A Gala, dos meus tempos de menino e moço, tinha uma ampla e invejável frente de rio.
Autor: Cunha Rocha |
Era uma zona linda, vibrante, que fazia a ligação natural do povoado ao rio e, ao mesmo tempo, ao mundo do trabalho (a pesca) e ao mundo do lazer (na altura, era o nosso parque infantil, o nosso parque desportivo, era até a zona com algo de marginal, como, por exemplo, o jogo das cartas que se ia praticando pelos recantos discretos dos armazéns...).
Há anos, porém, tudo isso - e também a paisagem magnífica - nos foi roubado com a construção da variante, que não é mais que um muro que nos separou do nosso rio.
Na altura, ninguém conseguiu contrariar a força das circunstâncias...
Passaram os anos e veio o Portinho da Gala e, pensei eu, estava encontrada a nova janela de oportunidade para os covagalenses se reconciliarem com o rio.
Pensei que poderia estar ali, no enorme aterro da estrutura portuária, a área para a mudança, com a abertura de espaços para o lazer, a cultura, o entretenimento, o turismo, etc.
“Voltar ao rio”, seria a oportunidade de rentabilizar um espaço que orçou mais de 500 mil contos.
Entretanto, e já lá vão uns anos, nada disso aconteceu. Recorde-se, que o Portinho da Gala foi inaugurado, com pompa e circunstância, pelo então Ministro de Estado, da Defesa e dos Assuntos do Mar, Dr. Paulo Portas, no dia 5 de Outubro de 2004.
Posteriormente, o local foi dotado com um centro cultural e de convívio, que custou cerca de 120 mil euros, para a comunidade piscatória. Pelo meio, foram construídos os 80 armazéns.
Até agora, o espaço, o enorme espaço, lá está, quase desaproveitado.
Até agora, constitui uma oportunidade perdida.
Que o mesmo é dizer: na nossa Terra, continua latente e por concretizar a necessidade de potenciar, ao máximo, a relação com o rio.
Até agora, o espaço, o enorme espaço, lá está, quase desaproveitado.
Até agora, constitui uma oportunidade perdida.
Que o mesmo é dizer: na nossa Terra, continua latente e por concretizar a necessidade de potenciar, ao máximo, a relação com o rio.
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