Já se sabia, mas de qualquer maneira obrigado pela sinceridade... (II)


Completamente de acordo.
Em tempo.
Aliás, nem podemos nem devemos  responsabilizá-lo por nada…
Foi Primeiro-ministro português entre 2002 e 2004, mas  já estava em trânsito para Bruxelas!

Portugal continua a não ser a Grécia...

Um tribunal grego condenou o antigo presidente da Câmara de Salónica a uma pena de prisão perpétua, pelo crime de peculato. Vassilis Papageorgopoulos, que presidiu à segunda maior autarquia da Grécia entre 1999 e 2010, foi considerado culpado do desvio de 17 milhões de euros do erário público, sensivelmente metade do orçamento disponível para obras no município.

Via Público

Camilo Lourenço


No país que se deixa representar (em Veneza) por Joana Vasconcelos não admira que o relvas seja ministro, o cavaco presidente e José Luís Peixoto ganhe prémios de poesia.
É natural que em tal país Camilo Lourenço seja “líder de opinião”. Bate certo.
Muito melhor do que eu, já aqui há tempos Luís M. Jorge lhe fez um retrato.

Ai contam, contam...


“Passos Coelho tinha dito que anunciava as medidas para a reforma do Estado durante o mês de Fevereiro. Acaba amanhã (hoje).
Está a pensar na manifestação de 2 de Março, com medo de anunciar medidas antes dela.
E por isso quando dizem que as manifestações não contam para nada, é mentira. Contam e este é um exemplo.”

Pacheco Pereira, na noite passada, na TVI24

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Completamente de acordo...


Alexandre Soares dos Santos
“Não é com Grândolas Vila Morena que a gente resolve nada"...

Fernando Mendes: "Miguel, o meu amigo Miguel, vai-se candidatar a presidente..."


(30% dos italianos escolheram Berlusconi, certamente na esperança de poderem voltar ao regabofe a que ele os habituou.
35% dos que optaram por um voto de protesto em relação aos partidos tradicionais (ou tão tradicionais quanto é possível hoje encontrar na política italiana), 7 em cada 10 preferiram um humorista que, garantindo falar a sério, se propôs criar um rendimento mínimo garantido de 1000 euros mensais e reduzir a semana de trabalho para 20 horas...
Resultado: a Itália fica à beira da ingovernabilidade e, por esta Europa fora, o último a rir que pague a conta.)
Por cá, antes do telejornal,  temos um cómico a anunciar  oficialmente uma candidatura!..
Figueira, Figueira da Foz...

Tertúlia "As Dimensões Socioculturais da Pesca"


"A pesca é tão antiga como a própria humanidade. Ela foi crucial em diversos momentos da história de quase todas as culturas, sendo ainda hoje uma das mais importantes atividades à escala mundial. No entanto, como acontece com outras atividades extrativas, a industrialização contribui para que caiam no esquecimento práticas, métodos, instrumentos, objectos, histórias, lendas, linguagens, tradições, modos de vida, etc. Mesmo na gestão e na investigação pesqueira, a vertente sociocultural é frequentemente preterida em relação às dimensões ambiental e económica. Nesta sessão vamos discutir o que se tem feito no âmbito das ciências sociais e humanas e a pesca, qual a importância destas disciplinas na realidade nacional e que mais valias podem constituir para o futuro."

Hoje, dia 27.02.2013 (Quarta-Feira), pelas 18.30, na sede da Liga para a Protecção da Natureza, em Lisboa, organizada por esta Liga e pela associação Sciaena, vai ter lugar uma tertúlia de discussão sobre "As Dimensões Sócio-Culturais da Pesca", com a participação de qualificados intervenientes, entre os quais se contam Inês Amorim (da Faculdade de Letras da Universidade do Porto), Carlos Mateus de Carvalho (do Conselho Consultivo e Científico do CEMAR-Centro de Estudos do Mar), e Francisco Oneto (do Departamento de Antropologia do ISCTE).

Notas:
 - A sessão será transmitida via webstream em http://ustre.am/QVJ5  
Estrada do Calhariz de Benfica, 187 • 1500-124 Lisboa

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

MANUEL LUÍS PATA

Manuel Luís Pata, em Fevereiro de 2013, no ABCD - Arquivo Biblioteca e Centro de Documentação do CEMAR na Figueira da Foz (Buarcos), junto da sua célebre fotografia, aos dezanove anos de idade, acompanhado de João Pereira Mano (então com vinte e nove anos de idade, e imediato do navio), ambos posando para a posteridade, junto de alguns bacalhaus de grandes dimensões, a bordo do navio "Ana I", nos mares da Terra Nova (Foto de Luís Monteiro / Jornal Aurinegra, 2013).

SOS CABEDELO: um comentário…

imagem daqui
Se a prática do Movimento SOS CABEDELO, desde Julho de 2009,  teve como objectivo defender a onda do Cabedelo, posta em risco pelo prolongamento do molhe Norte da Figueira da Foz, então eu estou em condições de garantir, que ao longo da minha vida, tenho andado a fazer amor em prol da castidade.

SEM COMENTÁRIOS (II)


Associação de Bodyboard da Foz do Mondego, o Clube de Surf e Salvamento da Figueira da Foz e o Figueira Kayak Clube “não são partes integrantes do movimento SOS Cabedelo”, esclarecem, através de comunicado. E acrescentam que não têm ligações institucionais com o movimento nem reconhecem nos seus representantes poderes de representação dos clubes e associações de desportos de ondas.
O movimento, recorde-se, surgiu para defender a onda do Cabedelo, posta em risco pelo prolongamento do molhe Norte da Figueira da Foz. Dos pressupostos iniciais, realça o comunicado, “nem o nome se mantém, tendo os seus líderes, de forma consciente e progressiva, vindo a utilizar a projeção mediática para se promoverem, pessoal e politicamente, criando conceitos e marcas com fins puramente comerciais”.

E agora admiram-se!..

Marcelo Rebelo de Sousa disse, ontem,  no seu comentário semanal na TVI, que a revisão em baixa das previsões económicas do Governo foi uma "bomba" e que cabe a Passos Coelho reconhecer a falha e explicar que há uma razão para mudar o rumo da estratégia.
"Olhando para os números de 2012 estava na cara. É uma bomba que se deve a isto: o Governo foi optimista nas previsões e agora? O Governo tem dois caminhos, que é disfarçar e reconhecer ao de leve, que é a tentação de Gaspar e Passos, ou admitir o erro", afirmou Marcelo.
"Mas a solução imposta pela honestidade intelectual é só uma. Devem assumir o erro e mudar de discurso, explicando que precisamos de mais um ano para o défice"...
Os portugueses, sobretudo a maioria – a que votou PSD e CDS –,  parece que anda cabisbaixa, triste e desiludida com  o falhanço das previsões económicas do governo, com especial destaque para as  do Ministro Vítor Gaspar,  o tal que explica devagar...
Estavam à espera de quê?..  
Sobretudo e incompreensivelmente  vocês, que ao votarem PSD e CDS, deveriam saber  (e se votam sem saber o que estão a fazer, são irresponsáveis, estúpidos e burros, o que não vos iliba da responsabilidade…) o que é uma economia de mercado – como todos sabemos,  uma economia cujo crescimento  deveria depender,  em teoria,  das empresas e dos indivíduos, e não dos planos e da intervenção do governo.
Fiquem com esta garantia.
Minha – que vale o que vale...
Enquanto permanecer o saque fiscal, as empresas continuarão a falir, o desemprego e a despesa do estado a aumentar, e os índices económicos a definhar.

Em tempo.
"Se nós temos um Orçamento e não o cumprimos, se dissemos que a despesa devia ser de 100 e ela foi de 300, aqueles que são responsáveis pelo resvalar da despesa também têm de ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus actos e pelas suas acções"
Nota - 
Citação de Novembro de 2010 de um antepassado do actual primeiro ministro Passos Coelho.

Brilhante dedução...

“Não me venham dizer que Miguel Relvas não sabe o que é uma universidade? Não sabe... E não sabe o que é o ISCTE? Não sabe...”

domingo, 24 de fevereiro de 2013

“O MAR TAMBÉM SE LÊ”…

Terça-feira próxima, dia 26, o covagalense Pedro Agostinho Cruz, jornalista,  vai  estar na Escola E.B. de Gala para mostrar uma narrativa fotográfica e falar um pouco do seu trabalho.

Esquecimento imperdoável!

As facturas acumulavam-se em nome do sr. Pedro Coelho. 32 cervejas, 47 cafés, 5 bitoques, meia duzia de rissóis de pescada, dois bifes à casa, 2 idas a casa de banho municipais – uma em Coimbra, outra em Barcelos – um bacalhau com todos, um serviço completo de manicura, três depilações à brasileira, três doses de pastéis de bacalhau com arroz de espigos, uma dose dupla de tripas à moda do Porto, 14 garrafas de tinto de marcas sortidas, uma dose de pézinhos de porco de coentrada, uma tachada de cadelinhas com papas de xerém, até uma gralhada de lapas da Madeira.
E com tudo isto, ninguém, mas mesmo ninguém, se lembrou de facturar um Kompensan ou mesmo uma humilde Água das Pedras para esmoer.
Isto não se faz!

Pesca no rio Mondego de lampreia, de sável e de savelha

foto antónio agostinho
Para o ano de 2013, são estabelecidos os seguintes períodos de defeso:
- Para a pesca de lampreia, de 24 de fevereiro a 5 de março e de 16 de abril a 20 de dezembro;
Para a pesca do sável e savelha, de 1 de janeiro a 10 de março, de 22 de abril a 1 de maio e de 1 de junho a 31 de dezembro.
- O período de defeso da lampreia estabelecido no Despacho
n.º 31596/2008, de 26 de novembro de 2008, termina, em 2012, a 20 de dezembro, iniciando-se a safra a partir do dia seguinte.
- Entre 24 de fevereiro e 5 de março e entre 22 de abril e 1 de maio, para além da interdição da captura, manutenção a bordo, descarga e primeira venda de exemplares das espécies em defeso capturadas em águas interiores não
marítimas no Rio Mondego, é interdito calar redes de tresmalho de deriva e de fundo e as asas das estacadas dirigidas à pesca de lampreia e devem ser retiradas ou unidas e a rede levantada por forma a impedir a captura de peixes.

Deve ser maravilhoso debater com o Miguel Almeida...

Beiras 23.02.2013
(para ler melhor
clicar na imagem)
A Câmara Municipal da Figueira da Foz, aprovou o nome de António Padrão, como representante do município no conselho de Administração do Hospital Distrital da Figueira da Foz, um cargo que já não existe, pois foi extinto em novembro de 2012.
A proposta foi apresentada pelo vereador PSD Miguel Almeida na última reunião, realizada esta semana,  e foi aprovada com 5 votos a favor e 4 abstenções. Embora a aprovação tenha sido por voto secreto, sabe-se que os votos a favor foram do PSD e dos 100% e as abstenções do PS.

Em tempo.
Peço às altas competências
Perdão, porque mal sei ler,
Para aquelas deficiências
Que o meu blogue possa ter.*

* Com as devidas desculpas ao grande António Aleixo, pela adaptação...

E assim se consegue atingir o limite máximo de dedução à colecta de IRS relativo a 5% do IVA suportado e efectivamente pago…

Somos portugueses…
Somos “piegas”, “malandros”,  “desorganizados”,  “bananas”?...
Há quem diga que sim…
Mas, em criatividade e “malandrice” ninguém nos bate…
Ah… E somos “ratos” e temos cá um sentido de humor -  mesmo nas épocas mais difíceis.
Somos portugueses!
Ponto final.

A lei do álcool explicada a atrasados mentais?..

"Seria um excesso da parte do Estado proibir um jovem de 17 anos de beber uma imperial". 
Este foi um dos argumentos do secretário de Estado do Conselho de Ministros, Luís Marques Guedes, para justificar a diferenciação entre vinho, cerveja e bebidas espirituosas prevista na lei do álcool.

Via Expresso

Ainda há “boas notícias”…


Governo baixa taxa de desemprego, e, ao mesmo tempo,ainda contribui para elevar a média dos salários dos trabalhadores portugueses…

Continua o festival de Gaspar de previsões ao lado…


Embora, em estilo de  “comediante”, Vítor Gaspar acha um "estímulo" ser comparado a meteorologista...
Isso é preocupante, pois  pura e simplesmente, não consegue acertar uma.
Até “os laranjinhas” já estão a notar…

ESTADO DA NAÇÃO

Por razões pessoais, sou um consultor assíduo do site do Instituto de Emprego e Formação Profissional. Algumas das ofertas de emprego são de bradar aos céus, mas dizem muito do desconchavo que por aí vai nas cabecinhas dos empreendedores portugueses neste tempo de vacas magras... 
Acedam à Oferta Nº: 587970507, leiam com atenção, mas, por favor, não riam que o caso é mesmo sério...

FUNÇÕES DE INTÉRPRETE EM NEGÓCIOS COM OUTROS PAÍSES (NOMEADAMENTE O IRÃO) E RELAÇÕES PUBLICAS. DISPONIBILIDADE PARA LONGAS VIAGENS INTERNACIONAIS (PERIÓDICAS) EM REPRESENTAÇÃO DA EMPRESA. TRABALHO DE SECRETARIADO (GESTÃO DE ENCOMENDAS). TRABALHO DE DESALFANDEGAMENTO DE BENS IMPORTADOS. TRADUÇÃO DE DOCUMENTOS PARA OUTRAS LÍNGUAS.ATUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO DIRETAMENTE EM BASE DE DADOS E PAGINAS WEB. TAREFAS CONTABILÍSTICAS. FACILIDADE DE TRABALHO EM AMBIENTES LINUXREDES DE COMUNICAÇÃO, BASE DE DADOS E WEB.OUTRAS FUNÇÕES E TAREFAS:- NATIVO PERSA / FARSI. FLUENTE EM INGLÊS, PORTUGUÊS. CONHECIMENTOS AVANÇADOS DE ALEMÃO,ESPANHOLITALIANO E MANDARIM;- FÁCIL ACESSO AO IRÃO. COM HABITAÇÃO EM TEERÃO;- DISPONIBILIDADE PARA VIAJAR INTERNACIONALMENTE PERIODICAMENTE;- CONTATOS COMPROVADOS COM EMPRESAS DE PELES, ESPECIARIAS, MATERIAL ELECTRÓNICO E INFORMÁTICO;- CONHECIMENTOS DE PROGRAMAÇÃO DE APLICAÇÕES (JAVA, C, C#, VB), CONHECIMENTOS DE BASE DE DADOS (ORACLE, MYSQL, H2, MONETDB, MONGO), CONHECIMENTOS DE DESIGN WEB (HTML, CSS3, AJAX, JQUERY, PHP, PHOTOSHOP, AI, FW),CONHECIMENTOS DE REDES DE COMUNICAÇÃO (TCP/IP, UDP, VOIP, IPV4, IPV6);- CONHECIMENTOS DE NORMAS ISO9000, ISO9001 E SUA IMPLEMENTAÇÃO DENTRO DA ORGANIZAÇÃO;- CONHECIMENTOS DE LINUX (BASH);- CONHECIMENTOS AVANÇADOS DE CONTABILIDADE A NÍVEL INTERNACIONAL.”

E tudo isto por 485 Euros!

Toinos

foto sacada daqui
O que António Barreto e outros defenderam não foi a liberdade de expressão de Miguel Relvas, esse fala pelos cotovelos e tem uma televisão por sua conta, para não falar dos amigos da Ongoing, dos compadres do Dias Loureiro e do pessoal das secretas, ou dos patrões do DN ou da Cofina. O que ele defenderam foi que os portugueses deviam ser obrigados a ouvir Relvas.
 
A verdade é que não vamos perder a oportunidade de ouvir Relvas todos os dias até que nos livremos deste governo. Quem não ouvimos há muito tempo é a Maria José Oliveira? Não sabem quem é a Maria José Oliveira? É a jornalista que Miguel Relvas perseguiu e acabou por se demitir do jornal Público. Será que António Barreto sabe o que é feito da jornalista? Ter-lhe-á dado emprego na sua fundação ou prefere os livrinhos escritos pelo José Manuel Fernandes?

Num país onde os jornalistas são perseguidos, onde os portugueses perdem os mais elementares direitos e são tratados como uns criminosos que ousaram pensar ter direitos, os nossos Toinos estão preocupados com a liberdade de expressão do falso doutor Relvas!

Então agora uma canção tem equivalência a um abalroamento?...

Anda uma malta pelo país a cantar as Janeiras, perdão, o Grândola - nada de tomates ribatejanos, bengaladas queirosianas, nada de nada -, e eles vá logo de gritar que a democracia foi "abalroada".

Abalroada?!!! 

Eu queria vê-los era no Titanic...  

(daqui)

Grândola Vila Morena ... o porquê a canção de Abril


Conto esta história na primeira pessoa, porque é a narrativa de uma experiência de vida difícil de esquecer…
Há quem pense que foi a letra que fez do “Grândola” a canção escolhida para “senha de avanço” na noite de 24 para 25 de Abril de 1974, que foi o poema ou a figura de José Afonso, per se… mas não… se tudo isso pesou, e pesou decerto, a composição do Zeca tornou-se o símbolo da revolução dos cravos por um significado maior, que adquiriu menos de um mês antes. Foi num acontecimento em que participaram muitos portugueses, de forma espontânea, mas que passou relativamente despercebido na comunicação social de então, nesses tempos em que a Imprensa, para falar de certas coisas, tinha que fazê-lo “nas entrelinhas”…
Estava-se em Março de 1974.
A Casa da Imprensa organiza, no Coliseu dos Recreios, o “Primeiro Encontro da Canção Portuguesa”.
Quase não aconteceu, porque a necessária autorização nunca chegou. Segundo declarações de José Jorge Letria à Visão, trinta anos depois, “O regime já estava nitidamente em fase de implosão. Quiseram derrotar-nos não com uma proibição do Festival, mas com uma não-resposta. Até ao dia do espectáculo ainda não sabíamos se tínhamos, ou não, autorização. Por volta das 17 e 30 do dia 29, quando cheguei ao Coliseu, já havia muita gente à volta, e ao fundo da Avenida da Liberdade lá estava a polícia de choque… estava a desenhar-se ali um confronto!”
O ambiente no país era tenso: menos de duas semanas antes tinha ocorrido o golpe frustrado de 16 de Março, a censura dominava.
Eu trabalhava então como repórter free-lancer para o programa “Limite” da Rádio Renascença (o tal que tocou o “Grândola Vila Morena”) e fazia em média seis reportagens de exteriores por semana, com não mais que uma a passar as malhas da censura.
Nessa noite, fui ao Coliseu, armado de gravador e uma grande vontade de ouvir as vozes que os censores da rádio baniam.
O ambiente era quente, a despeito de uma primavera ainda fria… os bilhetes tido sido todos vendidos e houve quem ficasse à porta. O Governo fez deslocar para o Coliseu muitos agentes da ex-PIDE, que então se chamava DGS, misturados com os espectadores.
A primeira coisa que vi quando cheguei foram dois cavalheiros da censura a verificar as letras do que ia ser cantado – o visado era Adriano Correia de Oliveira, depois seguiram-se todos, sem excepção – o Zeca lá conseguiu ordem para cantar o Milho Verde e uma música alentejana que não pareceu perigosa aos senhores do lápis vermelho, o “Grândola”
Do palco, a música abraçou um Coliseu com cerca de sete mil pessoas.
Ali estiveram Carlos Alberto Moniz e Maria do Amparo, Pedro Almeida, Fausto, Barata Moura, Vitorino, Adriano Correia de Oliveira, Zeca Afonso, Carlos Paredes, José Jorge Letria e Manuel Freire.
Tudo foi normal até à chegada ao palco do “cantor andarilho”. Zeca cantou o Milho Verde e a plateia pediu as canções que mais gostava… “Os Vampiros”, foi um grito que ouvi várias vezes.
Nessa altura, decidi sair dos bastidores e fui para a plateia, gravar tudo mais de perto.
José Afonso ia dizendo que não podia cantar o que o público queria… “Não pode ser, percebam… vamos cantar outra coisa”…
Foi então que se começou a fazer História.
Zeca cantou o Grândola. A meio, a plateia juntou-se-lhe, depois o resto do Coliseu, e também os artistas que tinham estado em palco – voltaram, deram-se braços, cantaram juntos, numa fila que enchia a boca de cena.
A canção estava no fim, por essa altura… e foi natural que nem chegasse a terminar, recomeçando agora a sete mil vozes!
Eu corria de pessoas em pessoa, recolhendo testemunhos que não conseguia ouvir, microfone encostado às bocas…
O som era avassalador, uma música simples, uma letra que todos sabiam, sete mil peitos em riste… até àquilo que foi a mais impressionante manifestação espontânea que assisti em toda a minha vida!
Já o Grândola ia em fins de segunda volta, aconteceu o inesperado…
… a certa altura, em vez de a música continuar alentejana, o próximo verso foi o primeiro do Hino Nacional – assim, sem pausa, sem transição, sem que ninguém tivesse dito nada… parece que foi um sentimento colectivo que sete mil pessoas tiveram!
Grândola Vila Morena transformou-se em Heróis do Mar e foi cantado da primeira à última estrofe, sete mil portugueses de pé a fazer vibrar a sala com o hino da pátria amordaçada, numa repentina liberdade assumida ali e então.
Nada poderia ter sido mais claro, nenhum grito faria mais sentido.
Foi um momento que ficou escrito em letras de memória para quem lá esteve, um momento inolvidável, uma pedra de História.
Tinha nascido a razão maior por que “Grândola Vila Morena”, menos de um mês depois, se tornaria a escolha natural para uma senha que iria abrir as portas a um pais novo!»

Pedro Laranjeira

As carreiras...

“Tenho uma carreira, tenho uma vida para além da política.”
Um dia destes ouvi isto a um apoiante confesso de Miguel Almeida -  Teo Cavaco de seu nome. Há anos, curiosamente, ouvi a mesma frase proferida por António Tavares -  neste momento, vereador a tempo inteiro no executivo do dr. João Ataíde…
Um  gajo como eu ouve estas coisas e percebe que faz bem em não se meter na política...
Nas campanhas eleitorais diz-se tudo e mais alguma coisa… Às tantas, ainda era acusado por não ter uma carreira…
Atrapalhava qualquer um (Miguel Relvas não conta,  é a  excepção …), embora, no meu caso, não por ser mentira, mas, antes, porque seria uma certíssima afirmação.
Nem todas as profissões -  seguir aquilo em que se acredita -  permitem a profissionalização. Às vezes, são apenas a resposta a uma vocação. A uma vontade. À satisfação de um gosto. Enfim, a uma realização pessoal.
Isso, claro, só tem valor para o próprio. O resto, o tal viver disso, já exige dos outros validação e reconhecimento traduzido em contratos e salários.
Seja como for,  todas as carreiras profissionais acabam da mesma maneira: normalmente, acabariam  na reforma - é certo que, algumas delas, doiradas... (Bom, já não é bem assim: nos tempos que correm, podem também desembocar no desemprego…)
Já aquilo que se é, na essência,  é-se enquanto a vida dura e a despeito da actividade pró “money”...

Autárquicas 2013 na Figueira... (da série, o que já lá vai e o que ainda aí vem…)

Miguel Almeida anda hiperativo, agitado, frenético…
É nas freguesias, é nos jornais, é  na rádio, é na internet e noutros filmes...
Mas,  até ao momento, pelo que ouvi e li, nada ainda exprimiu que suscite um debate, um sobressalto, uma inquietação, uma expectativa sobre a Figueira e a resolução  dos seus reais problemas.
Entretanto, a cerca de 7 meses das autárquicas,  Ataíde (apesar da verdadeira oposição – a que vem do interior do PS figueirense...), a CDU, o BE e o CDS  continuam a descansar…

Selecção natural

«Cruel ironia. Na semana em que o Primeiro-Ministro descreve a economia portuguesa com mais uma das suas fórmulas trôpegas (“a selecção natural das empresas que podem melhor sobreviver está feita”), ficamos a saber, pelo Público, que nove empresários da restauração se suicidaram nos últimos três meses e 11 mil empresas do sector foram à falência. José Manuel Esteves, secretário-geral da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, acrescenta que se trata muitas vezes de “microempresas de cariz familiar, e por isso as consequências são ainda mais gravosas”. O Governo, entendamo-nos, não pode ser directamente responsabilizado por estas mortes. Mas a frieza dos números mostra a realidade, na vida das pessoas, do “processo de ajustamento” que Passos quer fazer passar por natural, inevitável e certo como uma lei da ciência. Vivemos acima das nossas posses? Pois agora morremos abaixo das nossas posses. As espécies, quando não se adaptam, extinguem-se, lá dizia o Sartre.
Se o Primeiro-Ministro tivesse um bocadinho de mundo fora das jotas, das empresas dos amigos dos concursos ganhos pela mão do Dr. equivalente Relvas, saberia que há metáforas insultuosas. Sobretudo quando vêm de um parasita que sempre fugiu à “selecção natural” graças aos favores de hospedeiros bem colocados.
 A selecção natural actua por pequenos passos, mas até as espécies condenadas à extinção podem perder a paciência.»

Daqui

«Conversas da Bijou»...

O ciclo arranca hoje, dia 20, pelas 21h00, com o  figueirense Miguel Babo.
Mais pormenores aqui.

Lídio Lopes e António Tavares a carne para canhão do PSD e PS figueirenses?..


Penso que toda a gente  sabe o que a Figueira já fez pelas carreiras políticas de Miguel Almeida e  João Portugal…
Mas, será que alguém sabe o que Miguel Almeida e João Portugal  podem fazer pela Figueira?..

A lábia de Relvas…


O ministro dos Assuntos Parlamentares foi interrompido,  por cerca de duas dezenas de pessoas, quando discursava no Clube dos Pensadores. Os manifestantes,  que cantaram «Grândola Vila Morena», exigiram a sua demissão e gritaram «fascistas nunca mais», «gatunos» e «demissão».
Face ao desempenho de Relvas, desta vez como cantor, é espectável – caso seja possível ultrapassar  as “razões financeiras”  -  que seja  ele a representar Portugal no próximo festival  Eurovisão da canção…

Em tempo. 
Este post foi actualizado às 12 horas de hoje (19.02.2013) com o vídeo.
Por mais que me esforce, não consigo compreender o que terá passado pela cabeça do Relvas, ao pretender cantar com uma voz daquelas… Figura mais parva não conheço… Mas, o sucesso, vai ser efémero…

Autárquicas 2013 na Figueira... (da série, o que já lá vai e o que ainda aí vem…)

Na foto, sacada daqui:  Jot Alves,
Joao Filipe Carronda Antunes, Teo Cavaco e Antonio Jorge Pedrosa.

Escutado ontem, no Câmara Oculta (FMR).
Cito de memória: “tenho uma carreira, tenho uma vida para além da política. Apoio Miguel Almeida porque tem um projecto novo para a Figueira” - Teo Cavaco, que, pelos vistos,  ao que percebi (foi a primeira vez que ouvi o programa), é comentador residente (os outros são António Jorge Pedrosa e João Carronda), e apoiante e crente da candidatura de Miguel Almeida às próximas autárquicas na Figueira da Foz.
Não conheço pessoalmente Teo Cavaco – é apenas meu amigo no facebook – mas pareceu-me que apenas está com Miguel Almeida porque,  a seu ver,  este político apresenta  um projecto novo para a nossa cidade e para o nosso concelho, com ideias  que lhe merecem respeito...
Para mim,  respeitável, é algo exigente  em política. A saber.
      1.       Há aqueles homens e aquelas mulheres que são políticos respeitáveis,  apenas (o que não é pouco) porque, como seres humanos,  são merecedores de respeito, embora não votemos neles.
      2.       Há aqueles homens e aquela mulheres que são respeitáveis,  porque se tornam políticos  suficientemente excepcionais e motivadores para nos convencerem a votar neles.
      3.   E, depois há os outros e outras: aqueles homens e aquela mulheres que, quer como seres humanos, quer como políticos, não são respeitáveis.

O problema de Miguel Almeida  é ser um político  respeitável, a meu ver,  apenas pelo ponto 1...  Mas, admito -  lá para outubro os figueirenses  o confirmarão -  posso estar enganado…

Autárquicas 2013 na Figueira... (da série, o que já lá vai e o que ainda aí vem…)



Esta Figueira, está a pagar o  preço de sermos dependentes, tementes e subservientes – não todos, mas como colectivo.
Um concelho  de homens livres prospera; um concelho de gente subserviente definha.
Temos, exacta e friamente, aquilo que merecemos – não individualmente, mas como colectivo.

Irraaaaaaaaaaaaa… Estou farto: “quer factura, dê-me o número de contribuinte”…

1. Eu não solicito nem quero factura,  a não ser que me sirva para alguma coisa…
2. Se o Estado me quiser contratar como fiscal, estou aberto a propostas. Pode contactar-me por mail. Oferece  condições, eu analiso  e logo vejo se a proposta me interessa...
3. Para mim,  à partida, todas as pessoas, incluindo  os comerciantes,  são honestas.
4. Se  a fiscalização não está a ser bem  feita, isso é por culpa de quem deveria ter a responsabilidade de realizar  tal  trabalho.
5. Se são ineficientes ou insuficientes, isso é lá com os cérebros que mandam neste país muito mal frequentado.
6. Mão de obra barata não deve faltar…  (tenho ouvido dizer que estamos com uma taxa de desemprego bastante em conta…).

…"estamos à beira de uma tragédia social".

Isso, é mais do que seguro...
De boas intenções está o inferno cheio!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Bom domingo

No dia 10 de maio de 1972, está quase a fazer 41 anos, José Afonso cantou pela primeira vez em público o tema “Grândola, vila morena”. Foi no Burgo das Nações, em Santiago de Compostela, e estaria então longe de imaginar o rumo que este tema iria tomar. Até à data, é a sua música que mais versões contabiliza. Do Chile à Finlândia, de Charlie Haden a Amália Rodrigues, do jazz ao rock, clicando aqui podem ouvir 20...