Riam, mas com moderação...
Imagem via Expressosexta-feira, 20 de setembro de 2024
Os homens devem estar loucos
Episódio do Pinóquio e o eclipse do emplastro
A fama permite tudo... |
Contudo, «o problema não é o desaparecimento dos ministros e ministras deste Governo com a sua incompetência escondida atrás de silêncios ensurdecedores, não. O problema é o eclipse do sonso fala-barato que se senta na cadeira de Presidente, de emplastro dos ministros e do Governo de António Costa a homem invisível com a língua comida pelo gato.
Não é Presidente de todos os portugueses, é Presidente da cúpula do partido a que pertence.»
quinta-feira, 19 de setembro de 2024
Incêndios: “isto só se resolve quando vier a chuva”
«As previsões meteorológicas apontam para um desagravamento das condições propícias aos incêndios florestais, estando, inclusive, prevista para hoje a chegada da chuva. Mas ao contrário do que é habitual, os aguaceiros vão evoluir a partir da região Sul, ocorrendo, essencialmente, no interior do Alentejo e interior do Algarve.
Só esta sexta-feira deverão chegar às regiões do Norte e Centro, as mais afetadas pelos incêndios, adiando por mais um dia a partida do inferno. Porque, como disse à Lusa o presidente da câmara de Sever do Vouga, Pedro Lobo, "isto só se resolve quando vier a chuva".»
Sessão sobre caulinos esta noite em Vila Verde
Desde a publicação da consulta pública do pedido de atribuição de direitos de prospecção e pesquisa de caulino na área designada Feteira, pela Direção-Geral de Energia e Geologia, que a Junta e a Assembleia de Freguesia de Vila Verde se opõem à extração de minerais de areias siliciosas e argilas especiais na freguesia.
O pedido para as sondagens nos terrenos foi apresentado pela empresa Aldeia, com sede no concelho de Leiria.
Esta iniciativa do Movimento Cívico Popular surge dias depois de ter realizado uma concentração na praça da Europa, frente ao edifício da Câmara Municipal da Figueira da Foz, onde representantes do coletivo foram recebidos pelo vereador Manuel Domingues. Os ativistas entregaram ao autarca, de forma simbólica, um abaixo-assina do contra a exploração de caulinos em Vila Verde, à data com 2600 assinaturas.
Os bombeiros não são carne para canhão
«Defender a vida das pessoas. Deve ser essa a prioridade, quando o fogo é impossível de controlar, como tem acontecido em tantos lugares por estes dias. Não é preciso ser um especialista para perceber que, por maior que seja a capacidade tecnológica e logística à nossa disposição, a natureza terá sempre mais poder. Isto não é sinónimo de deixar arder. Significa apenas que os meios materiais e humanos devem ser orientados, em primeiro lugar, para salvar vidas. E só depois para o património. Isso inclui salvar as vidas dos bombeiros, que não são carne para canhão. Vai ser preciso esperar para detalhar o que aconteceu aos três bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha (Tábua) que morreram por causa de um veículo avariado. Como será preciso esperar para saber porque foi considerado mais importante resgatar uma máquina do que assegurar a vida de um trabalhador florestal em Albergaria-a-Velha. Não se pode tirar conclusões de forma precipitada, mas não chega reconhecer o heroísmo e apresentar condolências. Se houve negligência ou cobiça, se os meios não eram adequados, se alguém deu uma ordem errada, é preciso apurar, corrigir e castigar.»
João Portugal vai ser candidato único à distrital de Coimbra
Via Diário as Beiras
O actual presidente da distrital do PS de Coimbra, João Portugal, recandidata-se à liderança da federação, assumindo como um dos objetivos recuperar nas próximas autárquicas a câmara da capital de distrito, que os socialistas perderam em 2021.
quarta-feira, 18 de setembro de 2024
Deputados investigam provedores e tutela da Santa Casa desde Santana Lopes
Segunda TERTÚLIA Figueira Champions / Casino Figueira
Teve ainda uma surpresa: a presença do figueirense Luís Filipe Santos, ciclista amador da Figueira da Foz, primeiro atleta português a completar as 24 de Le Mans, em França, numa bicicleta.
PORTUGAL EM CHAMAS
Com uns reclusos mais ardilosos, este País cede na segurança das cadeias.
Com uns ladrões mais audaciosos, este País cede nos paióis de papel onde guarda as armas.
Com urgências fechadas, as mulheres deste País são deixadas à sorte dos bombeiros/parteiros em beiras de estradas.
Com escolas sem professores, vai cedendo o elevador social. Com tribunais a cair aos bocados e processos que se eternizam, nos recursos e impedimentos filhos de arreigada impunidade, cede a Justiça.
Um pouco por todo o lado multiplicam-se os sinais de um País frágil, sem planeamento, previsibilidade e segurança de procedimentos. Perdura a imagem da ponte que cede e entrega meia centena de excursionistas nos braços da morte. Também a dos verões de um País que arde, expondo incompetências diversas, mas sem explicação mais objetiva do que um encolher de ombros.
A inevitável degradação das condições meteorológicas.
50 anos depois do 25 de Abril é pouco. Há muito a exigir a partidos cada vez mais centrados em si próprios, capturados por bolhas de influência e interesses opacos, onde não avulta a responsabilidade política e a coragem de dar a cara."
Mosteiro de Santa Maria de Seiça com novo horário de abertura e entrada paga
Entra hoje em vigor o horário de inverno para visitas ao Mosteiro de Santa Maria de Seiça. O monumento nacional passa a ser visitado de quarta-feira a domingo, das 14H00 às 18H00.
De acordo com a deliberação da reunião de Câmara da Figueira da Foz do dia 6 deste mês, a entrada passa a ser paga. O bilhete normal custa três euros, as famílias com pelo menos dois elementos - um adulto e um menor - terão 50% desconto, e os maiores de 65 anos pagam 1,50 euros. Por seu turno, a entrada para grupos organizados (de 15 a 20 elementos) custa custo de 20 euros/ grupo. Estão isentos grupos com comprovada carência económica, escolas do concelho, visitantes até 12 anos, portadores de Cartão Jovem, do Cartão de Estudante e do cartão de bolsa de voluntariado emitidos pelo município e trabalhadores da Câmara da Figueira da Foz.
terça-feira, 17 de setembro de 2024
Num País a arder em chamas, as televisões não escapam....
Nos últimos dois dias, a transmissão de imagens de incêndios nas televisões e noticiários tem sido um massacre.
Para indivíduos que têm fascínio pelo fogo, horas e horas de fogo em directo nas televisões, com casas, florestas e campos de cultivo a arder, pode aumentar a probabilidade do fascínio.
Por isso, impunha-se minimizar a exposição dos fogos na televisão.
Pelos vistos, a piromania não é exclusiva de indivíduos com o desejo mórbido e incontrolável de provocar incêndios, queimar ou atear fogo às coisas ou pessoas. Neste vale tudo, que é a sociedade de consumo ilimitado em que vivemos, anda por aí à solta muito transtorno psicológico...
As mangueiras de sempre
«Um homem chora. Uma mulher conduz um tractor. Há quem derrube portões. Há também quem regue o milho acabado de apanhar. Há quem desespere porque não tem água. Há quem dê pontapés nos baldes que se romperam. Há quem se sente na soleira da porta a olhar. Há torres de lenha para o Inverno. Há terras abandonadas transformadas em silvados. Há botijas de gás, relva sintética, palmeiras, casas devolutas, carros e charruas, santos e altares. Há anos de vidas construídas a pulso e a suor. Parece que tudo vai acabar.
Em cada telha, em cada janela, em cada tacho, em cada colchão, em cada livro, em cada crucifixo, em cada jóia, em cada árvore destruída pelas chamas, em cada vida, em todos nós, estão anos de políticas erradas. De "bazucas" e propagandas.
No fundo da rua, ouvem-se gritos. Uma criança grita:
– Bruno, a casa da avó está a arder!
Somos o país que construímos. Somos o país que queremos.»
O PSD só não terá Orçamento do Estado se não quiser
"O PSD está numa posição negocial vantajosa. A vantagem seria maior, se as coisas tivessem corrido melhor até aqui.
A direcção do PS está numa situação particularmente difícil. Se viabilizar a proposta de OE do Governo, será acusada pelos partidos à sua esquerda de convivência com a governação da AD, perdendo também apoio junto de muitos militantes e simpatizantes que apostaram numa viragem do partido à esquerda (o que quer que isso signifique na prática). Se não viabilizar o OE, será acusada pelos partidos de direita, a generalidade dos comentadores e os sectores mais centristas do PS (incluindo muitos autarcas socialistas que vão eleições em 2025) de irresponsabilidade política e de prejudicar o país. Mesmo que conseguisse combater esta narrativa num cenário de eleições antecipadas (o que não seria fácil), regressar agora ao poder com uma maioria parlamentar de direita seria inconsequente.
A situação do Chega é um pouco menos difícil, mas não muito. Grande parte do seu eleitorado parece disponível para aceitar todas as cambalhotas, mentiras e contradições do líder, o que reduz os danos de qualquer opção. Ainda assim, enquanto partido que se alimenta da indignação, não quer ser visto como conivente com o poder de turno, aprovando o OE a troco de nada. Mas se, ao invés, inviabilizar uma governação “não-socialista” poderá perder apoio de uma parte do seu eleitorado (e de quem financia o partido)."
Da série, a pesada herança de 12 anos de gestão socialista (continuação...)
Para ler melhor clicar na imagem |
"Parece o inferno"...
Uma casa a arder
"Pensávamos que o Verão seria relativamente sossegado, que a época dos fogos florestais não teria o impacto dramático de outros anos, de triste memória, e eis que, num abrir e fechar de olhos, a esperança é reduzida a cinza e o país volta a arder.
Vidas destruídas.
Hectares ardidos.
Danos irreparáveis.
Outra vez.
O problema de Portugal é o de sempre: pensamos a curto prazo, o horizonte governativo continua a ser a eleição seguinte, não temos estratégia, ou meios adequados, e não olhamos para este flagelo como problema existencial de uma nação que tem na floresta uma das suas maiores riquezas.
Será por falta de dinheiro?
Não pode ser. Se escolhemos investir milhões em jornadas mundiais, em torneios de futebol onde somos meros figurantes ou em borlas fiscais para jovens que não precisam delas, o problema não pode ser dinheiro.
O problema é que o fogo florestal não ameaça a capital, não ameaça a Invicta, não ameaça as elites da Comporta ou a primeira linha do Algarve. Não ameaça as elites. Pelo contrário, chega a ser-lhes bastante rentável.
E, sobretudo, o problema é não aprendermos nada com as desgraças recentes.
Portugal é uma casa a arder, pseudo-gerida por um batalhão de mulheres e homens-tacho que não conhece o país real para lá dos limites da sua própria arrogância ignorante. Uma elite parola, parida em viveiros de facada nas costas e hermeticamente fechada na sua bolha, que não percebe de onde vêm os fascistas, quando eles são o produto acabado da sua própria incompetência e inutilidade.
Estarmos aqui é um milagre. Até quando durará não sabemos."
João Mendes
segunda-feira, 16 de setembro de 2024
A Figueira só tem uma opção nas eleições autárquicas de 2025: escolher os melhores candidatos disponíveis
Como é natural, dada a sua importância, precisam de ser preparadas com tempo, se queremos ter bons candidatos e boas eleições.
Na Figueira, a um ano do acontecimento, o que já não é muito tempo, a maior preocupação é com outras eleições - as presidenciais de Janeiro de 2026.
Porém, a meu ver, se o objetivo dos figueirenses é a escolha de políticos capazes e competentes para a gestão do concelho, o foco deve ser a escolha dos candidatos para os órgãos autárquicos do concelho. A saber: Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia.
Certamente que nos bastidores dos partidos, as coisas já estão a ser pensadas, isto é, os mesmo do costume já estão a pensar na estratégia para se manterem à tona de água.
A fase da escolha aproxima-se. Mas os cidadãos em geral vão passar ao lado desse processo, pois isso passa por aqueles que dominam os aparelhos partidários, que muitas vezes estão longe de ser aqueles que o concelho, as freguesias e os habitantes precisam.
Creio que é escusado referir a pobreza de quadros políticos nos partidos, mesmo os principais, a nível local. Por outro lado, as candidaturas de verdadeiros independentes exige muito trabalho: a lei, feita por quem não tem interesse nessas candidaturas, coloca imensas dificuldades.
Diga-se, por ser verdade, que a escolha de candidatos, dentro ou fora dos partidos não é fácil. Os mais capazes e qualificados raramente estão dispostos a aceitar os convites que lhes são feitos. Por conseguinte, o campo de recrutamento é limitado. Praticamente fora da função pública e de certas profissões liberais, poucos estão dispostos a aceitar cargos que exigem exercício a tempo inteiro ou meio tempo.
Não é fácil deixar uma profissão, para ocupar lugares poucos aliciantes em termos remuneratórios e sujeitos a uma exposição pública que ultrapassa muitas vezes o razoável.
Num contexto em que o campo de recrutamento é limitado, oxalá que os candidatos disponíveis na Figueira em Setembro de 2025, sejam os que melhor sirvam a polis nos quatro anos que se seguem.
Cantigas de embalar
(Volksvargas) |
"Assinalando o 45º aniversário do Serviço Nacional de Saúde, Luís Montenegro envereda pela habitual conversa da direita, destinada a criar uma cortina de fumo que disfarce os objetivos de sempre: privatizar o SNS e promover o mercado da doença. Na lógica de um sistema de saúde - e não de um serviço público - que integra e financia os privados, o Primeiro-Ministro diz que «a saúde não se gere com preconceitos ideológicos», como se a sua visão de negócio para o setor, contrária aos princípios da provisão pública, não fosse por demais ideológica.
Nada mudou, portanto, num partido que - ao lado do CDS - votou contra a criação do SNS em 1979, e que, vinte anos depois, substituiu a consagração, na Constituição, do direito «universal, geral e gratuito» à saúde, por um acesso «tendencialmente gratuito». E que, na proposta de revisão constitucional de 2021 pretendia, num quadro de garantia minimalista, que o acesso a cuidados não pudesse «ser recusado por falta de meios económicos». Ou seja, começando a abrir a porta ao pagamento pelo utilizador, nos restantes casos.
É este o mesmo PSD que agora - no governo com o CDS - tem em curso um plano dito de emergência, mas que é, na verdade, de transformação da saúde, com uma abertura sem precedentes ao setor privado e que desinveste no SNS e nos seus profissionais. Plano em que a AD se prepara, por exemplo, para financiar com dinheiros públicos centros de saúde de gestão privada, concedendo-lhes um grau de autonomia que nega às unidades do serviço público. «Preconceitos ideológicos»? Sem tudo aquilo a que Montenegro chama de preconceitos ideológicos, o SNS e as suas conquistas nunca teriam visto a luz do dia."
domingo, 15 de setembro de 2024
Contra a corrente
"O voto em Trump não é em Trump: é contra a corrente. Pode não ser contra o progresso em si, mas é contra a velocidade do progresso. O voto em Trump traduz o medo de ser desapossado pela aliança entre a elite de sempre e as classes desprivilegiadas que usa para avançar. É esta aliança — entre os mais ricos e poderosos e os mais pobres e fracos — que faz medo aos eleitores de Trump. O medo é que substituam a classe trabalhadora tradicional — branca, cristã, conservadora e cortês — por uma nova classe multirracial, que é imprevisível, anárquica, zangada e ateia. Concluo assim que os eleitores de Trump são, acima de tudo, negativos. Têm medo, sentem-se inseguros, acham que os EUA estão a ir por mau caminho. Trump é apenas uma oportunidade para mostrar isso."
A anedota da semana que passou
Olivença “é portuguesa”, o que está estabelecido por tratado. Para Nuno Melo, ministro da Defesa Nacional, “não se abdica” dos “direitos quando são justos”.
sábado, 14 de setembro de 2024
A galinha dos ovos de ouro
Entretanto, no início deste mês, recuou para ‘em curso’.
A demagogia eleitoralista do Chega até já os patrões preocupa: CAP e Confederação do Turismo alertaram para falta de mão de obra e papel central dos imigrantes
O alerta foi dado pelo secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, durante as jornadas parlamentares do Chega, em Castelo Branco — com a proposta de referendo à imigração do partido em cima da mesa —, tentando fazer ver aos 50 deputados que só os imigrantes podem resolver a falta de mão de obra em sectores como a agricultura, turismo, pescas e construção. “Tentei dar uma palavra para que o deputado Filipe Melo entendesse. Espero que tenham percebido”, disse ao Expresso o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros.
"Nem mais um" imigrante, gritou-se num comício do Chega |
sexta-feira, 13 de setembro de 2024
Um aforismo de Nietzsche
A tradução de Auden é melhor: “Até a pessoa que se despreza a si próprio se congratula, mesmo assim, como auto-desprezador.”
É um bom exercício ir mexendo neste aforismo, tentando trazê-lo para a língua portuguesa, como se tivesse sido escrito em português. “Autodesprezador”, por exemplo, é feio, não é português.
Para traduzir bem, é preciso apanhar a ideia. A ideia, pelo menos para mim, é que muitas vezes somos surpreendidos pela vaidade de quem se odeia, pela facilidade com que se ofende uma pessoa especializada em deitar-se abaixo.
E está certo. A pessoa implacável consigo mesma tem o direito de se congratular por ser impiedoso. Ou, pelo menos, de se respeitar por não se iludir, por não cair na tentação de ser caridoso quando se contempla.
Toda a gente — eu diria, todos os bichos — precisa de dignidade. Na pessoa que se confronta a si própria, que expõe todos os defeitos e tem a coragem de os lamentar e desprezar completamente, resta a consolação de ter sido capaz de o fazer, de ter tido a independência e a presença de espírito necessárias para a demolição de si próprio.
A dignidade dele, a vaidade dele, é como a bola pesada que deita o prédio abaixo: quando só restam ruínas, a bola continua a balançar, quase feliz. É o aforismo 78 do capítulo de epigramas do Para Além do Bem e do Mal. O aforismo 79 é este: “Uma alma que sabe que é amada, mas não ama, expõe o seu sedimento: o que lhe está no fundo sobe à superfície.” Nietzsche é o mais treslido de todos os filósofos, por ser tão fácil de ler e de apropriar. O melhor que podemos fazer é traduzi-lo e retraduzi-lo, e comparar traduções, à procura do que isso nos diz sobre os tradutores. É a maior ambição que um escritor pode ter: ser sempre mal interpretado, para manter o “sempre” das más interpretações.»
A política são opções
Via Expresso
Miguel Sousa Tavares
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
Na reentre, mais do mesmo na política figueirense...
Aliás, penso ser esta a posição maioritária do figueirense comum.
Em Setembro de 2024, um leigo político como eu, não consegue ver vida política na Figueira, muito menos vida partidária, oposição - muito menos ainda líder da oposição.
Politicamente falando, em Setembro de 2024, a Figueira tem a situação - que o mesmo é dizer: Pedro Santana Lopes.
O resto são inutilidades avulsas que não sabem o que fazer.
A oposição sombra, acaba na sombra: as caras são poucas, os porta-vozes são ineficazes e as venerandas figuras não têm disponibilidade para criticar o executivo.
Num concelho relativamente pequeno, onde as oportunidades não abundam, a sociedade civil (esse sonho de todos os conspiradores, renovadores e revolucionários) prefere ter boas relações com o poder, a dar apoio explícito a uma oposição que tem apenas a oferecer um futuro longínquo, portanto, pouco aliciante no imediato.
O resto, as diferenças ideológicas e as alternativas políticas, não existe.
Por conseguinte, as saídas são redutoras. Não esquecer que, em 50 anos de regime democrático, por escolha do Povo, vivemos num concelho governado quase sempre pelo PS e por Santana Lopes.
O eleitorado é conservador e não está disponível para grandes transformações.
O normal, por cá, é um discurso político cuidadoso, que não perturbe, assuste, nem comprometa o status, que é aquilo que rende votos no eleitorado do centro.
Para não ir mais longe, recordo que foi assim que João Ataíde ganhou.
Porém, a reentre política, em 2024, na Figueira, tem sido acidentada.
quarta-feira, 11 de setembro de 2024
Padre não quer obedecer à ordem do bispo
«O pároco de Dornes, Areias, Bêco, Chãos e Paio Mendes, em Ferreira do Zêzere, não aceita a transferência ordenada pelo bispo de Coimbra e garante que não tenciona mudar e tomar posse de novas paróquias para onde a diocese indicara. O padre Manuel Vaz Patto, de 24 anos, recusa ser transferido para as novas paróquias em Oliveira do Hospital, contrariando a ordem de Virgílio Antunes, bispo de Coimbra, num comunicado tornado público nas redes sociais. “Estando ainda por acabar o meu mandato e pelo respeito que me merece a ligação sacerdotal que me une a todos os meus paroquianos das minhas atuais paróquias, sempre recusei a proposta de transferência, desde que me foi feita pela diocese, não fazendo tenção de me mudar e tomar posse de novas paróquias”, afirmou Vaz Patto. O sacerdote é conhecido pelas suas posições tradicionalistas e é contra, entre outros rituais, a comunhão na mão.»
O mirandês
«Hoje, já na terceira década do século XXI, ensina-se mirandês nas escolas do concelho (com uma adesão esmagadora por parte dos estudantes), já há traduções de clássicos da literatura para mirandês, dos “Lusíadas” ao “Principezinho”, há bandas de dimensão nacional que cantam em mirandês como os Galandum Galundaina, há uma consciência cultural e política de que é preciso valorizar o mirandês como um património comum, mas apesar disso tudo, a língua está em perigo. Nas últimas sete décadas, o planalto mirandês perdeu metade da sua gente. O advento dos meios de comunicação em massa disseminou o uso da língua portuguesa nos quotidianos e a transmissão intrafamiliar do mirandês foi enfraquecendo. Nunca, como hoje, o mirandês esteve em risco de extinguir-se e é irónico que nem a proibição ativa tenha sido tão eficaz na sua erosão. É irónico que no momento em que há mais registos escritos e documentação sobre a língua haja cada vez menos falantes. Como é irónico que as autoridades, municipais e nacionais, demonstrem as suas teóricas boas intenções, ano após ano, mas que tão pouco seja feito de concreto para salvar o mirandês.»