«A China, sem ter mexido uma palhinha, vai por aí acima»...

"...a guerra é uma actividade constante da espécie. Pode medir-se cada uma pelo número de vítimas, meios, conquistas ou pelas suas consequências – as mudanças geopolíticas, ou estratégicas que dela resultam.Abreviando as considerações filosóficas, ideológicas e materiais, sigamos directamente para a primeira guerra global depois de 1945, a que presenciamos hoje, ainda nem sequer ultrapassada a pandemia. Global, não porque envolve muitos países; afinal é “apenas” uma grande potência a ocupar um país vizinho considerado inferior. Global, pelo que significa e pelo que vai acarretar em repercussões no panorama europeu e no equilíbrio entre a China e os Estados Unidos – esse sim, o grande conflito mundial a decorrer, embora (ainda) sem uma guerra aberta.

O "putinismo" é uma doutrina de extrema-direita que aspira a reconstituir o território da antiga União Soviética, mas com valores capitalistas (na pior acepção do termo “capitalismo”). O aparelho de Estado está nas mãos da antiga polícia política, o KGB, distribuindo benesses económicas aos grandes empresários que se portam bem, atirando algumas migalhas ao vulgo, anestesiando o proletariado com a recuperada religião (cristã ortodoxa) e alimentando a ideia de que o país tem um lugar predestinado na cena mundial.
O facto de Putin invadir a Ucrânia não tem nada de surpreendente: ele próprio tem vindo a declarar publicamente, há anos, que vai desfazer “a maior tragédia do Século XX”, entenda-se, o desmantelamento da URSS.
O que é interessante, para começar, são os resultados imediatos desta invasão anunciada.
Ao nível político, por um lado, ressuscitou a NATO; por outro, atestou a impotência da UE.

Putin, querendo ser maior, apequenou-se.
Os Estados Unidos, que já não são grandes, continuam na curva descendente.
A Europa, que nem se consegue definir, terá de ocupar-se com a sobrevivência. 
A China, sem ter mexido uma palhinha, vai por aí acima. 
É melhor tomarmos consciência de que, mesmo sem termos os russos a invadir-nos as praias, vamos ter uma vida bem mais difícil.
É a vingança do chinês..."

Para ler todo o texto, CLICAR AQUI.

Da série, na Figueira é sempre carnaval...

Dentro de cada um havia um carnaval adormecido. Santana, percebeu o óbvio. Limitou-se a fornecer o combustível necessário para manter a chama acesa...

Via Diário as Beiras

Santana continua a conseguir deixar o PSD com os nervos em franja...

Ontem, com tantos problemas para resolver, OUTRA MARGEM deu conta que tínhamos mais uma polémica via Salvador Malheiro“Figueira da Foz esteve mal”!..

Hoje, Santana Lopes, via Diário as Beiras, matou a polémica... 

Nota de rodapé.
(Isto é só para quem gosta de política...Por isso quem não gosta de política nem vale a pena perder tempo a ler).
Tradução livre da resposta de Santana:
“Desculpem mas não vou dizer nada...
Eu não quero levantar suspeitas, nem criar polémicas, mas a arbitragem é de desconfiar. 
Que fique claro, porém, que não quero levantar suspeitas, contudo a arbitragem não tinha qualidade... 
O vencedor desta competição carnavalesca nunca esteve em causa. Aliás, devia acabar-se com esta competição, já de si pouco credível. Mas o mais importante é não levantar suspeitas ou lançar polémicas para que haja tranquilidade nos próximos carnavais. Peço aos outros, os que não tiveram tomates para arriscar tomar a decisão certa, em devido tempo, para, agora, não se desculparem comigo.
Desculpem, mas como comecei por dizer, não vou dizer nada!”

Para quem gosta de aprofundar os problemas para além da espuma dos dias


"Muitos politólogos, essa casta que parece ter recebido o privilégio único de interpretar uma ciência oculta como é a política, asseguram que a crise ucraniana e, numa perspectiva mais ampla, o frente-a-frente entre a NATO e a Rússia é fruto de uma luta ideológica.

Ignorância, incompetência, má-fé, de tudo um pouco? Problemas de quem estuda por cartilha única e nada mais existe debaixo do sol.

Uma luta ideológica? Quais são as ideologias que se confrontam quando de um lado estão forças do capitalismo neoliberal e, do outro, forças do capitalismo neoliberal ainda que convivendo com um sistema de arreigadas tonalidades nacionalistas – reforçadas pelo acosso propagandístico e militar estrangeiro?

Trata-se de um confronto entre forças anticomunistas dos dois lados da barricada, como os mais recentes discursos de Vladimir Putin bem demonstram. O Ocidente vê-se ao espelho quando olha para a Rússia de Putin, mas a arrogância e o ego elitista fazem com que não se reconheça.

O que move estas forças não são ideologias mas interesses, a necessidade de aceder a um bolo planetário que uma parte, a colonial, exige na íntegra; e a que a outra pretende igualmente chegar, traduzindo afinal o confronto entre unipolaridade e multipolaridade – a que a China se junta."

Para ler o texto de José Goulão na íntegra, clicar aqui.

A guerra explicada numa frase

Conflito na Ucrânia
(Foto: )
A frase não tem autoria consensual, nem certa. Todavia, é genial. 
A sua autoria é atribuída a um piloto da 2ª Guerra Mundial, Erich Hartmann, às da aviação alemã durante a 2ª guerra mundial, apontado como o mais eficiente piloto de guerra.
Contudo, pode também vir da antiguidade clássica. Na verdade, hoje, isso pouco importa. Importa sim, a verdade que a frase carrega:
"A Guerra é um lugar onde jovens, que não se conhecem e não se odeiam, se matam por decisões de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam."

Major General Raul Cunha sobre o conflito na Ucrânia

«Temos sido "bombardeados" mediaticamente com uma versão truncada dos factos relativamente à situação na Ucrânia. Os meios de informação estão a ser sobretudo meios de propaganda, e a ideia que se faz passar é que é uma espécie de luta entre os bons e os maus (a Rússia). Mas a realidade é mais complexa. Esta entrevista ao Major General Raul Cunha foi uma lufada de ar fresco no ambiente televisivo.  

"O Major General Cunha incidiu a sua carreira nas Forças Especiais, tendo sido também Professor do Instituto de Altos Estudos Militares. Em 1991/93, prestou serviço na “European Community Monitoring Mission in Yugoslavia” (ECMM-YU), onde foi Chefe das Operações do Centro Regional de Zagreb. Em 1995 serviu no estrangeiro na área das Forças Europeias, no QG do Eurocorpo em Estrasburgo e depois na EUROFOR em Florença. Em Portugal foi Chefe da Repartição de Reequipmento no Estado-Maior do Exército. Em 2000, foi para o QG da KFOR como Chefe da Divisão de Instrução. Em seguida comandou o Regimento de Infantaria 15, sendo depois colocado no “NATO Joint Analysis and Lessons Learned Center” em Monsanto – Lisboa, como Chefe de Estado-Maior. Já como Major General foi, desde 2005 até 2009, o Chefe dos Oficiais de Ligação Militares da UNMIK e Conselheiro Militar do Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas no Kosovo." 

A primeira vítima quando começa uma guerra é a verdade. Esta entrevista do Major General Raul Cunha, que tive a oportunidade de ver em directo, merece ser ouvida e analisada com atenção e serenidade.

P. António Vieira (1668)

Please stop the War
“É a guerra aquele monstro que se sustenta das fazendas, do sangue, das vidas, e, quanto mais come e consome, tanto menos se farta. É a guerra aquela tempestade terrestre que leva os campos, as casas, as vilas, os castelos, as cidades, e talvez em um momento sorve os reinos e monarquias inteiras. É a guerra aquela calamidade composta de todas as calamidades em que não há mal nenhum que ou se não padeça, ou se não tema, nem bem que seja próprio e seguro: - o pai não tem seguro o filho; o rico não tem segura a fazenda; o pobre não tem seguro o seu suor; o nobre não tem segura a honra; o eclesiástico não tem segura a imunidade; o religioso não tem segura a sua cela; e até Deus, nos templos e nos sacrários, não está seguro.”

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

PENACOVA: escassez de lampreia nos rios faz cancelar festival gastronómico

... lá temos de continuar a aguentar sentir a falta da matéria prima para as coisas mínimas que assegurariam o bom funcionamento dos sorrisos de alguns. 
Estamos mesmo com o pé na cova...

Via Diário de Coimbra

Recordando António Aleixo


Um dos poetas populares portugueses de maior relevo, afirmou-se pela sua 
ironia e pela crítica social sempre presente nos seus versos.
Também é recordado como homem simples, humilde e semi-analfabeto, e ainda assim ter deixado como legado uma obra poética singular no panorama literário português da primeira metade do século XX.

"À guerra não ligues meia,
porque alguns grandes da terra,
vendo a guerra em terra alheia,
não querem que acabe a guerra".

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Concelhia do PS: Raquel Ferreira vai ser candidata. Carlos Monteiro deverá ser candidato...

"O que é que podem fazer pelo partido?.. 
E o que é que o partido pode fazer por eles?.."
Via Diário as Beiras

Guerra na Ucrânia...

Rússia ataca Ucrânia
António Costa: "Portugal é menos dependente da Rússia a nível energético do que outros países".
Tenho estado a acompanhar, via televisão, os desenvolvimentos desta manhã. Já ouvi jornalistas no local e em vários pontos do globo. Já ouvi especialistas, nomeadamente Nuno Rogeiro, José Milhazes, ilustres militares. E jornalistas, muitos jornalistas, nomeadamente, neste momento, Ricardo Costa, para quem as razões históricas são irrelevantes...
Quase 5 horas em frente ao televisor, aquilo que tenho a opinar é muito simples: odeio todas as guerras. 
Vou continuar a esperar o sol...
Imagem sacada daqui

Apenas uma ideia: vouchers para ajudar a malta pouco endinheirada a comer como os outros...

"A chamada “Rainha do Tejo”, a Enguia, como é conhecida na lezíria ribatejana, vai estar em destaque nas ementas dos restaurantes do concelho de Salvaterra de Magos. A Câmara de Salvaterra de Magos vai distribuir 10 mil euros em voucher – cada um no valor de 20 euros – que podem ser descontados em refeições nos 15 restaurantes aderentes ao Mês da Enguia. O tradicional certame vai decorrer entre 1 de Março e 3 de Abril no concelho de Salvaterra de Magos."
Por cá está a decorrer O Festival do Sável e da Lampreia até 27 de Fevereiro. 
O primeiro dos cinco festivais de peixe da Figueira da Foz 2022 “Figueira com Sabor a Mar”, acontece em dez restaurantes: Caçarola-1, Caçarola Dois, Casa Mota, Casa Marquinhas, Dory Negro, Grazina – Casa das Enguias, Pep´s, Restaurante A Cantarinha, Restaurante Lota Nova e Restaurante A Trancosense. 
Como lembrou Mário Esteves, presidente da Associação Figueira Sabor a Mar, no passado dia 17, na apresentação do evento, “a restauração é um dos maiores empregadores do concelho”. Lembrou também que “os festivais mexem com a economia local” não só através dos peixes da nossa costa, mas também com o arroz carolino do Baixo Mondego e do Pranto, bem como na doçaria, com as Brisas da Figueira e as Areias do Mar. 
Este ano, perante a escassez da lampreia, devido às condições climatéricas, os preços a praticar rondam os 25 euros por dose e no Sável e açorda 11,50 euros. Seguem-se os Festivais das Caldeiradas de 22 de Abril a 1 de Maio; Festival da Sardinha de 17 a 26 de Junho; Festival da Feijoada de Búzios de 2 a 11 de Setembro e Festival de Bacalhau e derivados de 18 a 27 de Novembro.
Fica a ideia...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Santana: cerca de 6 meses depois do regresso...

Cerca de seis meses depois do r
egresso, permanecem algumas interrogações...
- tarefa difícil? 
- tarefa possível? 
- tarefa maior?
- depois de tudo, em 2022, a Figueira ainda está cá e tem hipóteses?

Foi há cerca de seis meses, vinte anos depois, que Santana Lopes líder do movimento "Figueira a Primeira" voltou a ser presidente da Câmara da Figueira da Foz, um lugar onde "foi feliz" entre 1997 e 2001, e de onde saiu a "chorar" para novos desafios políticos, como recordou numa entrevista à SIC, a 19 julho de 2021.
"O resto é a vida, cair e levantar. É essa a mensagem, há que ter esperança e ter força e se Deus proteger" e acreditar que todos, mesmo aqueles em dificuldade, "podem reerguer-se".

O Enforca Cães está a mexer, o que restou do Jardim Municipal está em manobras de reanimação, o Bento Pessoa já tem sintético (para quando a utilização?), o do Campo do Cabedelo está a vestir-se (mais 2 mesitos?..), o Galo de Ouro está em velocidade de cruzeiro, há ideias concretas para Seiça e Maiorca, enfim, a herança do passado recente vai sendo resolvida. É certo que em Buarcos, circular ao fim de semana é um suplício (e vai continuar a ser), mas aí, como disse o figueirense João César Monteiro, «temos que aprender a gastar a infelicidade que nos resta.»

Sem direito, desta vez, ao estado de graça - cerca de um mês depois de tomar posse, foi apresentada a proposta do Orçamento do Município, com a oposição (PS e PSD) a condicionar a viabilização a alterações, que o executivo camarário aceitou, Santana "não precisa que o deixem trabalhar, porque ele trabalha na mesma". 
Um dia destes ainda vamos ter os resultados da auditoria, "a formação superior completa, também a licenciatura", "a margem sul a sair do atraso", sem necessidade do "Cabedelo passar a ser uma nova Troia", investindo no conceito "cidade do mar", sem esquecer o centro de investigação florestal em Brenha e o "objectivo fabuloso do Cabo Mondego".
Por este andar, projectos ainda vai ser uma palavra banida da Figueira. 
Santana "gosta mais é de falar em obras."
Contudo, cuidado. "A Figueira está cansada de obras mal feitas. Temos de ter muito cuidado". 
Veja-se o que fizeram em Buarcos - "a obra que foi feita, com a devida vénia, não serve". 
Sem esquecer o que fizeram ao Cabedelo...

Luís Coelho é o novo presidente do GIS

Substitui Rosa Batista, que esteve à frente do Grupo Instrucção e Sport (GIS) durante quase 20 anos...

Via Diário as Beiras

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Da série, Museu do Mar (continuação)...

Em Fevereiro de 2020, tivemos alguns episódios desta série: "que local propõe para a instalação do museu do mar?"
Em Fevereiro de 2022, temos em cena novos  episódios desta mesma série: "a Figueira devia ter um Museu do mar?"
Há aqui qualquer coisa fora de tempo: em 2022 questiona-se se a "a Figueira deve ter um Museu do mar?"
Então porque é que, em 2020, dois anos antes, se queria saber o local onde deveria ser instalado, se ainda há dúvidas se a Figueira deve ter um Museu do mar!..
O que não poupávamos em papel de jornal se a Figueira tivesse mar!..

Lembrando, via Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque (CEMAR),  esse extraordinário figueirense que foi Manuel Luís Pata.

"Não é demais repetir que, para além das matérias culturais, também nas outras matérias, as do Património Natural e Ambiental (dinâmica sedimentar das areias, porto comercial errado, erosão costeira), foi Manuel Luís Pata quem chamou as coisas pelos seus nomes — chamou bois aos bois... —, pronunciando-se sobre o maior e o mais grave de todos os problemas da Figueira da Foz, o problema que levou à decadência e ao desaparecimento, no todo nacional, desta região e desta Cidade de Mar.

O problema que, ainda hoje (e, agora, mais do que nunca), continua a ser decisivo, momentoso, e grave, para o Presente e o Futuro da Figueira da Foz e da sua praia… Mas perante o qual, em vez de se procurarem e se encontrarem quaisquer soluções verdadeiras e efectivas, só se têm aumentado, acrescentado, e avolumado, os maiores erros vindos do Passado… Assim se agudizando as contradições, eternizando os impasses, e se originando as situações insustentáveis, absolutamente previsíveis, e de extraordinária gravidade (que nenhuma hipocrisia pseudo-"ambientalista" vai poder disfarçar), que cada vez mais se aproximam, nos desenlaces do futuro próximo dessa "Praia da Calamidade" que é, infelizmente, a da Figueira da Foz.

Em suma, para além da dramática gravidade da catástrofe cultural que é o estado de destruição, abandono, e desprezo, do Património Cultural e Histórico Marítimo da Figueira da Foz (uma área em que este homem, só, absolutamente autodidacta, e descendente de Pescadores, fez o que pôde, e fez muito, somente com os seus próprios meios, enfrentando todas as contrariedades que lhe foram movidas nos círculos que eram supostos defender e preservar esse Património Cultural), também acerca da calamidade ambiental irresolúvel em que a Figueira da Foz desde há décadas se encontra sepultada (com toda a gente a fingir que não vê, quando a areia, tanta, está à frente dos olhos…) foi Manuel Luís Pata quem tomou sempre posição pública, voluntariosamente, corajosamente, à sua maneira.
Foi ele quem disse o essencial: "a Figueira da Foz virou costas ao Mar…!".

É essa coragem que distingue a verdadeira intervenção e serviço de utilidade pública (e da parte de quem nem sequer recebe, para fazer tal intervenção cultural ou ambiental, quaisquer remunerações, reformas, etc., pagas com dinheiro público…!). É a coragem de quem tenta voluntariosamente ser útil à sua terra, metendo ombros a tarefas e a obras que são trabalhosas e meritórias (em vez de viver simplesmente em agrados e ambições de carreirismo pessoal, em intrigas políticas fáceis, nos bastidores, acotovelando à esquerda e à direita, à sombra do poder do momento). É a coragem de quem é capaz de se pronunciar, não menos voluntariosamente, sobre tudo o que é verdadeiramente importante, não receando, para isso, tocar nas feridas dos assuntos verdadeiramente graves e polémicos (em vez de mostrar a cara em artigos de jornal para escrever sobre insignificâncias pessoais e diletantismos, "culturais", pseudo-"progressistas").
É a coragem — típica de Pescador…? (mesmo quando um pouco brusca…?) — de quem é capaz de tentar mesmo fazer alguma coisa, a sério (mesmo que não consiga…)… e, para isso, é capaz de tentar enfrentar, de frente, qualquer vaga, seja de que tipo for. Em vez de viver no (e do) manhoso tacticismo, no (e do) elogio mútuo, no (e do) tráfico de influências, nos bastidores do poder que anseia e rodeia, e ao qual espera chegar rodeando.
Enquanto todos os verdadeiros problemas, os do Presente e do Futuro, culturais ou ambientais, ficam por resolver (e, por isso, se agravam)… e todos os verdadeiros patrimónios, os do Passado, culturais ou ambientais, se vão perdendo com o tempo ("como neve diante do sol")... Enquanto as nuvens negras das catástrofes, quer culturais e sociais, quer ambientais e ecológicas, se avolumam, em dias de sol, no horizonte próximo.

A Cultura e a Natureza estão, talvez, estranha e paradoxalmente ligadas de uma forma muito íntima, de maneira muito simbólica: quem sabe se, um dia, na luxuosa pobreza extrema, e na merecida desgraça última, quando se enfrentar as vagas assassinas de um tsunami que venha a devastar uma área de ocupação humana ao nível do mar — mas… será possível que haja alguém que, em pleno século XXI, esteja a querer legitimar ("ecologicamente"…!!!), e a, assim, adensar e avolumar (!) uma ocupação humana (dita "turística", e "cultural"… e, até, "ambiental"…! [e, na verdade, pré-imobiliária…?!]) ao nível do mar…?! —, irá ser lembrada, e recordada, com saudade, a geometria fina e a silhueta esguia, cortante, dos antigos "Barcos-da-Arte" ("Barcos-do-Mar"), em "meia-lua"… Que, nesse dia, já não existirão… nem existirá ninguém que os saiba construir...! (embora, provavelmente, vá continuar a existir gente funcionária e política, paga com dinheiro público, que estará pronta para tentar continuar a viver à custa dessas tais matérias, "culturais", e "ambientais", dos barcos antigos, e das praias ecológicas…).

Com o nosso Exº. Amigo Senhor Manuel Luís Pata, aprendemos, há muito tempo, o lema que ele sempre proclama (e que nós sempre repetimos): "O Mar não gosta de cobardes… não gosta de quem lhe vira as costas…"."

Como não apetece falar de carnaval...

... recorda-se o último bacalhoeiro da Figueira da Foz.

Navio "JOSÉ CAÇÃO"o último bacalhoeiro da  Figueira da Foz, numa foto tirada a 14 de Maio de 2002

Construído na Holanda, em 1949-50, com o nome "SOTO MAIOR", passou a chamar-se JOSÉ CAÇÃO em 1974. 

Com o declínio das pescas portuguesas, após adesão à União Europeia, houve uma tentativa de transformar este navio em museu, mas sem o apoio da Câmara da Figueira presidida então por Santana Lopes, acabou na sucata por volta de 2002-2003. 
Recordo, abaixo,  uma crónica de Manuel Luís Pata, publicada no jornal O Figueirense, em 2.11.207.

domingo, 20 de fevereiro de 2022

Uma peça jornalística importantíssima, com um título infeliz...

Uma peça jornalística, que é mais do que isso: é autêntico serviço público
O título, porém, não é feliz. “O drama dos sem-abrigo nas ruas do Porto está a chocar os turistas”
A chocar os turistas? Penso que nos choca a todos. A começar, naturalmente, pelos responsáveis pela gestão da cidade e os poderes públicos.
Apesar do título, registe-se a importância deste trabalho jornalístico assinado por Alfredo Teixeira, por ser uma forma de chamar a atenção dos poderes locais para este problema social grave que afecta o Porto, mas não apenas o Porto, pois é uma vergonha para todos nós.

A preservação do património edificado

 Via Diário de Coimbra

Para ler melhor, clicar na imagem

Liberalismo

"EDP propõe aos trabalhadores aumentos salariais de 0,5%"

"Uma das maiores vitórias do neoliberalismo reside nas transformações registadas na cultura material das sociedades.
Por exemplo, a água potável nas nossas torneiras ainda está longe de ser entendida como uma simples mercadoria, à imagem e semelhança de uma Coca-Cola ou de uma água do Luso.
Por exemplo, a electricidade. Liberaliza-se o mercado, privatiza-se a produção e a electricidade passa a ser uma mercadoria como as outras. O problema é que não é. Este ciclo neoliberal encerra contradições e falhas que precisam de ser resolvidas, sob pena de colocar todo o processo em causa. O aumento dos preços aos consumidores finais acarreta um problema irresolúvel. Por mais que o entendimento da electricidade se altere, quem não tem rendimento deixa de pagar a conta e de ter acesso. Isto é um problema para o vendedor de electricidade e um problema político, pois torna a contradição entre interesses privados e interesse público mais saliente. Neste contexto, criou-se a tarifa social de electricidade. Assim, em 2011, já depois da liberalização do mercado, o Estado impôs um desconto por via da tarifa destinada às franjas mais desfavorecidas. Este desconto é teoricamente suportado pelos fornecedores de electricidade, embora quase 20% do desconto final seja suportado pelo Estado, via IVA. Ainda assim, o impacto é marginal nos proveitos das empresas,O ciclo fecha-se. Os problemas do acesso ficam supostamente resolvidos, conquanto o esforço dos que têm menor rendimento seja cada vez maior, beneficiando os accionistas das novas empresas privadas. A tarifa social é um resíduo social da nova organização do sector guiada pelos preços, que legitima uma transformação profunda do nosso entendimento do que era antes um serviço público.
Argumentarão que isto é melhor do que nada e que irá beneficiar quem menos tem. Será verdade, embora os limites deste modelo sejam claros quando pensamos que um indivíduo, que viva sozinho e ganhe o salário mínimo, está excluído desta tarifa. Contudo, terá de ser claro que aceitar a tarifa social como forma de intervenção pública na electricidade é abdicar parcialmente de alternativas universais ao neoliberalismo na provisão de bens e serviços. A missão de um governo passa a ser entendida como a de resolver, com base em estratégias dependentes de condições de recursos, eventuais falhas sociais de um mercado à priori aceite como modo ideal de coordenação das economias. Todo um programa."

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

A vantagem de ter passado a viver num concelho liberto de "patrões" autárquicos socialistas, prepotentes e arrogantes...

 Via Diário as Beiras


Nota de rodapé.
28 de fevereiro de 2018, quase há 4 anos, portanto, este blogue  tornou pública, em primeira mão,  a resposta do Ministro da Saúde à pergunta colocada pelo Grupo Parlamentar do PSD em 24 de Janeiro de 2018.
O teor da resposta, conforme se pode ler clicando aqui, é claro.
O gabinete do ministro da Saúde na resposta que deu aos deputados do PSD eleitos por Coimbra sobre a reorganização das unidades de cuidados primários de saúde do concelho da Figueira da Foz, explícita "que foi decidido instalar nas Alhadas a sede da Unidade de Saúde Familiar e extensões em Santana e Bom Sucesso, no norte do concelho."
Em 29 de Abril de 2016, já havia quem fora da política activa, fosse à Assembleia Municipal, orgão de que a presidente de Junta de Ferreira-a-Nova, por inerência, é membro há muitos anos, chamar a atenção sobre este assunto.
Como nota negativa dessa minha passagem pela Assembleia Municipal, utilizando um direito do País de Abril, recordo o facto - certamente, uma mera coincidência infeliz - de tanto o presidente da câmara da altura, dr. João Ataíde, como o vereador do pelouro da saúde na CMFF, dr. António Tavares, não terem estado presentes no momento (e tinha, regimentalmente, apenas 5 minutos...) em que usei da palavra.

foto sacada daqui
Pela positiva, fica uma nota de simpatia e agradecimento a quem ainda dirige os trabalhos na Assembleia Municipal: o seu Presidente, José Duarte Pereira
A cor partidária, nem sempre retira o colorido a quem encara a vida e a politica com sentido de responsabilidade democrática e cultura humanística.
É assim que se promove uma maior aproximação entre eleitos e eleitores e entre estes e as instituições, porque o órgão autárquico a que continua a presidir, a Assembleia Municipal da Figueira da Foz, terá de  ser sempre a casa da Democracia do Concelho da Figueira da Foz.
Senhor Presidente: como covagalente que continua preocupado - como continuamos todos... - com um problema fundamental para o nosso futuro, que passará sempre pela qualidade e acessibilidade aos cuidados de saúde primários, fica o meu agradecimento por ter percebido e compreendido a importância do assunto que há quse 6 anos levei ao órgão autárquico que preside.
Posso ser muita coisa, mas acéfalo - não.
Obrigado senhor Presidente José Duarte Pereira.

2021 já passou. Importante é planear o próximo tempo da Figueira...

A crónica de António Agostinho publicada na Revista Óbvia em Janeiro de 2022

Quando termina um ano ano e começa outro, é normal fazer o balanço do que passou e planear, tanto quanto possível, o que desejava concretizar nos próximos meses.

A começar uma breve nota pessoal. 2021 foi um ano inesquecível para mim: fui avô.

Visto em termos colectivos, aliás, à semelhança de 2020, foi um enorme desafio. Tivemos covid-19, quarentenas, novas vagas, estirpes, restrições e as crises. 

A climática a gritar-nos aos ouvidos e a sobressaltar os corações dos que vivem a sul do estuário do Mondego devido à erosão costeira . A política, que já se adivinhava a nível nacional, a bater-nos à porta com gentis lembretes, tais como a subida dos impostos, dos preços dos serviços e dos bens e produtos essenciais. A humanitária que asfixia povos do mundo inteiro e que todos camuflam para fingir que não existe… 

A nível local, tivemos mudança política na presidência da câmara municipal da Figueira da Foz. Na assembleia municipal e nas freguesias, tirando Buarcos e São Julião e Paião, houve evolução na continuidade.  

Enquanto cidadão atento, tenho tido ao longo dos anos a incrível e grata oportunidade de conhecer inúmeros pormenores das mais diversas realidades que têm condicionado o desenvolvimento e o progresso planeado e sustentado  do concelho da Figueira da Foz. Por culpa, também de quem vota, temos tido a nível local políticos oportunistas, demagogos, populistas, arrogantes e, regra geral, incompetentes. 

Com uma experiência de vida já longa, chego à conclusão de que nos contentamos com muito pouco. Não me interpretem mal, porém: não é que estejamos mal servidos com o território com que a natureza nos brindou. Pelo contrário. Este paraíso à beira mar plantado merecia é muito mais de quem o tem governado. É uma cidade com tanto potencial que só falta alguém para o potenciar e desenvolver.

Santana Lopes e a sua equipa, apesar da herança do passado recente, tem tentado ser fiel às propostas com que se apresentou a sufrágio. Até ao momento, continua a seguir o guião por si próprio anunciado no acto da tomada de posse. O regresso do ensino superior à Figueira é a prioridade. O património - em particular o Mosteiro de Seiça e o Paço de Maiorca - “realidades muito complicadas” -,  a “resposta social, com os centros de saúde e o sistema de transporte das pessoas que vivem mais longe do centro do concelho”, são áreas em que o autarca prometeu no dia da tomada de posse “trabalhar mais depressa”. Nesse dia 17 de Outubro p.p. Pedro Santana Lopes  assumiu também como prioridades o mar, a erosão costeira e as respostas sociais. Sem esquecer, contudo, "as obras herdadas e em curso".  Vivemos tempos duros e difíceis. Espero a chegada do “devido tempo, para conhecer os resultados da prometida auditoria às contas da câmara”.

Para 2022, mesmo tendo em conta a instabilidade política em que vivemos, coloco nos meus desejos que este novo executivo presididio por Santana Lopes se esmere e consiga fazer muito mais e melhor do que o seu  antecessor - felizmente  "breve". 

Mais e melhor pelos velhos. Mais e melhor pelos jovens. Mais  pelos transportes públicos, pelo comércio local, pela integração e diversidade cultural, pelo turismo, pela pesca, pelo ambiente, pela empregabilidade e combate ao desemprego. Mais e melhor pelos animais. Mais e melhor pelo bem estar dos que aqui querem continuar a morar, teimando em viver na Figueira, apesar de quem tem governado a cidade e o concelho não ter criado as condições para cá permanecermos.

Mais do que eu, mero cidadão atento, espero que os nossos políticos tenham mais contacto com a realidade e tenham atenção às necessidades reais dos que aqui vivem. Para o que resta de 2022, desejo que se faça política a sério, isenta e com competência. Sem beneficiar clientelas.

O paraíso à beira mar plantado que é a Figueira merece mais e melhor. E nós, cidadãos, também. Mas também temos de fazer mais por isso.

2021 gerou  mudança política na Figueira. Santana ocupou o cargo de Carlos Monteiro, que esteve no poder 12 anos seguidos.

Em Setembro passado os figueirense mostraram um cartão vermelho ao candidato do PS. 

Definitivo?..