segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A cobertura amovível do Coliseu Figueirense

Via A Figueira na Hora
A administração da Companhia do Coliseu Figueirense apresentou um dia destes o projecto de reconversão – cobertura móvel «Lanik» e ventilação da praça de touros.
A intervenção maior (cobertura e ventilação) encontra-se orçada em cerca de dois milhões de euros. Contudo, o projecto prevê ainda “a modernização ou construção de uma base de uma série de espaços de apoio, como sanitários, camarins, locais de venda e promoção dos espectáculos, zonas de convívio e de lazer destinadas ao público”...
Para que esta conversão possa sair do papel e passar à realidade, “não pode a Companhia do Coliseu Figueirense comportar com todo o referido esforço financeiro, não possuindo a necessária capacidade para dar resposta a um projecto desta natureza”.
Segundo Miguel Amaral  a Companhia do Coliseu Figueirense “não poderá deixar de ter como parceiro privilegiado a autarquia de forma a permitir a formalização de uma candidatura a fundos comunitários que permitam a angariação de verbas suficientes para colocar em prática a obra em causa”
Numa fase posterior, o presidente do Coliseu Figueirense espera ainda o apoio da autarquia na “promoção e dinamização no preenchimento da agenda de actividades a serem levadas ao referido espaço”.

O que pensa alguém que não tem vocação para este futebol...

Foto Pedro Agostinho Cruz
Ontem, fui ver jogar o Cova-Gala.
Perdemos.
O que não me surpreendeu... 
Dadas as condições de trabalho que o Clube tem, só podemos competir para alcançar um qualquer lugar no pódio da pobreza... 
Ontem, o Cova-Gala foi derrotado em casa pelo Eirense por 1-2 e continua nos últimos lugares da tabela classificativa da Divisão de Honra da AFC. 
O Cova-Gala ocupa o 14º. lugar, soma 19 pontos (5 vitórias, 4 empates e 11 derrotas).
A competir connosco, está uma outra realidade em termos de condições de trabalho...
Na próxima jornada, a equipa de Rui Camarão desloca-se a Soure para defrontar o Sourense, actual 2º classificado, com 41 pontos.

Há muitos anos, que o Cova-Gala anda a viver acima das suas parcas possibilidades.
Tal, deve-se ao voluntarismo, ao pundonor, à dedicação de muita pouca gente que gosta do Clube, pois no que concerne a apoios, de quem de direito, haveria muito ainda a conversar...
Parece que, agora, existe a possibilidade de as coisas mudarem a breve prazo...
Espera-se que isso seja uma realidade, pois o Cova-Gala, está  numa corrida de resistência, mas a correr numa situação de enorme desigualdade. 

Pelo que vi ontem, saí do jogo convicto que nos vamos, mais uma vez, aguentar. 
Há anos que nos andamos a aguentar na divisão de honra, a muito custo.
Não será ainda este ano, apesar da falta de condições de trabalho serem cada vez menos, que iremos atirar a toalha ao chão. 
Não considerem este desabafo, como o discurso do treinador que quer motivar os seus atletas.
Quando andamos na rua, por vezes, deparamo-nos com alguns sem-abrigo e devemos pensar que nós, qualquer um de nós, pode vir a ser como eles. 
E se os sem-abrigo aguentam, porque é que nós, por enquanto, os sem abrigo da divisão de honra, não havemos de continuar a aguentar?

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Chove

José Gomes Ferreira
Mas isso que importa!,
se estou aqui abrigado nesta porta
a ouvir a chuva que cai do céu
uma melodia de silêncio
que ninguém mais ouve
senão eu?

Chove...

Mas é do destino
de quem ama
ouvir um violino
até na lama.

O folclore do Partido da Catarina

Preconceito é uma palavra com conotação negativa.
O que é natural. O preconceito prevalece sobre a mente e a razão. Quando uma pessoa pensa e decide com base no preconceito, a probabilidade de pensar e actuar mal aumenta.
O preconceito alimenta a polémica e prevalece sobre a ciência e sobre as evidências da vida.
Escrito isto, fica aquilo que, a meu ver, é uma postagem lúcida e oportuna e que foca AS conquistas do BE. Passo a citar o Jumento.

“Até aqui tudo o que de bom a esquerda considerava ter sido o resultado dos seus contributos políticos eram conquistas de Abril, a partir de agora deixam de ser conquistas de Abril para passarem a ser as conquistas do Bloco. O BE considera que o OE não é o dele mas que as boas medidas estão lá porque o BE o exigiu, na prática o PS continua a ser o partido da direita pois tudo o que cheire a esquerda deve-se ao BE.
Ainda não sabemos que medidas poderão ser incluídas no OE durante o debate na especialidade mas uma coisa é certa, tudo o que de mau lá continue ou seja acrescentado é da responsabilidade do PS, tudo o que de bom se mantenha ou seja incluído é obra dos deputados do BE. 
Pelo menos até que alguma coisa corra mal o BE vai continuar em campanha eleitoral permanente e até o regresso do bom tempo vamos ter que ficar a dever à Catarina Martins. O país está a levar com doses de cavalo de propaganda bloquista, o parlamento aprova de manhã e o BE, desrespeitando os seus parceiros de maioria parlamentar faz a sua propaganda à tarde, chamando a si a autoria de tudo o que possa trazer votos.
A excitação é tanta que até já lhes deu para usar decisões parlamentares para lançar as suas guerrinhas contra a Igreja, usando os seus símbolos e fazendo um grande favor ao PSD e à direita transformando-os em objecto de chacota. Durante meses vamos ter de aturar a Cristas e o Passos a usar um cartaz desenhado por um qualquer idiota do BE.
Para o BE não é o futuro do país nem os direitos dos portugueses que estão em causa, se ajudar a direita a derrubar este governo e conseguir mais 2% de votos farão uma festa, pouco se preocupando se nos quatro anos seguintes os trabalhadores perderem direitos ou sofrerem perdas brutais de rendimentos. No fim da legislatura a Catarina cá estará para anunciar a queda do Pedro.”

Bioesfera abordou a "requalificação" de praias e a "renaturalização" de sistemas dunares

O programa passou no sábado, dia 27/02/2016, pelas 13H, na  RTP2. 
Pode ser revisto clicando aquiAbordou a “requalificação” de praias e a “renaturalização” de sistemas dunares que, do ponto de vista do responsável deste espaço, há muito que é a obra prioritária e de maior urgência para a nossa freguesia.

Não desafies a alegria

João José Cochofel
Não desafies 
a alegria. 

Quando ela chegue 
um instante só 
não lhe perguntes 
porquê? 

Estende as mãos ávidas 
para o calor 
da cinza fria. 

Esta malta...

"Os 18 militantes do PS que foram considerados culpados no caso das fichas falsas devem ser suspensos provisoriamente pelo partido, sendo que um deles é Rui Duarte, presidente da comissão concelhia de Coimbra. Além desta proposta, o Secretariado Nacional do PS determinou ontem a suspensão da data das eleições na Federação de Coimbra. A 5 de Fevereiro, o Ministério Público (MP) tinha determinado a suspensão provisória do processo de fichas falsas de militantes do PS do distrito de Coimbra, não avançando para julgamento, apesar de ter concluído que 18 militantes, entre os quais o ex-deputado Rui Duarte, terão cometido o crime de falsificação." - Via Diário de Coimbra

Nada disto já me surpreende, nada disto já me afecta.
Há muito que não confio nos carreiristas dos partidos do "arco do poder"
Problema e defeito meu, certamente. 
Muita boa gente me tem dito ao longo da vida que, em democracia, é assim: criam-se nas creches privadas dos partidos os futuros líderes. 
Passos Coelho, veio de um desses aviários. Andou a fingir que era jovem até não poder mais (parece que tirou um licenciatura privada aos 39 anos!...). Depois, foi para umas empresas que fingiam ser fantásticas, graças aos favores de esforçados, diligentes e competentes relações públicas -  como exemplo, quase todos sabemos da existência desse extraordinário Relvas... 
A única coisa que me amofina um pouco - já muito pouco mesmo - é ver gente que politicamente pensava doutra dimensão pactuar, poupar  e aceitar os franganotes criados e alimentados nos aviários partidários.

Santana chegou lá. Sócrates chegou lá. Passos chegou lá... Seguro foi atropelado pelo Costa e, só por isso, não chegou lá...
Sobre Passos, ainda me lembro de também Mário Soares, do alto da sua imensa sapiência, garantir que com Passos se podia falar devido à sua simpatia.... apesar de ser demasiado neoliberal
Há muito que eu conheço e ando desconfiado com esta maltinha alimentada pelos senadores partidários. 
E, confesso, que também neste caso detesto ter razão.
Não valem merda nenhuma e a comprovar está o facto de lhe terem confiado a governação do País e de certas autarquias, como foi o caso da Figueira e o resultado ter sido o que sentimos na pele...
Isso, foi excesso de confiança, como penso que a maioria de nós já percebeu...
Ou será que estou optimista de mais e, isso, ainda não é verdade?..

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Na Figueira investe-se na organização dos dias parolos

foto sacada daqui
Um dos males da Figueira é a elevada percentagem de parolos metro quadrado. 
Há parolos em todo o lado.
Há parolos candidatos a parolos. 
Há parolos eleitos pelo povo. 
Há parolos nas elites. 
Há imensos parolos, o que  é um bocadinho chato.
Também há os parolos que não permitem que algo "não parolo" se afirme. 
Isso acontece porque há imensos parolos com algum poder. 
Pode ser que as coisas mudem um dia, mas vai ser difícil. 
Os parolos tem uma camada muito fina de parolice que lhes cobre todo o corpo, cobre-lhes os olhos e atrofia-lhes o cérebro. 
Os parolos não serão propriamente estúpidos, são apenas parolos, pronto, é outra coisa, muito difícil de definir mas que se topa à légua.
Enfim, há dias em que os parolos estão mais salientes. 
Até parece que se organizam entre si para a grande parolada
São os dias parolos.
Se é que ainda não tinham percebido.

LOGRO

O Governo de Passos & Portas andou a gabar-se de ter poupado 2.500 milhões de euros na renegociação de nove PPP rodoviárias. Todos ouvimos os corifeus do economês louvar a proeza. Mas Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infraestruturas, foi ontem ao Parlamento apresentar as contas reais: a poupança foi de 700 milhões de euros, ou seja, 28% do alardeado por Passos & Portas. Ouvido em audição conjunta nas comissões de Orçamento e Finanças e de Economia e Obras Públicas, o ministro também chamou a atenção para um detalhe lesivo dos contribuintes: nos termos dos novos contratos, as grandes reparações nas vias passam a ser da responsabilidade do Estado. Dito de outro modo, os accionistas privados fizeram um negócio da China.
daqui

5.ª edição do “Maior Sunset de Sempre, RFM SOMNI”, que se vai realizar de 8 a 10 de Julho na Praia do Relógio da Figueira da Foz

100, 200 mil, são apenas números.
A mim dão-me jeito para adormecer. Não adormeço mas, tal como os jornais, descubro números incríveis. 
Sunset quer dizer, na língua portuguesa, pôr do sol, decadência, ocaso...
Por outra palavras, o outro lado do espelho e ao mesmo tempo o reflexo, ensolarado, dos restantes dias do ano na Figueira.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Que agradável descoberta: Fernando Campos, um talentoso blogger, um mestre nos bonecos e um especialista em futebol!

Johan Cruyff, "talvez, o melhor jogador de futebol de todos os tempos", desenhado pelo Fernando Campos
"O futebol é mesmo como a vida. Pode ser a miséria nefanda, rotineira e mercenária que se vê todos os dias na televisão; mas também pode ser algo magnífico, generoso e belo, que realmente valha a pena pelo simples prazer do jogo. Mas é mais raro."
Para mim, que estou a milhas do talento do Fernando, futebol já foi paixão, agora é divertimento. 
E pronto. Quem gosta, gosta... Quem não gosta, não gosta... Aliás, não costumo discutir gostos...
Até há quem goste do  Mateus rosé!.. 
No entanto, para mim que gosto de vinho, o Mateus rosé é um vinho de merda...
Em Portugal, os portugueses dividem-se em dois tipos. Os que percebem de futebol; e os que não percebem de futebol
Portugal é dos portugueses. E os portugueses somos muitos. Muito diferentes. Essa é uma das nossas riquezas.
Em Espanha, todos os 22 jogadores fazem o sinal da cruz antes de entrar no campo. Se funcionasse, seria sempre empate."
Que agradável surpresa...
Ainda bem que o Fernando escreve assim sobre futebol. E sobre a vida...

A espuma dos dias...

Um título de primeira página, com pompa e circunstância, para a fotografia, dado à estampa esta semana na imprensa figueirense: "Figueira prepara adaptação do município às alterações climáticas".
Para abreviar e resumir, anotei da página 3, AS DEZ PRIORIDADES ESTUDADAS NO MUNICÍPIO!
Passo a citar:
"1. Constituição de equipa municipal multidisciplinar para estudar estratégias  
2. Alimentação artificial das praias a sul  
3. Criação de cadastro rural  
4. Introdução nos instrumentos de gestão de território de normas que evitem edificação em          zonas de risco  
5. Dinamização da bolsa de terras para uso de terrenos abandonados  
6. Introdução de melhores práticas no planeamento e gestão de bens naturais municipais  (parque arbóreo e zonas verdes)  
7. Aumentar a resiliência da floresta aos incêndios com introdução de espécies adequadas  
8. Aumentar a resistência dos sistemas dunares  
9. Prever a criação de um sistema de deteção e gestão municipal 
10. Protecção da ilha da Morraceira e das Lagoas da Vela e das Braças."

É óbvio que qualquer cidadão, minimamente informado e preocupado, perante o quadro actual de vulnerabilidades e as previsões climáticas,  concorda que a erosão costeira e os incêndios florestais são as maiores preocupações no concelho da Figueira da Foz. 

Curiosamente, porém, a Câmara da Figueira ainda recentemente iniciou obras de Concepção (ideias)/Requalificação e Reordenamento da Praia e Frente de Mar da Figueira da Foz e Buarcos onde vai gastar 2 milhões de euros, praia da Figueira essa, cujas areias são necessárias para repor as praias do sul!.. 
Isto é gestão integrada e sustentável da zona costeira entre as diversas entidades públicas?
Por outro lado, que ideia peregrina é essa da municipalização do areal da praia que está na mente dos responsáveis pela autarquia figueirense?

Cito MANUEL LUÍS PATA, ("um modesto marítimo figueirense que sempre amou a sua Terra e sempre sofreu com as consecutivas asneiras que LHE foram feitas ao longo da sua longa vida") e pergunto "se alguma empresa privada arriscaria o seu capital nessas obras; porém, já não temos a mesma opinião sobre as mentalidades administrativas do Estado, porque os dinheiros a gastar são do erário público e ninguém exige responsabilidades pelas enormes asneiras que se têm cometido no nosso degradado país, sendo a Figueira uma das grandes vítimas, porque há asneiras que vão servindo de suporte às novas asneiras."

Nesta tarefa diária de comentar a "espuma dos dias", muitas vezes, esquecermos o que provoca essa espuma que tenta submergir-nos. 
Nem sempre comentamos o que é importante para a vida dos cidadãos. 
Mas, será que isso existe para quem manda na Figueira? 
Para eles, o que conta verdadeiramente não são as obras de fachada realizadas ao sabor e de harmonia com os calendários eleitorais?

E pronto. Esta é, apenas, mais  uma postagem simples que por aqui fica. 
Sem a grandeza das opiniões dos intelectuais no poder, no fundo os que definem,  põem em prática e gastam o nosso caroço com as suas ideias e conveniências políticas. 
É, contudo, uma história que atormenta os meus dias. 
Desculpem se incomodei alguém importante com mais esta banalidade que me incomoda e preocupa.
Voltarei certamente a este assunto um dia destes.
Citando Rui Curado da Silva, "precisamos de ir muito mais além nas políticas ambientais municipais."

Porque a memória costuma ser curta...

... fica uma curta reflexão sobre as pensões.

"O governo PSD/CDS-PP fez opções políticas que tiveram impacto significativo sobre as pensões dos portugueses que, na maioria dos casos, descontaram uma vida inteira para verem ser-lhes retirado o que era seu por direito. O PS, em campanha, prometeu mais do que agora está a dar, é certo, mas entre um aumento de meia-dúzia de tostões e o corte de 600 milhões de euros que o anterior governo se preparava para aplicar, quer-me parecer que a maioria dos portugueses preferirá a primeira opção. E não deixa de ser curioso que aqueles que ontem procuravam aumentar ainda mais os cortes sobre as pensões venham agora falar em justiça social e hipocrisia
Que grande lata!"

Em tempo.

Porque a memória costuma ser curta, recorde-se que o PPD/PSD até já foi do tempo em que a "SOCIAL-DEMOCRACIA QUE DEFENDIA VISAVA A CONSTRUÇÃO IRREVERSÍVEL DO SOCIALISMO"!
Hoje é difícil perceber o que realmente será. 
Nuns dias é liberal, noutros vive pendurado na manjedoura estatal, por vezes e conservador e quando a coisa corre mal abre uma gaveta na São Caetano, sacode o pó e tira de lá a social-democracia. 
Tem dias em que é mais troikista do que a Troika mas se as eleições estiverem à porta corre a distribuir aumentos e nomeações na função pública. 
Em campanha compromete-se a não aumentar impostos, chegado ao poder impõe um brutal aumento da carga fiscal e, regressado à oposição, indigna-se com todo e qualquer aumento de impostos. 
As contradições, tal como as orientações ideológicas, multiplicam-se e a indefinição é absoluta. 
Alguém me explica que PSD é este?

Peter Pereira - fotojornalista natural da Cova Gala... *

*“Vivi nos Estados Unidos a maior parte da minha vida, mas tenho orgulho de ser português, de promover o país o quanto posso e vou sempre considerar-me português”.

«Social-Democracia Sempre!»

Impacto, nas crianças e jovens, de cortes em mínimos sociais ao longo dos últimos quatro anos. Num contexto de aumento muito significativo da pobreza e do desemprego. Os gráficos dispensam grandes comentários, não acha Dr. Pedro Passos Coelho?
Daqui

José Afonso

Ontem, com um estranho silêncio, passaram 29 anos sobre a morte do cantor e compositor José Afonso, uma das maiores referências da música popular portuguesa.
Falecido a 23 de Fevereiro de 1987, com 57 anos, Zeca Afonso, como também é conhecido, começou a sua carreira com a gravação de fados e baladas de Coimbra. Porém, viria a ser pela interpretação de canções, onde a mensagem era tão importante quanto a melodia, que ficaria a ser conhecido.
Ainda antes do 25 de Abril, gravou em Londres, Madrid e Paris, sempre tendo em atenção a realidade portuguesa, álbuns como «Traz Outro Amigo Também», «Cantigas do Maio», «Eu vou ser uma toupeira» e «Venham Mais Cinco».
Um mês antes da revolução, o cantor interpretou «Grândola, Vila Morena» no Coliseu de Lisboa, ao lado de Adriano Correia de Oliveira, Fernando Tordo e Manuel Freire.
Em 1983, já numa fase avançada da sua doença, regressou ao Coliseu de Lisboa para o seu último espectáculo. As homenagens multiplicaram-se e foi condecorado com a Ordem da Liberdade.
Dois anos depois, Zeca Afonso edita o seu último disco, "Galinhas do Mato", no qual, devido ao estado da doença, não consegue interpretar todas as músicas previstas.
Actualmente, muitas das músicas de Zeca Afonso continuam a ser gravadas por diversos artistas portugueses e estrangeiros. A sua obra continua a ser reconhecida e apreciada. E merece ser ouvida.

A incoerência...

No encerramento do debate de ontem, houve troca de críticas entre Governo e a oposição. 
O executivo disse que o plano B é executar o orçamento com rigor. Passos Coelho disse que o Orçamento do PS é mau.
Foi a justificação apresentada pelo PSD e por Passos Coelho para justificar o voto contra
Se o PSD chumbou o OE2016 porque, no seu entendimento, é mau, logo, está justificado do seu ponto de vista o chumbo.
Contudo, na mesma lógica, como é que o PSD justifica o voto a favor dos Orçamentos que apresentou para 2012, 2013, 2014 e 2015, muito piores que o de 2016?..
Passos Coelho tem algo que o distingue: mantém a incoerência. A incoerência fica-lhe tão bem que, às vezes, até parece coerência!
Quando é que Passos  e a direita vai aceitar o óbvio?
Passos Coelho continua com o crachá da bandeira nacional ostentado na lapela.
Mais uma vez, a sua incoerência é coerente com a sua natureza impostora. 
Tenta mostrar a imagem daquilo que não é - um patriota -  fiel ao princípio de que, nesta república de imbecis, as aparências realmente iludem e atraem simpatias e votos…

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

UMA NOTÍCIA DE 23 DE FEVEREIRO DE 2016!..

Acórdão inédito multa Cavaco Silva em 700 euros!..
O Presidente da República é apenas um dos ex-candidatos presidenciais, multados pelo Tribunal Constitucional por irregularidades nas contas das campanhas das presidenciais de 2011...

PASSO A PASSO ATÉ AO PASSOS FINAL...

Esta tarde, Passos Coelho, no encerramento do debate do Orçamento do Estado para 2016, disse que é "o principal elemento de união" da esquerda!..
Pedro Passos Coelho continua  em campanha eleitoral. 
E em campanha vale tudo. 
Chamem-lhe populista. 
Ele quer lá saber...

O contador de estórias emocionantes

Durão Barroso: 
"Agora não sou da política e o meu nível de sinceridade está sempre a aumentar".
Este “senhor da guerra”, que foi líder do PSD, nunca percebeu o que um dia foi dito por Francisco Sá Carneiro:
“Não há nada que pague a sinceridade na acção política, como em tudo”.
“Saber estar e romper a tempo, correr os riscos da adesão e da renúncia, pôr a sinceridade das posições acima dos jogos pessoais, isso é política que vale a pena”.

Não era a Paulo Portas que a verdade submarina costumava vir à tona?..

Passos Coelho abandonou, por minutos, de forma ostensiva, o hemiciclo depois de um ataque violento do primeiro-ministro sobre o que o presidente do PSD terá dito, "lá fora", sobre o Orçamento do Estado. António Costa sugeriu mesmo que Passos, "com a sua voz maviosa", andou a dizer que tinha convencido os seus parceiros para serem meigos com Portugal.
A sonoridade ambígua da palavra motivou protestos entre deputados do PSD e do CDS, mas "voz maviosa" significa ser "agradável, suave, doce, terna"...

Foi neste momento que Passos Coelho saiu da sala...

Poema de um anónimo chinês

Nasce o sol trabalhamos 
Põe-se o sol descansamos. 
Cavamos um poço, para beber, 
Lavramos um campo, p´ra comer: 
O imperador e o seu poder... 
- Queremos lá saber! 

Falar do medo...

Parece que, a avaliar pelo relato do Diário de Coimbra, há gente «com medo no Bairro Social de Brenha».
Um grupo de moradoras do Bairro Social de Brenha esteve ontem na reunião de Câmara a manifestar os seus temores pela alegada «insegurança», que sentem no local onde habitam. «Tenho medo de sair à rua, alguém tem de fazer alguma coisa», dizia uma das senhoras, falando nas «ameaças» de que tem sido alvo e dos «seis pneus cortados à navalhada», nas duas viaturas da sua família. «Há vandalismo, ninguém cuida de nada e toda a gente estraga», afirmou.
Quem viveu em ditadura, sabe que o medo, em democracia, combate-se falando alto e bom som, coisa que não se podia fazer durante a ditadura, com imprensa silenciada. 
Mas o medo existe também em democracia.
Por exemplo, além doutros medos, existe o  medo de «perder o emprego». Tal acontece porque  talvez  o emprego tenha sido oferecido em troca de silêncio (regra de ouro do sistema «job for the boys»)... 
O medo é um dos inimigos da democracia; deve combater-se com coragem e dignidade.  
Se têm medo, falem, como fez este grupo de moradoras do Bairro Social de Brenha.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Paço de Maiorca:um «crime financeiro» e «negócio ruinoso», mas (digo eu...), «com charme»!.. (2)

foto sacada daqui
"Há 18 anos a câmara municipal decidiu, por unanimidade, adquirir o paço de Maiorca. Nos meses seguintes à compra fizeram-se obras de recuperação do edifício e jardins e, em 1999, foi aberto ao público.
Nos belíssimos jardins do Paço, realizaram-se os Encontros Internacionais de Música de Maiorca, assim como, espectáculos de arte equestre, que constituíram um enorme sucesso. Infelizmente, o espírito que presidiu à ideia de Pedro Santana Lopes quando decidiu a sua compra, foi-se esboroando com o passar do tempo.
Em 2004 o Paço é encerrado ao público e inicia-se o caminho para transformação num hotel de charme. O edifício passa para a posse de uma empresa criada entre a Figueira Grande Turismo e o grupo Quinta das Lágrimas e em 2009, iniciam-se as obras para converter o Paço em hotel.
Durante o decorrer dos trabalhos é decretada a insolvência do empreiteiro e a obra parou uns meses. Retoma sobre orientação da empresa de fiscalização e em 2011 a câmara decide mandar parar por imbróglios jurídicos e financeiros e falta de entendimento com o parceiro de negócio. Ou seja, depois de investidos 4.2 milhões de euros e faltando 1 milhão para terminar, a obra para, e está há cinco anos sem qualquer cuidado na preservação do investimento realizado.
Uma coisa é ser contra, tal como eu, do modelo de negócio que se criou, mas coisa diferente é a irresponsabilidade de não cuidar do investimento já efectuado. Este executivo já leva seis anos de mandato, parece-me tempo suficiente para encontrar uma solução definitiva para o Paço."
O Paço, uma crónica de Miguel Almeida, hoje publicada no diário AS BEIRAS.

Em tempo.
Será que os figueirenses já esqueceram que o negócio do Paço de Maiorca e a ruinosa parceria público-privada com a Quinta das Lágrimas, são da responsabilidade de executivos municipais PSD, liderados pelo dr. Santana Lopes e pelo falecido eng. Duarte Silva?.. 
Recordando Nelson Fernandes, em novembro de 2012. 
“Tudo isto sem dúvida que correu bem para a Quinta das Lágrimas. Isto é um buraco para a Câmara mas não é o pior. Isto é um padrão do que aconteceu no mandato anterior. Parceiros há aí aos montes, é preciso é escolhê-los bem como fizeram no mandato anterior”.
Miguel Almeida, que eu conheço há longos e bons anos, sempre viu a política como um negócio de ocasião. 
Naquilo que fez, sempre foi competente.
Como é um democrata e um espírito aberto, nunca deixa de colocar a possibilidade de negociar com a concorrência directa as hipóteses de negócio. 
Miguel Almeida, no fundo é um empresário de sucesso, num mundo sem futuro, para aqueles que não encaram a política como um negócio de ocasião.

Pedro Passos Coelho*

"Quando Pedro Passos Coelho se declarou um social-democrata de “sempre” e para “sempre” apagou a obstinação, a coragem e a clarividência com que governou durante quatro anos. Nada o desculpa. Principalmente não o desculpa que este estranhíssimo regresso ao passado tenha sido provocado pela necessidade táctica de conciliar ou, pelo menos, de calar a “esquerda” do partido, que desde 2011 se juntou à oposição e lhe fez todo o mal que pôde. Esta reviravolta de Passos Coelho é tanto mais desgraçada quanto a social-democracia deixou de fazer sentido e que hoje se limita à defesa da democracia e do Estado Social, duas coisas que em Portugal não estão ou estarão em risco num futuro previsível e que ao fim de 40 anos já não entusiasmam seja quem for.
Não se percebe o que pretende Passos Coelho. Aumentar os serviços que o Estado hoje presta aos cidadãos? Aumentar a área da sociedade que depende do Estado ou que o Estado regula? Afogar o que ainda resta de autonomia e de iniciativa numa país mendigo e miserável? Porque se é isto que esconde a palavra “social-democracia”, há uma pequena coisa a dizer: o dr. António Costa e a extrema-esquerda são sem dúvida muito mais competentes para essa empreitada. Basta ouvir Catarina Martins ou Jerónimo da Sousa, que não abrem a boca sem sugerir que se gastem milhões sobre de euros, para promover a boa moral e a felicidade do povo. Para que se vai meter o PSD (e, por arrasto, o CDS) na feira demagógica para onde o PS nos conseguiu empurrar? Para chegar aonde?
Claro que a política portuguesa vive na iminência de eleições antecipadas. O Bloco, por exemplo, fala em 2017; e o PC, mais sombrio, até em 2016. Não me custa a acreditar que Passos Coelho acabasse por sofrer a influência da ralé partidária, que só pensa em ir para o “governo” o mais rapidamente possível e de qualquer maneira. E também, porque a conheço desde 1978, não me custa a acreditar que a dita ralé pense que leva a sua avante com um pouco de populismo, sob o nome absurdo de “social-democracia”. Cabe a Passos Coelho resistir a estas fantasias (para não lhes dar o nome que merecem) e preparar um plano para a direita ou, por outras palavras, para todo a gente à direita do PS. Se se confundir com a turva onda em que se tornou a antiga coligação CDS-PSD será mau para ele. E para nós."
* Por Vasco Pulido Valente

Em tempo.
Depois de ler esta crónica, interrogo-me: o que pensa esta gente da política como exercício, de facto, da cidadania? 
A direita portuguesa não tem ninguém mais qualificado para apresentar do que Passos Coelho, ou continua a ser a mais estúpida da Europa? 

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Restritivo é pouco... Mete nauseabundo nisso...

Passos Coelho acusa PS de "ajoelhar" perante a Europa e critica "orçamento restritivo"!..
Passos Coelho, com isto, quer dizer o quê... Que há mais nuvens negras no futuro dos portugueses que tínhamos se ele fosse primeiro-ministro?
O ex-primeiro-ministro está a ver crescer um país mesmo ao lado dele? 
Este trapalhão está na estrada em campanha. 
Portanto, o que nos espera é ouvir, repetidamente, loas ao crescimento da economia e ao mérito do seu reinado de 4 anos neo liberal. 
Vamos ouvir, até aos limites da paciência, o elogio da sua austeridade. 
Vamos ouvir a exaltação o esforço dos portugueses. Como se esse esforço tivesse sido voluntário... 
Como se os portugueses tivessem aceitado o estado de pobreza para salvar a economia dos grandes empresários. 
Vamos ouvir o exercício do auto-elogio deste trapaceiro até à náusea. 
Tudo isto, mais do que restritivo, é nauseabundo.

A política do quiosque...

imagem sacada daqui
"A autarquia da Figueira da Foz anunciou  que vai investir cerca de 300 mil euros na remodelação de quiosques, aumentando o número de estabelecimentos e as finalidades de uso, com possibilidade de servirem comida e bebidas."
Esta administração camarária ou não tem ideias, ou para as ideias que tem, era bem melhor que não as tivesse. 
Tal como Jaime Lerner, acho que as cidades devem ser discutidas mas no mundo inteiro. Os cidadãos de uma cidade devem ser cidadãos no mundo. Como tal não me incomoda que os políticos que gerem uma cidade venham de outras terras.
Contudo, detesto pessoas que não gostam da sua cidade. Se os senhores da câmara estão tão isentos de ideias, que já não sabem fazer política, porque insistem em atitudes primárias e de gosto duvidoso? 
Se não gostam desta terra, porque já têm a vossa, porque não se vão embora? 
Para que queremos nós vereadores da cultura cultos e políticos hábeis? 
Para que queremos nós autarcas de esquerda, que mais parecem de direita? 
Ou será que a política e a cultura morreram às garras do pato-bravismo ligeiro, não havendo lugar para quem quer dar cor e sentido às ideias e a vida? 

A longevidade do país do Casino...

Via Diário de Coimbra, fiquei a saber que o Casino Figueira, também oferece carros topo de gama!.. 
"Manuel Gomes, um figueirense cliente do Casino, foi o feliz contemplado com um Mercedes Classe A, depois de ter participado num sorteio levado a cabo pelo Casino Figueira. A entrega do Mercedes decorreu um dia destes nas instalações da Sodicentro, em Coimbra, e contou com a presença do contemplado, Manuel Gomes, do administrador do Casino, Domingos Silva, e do chefe de vendas da Sodicentro, Rui Freire. Manuel Gomes mostrou-se «satisfeito» com o prémio, mas confessou que pretende «vender o carro, pois o dinheiro faz mais falta». Domingos Silva explicou que o sorteio, que decorreu no dia 6 de Fevereiro, resultou de uma iniciativa que pretendeu «reforçar a atractividade do Casino, como espaço de lazer». Depois de ter sido realizado um investimento de renovação do parque de máquinas (em cerca de um terço do existente), e que rondou os 1,9 milhões de euros, «nada melhor do que gratificar os clientes que, ao longo do tempo, tem vindo a garantir a longevidade do Casino»."

Aqui está a solução.Tudo pode ser resolvido. A Figueira e o país têm futuro. 
Casinos, carros oferecidos, dinheiro a rodos, putas finas, labregos com gravatas vistosas, plumas espampanantes, maminhas ao léu, saltos altos, pensamentos baixos. 
Agora é que vai ser. 
Cá está a retoma, que assim é que se recuperam economias e o país anda p'rá frente. 
E logo agora é que o actual governo haveria de dizer aos portugueses para esquecerem os carros!..
Quem não tem dinheiro que fique em casa. 
A Natureza é do mundo e o mundo é dos ricos. 
Mas para se ser rico é preciso ser assim? 
Afinal não me apetece!

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Porque sabemos que Passos não dá ponto sem nó, fica a pergunta:

- porque é que Passos Coelho defende quem não defendeu os portugueses?
Recorde-se.
Carlos Costa, permitiu, por acção ou inacção, os descalabros que todos estamos a pagar... 

País de cobardia.

Neste país em que quem denuncia crimes é perseguido por isso, e quem comete crimes é condecorado, hoje, dia 19 de Fevereiro de 2016 - dia da anedota e da baixeza - é o dia de se lembrar que, como é sabido de toda a gente (embora tanta gente esteja a fingir que não sabe…), nos primeiros anos da década de 90 do século XX aconteceram em Portugal, e ficaram impunes, as mais escandalosas situações de censura e de perseguição - e posterior má-vontade, e silenciamento censório, e infindável perseguição (de "mansinho", "escondendo a mão"... da maneira mais insidiosa, e cobarde…), contra quem quer que tenha tido a coragem de denunciar as situações de censura iniciais de que foi alvo…
E é claro que uma ignomínia e uma iniquidade generalizada, desse tipo, só foi possível mercê de mil cumplicidades, mil conivências, mil subserviências... Mercê da mais inenarrável e abjecta das cobardias... de quem sempre fingiu que não viu nada, e que não era nada consigo... e, em vez de falar, e escrever, e intervir, e dar razão a quem a tinha, pelo contrário, ainda ajudou, e sentou-se à mesma mesa, e comeu da mesma manjedoura (e até ainda fez, e ajudou a fazer, mais censuras, seguintes, das denúncias das censuras anteriores…)

Nos anos 90 do século XX português foram cometidas e ficaram impunes as censuras praticadas contra o escritor José Saramago (que respondeu, continuando… e exilando-se no exterior, em Espanha... num país de gente corajosa e frontal… e, depois, também por isso, veio a receber o primeiro e único Prémio Nobel da Literatura para a língua portuguesa… [!] assim ficando portanto extraordinariamente avolumada, e consagrada para sempre, a confrangedora vergonha que Portugal e a "Cultura portuguesa" bem mereceram...), e ficaram impunes as censuras praticadas contra o cineasta Paulo Rocha (que respondeu, continuando… mas mudando um pouco o espírito do seu cinema, e por isso passando da sensibilidade e realismo documental de outrora, de "Mudar de Vida" e de "A Ilha dos Amores", para o burlesco e escabroso do fim, da "Raiz do Coração"... digno da parola hipocrisia portuguesa, pífia e política, dos pequenos Catões censores lisboetas…),  e ficaram impunes as censuras praticadas contra o historiador Alfredo Pinheiro Marques (que respondeu, continuando… e vivendo exilado no interior... desistindo de salvar o mundo e a pátria, e de mudar o sistema por dentro… e dedicando-se simplesmente a tentar salvar "os mais pobres dos pobres", os Pescadores, que são os que verdadeiramente andam no mar…), e ficaram impunes as censuras praticadas contra José Vieira Marques e o seu Festival Internacional de Cinema da Figueira da Foz (que respondeu, continuando… tentando continuar a organizar esse Festival de Cinema até onde pôde… e ainda conseguiu até à 31ª edição, em 2002…), e quantas mais…?

(Recebido por mail)

Tinha 84 anos e era uma das mais relevantes figuras da cultura italiana dos últimos 50 anos...

Morreu Umberto Eco, autor de O Nome da Rosa.

Em tempo.
A melhor forma de homenagear um escritor, especialmente um escritor genial como Eco, é lê-lo.


"O Riso liberta o vilão do medo do diabo, porque na festa dos tolos o Diabo aparece pobre e tolo, portanto controlável. Mas este livro poderia ensinar que libertar-se do medo do diabo é a sapiência. Quando ri, enquanto o vinho lhe borbulha na garganta, o vilão sente-se senhor, porque subverteu as relações de senhoria: mas este livro poderia ensinar aos doutos os enigmas argutos, e a partir daquele momento ilustres, com que legitimar a subversão. Então transformar-se-ia em operação do intelecto aquilo que no gesto irreflectido do vilão é ainda e felizmente operação do ventre. Que o riso seja próprio do homem é sinal dos nossos limites de pecadores. Mas deste livro quantas mentes corruptas como a tua extrairiam o extremo silogismo, pelo o qual o riso é a finalidade do homem! O riso, desvia, por alguns instantes, o vilão do medo. Mas a lei impõe-se através do medo, cujo verdadeiro nome é temor de Deus. E deste livro poderia partir a centelha luciferina que transmitiria ao mundo inteiro um novo incêndio: e o riso designar-se-ia como a arte nova, ignorada até de Prometeu, para anular o medo."
Umberto Eco, O Nome da Rosa.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

«O QUE NOS LIGA»

imagem sacada daqui
Uma exposição fotográfica de Mauro Correia, inaugurada a 18 de fevereiro e patente até 13 de março no hall de entrada do Museu e Biblioteca municipais.

Espera-se que Cavaco, nos últimos dias, continue a não desiludir...

Depois de Sousa Lara, Zezè Camarinha, merece a Ordem do Tesão de Ouro...
"A sólida experiência e preparação teórica e prática adquirida na relação com as turistas de várias nacionalidades, contribuindo de forma acentuada para a melhoria do turismo algarvio e um aumento significativo do nosso Produto Interno Bruto", é um contributo inestimável.
Por outro lado, registe-se que ,"é um profissional que, individualmente ou em equipa é capaz de observar e avaliar rapidamente todas as componentes que definem determinados contextos e intervir neles directa e activamente sem razões de queixa para ninguém. Domina todas as línguas maternas e na linguagem gestual não tem limites, dá ênfase à sua formação profissional concebendo o turismo como um fenómeno a rentabilizar, dando satisfação às turistas sem prejuízo para o ambiente e para os residentes nacionais. Tanto sabe tossir em dinamarquês como espirrar em sueco. Mantém níveis elevados nesta actividade altamente competitiva e globalizante, preparando-se para os novos paradigmas de desenvolvimento turístico que farão de Portugal um país muito melhor."
Por tudo isto e muito mais, saia a condecoração para Zezé Camarinha, "macho latino, gigolô de profissão, a residir na travessa das cambalhotas, sem número, em Portimão, Algarve." 
Já, antes que seja tarde demais!..

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Não era agora, mesmo no fim, que Cavaco iria desiludir...

foto sacada daqui
António Sousa Lara foi esta tarde agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique, destinada a "quem houver prestado serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro"

Em tempo. 
«Em 1991, foi chamado para o XII Governo Constitucional, como Subsecretário de Estado da Cultura. 
Desempenhava esse cargo quando impediu a candidatura do livro de José Saramago, O Evangelho segundo Jesus Cristo (severamente criticado pela Igreja Católica), ao Prémio Literário Europeu de 1992. 
Esta acção deu azo a uma enorme polémica alargada à imprensa europeia. 
Sousa Lara apresentou a sua demissão, ao mesmo tempo que José Saramago se fixou definitivamente na ilha de Lanzarote.»
Nada como ouvi-lo...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O estranho caso da 109...

Ontem, segundo li no Figueira na Horana 109 houve "furos" atrás de furos...
Sobre o caso da 109, "a estrada mais movimentada do concelho entre a Figueira e a Marinha das Ondas,  também a mais degradada, mal sinalizada e perigosa", pouco mais há a escrever, a não ser que é a negação do Princípio de Peter: os responsáveis incompetentes, conseguiram ir além do seu próprio nível de desleixo e incompetência.