O guião

O célebre guião, este guião, esta coisita, não é um ponto de partida. A ser qualquer coisa é um ponto de chegada. É o fim da linha. É o epílogo que arrasa as últimas aparências que ainda sobravam sobre este grupo de estagiários que o país teve a infelicidade de eleger. É a prova documental de que o Governo não sabe o que está fazer – cumpre metas contabilísticas impostas externamente –, e nem imagina para onde irá a partir daqui.

Daqui

Um citação e uma pergunta e o "bem dos figueirenses"...

Cito: 
- “temos que entender que nos dias de hoje os municípios vivem num ambiente de concorrência entre si, e o momento em que alguns assuntos estratégicos podem ser tornados públicos, deve ser detalhadamente estudado e programado”.

Pergunto: 

- sendo este o verdadeiro motivo da decisão de vedar o acesso ao público e à comunicação social a uma das reuniões mensais, será que ainda teremos aqui a justificação para o atraso ou, mesmo, a não publicação das actas das reuniões estrategicamente realizadas à porta fechada?..

Política figueirense!..

"O deputadinho por Coimbra" 
O PS da Figueira reagiu à tomada de posição pública da concelhia PSD local e publicou um comunicado sobre a “coisa”.
No documento, o Secretariado concelhio do PS da Figueira da Foz afirma que “as acusações de autoritarismo ou absolutismo, por uma reunião de câmara por mês ser fechada ao público, não passam de meras acusações «baratas» para tentar manchar o arranque de um mandato autárquico claramente legitimado pelos figueirenses”
É desta forma, que o PS começa por reagir ao comunicado da Concelhia do PSD publicado esta semana.
Os socialistas acrescentam que “a transparência na gestão da coisa pública não se mede pelo número de reuniões abertas ao público”. E “a prova disso”, acrescenta, “está na gestão de 12 anos do PSD, relativamente aos quais muitos dossiês ainda continuam por explicar, apesar de, nesse mesmo tempo, as duas reuniões serem abertas ao público”.
Tendo sido assim – e foi – pergunta-se: para quê então a peregrina ideia de fechar ao público e aos jornalistas uma das duas reuniões de câmara deliberativas que se realizam em cada mês?..  
Continuando a citar o comunicado do Secretariado local do PS, liderado pelo deputado e  vereador João Portugal, a decisão do executivo camarário deve-se “ao recato que algumas matérias delicadas exigem”.
Cá para mim, a Câmara apercebeu-se rapidamente do negativo que era para a Figueira, num país como Portugal, a Transparência e Integridade Associação Cívica (TIAC), ter colocado a nossa cidade no primeiro lugar do ranking da transparência municipal, entre as 308 congéneres portuguesas, cuja média é de 33 pontos, numa escala de 100.
O estudo apresentado em Lisboa, segundo  nota de imprensa do gabinete da presidência da câmara, foi feito com base no levantamento da informação disponível nas páginas oficiais das autarquias na internet. A da Figueira da Foz obteve uma classificação de 61 pontos, conquistando, deste modo, o primeiro lugar no “pódio” da transparência municipal.
Isto, realmente, é transparência a mais.
Com a crise que  atravessamos, houve  que tomar medidas de  austeridade urgentes nesse sentido...
O guião foi apresentado e aprovado na reunião camarária do passado dia 24 do corrente, quinta-feira, pelo presidente Ataíde.
Vou procurar estar atento à próxima reunião da Assembleia  Municipal.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Em nome do Outra Margem, quero agradecer ao Santana, ao Sócrates, ao Portas, ao Miguel, ao Ataíde, ao Tavares, ao Monteiro, à Ana, ao Portugal... Bem, havia tanta gente para agradecer... A verdade é que, sem eles, seria difícil manter este blogue...

“Agradeço a todos os figueirenses que depositaram a sua confiança nas listas do Partido Socialista e que apostaram em avançar com confiança. Tudo faremos para estar à altura do desafio e para vos servir da melhor maneira. “

Lembram-se desta imitação barata de Barack Obama?..

Em 2011, Passos era um homem feliz e apaixonado. Para o comprovar, abriu a porta do apartamento em Massamá e nem as suas quatro cadelas foram poupadas - apesar de velhotas lá tiveram de entrar na campanha para as legislativas. 
E é assim que o seu Governo lhes agradece. 
Passos é um ingrato!..

A “coisa” ainda vai dar muito que falar e escrever...

Pela primeira vez, depois do 25 de Abril de 1974, um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, votou, para passar a vigorar daqui para a frente, que os jornalistas e o público só possam estar presentes na segunda reunião de câmara do mês.
Entretanto, convém não esquecer, que  a “coisa”  para ser aprovada teve o voto a favor de João Portugal, Carlos Monteiro, João Ataíde,  Ana Carvalho e António Tavares, as abstenções de Azenha Gomes e João Armando Gonçalves e um único voto contra, o de Miguel Almeida. ..
Anabela Tabaçó,  como se pode ver na foto Figueira na Hora, não participou nesta sessão.
Para mais tarde recordar, pois a “coisa” ainda vai dar muito que falar e que escrever...
Uma Câmara Municipal é um órgão democrático do Poder Local, onde o presidente só consegue impôr a sua vontade se tiver o apoio ou a conivência da maioria dos vereadores.

Toda a verdade sobre cães e gatos

“Apesar das notícias assustadoras sobre a nova legislação a propósito dos animais de companhia, foi uma noite tranquila cá em casa: o Portas foi ao caixote e depois adormeceu no sofá, a Cristas esteve horas a ronronar e nem sequer comeu, o Pires de Lima já sabe mudar de canal com uma das patas de trás e o Aníbal, como sempre, lambeu uns e outros abanando o rabo. Se continuarem assim, pode ser que a vizinhança não ladre por aí o que não deve e o Governo até ponha ovos logo que regresse aos mercados. Eu, pianinho, cocei a orelha esquerda e fui-me deitar.”

Vendedores da banha da cobra

foto Pedro Agostinho Cruz
Durante anos - estávamos no tempo do Sócrates, primeiro ministro - trabalhei à noite em Coimbra.
Tive oportunidade de conhecer Coimbra a altas horas da noite e da madrugada.
Encontrei seres humanos abandonados, deitados no chão, cobertos por jornais, cobertores velhos, sujos e rotos  e caixas de cartão. Ao viajar pelas pelas ruas, encontrei  estas pessoas, alta madrugada, completamente desligadas do mundo, enquanto a cidade descansava.
Chuva, sol, vento e frio - aquele frio vindo dos lados da Lousã - e eles, indiferentes, continuavam a repousar sobre o cimento duro das arcadas dos prédios – o mais duro dos leitos-  num sono tão profundo que chegava a  imaginar que sonhavam.
Mas, o que poderiam sonhar estas pessoas?
Agora, que tenho tempo para  percorrer  a Figueira, de dia,  cada vez encontro mais lojas fechadas, casas abandonadas, pessoas a desesperar e desiludidas.
É a actualidade do meu país e da minha cidade.
Entretanto, com a chegada da troika, cresceu  a instabilidade, o medo, a incerteza, a tristeza - nossa e dos nossos amigos e conhecidos.
Todos os dias aumenta o desemprego, a pobreza, a fome, a austeridade, o fosso entre classes sociais.
Mas, pelos vistos existe outro país: o do milagre  dos vendedores da banha da cobra!

Encontrados os corpos dos dois pescadores que ainda estavam por aparecer...

O corpo do último dos pescadores desaparecidos no naufrágio à saída da barra da Figueira da Foz foi encontrado nesta terça-feira a sul da praia do Osso da Baleia, Pombal, disse à Lusa fonte da autoridade marítima. 
Nesta terça-feira de manhã, outro corpo havia sido encontrado a três quilómetros a norte da Praia do Pedrógão, tendo sido accionada uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Leiria para o local cerca das 8h, adiantou fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro.
Via Público

Esta nossa barra... (III)

Extracto de uma carta do VELHO SENHOR NA FOTO, publicada no dia 26 de Março de 2007, no “Diário de Coimbra”, pág. 8, na secção Fala o Leitor, com o título: “Erosão das Praias”:
Manuel Luís Patafotografado por Pedro Agostinho Cruz,
  no decorrer de um agradável café, acompanhado, como é habitual
 quando nos encontramos, de uma  empolgante  conversa sobre
 porto e a barra da Figueira, à mesa do Bar Borda do Rio, na Cova-Gala
"Foram estes “Molhes” que provocaram a erosão das praias a sul da Figueira, e foi o “ Molhe Norte” que originou a sepultura da saudosa “ Praia da Claridade”, a mais bela do país. Embora seja de conhecimento geral, quão nefasto foi a construção de tais molhes teimam em querer acrescentar o “Molhe Norte”, como obra milagrosa… Santo Deus! Tanta ingenuidade e tanta teimosia!... Quem defende tal obra, de certo sofre de oftalmia ou tem interesse no negócio das areias!...
É urgente contratar técnicos credenciados, de preferência Holandeses, para analisarem o precioso projecto elaborado pelo distinto Engenheiro Baldaque da Silva em 1913, do qual consta um Paredão a partir do cabo Mondego em direcção a Sul, a fim de construir um Porto Oceânico junto ao Cabo Mondego e Buarcos. Este Paredão, sim, será a única obra credível, não já para o tal Porto Oceânico mas sim para evitar que as areias vindas do Norte, se depositem na enseada, que depois a sucessiva ondulação arrasta-as e deposita-as na praia da Figueira, barra e rio."


Na Figueira, há mais de 100 anos que os engenheiros se dedicam a fazer estudos para a construção de uma barra.
Passando ao lado, para já, do projecto do Eng. Baldaque da Silva, por este defender a construção de um Porto Oceânico (recorde-se: em 1914 foi aprovado na Assembleia de Deputados um estudo que previa a construção  de um “Paredão”, a partir do Cabo Mondego em direcção ao sul. Infelizmente, ficou na gaveta...), temos:
1 – Em 1874-1875 procedeu-se à construção de um molhe, com grandes blocos de cimento, na praia do Cabedelo, a oeste das casas de férias da Direcção Geral dos Portos. Estes blocos estão enterrados, pelas obras que entretanto  foram  executadas. Esta obra decorreu sobre a responsabilidade do eng. Adolfo Loureiro.
2- Em 1929, surge novo projecto também em blocos, mas mais a norte. Não se sabem ao certo as razões que levaram a abandonar  a ideia anterior, mas presume-se que tenha sido para estreitar a barra e, assim, aumentar a corrente no decorrer da vazante, para permitir que as areias pudessem ser arrastadas para o mar.
Isso, levou a que o canal de navegação  fosse deslocado para norte,  onde existem lajes no fundo, o que limitou a tão desejada profundidade desta nossa barra.

Depois desta segunda obra, os pescadores e os figueirense passaram a chamar aos blocos abandonados e que pertenciam ao anterior projecto, “os blocos velhos”.
O projecto do ponto 2 é o que definiu a barra que temos hoje. Tiveram de rebentar  parte da laje do fundo e as dragagens são constantes. Mesmo assim, a Figueira continua a não ter um porto capaz e eficiente –  neste momento, principalmente para os barcos de pesca que operam a partir da Figueira.   

Entretanto,  apesar de algumas  vozes discordantes – principalmente de homens ligados e conhecedores do mar e da barra da Figueira – foi concluído o prolongamento do molhe norte.
Os resultados, infelizmente, estão à vista: este ano já morreram seis pessoas à entrada desta nossa barra.
As dragagens  realizadas na enseada, na barra e no rio, na opinião de Manuel Luís Pata – velho e teimoso lutador contra as obras que têm sido feitas, nomeadamente o prolongamento do molhe norte, a que chama a obra “madastra”, fazendo alertas para o que iria acontecer – são a “principal causa da assustadora erosão da costa marítima, principalmente e S. Pedro de Moel para o norte”
Ao contrário de Leixões, cujo molhe está curvado a sul, mas  está construído em local fundo, onde por isso o mar não rebenta, na foz do Mondego, devido ao constante assoreamento provocado pelas areias que vêm do norte, o mar rebenta mesmo á saída da barra, tornando-a na opinião de muitos pescadores com quem convivemos todos os dias, neste momento, a pior barra do país para os pequenos barcos de pesca.
Como evitar isto?
Na opinião de Manuel Luís Pataum exemplo de perseverança, só há uma alternativa: “fazer o molhe a partir do Cabo Mondego para sul, o que não só serviria de barragem às areias, como também abrigaria a zona do Cabo Mondego e Buarcos, evitando-se assim as investidas do mar na marginal e que ainda há pouco tempo causaram importantes estragos na zona da Tamargueira."

Como me tem dito ao longo dos anos o velho e experiente Homem da foto acima, nas inúmeras e enriquecedoras conversas que ao longo da minha vida com ele tenho tido, e que foram a base deste texto,  “a Figueira nasceu numa paisagem ímpar. Porém, ao longo dos tempos, não soubemos tirar partido das belezas da Natureza, mas sim destruí-las com obras aberrantes. Na sua opinião, a única obra do homem  de que deveríamos ter orgulho e preservá-la, foi a reflorestação da Serra da Boa Viagem por Manuel Rei. Fez o que parecia impossível, essa obra foi reconhecida por grandes técnicos de renome mundial. E, hoje, o que dela resta? – Cinzas!..

A Assembleia Geral da Naval realizada ontem

A Assembleia Geral da Naval convocada essencialmente para aprovação do Relatório e Contas de 2013, realizou-se  ontem, como estava previsto, contudo, as contas não apareceram.
Falta de informação e passagem de dados contabilísticos pelos anteriores contabilistas aos actuais não permitiram a elaboração do Relatório e Contas,.
Por outro lado o aparecimento (uma hora antes do inicio da Assembleia) de uma notificação de uma acção de pedido de insolvência acabou por fazer surgir uma nova proposta.
Nuno Cardoso, antigo diretor desportivo da Naval 1.º de Maio e da Naval SAD, pediu a insolvência da associação. A novidade foi anunciada, na assembleia- geral  do clube, primeiro pelo contabilista e depois pelo próprio, que participava na reunião na qualidade de sócio.
A notificação chegou uma hora antes da AG, que começou às 19H30. O antigo director reclama salários em atraso e o pagamento de despesas do clube pagas pelo próprio, cujo valor não revelou.
Segundo se pode ler na edição de hoje do jornal AS BEIRAS, vários sócios solicitaram à mesa que fosse divulgado o nome do credor que pedira a insolvência e Nuno Cardoso tomou a iniciativa de assumir a sua autoria.
Nuno Cardoso afirmou que o presidente da comissão administrativa da Naval, Aprígio dos Santos, não quis negociar o pagamento das dívidas em causa, recusando-se a recebê-lo para discutirem o assunto.
Ao que o antigo diretor disse ainda, o dirigente só conversou com ele depois de saber que o tribunal lhe dera razão. Recorde-se que Nuno Cardoso trabalhou no coletivo da Figueira da Foz entre 2007 e 2010.
A Mesa propôs à Assembleia que fosse votada a permissão para que a actual Comissão Directiva “possa se assim o entender” avançar para um Pedido Especial de Revitalização (PER)
Esta proposta trouxe alguma discussão, já que um grupo de sócios entendia ser prematuro avançar para o PER sem conhecimento exacto da situação financeira do clube, outro entendia que o PER poderia ser a salvação do clube.
A proposta da mesa foi aprovada com 16 votos a favor, seis contra e nove abstenções.
Outro assunto que suscitou alguma discussão teve a ver com o seguinte: “desconhecimento da Comissão Directiva se o Génova liquidou (ou não) uma prestação de 260 mil euros mediante um acordo de pagamento que deveria ter ocorrido no dia 30 de Setembro.
Este assunto refere-se ainda à transferência de Diego Ângelo da Naval para o Génova em que o clube italiano foi condenado a indemnizar a Naval 1º de maio em 560 mil euros em duas tranches de 280 mil euros uma a pagar em 30 de Setembro e outra a pagar em 2 de Dezembro.”
Neste sentido foi aprovada uma proposta para que a Comissão Directiva da Naval peça informação ao TAS (Tribunal da FIFA) através da F P F para se saber se a verba em causa foi liquidada.
Na Assembleia Geral de ontem, foi aprovado ainda um voto de reconhecimento à Camara Municipal pelas obras de Requalificação do Campo de Treinos e um voto de pesar pelos falecimentos de António Cavaco e Rui Alves.     

Nota:
Texto escrito a partir de dados recolhidos no blogue Marcha do Vapor e jornal AS BEIRAS
Fotos sacadas ao Marcha do Vapor.

Lei da limitação de mandatos: só por isto, já valeu a pena....

Via O País do Burro:
"Na primeira reunião do mandato, o novo executivo camarário de Braga, liderado por Ricardo Rio (PSD) anulou a decisão tomada em Maio pela anterior maioria (PS), contrariando uma opção que foi polémica por envolver edifícios que estavam hipotecados por familiares do anterior presidente da câmara, Mesquita Machado, por ser um negócio cujo interesse público é, no mínimo, duvidoso e por Mesquita Machado ter participado na primeira votação em que o negócio foi aprovado, no valor de 3 milhões de euros, apesar de estar legalmente impedido, uma vez que a transacção envolvia e beneficiava a filha." 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

PSD LANÇA CRÍTICAS A INÍCIO DE SEGUNDO MANDATO DE JOÃO ATAÍDE

Pelo que conheço, em poucos concelhos,  deste nosso Portugal,  passámos a ser tão mal atendidos como  na Figueira da Foz.
Começo  a pensar se não passaram a tratar os figueirense como lixo,  de propósito...
Alguns estão de parabéns, a começar pelo presidente, passando pelos vereadores da maioria e pelos dois abstencionistas do PSD.
Neste caso, honra seja feita ao Miguel – o único que votou contra e, hoje, como presidente da concelhia do PSD figueirense, emitiu o seguinte comunicado que, graças à Figueira na Hora tomei conhecimento e divulgo, pois isto "está a começar mal"...

 «Comprometendo-se com a continuidade de uma oposição séria e responsável, na senda do que empreendeu ao longo dos últimos quatro anos, a Comissão Política de Secção do PSD da Figueira da Foz, felicitando o Dr. João Ataíde pela sua reeleição à Presidência da Câmara Municipal da Figueira da Foz, manifesta total estranheza pela forma como este parece ter depreendido a leitura dos resultados eleitorais do final do passado mês de setembro.
Assim, e depois de ter anunciado, no ato da tomada de posse, um programa de intenções em muitos aspectos desfasado do que timidamente havia anunciado durante a sua campanha eleitoral mas muito próximo do Compromisso Eleitoral que a Coligação “Somos Figueira” profundamente divulgou e explicou, eis que somos surpreendidos pela forma autoritária como determinou a proibição da presença de público e jornalistas em parte das reuniões da Câmara Municipal, sob o pretexto da reserva que alguns assuntos devem merecer.
A Câmara não deve nem pode viver fechada em si mesma e a possibilidade das reuniões de Câmara poderem ser descortinadas pelos figueirenses era um reforço entre a ligação de eleitos e eleitores. Desde que vivemos em democracia é a primeira vez que tal acontece.
Manifestamos também total estranheza pelo facto do reforço do Gabinete do Presidente da Câmara da Figueira da Foz obrigar a um recrutamento externo aos Quadros do Município para o lugar de secretário, onerando assim injustificadamente o mesmo, quando se verifica que, no seu interior, há pessoas igualmente qualificadas para o bom desempenho daquelas funções.
Finalmente, perguntamos: confundiu o Dr. João Ataíde maioria absoluta com absolutismo? Estes tiques de autoritarismo, claramente contrários a uma cultura de democraticidade há muito característica da vida municipal figueirense e exemplo que dávamos ao País, são resultado de desorientação ou de falta de estratégia?
É caso para dizer: “Está a começar mal!...”

Que portentosa foto!..

Sobre esta foto do Pedro Agostinho Cruz a Associação Portuguesa de Bodyboard diz isto: "talvez uma das fotos mais expressivas que vimos até hoje".
Até eu, que não sou nada atreito a estas coisas, manifesto o  orgulho que tenho por constatar o profissionalismo e o talento deste sacana, que conheço tão bem, pois além de tê-lo visto crescer como ser humano, acompanhei os primeiros passos que deu no fascinante mundo da fotografia!..

QUATRO PESCADORES, NA FOZ DO RIO MONDEGO...

foto daqui
No passado dia 26 de Outubro de 2013, demasiada gente, e alguma do jornalismo, nos contactou, ou tentou contactar, durante o dia, pedindo-nos uma tomada de posição ou uma declaração (do autor destas linhas, e/ou do CEMAR) acerca do novo caso agora acontecido: mais quatro pescadores vítimas de naufrágio fatal na barra da foz do rio Mondego, no mesmo local, na saída do porto da Figueira da Foz.
Nada dissemos, e nada teremos a dizer. A única declaração que alguma vez poderíamos fazer, em resposta a uma nova situação como esta, em Outubro de 2013, tal como já havia acontecido há alguns poucos meses atrás, quando da situação anterior, em Abril deste mesmo ano corrente (quando na Foz do Mondego morreu não somente um velejador alemão mas também um agente português da Polícia Marítima, da capitania da Figueira, que estava a tentar salvá-lo), ou tal como vai acontecer em qualquer uma das próximas situações possíveis futuras, é simplesmente repetirmos que nada mais teremos nunca a acrescentar em relação ao que, sobre isso, já havíamos antes dito, e escrito, e assinado, na altura própria, há muito tempo atrás, em 01.03.2006, em 01.12.2007, e em 01.10.2008 (e que, por isso, depois, o jornal A Voz da Figueira noticiou em 26.11.2008). O que havíamos dito, escrito, e assinado, quando, sobre isso, ninguém mais disse, nem escreveu, nem assinou, o que havia para ser dito, escrito, e assinado.
Agora, só poderemos manifestar o nosso luto, e juntar os nossos sentimentos às orações daqueles que forem religiosos, e juntar o nosso profundo lamento ao lamento daqueles que não o forem mas, em todo o caso, como nós, sentirem o mesmo tipo de respeito e de admiração que nós sentimos por estes homens simples e corajosos – corajosos por profissão… –, que são os Pescadores Portugueses. Estes homens que, neste caso, em Outubro de 2013, até eram pescadores da Póvoa, e portanto descendentes dos célebres "Poveiros" do século XIX e do tempo do “Cego do Maio”, etc. (os quais tinham, desde sempre, secularmente, íntimas ligações à comunidade dos pescadores "Buarqueiros", da Foz do Mondego), os "Poveiros" que o poeta António Nobre evocou no “Só” e que, juntamente com os seus parentes de Buarcos (Foz do Mondego), eram os melhores e mais corajosos pescadores do alto mar, em Portugal inteiro.
Lamentamos mais esta tragédia na Foz do Mondego, tal como lamentámos a anterior, e tal como iremos lamentar a próxima. E a razão porque, desde 2006-2008, a previmos, é simples.
Nada de muito especial, em termos práticos, e de experiência pessoal, sabemos sequer de mar. Para além das leituras teóricas e históricas, o pouco que conseguimos saber de prático, para podermos compreender, e prever o óbvio, aprendemo-lo com o que ouvimos da boca de quem sempre soube mesmo muito de mar, a sério, pessoal e familiarmente (muito... de muitas vidas inteiras, e de muitas gerações): pessoas como os nossos caros Amigos Capitão João Pereira Mano, e Senhor Manuel Luís Pata, a quem sempre ouvimos prever que este tipo de coisas iria acontecer, e sempre ouvimos dizer, alto e bom som “O mar não gosta de quem lhe vira a cara. O mar enfrenta-se de frente. O mar não gosta de cobardes. O mar não se encara de lado, e de viés. O mar não se enfrenta de través, para não se ficar atravessado nele”. Sabedoria antiga, e essencial, de Pescadores da “Arte” (aprendida, em alguns séculos, nos simples “Barcos-da-Arte”, da Cova, e de Lavos, iguais aos do Furadouro, da Torreira ou de Mira)…
É mais difícil enfrentar o mar quando existem molhes de protecção de portos orientados obliquamente em relação à direcção dominante das vagas: molhes que, forçosamente, obrigam os homens das embarcações pequenas — os pobres pescadores, que andam a ganhar a sua vida com tanta dificuldade ­— a terem mesmo que enfrentar a rebentação de través (!), e por isso não conseguirem vará-la… e ficarem atravessados, e assim naufragarem à saída do seu próprio porto.
O mar enfrenta-se com formação profissional e técnica dada e exigida aos Pescadores (que são quem tem que lá andar), e com meios materiais e equipamentos suficientes dados à Marinha de Guerra (que é quem tem que ir lá salvá-los quando é preciso), e com planeamentos ambientais e urbanísticos (ordenamentos da orla costeira) sustentáveis e inteligentes, que não criem mais problemas do que aqueles que possam resolver.

Alfredo Pinheiro Marques
Centro de Estudos do Mar - CEMAR
(Figueira da Foz - Praia de Mira)

Todos os dias são bons para recordar Manuel Fernandes Tomás, "O Patriarca da Liberdade" *


foto  daqui
Isto,  da democracia,  tem muito que se lhe diga.
Ele há males que vêm por bem e bens que vêm por mal. Um destes é a maioria absoluta...
Vamos lá ver no que isto vai dar, nos próximos 4 anos...
Ao senhor que ocupa o cargo de presidente da câmara de uma cidade com tradições democráticas e aos vereadores que aprovaram a novidade, pós 25 de Abril de 1974, de na Figueira a primeira reunião de Câmara, em cada mês,  ficar vedada à presença de público e imprensa, lembro que quem se deixa chicotear, merece-o...
Noto, com preocupação,  que na Figueira a Liberdade está ameaçada e a cidade de FERNANDES TOMÁS, PATRIARCA DA LIBERDADE,o mais ilustre de todos os figueirenses, não está a  lutar por Ela. Na minha opinião, a começar pela maioria dos eleitos nas últimas eleições. O que não me admira, pois “A QUALIDADE DOS NOSSOS POLÍTICOS É O REFLEXO DO PADRÃO ÉTICO DOS ELEITORES”.
Recordemos Manuel Fernandes Thomaz, um figueirense que «fez à Pátria mui relevantes serviços, e morreu pobre». O que, a meu ver, não deve ser apenas no dia 24 de agosto de cada ano *: hoje e sempre, "...vale a pena celebrar a liberdade, relembrar a biografia deste figueirense ímpar da História, a dimensão do corajoso e impoluto lutador pela liberdade, um homem livre, honrado e de bons costumes. O seu exemplo persiste e serve de referência ..." [palavras proferidas,  por José Guedes Correia O Figueirense, 27/08/2010, p. 14] 

Chateia mesmo...



"Politicamente, um azar dos Távoras foi ter este presidente da República como 1º ministro. Foi um azar dos Távoras. Este país regrediu muito, está tudo centrado nele. Cavaco Silva é o principal responsável pelo estado do país. É dramático. Nunca pensei chegar à minha idade e ver isto. É muita mentira, muita falsa informação cruzada e causa danos profundos ao meu povo. Estou quase a chorar porque me chateia." - Carlos do Carmo

domingo, 27 de outubro de 2013

Quando o fotógrafo é fotografado...

foto Ricardo Lucas
Ontem, um golfinho morto deu à costa na Praia do Hospital, em S.Pedro. 
 O fotojornalista Pedro Agostinho Cruz deu uma mãozinha na remoção do animal.  

Social...

Anda para aí um grande burburinho em torno de Carrilho e Bárbara...
Hoje, é primeira página num tablóide de grande tiragem e num jornal de referência...
O assunto, pelos vistos,  é importantíssimo para o país...
Entretanto,  com tudo isto, fico com a sensação de que o casamento do Relvas passou um pouco ao lado...
Vi  algures por aí que se casou na sexta feira...
Até estiveram presentes, entre muitos outros, Passos Coelho, Jorge Coelho, o inesquecível  Vítor Gaspar, Dias Loureiro e Santana Lopes.
Senhores jornalistas, mais atenção:  Relvas casou mesmo, não pediu a equivalência!..

sábado, 26 de outubro de 2013

Esta nossa barra... (II)

Ontem, editei este post, de que reproduzo parte...

Se há coisa com que lido mal é com acidentes no mar. Sou filho, neto e bisneto de pescadores, e estas tragédias tocam-me profundamente, até porque tenho antepassados que tiveram o mar como sepultura eterna.
Daí, apesar de ter tido conhecimento da triste ocorrência,  praticamente no momento em que estava a ocorrer, só agora ter  arranjado estofo para publicar este post.
Entretanto, recuei até ao já longínquo ano de 1996. Manuel Luís Pata,  no extinto  Correio da Figueira, a propósito da obra, entretanto  concretizada,  do prolongamento do molhe norte da barra da nossa cidade para sul, publicava isto.
foto Pedro Agostinho Cruz
“Prolongar em que sentido? Decerto que a ideia seria prolonga-lo em direcção ao sul, para fazer de quebra-mar.
Se fora da barra fosse fundo, que o mar não enrolasse, tudo estaria correcto, mas como o mar rebenta muito fora, nem pensar nisso!..
E porquê?... Porque, com  os molhes tal como estão (como estavam em 1996...), os barcos para entrarem na barra  vêm com o mar pela popa, ao passo que, com o prolongamento do molhe em direcção ao sul, teriam forçosamente que se atravessar ao mar, o que seria um risco muito grande...
Pergunto-me! Quantos vivem do mar, sem o conhecer?”

Hoje, li isto no Público.
"A forma como a barra do porto da Figueira da Foz foi construída pode ter ajudado ao naufrágio da Jesus dos Navegantes, a embarcação da Póvoa de Varzim que levava oito pescadores, e naufragou na sexta-feira ao final da tarde, a 200 metros a sul da barra, causando a morte de dois e o desaparecimento de outros dois. Essa é, pelo menos, a tese do mestre José Festas, presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar.
“Este barco foi engolido de lado”, diz José Festas, um antigo pescador que, como pertence à comunidade piscatória de Caxinas, zona de onde são originárias  vítimas do acidente, conhece todos os homens que foram para o mar na Jesus dos Navegantes. “Desde há dois anos e meio a três anos que isto está sempre a acontecer na Figueira da Foz”, refere.


Tal como ontem,  fico por aqui... O momento ainda assim o aconselha.

Foi recuperado o cadáver de um dos pescadores do acidente de ontem ao fim da tarde... *

foto tirada esta manhã no Cabedelo por António Agostinho
* Por enquanto, ainda há dois desaparecidos.

A "coisa" continua a dar que falar...

Tal como exprimi,  logo que de tal tomei conhecimento, “assim, a frio, a coisa pareceu-me desagradável...”
Isto aconteceu, em tempo real, pois a sessão camarária ainda estava a decorrer - por isso fui de certeza o primeiro a alertar para a gravidade da “coisa”...
Posteriormente, o meu amigo Fernando Campos, publicou um guião sobre a “coisa”.
A meu ver, completamente a martelo, meteu-me ao barulho ...
Ele lá saberá porquê...
O que está em causa - e isso, do meu ponto de vista,  é que é importante - é lembrar ao senhor que ocupa o cargo de presidente da câmara de uma cidade com tradições democráticas, que isso não é a mesma coisa que exercer as respeitáveis e difíceis funções de juiz.
Parafraseando um grande democrata figueirense, o doutor Luís Melo Biscaia, em democracia "nada há a esconder e é bom que quem dispõe da maioria num órgão político não julgue ter o direito de fazer o que quiser…"

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Esta nossa barra..

Se há coisa com que lido mal é com acidentes no mar. Sou filho, neto e bisneto de pescadores, e estas tragédias tocam-me profundamente, até porque tenho antepassados que tiveram o mar como sepultura eterna.
Daí, apesar de ter tido conhecimento da triste ocorrência,  praticamente no momento em que estava a ocorrer, só agora ter  arranjado estofo para publicar este post.
Entretanto, recuei até ao já longínquo ano de 1996. Manuel Luís Pata,  no extinto  Correio da Figueira, a propósito da obra, entretanto  concretizada,  do prolongamento do molhe norte da barra da nossa cidade para sul, publicava isto.
 “Prolongar em que sentido? Decerto que a ideia seria prolonga-lo em direcção ao sul, para fazer de quebra-mar.
Se fora da barra fosse fundo, que o mar não enrolasse, tudo estaria correcto, mas como o mar rebenta muito fora, nem pensar nisso!..
E porquê?... Porque, com  os molhes tal como estão (como estavam em 1996...), os barcos para entrarem na barra  vêm com o mar pela popa, ao passo que, com o prolongamento do molhe em direcção ao sul, teriam forçosamente que se atravessar ao mar, o que seria um risco muito grande...
Pergunto-me! Quantos vivem do mar, sem o conhecer?”
 
Imagens de Pedro Agostinho Cruz
 
Hoje, aconteceu mais um acidente grave na barra da Figueira.
Esta tarde, por volta das 17h30, uma embarcação de pesca  da Póvoa de Varzim afundou-se à saída da barra da Figueira da Foz – molhe sul do Rio Mondego, junto à praia do Cabedelo.
Três pescadores estão ainda desaparecidos e um dos cinco entretanto resgatados está em estado muito grave no hospital.
“Jesus dos Navegantes” era o nome do barco.
“Iam dois barcos a sair e a vaga bateu num deles e virou-o”, disse à Lusa Mário Gomes, um pescador no local.
Um surfista também presente no local,  contou à Lusa que o barco subiu uma onda de três metros, rodou e bateu no mar já virado...
Entretanto, a barra do porto da Figueira da Foz está fechada a toda a navegação, pelo menos até ao início da manhã de sábado, até se aferir a localização da embarcação naufragada.
E fico por aqui... O momento assim o aconselha.

Grupo Desportivo Cova-Gala

Apoie o futebol amador no nosso concelho, indo assistir aos jogos do Cova-Gala. 
Clicando aqui fica a saber o calendário para o próximo fim de semana.

À atenção de quem de direito...

O mau tempo está aí. 
A protecção às dunas, entre o campo de futebol do Grupo Desportivo Cova-Gala e o Cabedelo está no estado que as fotos demonstram...  Para que conste e por ser verdade: há longos meses.

Porquê tanta preocupação com a “coisa” - manter alguns dossiês fora do conhecimento público?..

Tal como exprimi,  logo que de tal tomei conhecimento, “assim, a frio, a coisa pareceu-me desagradável...”
E a “coisa” é a seguinte: o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Dr. João Ataíde, um independente eleito numa lista do PS anunciou, ontem, que os jornalistas e o público só podem estar presentes na segunda reunião de câmara do mês.
Para justificar tal tomada de posição, o dr. João Ataíde recorreu à lei e à necessidade de reserva que alguns assuntos merecem para interromper uma prática que vigorava nesta autarquia desde Abril de 1974.
Acresce ainda que as reuniões sem público e sem jornalistas,  também não podem ser transmitidas pela internet, como acontecia até aqui -  e desde 2013.
Aliás, ontem, embora pelo menos estivessem jornalistas presentes, a reunião não foi transmitida pela internet.
O presidente da câmara frisou que a medida é aplicada, por enquanto, a título provisório e  garantiu que serão enviadas notas de imprensa sobre os assuntos deliberados nas reuniões sem a presença de jornalistas.
Miguel Almeida, líder da oposição (PSD), manifestou discordância: “vai exigir da parte dos vereadores algum cuidado, para não transformarmos o que se passou na reunião, através de fugas de informação, no que não se passou. Parece-me que vamos ter muitas reuniões de câmara nos jornais…”.
A proposta foi aprovada com os votos do PS.
No PSD houve duas abstenções (Azenha Gomes e João Armando Gonçalves. Anabela Tabaçó não participou nesta sessão) e um voto contra, o de Miguel Almeida.
Esta é a “coisa”.  Sobram as minhas inquietações.
Ao tomar esta atitude, a maioria absoluta que passou a gerir os destinos da Figueira desde 29 de setembro último, a meu ver, prepara-se para  não trazer para as reuniões públicas de câmara os assuntos mais importantes para os figueirenses.
Só pode ser por isso. Como diz o povo, “o segredo passa a ser a alma do negócio”, pois a regra geral, passará a ser que  as matérias importantes passem a ser aprovadas nas reuniões de câmara à porta fechada.
Se não fosse para manter alguns dossiês longe dos holofotes e do conhecimento público porquê tanta preocupação com o  secretismo por parte do Presidente João Ataíde?

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Vendedores de pantufas e de peúgas é que deviam subir a ministros...

Sempre me dei bem com gente como eu: simples.
É o caso do Custódio Cruz, meu Amigo de há muitos anos e vendedor de pantufas no Mercado Municipal.
Como é com gente simples que eu sempre me entendi, que pena que eu tenho de não conhecer este vendedor de peúgas de Barcelos!..
Este homem, de seu nome  Álvaro Costa, tem uma fábrica de peúgas em Barcelos e não diz que exporta "strumpor" para a Suécia. Diz "peúgas". Homem simples, ele não fala sueco e inglês pronuncia mal. Se calhar, Álvaro Costa também não lê jornais económicos, daqueles que explicam os swaps, assim: "No fundo é como no casino. Apostamos no vermelho mas às vezes sai o preto." Ora quem vai ao casino sabe onde entra, há luzinhas à porta a apagar e a acender. Mas, em 2008, quando o gerente de um banco falou ao fabricante de peúgas, não trazia na cabeça luzinhas a apagar e a acender. O bancário propôs um "contrato swap", o que ficou entendido como trocar para taxa fixa os juros do empréstimo que o empresário fizera. Troca, pensou este, dentro de um risco razoável entre gente séria. Mas veio a crise e Álvaro Costa descobriu que, afinal, até era mais do que roleta, era jogar a vermelhinha com aldrabões: "Eu ainda hoje não percebo muito bem o que é um contrato suópi", diz. Ignorante? Sim, como todos, até a nossa ministra das Finanças, que também fez swaps (ela pronuncia bem) sem calcular o risco todo. Mas se Álvaro Costa era ignorante em swaps, não era tanso. Pagou os juros que o banco lhe pedia, mas meteu-o em tribunal. Ganhou. O Supremo anulou o contrato e obrigou o banco a devolver o abuso. Infelizmente, os sapateiros que subiram acima do chinelo e chegaram a ministros não têm, com o nosso dinheiro, o mesmo interesse que o fabricante de peúgas tem com o dele. 
Pessoas simples, como este, é que deviam ser ministros.

Sócrates acertou na mouche: ele é o líder que a direita gostaria de ter...

Não nutro qualquer ódio primário a Sócrates. Também não pertenço ao grupo de patetas que lhe atribuem o exclusivo das responsabilidades pela situação a que o país chegou. Mas também não tenho por ele qualquer simpatia. Irrita-me que o digam um homem de esquerda depois do código laboral que aprovou, do desmantelamento das carreiras da Administração Pública e de serviços públicos que promoveu, dos negócios escuros e relações opacas que estabeleceu com os grandes interesses económicos, da austeridade que iniciou, apenas mais branda do que a actual por ter acontecido primeiro, da subserviência à Europa do Tratado de Lisboa que ratificou à revelia de uma consulta popular. Não sou daqueles que se contentam em pertencer a esta esquerda que está tão à direita do centro e que nunca sairá daí enquanto se cultivar como se cultiva a falta de memória, enquanto o não ser tão mau continuar a ser confundido com ser melhor, enquanto continuarmos a homenagear os homens do problema e a ostracizar os homens da solução. Sócrates foi um dos nossos homens do problema. Foi apenas um, Mas foi. Debater o futuro não é o mesmo que reescrever o passado. Passamos  a vida a reabilitar os nossos vilões de estimação. E depois queixamo-nos que estamos sempre a tropeçar nas mesmas pedras.

Via O país do Burro

Chiça, que não pára de chover na Figueira....

S. Pedro, também  foi um do locais afectados, como pode ver aqui.
Mas, houve outras situações complicadas. Figueira na Hora, dá-lhe uma ampla cobertura do que se passou na atribulada manhã de hoje, na Figueira,  um pouco por todo o concelho.