"Nas aulas de ciência política de Francisco Lucas Pires aprendia-se, via Max Weber, a distinguir poder de autoridade. Ontem, nas escadarias da Assembleia da República, uma manifestação pacífica - sim, pacífica - de milhares de cidadãos que exercem funções policiais acabou por exemplificar a distinção. Poder e autoridade ficaram separados por uns lances de escada. A circunstância de alguns daqueles cidadãos terem acedido a um patamar superior possui um simbolismo que não deve ser desprezado. E ainda mais simbólico foi o facto de, como maior ou menor exaltação (própria do humano, do demasiadamente humano), não ter havido violência. O que pretendo significar é que a autoridade do Governo perdeu-se entre a base e o primeiro patamar daquela escadaria. Pacificamente. A do Presidente da República, perdida desde Julho, acentuou-se com uma coisa nunca vista nestes quarenta anos de regime: o inusitado pedido público da sua demissão por parte de um seu antecessor. Em suma, somos pastoreados por poderes representativos sem sombra de autoridade. Se calhar não merecemos melhor."
Portugal dos pequeninos
Sem comentários:
Enviar um comentário
Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.