segunda-feira, 30 de abril de 2007
AMANHÃ
Amanhã...
Devia ser um dia diferente...
Não é.
O nosso País devia ser diferente...
Não é.
O mundo devia ser outro...
Não é.
Amanhã...
Como nos outros dias...
Vamos engolir em seco.
Mas, apesar de tudo...
Permanece em nós a capacidade de ser feliz.
Esta Rua já teve árvores
Esta é a Rua Professor Bissaia Barreto, que é aquela que vai da Avenida Remígio Falcão Barreto até ao largo da entrada do Hospital.
Estes buracos nos passeios, agora tapados com alcatrão preto, embora com dificuldades, já tiveram árvores!..
Aliás, nesta mesma Rua, um pouco mais a sul ainda lá estão duas, as resistentes...
Todos sabemos, que as árvores são essenciais para a vida.
O verde, não é só uma cor-luz primária... Verde também representa a protecção ao meio-ambiente.
Todos sabemos, que as árvores são essenciais para a vida.
O verde, não é só uma cor-luz primária... Verde também representa a protecção ao meio-ambiente.
domingo, 29 de abril de 2007
Só deu xadrez
sábado, 28 de abril de 2007
Cova-Gala continua a ganhar
Será que vai voltar?
No Partido Popular, Paulo Portas,
o popular Paulinho das feiras,
foi substituído por Ribeiro e Castro,
o Ribeirinho dos bailaricos,
que, por sua vez, foi substituído por Paulo Portas,
o popular Paulinho das feiras.
Paulo Portas, o popular Paulinho das feiras,
já passou pela Gala, como ministro.
Será que vai voltar?
E popular?
sexta-feira, 27 de abril de 2007
A outra Igreja da Freguesia de São Pedro
Igreja Evangélica Presbiteriana da Cova e Gala
Arca no Centro Social da Cova e Gala (entrada pelo lado da praia)
Fez ontem setenta anos
Pelas quatro e meia da tarde de 26 de Abril de 1937, dia de mercado em Guernica, a silhueta solitária de um avião de combate alemão surgiu sobre os céus da província basca da Biscaia, para largar as primeiras bombas de uma longa série que se prolongou até ao cair da noite.
O acontecimento, que inspirou o conhecido quadro de “Picasso”', foi a própria cidade de Guernica, alvo de bombardeamentos por parte de aviões alemães (Legião Condor), por ordem do General Franco.
Dos 7000 habitantes, 1654 foram mortos e 889 feridos.
quinta-feira, 26 de abril de 2007
É preciso é participar...
Nunca mais esqueci o meu “baptismo” em provas desportivas. Aconteceu-me o impensável: quando foi dado o sinal de partida, eu ( o nº. 64) e o Bruno Capote (o nº. 84) assustados com o barulho da ambulância, não arrancámos e começámos a chorar.
Mas acabámos por fazer a prova: a minha mãe pegou-nos na mão e correu connosco. Ficámos nos últimos lugares – eu e o Bruno, de mão dada. Mas acabámos a prova, ganhámos a medalha e um “bruta” gelado.
Ah, e o pessoal que estava a assistir muito se riu!...
Tinha 2 anos, mas participei. E, isso, é que foi importante.
O 25 de Abril ainda não chegou à Figueira?!....
Normalmente, uma revolução é uma chatice, para alguns, que depois é comemorada em clima de folclore e alegria.
Cá pela Figueira, pelos vistos, é diferente: realizámos uma revolução alegre e folclórica, que agora comemoramos de forma chata.
(Foto gentilmente sacada ao blog Confraria das Bifanas)
A memória e a importância do 25 de Abril em exposição na Figueira
quarta-feira, 25 de abril de 2007
O sonho está a meio...
Árbitro: F. Ferreira
Esperança: Miguel, Saltão, Guimarães, André, Sérgio (cap.), Luís, Neves, Diogo, Tiago e João Pedro
Treinador: Gregório Freixo
Cova-Gala: Pedro Duarte , João Carlos, João Manuel, Pedro (cap.), Paulito, Carlos Daniel, Zé Pedro, Fredy, Carlitos, Rui e Pipi
Treinadores: João Camarão e Rui Camarão
Golos: Paulito (2 m), Zé Pedro (29 e 43 m)
Resultado ao intervalo: 0 – 2 / Resultado final: 0 - 3
Disciplina: nada a registar
Comentário:Mais uma vitória, o que permite que no final da primeira volta, o G.D.Cova-Gala esteja isolado a comandar a classificação da prova, somando 15 pontos, e em boa posição para alcançar o sonho.
Esperança: Miguel, Saltão, Guimarães, André, Sérgio (cap.), Luís, Neves, Diogo, Tiago e João Pedro
Treinador: Gregório Freixo
Cova-Gala: Pedro Duarte , João Carlos, João Manuel, Pedro (cap.), Paulito, Carlos Daniel, Zé Pedro, Fredy, Carlitos, Rui e Pipi
Treinadores: João Camarão e Rui Camarão
Golos: Paulito (2 m), Zé Pedro (29 e 43 m)
Resultado ao intervalo: 0 – 2 / Resultado final: 0 - 3
Disciplina: nada a registar
Comentário:Mais uma vitória, o que permite que no final da primeira volta, o G.D.Cova-Gala esteja isolado a comandar a classificação da prova, somando 15 pontos, e em boa posição para alcançar o sonho.
25 de Abril
JÁ CÁ ANDAMOS HÁ UM ANO!...
ESTE BLOG EXISTE PORQUE:
DÁ GOZO “CONFECCIONÁ-LO” ...
HÁ POR AÍ MILHARES DE VISITANTES ANÓNIMOS, QUE TÊM SIDO A NOSSA MAIS FIEL COMPANHIA - SEJAM ELES DETRACTORES OU "APOIANTES"....
Ao longo destes 365 dias - com olhos grandes e abertos e a voz macia -, aqui foi ficando escrito e fotografado um sonho.
Em textos e fotografias, ficou um pouco da vida da minha Terra.
Foi aqui, que teve início a aventura.
Começámos por falar de Abril... e do desporto na Cova-Gala.
Depois, mais esporadicamente, interessamo-nos pela chamada política "geral": concelhia e da nação.
Ainda mais intermitentemente, fomos passando pelo "global”.
Nesta hora de balanço, se tivéssemos de escrever a "história" destes 365 dias, apesar dos largos milhares de visitantes, ela pouco mais "falaria" do que de um imenso fracasso.
Silêncios comprometidos e comprometedores, cumplicidades e solidariedades inesperadas, amizades desconfiadas, outras desfeitas, incompreensões e calúnias, eis o preço pago pelos bloguistas pela sua liberdade intransigente.
É, porém, um preço que nos dá gosto pagar e do qual não abdicamos.
Nesta nossa aventura, uma palavra muito especial para o meu companheiro de remos Pedro Cruz – de uma noção de responsabilidade, de um entusiasmo, de uma dedicação e capacidade de trabalho digna de registo, em especial por ser um jovem com apenas 19 anos de idade.
Em Outubro passado, juntou-se, em resposta a um meu desafio, o Fernando Campos, um Amigo, "colaborador" talentoso, interessado, pontual, sempre interventivo e activo, uma grande mais valia para este Blog, a quem também expresso uma palavra de profundo reconhecimento.
Enfim, cá estamos com um ano de OUTRA MARGEM!...
Mas, afinal o que é isso?
365 dias?..
Ou a soma de centenas de postagens, que aqui foram ficando?..
O que são doze meses na vida de alguém, quando o que está verdadeiramente em causa, é o prazer de continuar a viver os outros dias, meses e anos que o futuro vai trazer a este espaço!...
Viver é mesmo assim... E blog que se preze tem os seus detractores...
O valor dos blogues, tal como o valor dos Homens, não se vê pelo número de amigos... Há mesmo quem considere, que é pelo número dos inimigos...
Nós sabemos – e sabemos que eles sabem que nós sabemos – quem são os nossos...
E ... PORQUÊ!..
Que fique claro, porém, que a amizade é um dos maiores valores da vida e uma coisa linda, quando é pura e desinteressada.
Nós também sabemos que temos Amigos verdadeiros e desinteressados...
E ... PORQUÊ.
TAL COMO NOS ANIVERSÁRIOS, UM (1) É UM NÚMERO COM O SIGNIFICADO QUE LHE QUISERMOS DAR...
NÃO LHE DAMOS MUITO, COMO CONVÉM!...
terça-feira, 24 de abril de 2007
Dr. Melo Biscaia: Homem tolerante e um verdadeiro democrata
Luis Fernando Argel de Melo e Silva Biscaia nasceu na Figueira da Foz em 8 de Março de 1928, numa família de filantropos e de homens dedicados à causa pública.
Durante a frequência universitária em Coimbra foi contemporâneo de António Almeida Santos, Ana Maria Biscaia (prima direita) e de Salgado Zenha com quem dinamizava acções de sensibilização democráica, no tempo da ditadura. Foi sua a criação da Secção de Textos da Universidade para proporcionar melhor acesso à bibliografia por parte de estudantes carenciados.
Cumprida a recruta militar em Mafra, foi punido com o castigo de seis meses de desterro para Lagos, no Algarve, devido a ter encenado uma peça de teatro considerada inconveniente ao regime.
Já com escritório de advogado na Figueira militou nos movimentos oposicionistas à ditadura e, por via disso, abandonou, em 1958, o cargo de Vereador da Câmara Municipal para apoiar a candidatura democrática do General Humberto Delgado.
Foi dirigente do Ginásio Figueirense, do Rotary Club da Figueira, dos Bombeiros Voluntários, da Misericórdia-Obra da Figueira e colaborador da imprensa local.
Depois do 25 de Abril, foi membro da direcção local do MDP vindo, mais tarde, a filiar-se no Partido Social Democrata sendo, nessa qualidade, eleito Deputado à Assembleia Constituinte. Em ruptura com Sá Carneiro abandona o PPD e foi um dos fundadores do Movimento Social Democrata com Jorge Sá Borges, José Augusto Seabra e Magalhães Mota.
Foi Subsecretário de Estado da População e Emprego no Governo de Maria de Lurdes Pintassilgo.
Filia-se depois no Partido Socialista, tendo sido Vereador da Cultura e Turismo da Câmara da Figueira da Foz durante dois mandatos. .
Desempenhou o cargo de Administrador não executivo do Hospital Distrital da Figueira por convite do actual Ministro da Saúde, fez parte da Administração do porto comercial da Figueira e, ainda, da Administração da Portucel.
A coerência do Dr. Melo Biscaia é, talvez, o que melhor define o seu carácter. Sem nunca tergiversar nas suas tomadas de posição ao longo da vida, é um verdadeiro democrata de espírito aberto e tolerante. Acredita nos seus ideais, mas respeita democraticamente os dos outros.
Nunca abdicou das suas convicções e foi sempre um defensor da unidade da esquerda no combate ao fascismo.
Recentemente, a sua participação cívica levou-o a fundar e animar o blog Lugar para Todos.
segunda-feira, 23 de abril de 2007
PORT WINE
O Douro é um rio de vinho
que tem a foz em Liverpool e em Londres
e em Nova-York e no Rio e em Buenos Aires:
quando chega ao mar vai nos navios,
cria seus lodos em garrafeiras velhas,
desemboca nos clubes e nos bares.
O Douro é um rio de barcos
onde remam os barqueiros suas desgraças,
primeiro se afundam em terra as suas vidas
que no rio se afundam as barcaças.
Nas sobremesas finas, as garrafas
assemelham cristais cheios de rubis,
em Cape-Town, em Sidney, em Paris,
tem um sabor generoso e fino
o sangue que dos cais exportamos em barris.
As margens do Douro são penedos
fecundados de sangue e amarguras
onde cava o meu povo as vinhas
como quem abre as próprias sepulturas:
nos entrepostos dos cais, em armazéns,
comerciantes trocam por esterlinos
o vinho que é o sangue dos seus corpos,
moeda pobre que são os seus destinos.
Em Londres os lords e em Paris os snobs,
no Cabo e no Rio os fazendeiros ricos
acham no Porto um sabor divino,
mas a nós só nos sabe, só nos sabe,
à tristeza infinita de um destino.
O rio Douro é um rio de sangue,
por onde o sangue do meu povo corre.
Meu povo, liberta-te, liberta-te!,
Liberta-te, meu povo! – ou morre.
JOAQUIM NAMORADO
domingo, 22 de abril de 2007
Naturalmente...
Complexo Desportivo do Cabedelo
Arbitro: António Lopes
Assistentes: George Silva e Ricardo Gabriel
Cova-Gala: Bolas, Hugo, Copinho, Rato, Lambreta, Pedro Mota, Tuka ( Ivo aos 80m), Pedro Fernandes ( Alex aos 67m), Mané, Sérgio ( Zé Zé aos 90m) e Ruizito
Suplentes não utilizados: Dias, Rafael, Tó Jó e Luisito
Treinador: Rui Camarão
Pereira: Luis, Carlos, Fábio ( Rui Paralta aos 45m), João, Rui, Filipe, Rui Tó, Joel, Parente, Renato( cap.) eTinoco
Suplentes não utilizados: Nelito e Zé Miguel
Treinador: Zé Torres
Resultado ao intervalo: 1 – 0
Resultado final: 4 – 1
Golos: Sérgio aos 25m, Pedro Fernandes aos 49m, Rui Paralta aos 70m, Ruizito aos 77m e Ivo aos 89m
Disciplina:
Amarelos: Filipe aos 58m
Vermelhos: Rui por acumulação aos 75m e 82m
Arbitro: António Lopes
Assistentes: George Silva e Ricardo Gabriel
Cova-Gala: Bolas, Hugo, Copinho, Rato, Lambreta, Pedro Mota, Tuka ( Ivo aos 80m), Pedro Fernandes ( Alex aos 67m), Mané, Sérgio ( Zé Zé aos 90m) e Ruizito
Suplentes não utilizados: Dias, Rafael, Tó Jó e Luisito
Treinador: Rui Camarão
Pereira: Luis, Carlos, Fábio ( Rui Paralta aos 45m), João, Rui, Filipe, Rui Tó, Joel, Parente, Renato( cap.) eTinoco
Suplentes não utilizados: Nelito e Zé Miguel
Treinador: Zé Torres
Resultado ao intervalo: 1 – 0
Resultado final: 4 – 1
Golos: Sérgio aos 25m, Pedro Fernandes aos 49m, Rui Paralta aos 70m, Ruizito aos 77m e Ivo aos 89m
Disciplina:
Amarelos: Filipe aos 58m
Vermelhos: Rui por acumulação aos 75m e 82m
Vitória natural e sem margem para dúvidas do Grupo Desportivo Cova-Gala.
sábado, 21 de abril de 2007
O sonho está mais perto
Complexo Desportivo do Cabedelo
Arbitro: Mário Simões
Cova-Gala: Rui, João Carlos, João Manuel, Pedro (cap.), Paulito, Carlos Daniel, Zé Pedro, Fredy, Carlitos e Pipi
Treinadores: João Camarão e Rui Camarão
Poiares: Miguel, Tiago, Gonçalo, João, Dani, Alex, Diogo (cap.), Renato, Abel, Ricardo, Duda e Juka
Treinador: Carlão
Resultado ao intervalo: 1 – 0
Resultado final: 3 – 1
Golos: Zé Pedro aos 11m, Carlos Daniel aos 33m e 39m e Dani aos 54m
Disciplina:
Nada a registar
O melhor em campo foi o guarda redes do Poiares.
Arbitro: Mário Simões
Cova-Gala: Rui, João Carlos, João Manuel, Pedro (cap.), Paulito, Carlos Daniel, Zé Pedro, Fredy, Carlitos e Pipi
Treinadores: João Camarão e Rui Camarão
Poiares: Miguel, Tiago, Gonçalo, João, Dani, Alex, Diogo (cap.), Renato, Abel, Ricardo, Duda e Juka
Treinador: Carlão
Resultado ao intervalo: 1 – 0
Resultado final: 3 – 1
Golos: Zé Pedro aos 11m, Carlos Daniel aos 33m e 39m e Dani aos 54m
Disciplina:
Nada a registar
O melhor em campo foi o guarda redes do Poiares.
SALGUEIRO MAIA FOI ...
“Aquele que na hora da vitória
Respeitou o vencido
Aquele que deu tudo e não pediu paga
Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite
Aquele que amou os outros e por isso
Não colaborou com a sua ignorância ou vício
Aquele que foi “Fiel à palavra dada à ideia tida”
Como antes dele mas também por ele
Pessoa disse”
Sofia de Mello Breyner
“Sou um evadido
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi”
Fernando Pessoa
Respeitou o vencido
Aquele que deu tudo e não pediu paga
Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite
Aquele que amou os outros e por isso
Não colaborou com a sua ignorância ou vício
Aquele que foi “Fiel à palavra dada à ideia tida”
Como antes dele mas também por ele
Pessoa disse”
Sofia de Mello Breyner
“Sou um evadido
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi”
Fernando Pessoa
sexta-feira, 20 de abril de 2007
Porra senhores...
Se há um debate a fazer, ele seria sobre a natureza das cabalas.
A designação é sofrível e inadequada, mas podemos substituí-la com vantagem pela ideia da conspiração.
Santana Lopes falava dos encontros de árbitros e dirigentes desportivos em Canal Caveira. Nunca esclareceu.
Carlos Tavares publicou um livro em que se queixa de pressões durante o tempo em que foi ministro da economia. De quem? Gostaríamos de saber.
O ex-presidente Soares falou ontem de uma grande conspiração contra José Sócrates. Quem está por detrás da conspiração?
Octávio Machado dizia que «sabem do que eu estou a falar». Nunca chegámos a saber.
Santana Lopes queixava-se de pressões e de influências. Quem?
A Comissão Concelhia da Figueira da Foz do Partido Comunista Português pede o apuramento de responsabilidades na morte de dois pescadores, no passado mês de Março, no Portinho da Gala, freguesia de São Pedro.
Porra senhores: digam nomes, entrem em polémica, ataquem forte e feio, mas falem em português com sujeito, predicado e, muito especialmente, com complemento directo.
Esta situação vai ser resolvida
O Presidente da Junta de São Pedro, em reunião da Assembleia de Freguesia realizada ontem, informou que a reposição das placas na Rua Pastor João Neto vai ser uma realidade dentro de pouco tempo.
Recorde-se, que o OUTRA MARGEM já abordou o assunto em 7 de Setembro e em 1 de Dezembro de 2006.
A ponte
quinta-feira, 19 de abril de 2007
UM, no meio de tantos...
Dr. Ruy Alves, um lutador
Nasceu em Coimbra e morreu, com 68 anos de idade, em 4 de Fevereiro de 1978, em Lemede.
Desde muito novo o Dr. Ruy Alves esteve ligado ao movimento democrático, lutando por uma sociedade mais justa.
Desde o tempo de estudante que se revelou, em actos concretos, um lutador antifascista. Em 1931, quando da quarta tentativa para derrubar o regime do ditador Salazar, estudante em Coimbra, integrou, empunhando o estandarte da Academia, a grande manifestação de apoio aos revoltosos da Madeira.
Depois da sua formatura em Farmácia exerceu funções em Chaves e em Vila Real de Santo António. Fixou-se na Figueira no final da década de 30 do século passado, tendo-se tornado uma figura conhecida e respeitada. Foi um cidadão interessado nos problemas da cidade e raros foram os acontecimentos registados no decorrer da sua permanência na Figueira de que não se tivesse inteirado, como estudioso atento, dando em jornais e tribunas a que tinha acesso, o seu contributo válido e esclarecido.
No Rotary Clube da Figueira da Foz, fez ouvir com frequência a sua voz em intervenções que revelavam conhecimento dos assuntos, como Homem detentor de uma vasta cultura.
No fascismo, foi vigiado pela polícia política, o que não o impediu de realizar reuniões na Farmácia Central, de que era proprietário. Foi, nessa mesma Farmácia, que teve lugar a reunião donde saiu a primeira Câmara após o 25 de Abril de 1974. Foi, igualmente, em instalações suas, o laboratório do Bairro Novo, em frente ao Café Caravela, que se realizou a primeira reunião do Movimento Democrático Português, na Figueira, a seguir ao 25 de Abril de 74.
No período que se seguiu à Revolução dos Cravos, o Dr. Ruy Alves manteve-se no MDP/CDE, onde foi elemento preponderante na Figueira. Foi aí, a seguir ao 25 de Abril, na militância do MDP, que o escriba se cruzou com a figura franzina, mas enérgica, do Dr.Ruy Alves e de outros figueirenses democratas ilustres, de que guardo gratas recordações, como, por exemplo, essa enorme Senhora que se chamou Alzira Fraga.
O Dr. Ruy foi sempre um Homem esclarecido e estudioso: formou-se em Farmácia e em Físico-Química pela Universidade de Coimbra; anos mais tarde, formou-se em Economia pela Universidade do Porto.
Muito mais haveria a dizer sobre tão importante figura. Todavia, para terminar, lembro que o Dr. Ruy Alves foi um dos fundadores do Barca Nova. A primeira troca de impressões para o aparecimento deste jornal teve lugar no seu apartamento na Avenida do Brasil, tendo por fundo a soberba paisagem do mar da Figueira e a Serra da Boa Viagem, os elementos da natureza que ele tanto amou na cidade onde viveu, trabalhou e lutou cerca de 40 anos.
quarta-feira, 18 de abril de 2007
"Um episódio ... no Dia da Libertação"
Uma crónica de GUIJE BALTAR, publicada no DIA 25 DE ABRIL DE 1980,
no jornal Barca Nova, edição número 116.
“Como recordo o dia 25 de Abril de 1974?
Cerca das 8 horas da manhã, saía de casa com a minha mulher, para a conquista do pão quotidiano, quando nos apareceu, lavada em lágrimas, a Mãe de um Capitão de Abril, colaborador eficientíssimo do MFA, para o eclodir da Revolução gloriosa, que numa voz embargada pela angústia e pelos soluços, quase a desmaiar, grita: “Há revolução em Lisboa e não sei nada do meu filho!”
Revolução?
Voltei para trás e entrei em casa. Liguei o aparelho de rádio. Marchas militares traduziam a existência de qualquer coisa. Procurei postos e mais postos e as irritantes marchas militares envenenavam-me o espírito como a recordar o passado recente da saída das Caldas...
Capto um comunicado em que se apela à calma e serenidade do povo. Na minha precipitação fiquei sem saber se...
Irrompe a GRÂNDOLA VILA MORENA!!!
Num gesto irreprimível, onde ia toda a Fé acumulada durante anos, gritei: SOMOS NÓS!!! A REVOLUÇÃO É NOSSA! A REVOLUÇÃO É NOSSA!!!
... Perdoem! Mas por um momento senti-me também Herói!”
A primeira vez que o aprendiz de repórter viu o velho Guige Baltar, foi na redacção do jornal. Abriu a porta e, depois da apresentação e dos cumprimentos da ordem, ouviu o visitante: “Está aqui mais uma croniqueta, faça-me o favor de pegar aí num saco de pontos e vírgulas e distribuí-los convenientemente, é que com a minha idade...”. Depois de conhecer o Guige, o jovem aprendiz desfez a ideia de falsa modéstia com que rotulou o velho. Um cronista de pura água, eram crónicas pequenas, despretensiosas, mas que tinham o condão de dizer muito, ocupavam o espaço superior direito do jornal, ao lado do cabeçalho, chegaram a ser uma imagem de marca do “Barca Nova”. E bem escritas. Aliás, o Agostinho com a publicação da crónica acima, faz o favor de exemplificar, com uma mesmo a propósito do acontecimento que se festeja este mês. E diga-se, fiquei com um saco de vírgulas e pontos, semanalmente, para as minhas notícias e reportagens, que me terão feito muito jeito, disso não terei muitas dúvidas.
No pouco tempo de convívio com este velho comerciante reformado, que conheceu o regime colonial por dentro, pois viveu em S. Tomé, fica-me a imagem de um homem culto que discutia História, Política ou fosse lá o que fosse, com uma abertura admirável, porque este militante do PCP, Guige Baltar, não fazia concessões à sua consciência. Discutia, é uma maneira de dizer, eu aprendia.
Fica na memória a saudade de um amigo e as lições que dele recebi.
Alexandre Campos