista, falou de valores simples, mas tão raros nos tempos que se
vivem hoje no nosso desgraçado País: Solidariedade, Fraternidade, Amizade, Heroísmo,
Luta - persistente e anónima pela construção de um Portugal melhor.
Falou de uma geração
que deu tudo – alguns até a vida – pelo seu
Povo: a dos comunistas e outros
de outras esquerdas, que nos anos negros do fascismo, até ao 25 de Abril de
1974, alguns desde jovens, se arriscavam e afrontavam
a ditadura salazarista e toda a sua mesquinhez quotidiana.
Falou das vidas deploráveis dos trabalhadores portugueses desse
tempo iníquo - época das grandes fomes,
das grandes explorações, da miséria, das grandes greves e repressões do
fascismo, das cisões e das mulheres e do seu importante papel nas casas de apoio.
Falou, também, de casos e coisas reais e humanas de muitos que
viveram aquelas vidas: o tédio, o desconforto, a solidão, a renúncia, o
engenho, a arte, o medo, o heroísmo.
A iniciativa, que juntou várias dezenas de pessoas, aconteceu no âmbito do centenário do nascimento de
Álvaro Cunhal, que está também a ser comemorado na Biblioteca Municipal, até 30 novembro, através de
uma mostra documental sobre a sua vida e obra, que inclui desenhos e
caricaturas realizados por alunos de escolas do concelho.
Hoje, mais do que nunca, é preciso acabar com a mentira que
se vive em Portugal. Hoje, mais do que nunca, continua a ser necessário e cada vez mais urgente
humanizar este País. Hoje, mais do que nunca, é preciso ter memória.
Por isso, fica registado o meu agradecimento e o meu elogio ao vereador António Tavares.
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