Somos um País de marinheiros - dizem. Porém, a epopeia marítima, essa grandiosa glória lusa, aconteceu apenas por ser insustentável e insuportável viver neste rectângulo à beira mar plantado.
Iniciou-se assim a diáspora portuguesa, que tem levado muitos dos melhores para bem longe.
Portugal padece de uma genética incapacidade nacional: a de conseguir construir uma sociedade evoluída seja a que nível for - cientifico, técnico, cultural, social ou económico.
Por sua vez, os políticos sempre tiveram como meta preservar esta situação: a sociedade de governantes e de governados, mantendo estes com rédea curta por via de favores e esmolas.
Construiu-se - e mantém-se, assim, uma sociedade favorecida, dentro de uma outra, de desfavorecidos. A dos empregos pelo partido e não pela competência, dos negócios pelos interesses e não pela qualidade orçamental, da governação pelos favores e não pela liberdade do voto em consciência.
Enquanto país, somos o que somos, desde 1143. Os governantes, que continuam a conseguir manter os governados em rédea curta, asseguram a estabilidade do sistema.
É assim que se perpetuou a pobreza, a caridadezinha e a humilhação de não podermos ser cidadãos de corpo inteiro.
Estamos a atravessar um momento estranho.
Antes, a generosidade das chamadas elites locais era mais que muita e devidamente publicitada na imprensa de referência local.
Havia cheques na mão esquerda e apelos ao voto na direita.
Agora, que toda essa generosidade era útil, existe o silêncio.
Por onde andam as nossas melhores almas?
Escondidas nos seus luxuosos gabinetes ou em casa em teletrabalho?.
Nós, os pobres que consigam sobreviver, vamos estar feitos ao bife. Vamos enfrentar a pior situação económica de que a nossa geração vai ter memória. Antes desta crise, só a memória das histórias que a minha avó me contava, da escassez durante a última Guerra Mundial, quando se tinha de ir para a fila da farinha, para fazer o pão, e se cortava um sardinha em 3 partes, para haver um "cheiro" de conduto para cada um a acompanhar umas batatas sem azeite.
Agora, a probabilidade de vir a haver fome é diferente: não em resultado da falta de alimentos, mas sim da escassez de dinheiro.
A vida parou. Não vale sequer a pena ir à procura de trabalho. Cada um de nós, pobres, em busca de trabalho e de pão vai ser visto como uma bomba de coronavírus. A emigração também está fora de causa: a situação é geral. E as fronteiras estão fechadas.
Agora, sim, vai ser preciso apoio concreto: arroz, batatas, massa, pão ou carne, levado à porta de quem verdadeiramente necessita.
A "Caridadezinha" ao longo de anos foi um negócio de Milhões... Agora, que os verdadeiramente Pobres vão precisar mais, não brinquem com os Pobres.
Pelas políticas implementadas por governos anteriores a este e pela política levada a cabo por este governo, todos sabíamos que tinha que haver distribuição de alimentos, vestuário e medicamentos aos pobrezinhos.
Portugal sempre foi um país pobre e periférico.
Para quem já esqueceu, recordo a Cova e Gala dos anos 50 e 60 do século passado - o tempo da caridadezinha…
Agora, tudo mudou: esta crise do coronavírus dispensa o governo (este e anteriores) para atirar ainda mais milhares de pessoas para a pobreza.
Onde se encontram agora os profissionais da caridadezinha?
Vá lá, organizem a ajuda de forma desinteressada.
Agora vai fazer mesmo falta.
Os jornais de referência não vão acabar: vão poder continuar a ter a devida publicidade...
Iniciou-se assim a diáspora portuguesa, que tem levado muitos dos melhores para bem longe.
Portugal padece de uma genética incapacidade nacional: a de conseguir construir uma sociedade evoluída seja a que nível for - cientifico, técnico, cultural, social ou económico.
Por sua vez, os políticos sempre tiveram como meta preservar esta situação: a sociedade de governantes e de governados, mantendo estes com rédea curta por via de favores e esmolas.
Construiu-se - e mantém-se, assim, uma sociedade favorecida, dentro de uma outra, de desfavorecidos. A dos empregos pelo partido e não pela competência, dos negócios pelos interesses e não pela qualidade orçamental, da governação pelos favores e não pela liberdade do voto em consciência.
Enquanto país, somos o que somos, desde 1143. Os governantes, que continuam a conseguir manter os governados em rédea curta, asseguram a estabilidade do sistema.
É assim que se perpetuou a pobreza, a caridadezinha e a humilhação de não podermos ser cidadãos de corpo inteiro.
Estamos a atravessar um momento estranho.
Antes, a generosidade das chamadas elites locais era mais que muita e devidamente publicitada na imprensa de referência local.
Havia cheques na mão esquerda e apelos ao voto na direita.
Agora, que toda essa generosidade era útil, existe o silêncio.
Por onde andam as nossas melhores almas?
Escondidas nos seus luxuosos gabinetes ou em casa em teletrabalho?.
Nós, os pobres que consigam sobreviver, vamos estar feitos ao bife. Vamos enfrentar a pior situação económica de que a nossa geração vai ter memória. Antes desta crise, só a memória das histórias que a minha avó me contava, da escassez durante a última Guerra Mundial, quando se tinha de ir para a fila da farinha, para fazer o pão, e se cortava um sardinha em 3 partes, para haver um "cheiro" de conduto para cada um a acompanhar umas batatas sem azeite.
Agora, a probabilidade de vir a haver fome é diferente: não em resultado da falta de alimentos, mas sim da escassez de dinheiro.
A vida parou. Não vale sequer a pena ir à procura de trabalho. Cada um de nós, pobres, em busca de trabalho e de pão vai ser visto como uma bomba de coronavírus. A emigração também está fora de causa: a situação é geral. E as fronteiras estão fechadas.
Agora, sim, vai ser preciso apoio concreto: arroz, batatas, massa, pão ou carne, levado à porta de quem verdadeiramente necessita.
A "Caridadezinha" ao longo de anos foi um negócio de Milhões... Agora, que os verdadeiramente Pobres vão precisar mais, não brinquem com os Pobres.
Pelas políticas implementadas por governos anteriores a este e pela política levada a cabo por este governo, todos sabíamos que tinha que haver distribuição de alimentos, vestuário e medicamentos aos pobrezinhos.
Portugal sempre foi um país pobre e periférico.
Para quem já esqueceu, recordo a Cova e Gala dos anos 50 e 60 do século passado - o tempo da caridadezinha…
Agora, tudo mudou: esta crise do coronavírus dispensa o governo (este e anteriores) para atirar ainda mais milhares de pessoas para a pobreza.
Onde se encontram agora os profissionais da caridadezinha?
Vá lá, organizem a ajuda de forma desinteressada.
Agora vai fazer mesmo falta.
Os jornais de referência não vão acabar: vão poder continuar a ter a devida publicidade...
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