Como demos conta, aqui, o Pastor João Neto, da Igreja Presbiteriana da Figueira da Foz, vai ser homenageado pelo Centro Social Cova e Gala, no próximo dia 20 do corrente mês.
Recorde-se, que o Pastor João Neto, fundou o Centro Social da Cova e Gala, numa altura da vida portuguesa em que a solidariedade não fazia parte das preocupações dos portugueses.
"Agradeço e aceito a homenagem. Mas, sem falsas modéstias, já disse aos organizadores que, bem como outros, desempenhei as minhas funções com espírito de missão de trabalho e não para conquistar louvores", declarou o homenageado ao DIÁRIO AS BEIRAS.
Quem, como eu, conhece o pastor João Neto, sabe que estas palavras não são de circunstância.
Natural de Lisboa, com 79 anos, actualmente reformado, João Neto exerceu a sua actividade pastoral durante 52 anos. Mudou-se para a Figueira da Foz em 1960, de onde não voltou a sair, para dinamizar o culto da Igreja Presbiteriana local, fundada há um século. Fundou o Centro Social da Cova e Gala, no então povoado Cova-Gala.
"Quando me mudei para a Figueira, fiz uma visita àquela comunidade, que se encontrava completamente abandonada pelos poderes, apesar de distar três quilómetros da cidade", recorda. Ficou impressionado com a pobreza, o analfabetismo e a exclusão social de muitos dos seus habitantes.
João Neto, lembra ainda para leitores do jornal as Beiras, os tempos em que participava nas celebrações religiosas da sua igreja sob o olhar atento e intimidatório da polícia política do Estado Novo, a PIDE. Até nos encontros ecuménicos, "éramos constantemente vigiados e intimidados. Aliás, fui várias vezes prestar declarações a Coimbra", conta. A Igreja Presbiteriana Portuguesa, recorde-se, foi legalizada há cerca de 30 anos, na sequência da instauração da liberdade religiosa no país.
E se Jesus Cristo fosse nosso contemporâneo, seria de esquerda ou de direita? - perguntou o jornalista.
"Penso que seria de esquerda, já que esteve sempre ao lado dos pobres e dos excluídos", responde João Neto.
E o pastor da Igreja Presbiteriana?
"Também sou de esquerda".
De forma não declarada, esteve ao lado da oposição ao regime fascista e filiou-se no PS depois da "Revolução dos Cravos", tendo-se desvinculado há cerca de 15 anos. No entanto, garante que continua a ser "socialista por princípio".
Nota pessoal e profundamente sentida:
- Estou a tentar ultrapassar alguns compromissos de carácter profissional, para poder estar presente nesta justa homenagem ao Pastor Neto.
Não vai ser fácil. Todavia, o Pastor Neto, Homem com quem tive o privilégio de conviver e abrir o meu coração, numa altura especialmente difícil da minha vida, meu colega de Direcção no Centro Social da Cova e Gala durante alguns anos, sabe, apesar das divergências que, por vezes, pontualmente, tivemos, que nutro por ele a máxima consideração e estima pessoal.
Nada mais a acrescentar, portanto.
Recorde-se, que o Pastor João Neto, fundou o Centro Social da Cova e Gala, numa altura da vida portuguesa em que a solidariedade não fazia parte das preocupações dos portugueses.
"Agradeço e aceito a homenagem. Mas, sem falsas modéstias, já disse aos organizadores que, bem como outros, desempenhei as minhas funções com espírito de missão de trabalho e não para conquistar louvores", declarou o homenageado ao DIÁRIO AS BEIRAS.
Quem, como eu, conhece o pastor João Neto, sabe que estas palavras não são de circunstância.
Natural de Lisboa, com 79 anos, actualmente reformado, João Neto exerceu a sua actividade pastoral durante 52 anos. Mudou-se para a Figueira da Foz em 1960, de onde não voltou a sair, para dinamizar o culto da Igreja Presbiteriana local, fundada há um século. Fundou o Centro Social da Cova e Gala, no então povoado Cova-Gala.
"Quando me mudei para a Figueira, fiz uma visita àquela comunidade, que se encontrava completamente abandonada pelos poderes, apesar de distar três quilómetros da cidade", recorda. Ficou impressionado com a pobreza, o analfabetismo e a exclusão social de muitos dos seus habitantes.
João Neto, lembra ainda para leitores do jornal as Beiras, os tempos em que participava nas celebrações religiosas da sua igreja sob o olhar atento e intimidatório da polícia política do Estado Novo, a PIDE. Até nos encontros ecuménicos, "éramos constantemente vigiados e intimidados. Aliás, fui várias vezes prestar declarações a Coimbra", conta. A Igreja Presbiteriana Portuguesa, recorde-se, foi legalizada há cerca de 30 anos, na sequência da instauração da liberdade religiosa no país.
E se Jesus Cristo fosse nosso contemporâneo, seria de esquerda ou de direita? - perguntou o jornalista.
"Penso que seria de esquerda, já que esteve sempre ao lado dos pobres e dos excluídos", responde João Neto.
E o pastor da Igreja Presbiteriana?
"Também sou de esquerda".
De forma não declarada, esteve ao lado da oposição ao regime fascista e filiou-se no PS depois da "Revolução dos Cravos", tendo-se desvinculado há cerca de 15 anos. No entanto, garante que continua a ser "socialista por princípio".
Nota pessoal e profundamente sentida:
- Estou a tentar ultrapassar alguns compromissos de carácter profissional, para poder estar presente nesta justa homenagem ao Pastor Neto.
Não vai ser fácil. Todavia, o Pastor Neto, Homem com quem tive o privilégio de conviver e abrir o meu coração, numa altura especialmente difícil da minha vida, meu colega de Direcção no Centro Social da Cova e Gala durante alguns anos, sabe, apesar das divergências que, por vezes, pontualmente, tivemos, que nutro por ele a máxima consideração e estima pessoal.
Nada mais a acrescentar, portanto.
grande Homem, o pastor Neto!
ResponderEliminarJá não se fabricam seres humanos assim!
Dava, sem pensar em receber!
Saudades...
beso
não conheço o pastor mas tenho conhecimento da obra que efectua em prol do desenvolvimento da cova gala e aqui deixo o meu louvor a pessoas que não precisam de se envolver nos meandros da politica para exercerem a cidadania, estes de certeza não são atraiçoados, ao contrário de muitos que se andam a lamentar por jornais. parabens senhor pastor neto, o senhor é um homem com H grande pois exerce uma virtude essencial ao homem: a dignidade
ResponderEliminarNão me é possível estar presente na homenagem, mas quero deixar aqui o meu apoio a esse acto da mais elementar justiça.
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