quinta-feira, 19 de abril de 2007
Dr. Ruy Alves, um lutador
Nasceu em Coimbra e morreu, com 68 anos de idade, em 4 de Fevereiro de 1978, em Lemede.
Desde muito novo o Dr. Ruy Alves esteve ligado ao movimento democrático, lutando por uma sociedade mais justa.
Desde o tempo de estudante que se revelou, em actos concretos, um lutador antifascista. Em 1931, quando da quarta tentativa para derrubar o regime do ditador Salazar, estudante em Coimbra, integrou, empunhando o estandarte da Academia, a grande manifestação de apoio aos revoltosos da Madeira.
Depois da sua formatura em Farmácia exerceu funções em Chaves e em Vila Real de Santo António. Fixou-se na Figueira no final da década de 30 do século passado, tendo-se tornado uma figura conhecida e respeitada. Foi um cidadão interessado nos problemas da cidade e raros foram os acontecimentos registados no decorrer da sua permanência na Figueira de que não se tivesse inteirado, como estudioso atento, dando em jornais e tribunas a que tinha acesso, o seu contributo válido e esclarecido.
No Rotary Clube da Figueira da Foz, fez ouvir com frequência a sua voz em intervenções que revelavam conhecimento dos assuntos, como Homem detentor de uma vasta cultura.
No fascismo, foi vigiado pela polícia política, o que não o impediu de realizar reuniões na Farmácia Central, de que era proprietário. Foi, nessa mesma Farmácia, que teve lugar a reunião donde saiu a primeira Câmara após o 25 de Abril de 1974. Foi, igualmente, em instalações suas, o laboratório do Bairro Novo, em frente ao Café Caravela, que se realizou a primeira reunião do Movimento Democrático Português, na Figueira, a seguir ao 25 de Abril de 74.
No período que se seguiu à Revolução dos Cravos, o Dr. Ruy Alves manteve-se no MDP/CDE, onde foi elemento preponderante na Figueira. Foi aí, a seguir ao 25 de Abril, na militância do MDP, que o escriba se cruzou com a figura franzina, mas enérgica, do Dr.Ruy Alves e de outros figueirenses democratas ilustres, de que guardo gratas recordações, como, por exemplo, essa enorme Senhora que se chamou Alzira Fraga.
O Dr. Ruy foi sempre um Homem esclarecido e estudioso: formou-se em Farmácia e em Físico-Química pela Universidade de Coimbra; anos mais tarde, formou-se em Economia pela Universidade do Porto.
Muito mais haveria a dizer sobre tão importante figura. Todavia, para terminar, lembro que o Dr. Ruy Alves foi um dos fundadores do Barca Nova. A primeira troca de impressões para o aparecimento deste jornal teve lugar no seu apartamento na Avenida do Brasil, tendo por fundo a soberba paisagem do mar da Figueira e a Serra da Boa Viagem, os elementos da natureza que ele tanto amou na cidade onde viveu, trabalhou e lutou cerca de 40 anos.
4 comentários:
Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.
Como vês, Blogueiro, isto anda muito participado.
ResponderEliminarMuda para futebol e vais ver. Parecem moscas.
Até logo.
Já vai para algum tempo que nãpo poiso por estas paragens, mas disseram algo que vim realmente ver com olhos de carneiro mal morto, se era ou não verdade!!!
ResponderEliminarentão não é que é mesmo verdade.
Senhor Agostinho, já está a fazer um ano que o menino faz este blog, não deixe morrer este espaço e não deixe de fazer deste espaço, aquilo para que realmente foi feito de inicio.
Tem que se lembrar, que a Barca Nova, infelismente já teve o seu tempo a Linha do Oeste, já teve o seu tempo e algumas pessoas por onde passaram, também já tiveram o seu tempo, com o respectivo respeito.
Escreva sozinho e repare que os comentários aparecem.
Acho que é a primeira vez que dou alguma razão ao senhor(?)tó da lota).
Um abraço e fico realmente a aguardar por aquilo que o meu querido amigo sabe fazer(e bem) que é a sua escrita e já agora Local.
Obrigado ao tó (da lota) pelo comentário acima, pois colocou uma questão fulcral para os visitantes dos blogs: o que é que os utilizadores procuram?
ResponderEliminarA pergunta é fácil de responder: conteúdos.
Digo procuram, pois a procura é a principal actividade da Web.
Talvez pela primeira vez na História haja a noção que existe uma "biblioteca universal distribuída" onde se armazena todo o conhecimento da humanidade. O grande problema é encontrar em tempo útil a informação que se procura.
Ao partir para a criação de um blog, a principal preocupação deve ser servir.
Portanto, é natural que antes de partir para o projecto, é natural que o blogueiro se tenha interrogado.
1. O que tenho para apresentar aos outros?
Se não tenho nada para apresentar, mais vale não perder tempo...
Por isso, está muito bem assim o tó (da lota)... Construir nada....
2. O conteúdo interessa aos outros, ou interessa-me a mim?
È preciso reflectir com serenidade, e ser rigoroso... Mais uma faceta forte do tó (da lota)!!!
3. Qual é a audiência alvo?
A Web tem o potencial de chegar toda a gente, em toda a parte. E, isso não sei porquê, preocupa o tó (da lota)!...
4. O conteúdo é importante ser relevante?
Esta é uma questão importante. Não achas tó (da lota).
Meus cridos, o que esta velhota teve de evoluir para acompanhar todo este progresso. Mesmo com “os pés prá cova” não vou desistir...
Fiquei ricamente surpreendido por ter visto, neste blog, esta alusão ao saudoso Dr. Rui Alves.
ResponderEliminarConvivi com ele durante o tempo em que lhe prestei alguma assistência técnica, nos instrumentos de laboratório, depois de 1967.
Pessoa íntegra, de carácter e personalidade modelar.
Parabéns ...