A saúde, em geral (a começar pela Aldeia), continua em muito estado de conservação.
O Posto Médico da Cova e Gala está encerrado, por falta de um Assistente Técnico, há mais de um mês: precisamente desde 25/6/24...
O assunto até chegou à Assemlbleia da República. Fica a intervenção do passado dia 9 do corrente mês de Julho da deputada Ana Oliveira na Comissão de Saúde.
Segundo a edição de hoje do Diário as Beiras, «indagada ontem, na
reunião de câmara, sobre o assunto pela vereadora da oposição
Glória Pinto (PS), a vereadora Olga Brás (executivo camarário FAP/PSD)
afirmou que a câmara
municipal tem conhecimento desta situação.
Olga Brás afirmou que
a decisão do encerramento foi tomada pela
administração da Unidade Local de Saúde do
Baixo Mondego (ULSBM), alegadamente devido a “um problema de
segurança” relacionado
com uma assistente técnica, que terá sido vítima de coação quando
fazia atendimento ao
público, não tendo sido
substituída.
“Toda a gente sabe que
aquela unidade de saúde não tem condições
de funcionamento”,
sustentou Olga Brás,
avançando que o processo de construção de
novas instalações, pelo
município, está em
marcha. O Posto Médico da Cova e Gala está encerrado, por falta de um Assistente Técnico, há mais de um mês: precisamente desde 25/6/24...
O assunto até chegou à Assemlbleia da República. Fica a intervenção do passado dia 9 do corrente mês de Julho da deputada Ana Oliveira na Comissão de Saúde.
Por sua vez, o presidente da Câmara da Figueira
da Foz, Santana Lopes,
defendeu que a falta de
pessoal no setor da saúde não se resolve com
novas instalações. “Estas
situações passam a vida
a acontecer”, sustentou
o autarca.
Apesar das tentativas,
não foi possível ao Diário as Beiras obter
declarações da ULSBM.»
Como sabemos na Aldeia, o silêncio sobre este assunto nunca foi inocente.
Há muitos anos que ando preocupado com o funcionamento do Posto Médico da Cova Gala. Desde que no passado dia 14 de dezembro de 2015, alertei os caros velhotes e caras velhotas cá da Aldeia: Lavos ganha Centro de Saúde com “tecnologia de ponta”. Em 18 de Abril de 2016, deixei mais um alerta: "Posto de Saúde da Cova Gala vai encerrar em breve... Tudo aponta, para o final deste mês". Parece que estava a advinhar. Um dia depois, a 19 de Abril de de 2016, confirmou-se o pior: "Posto de Saúde da Cova e Gala teve o encerramento previsto para o fim do mês de Abril de 2016..."
Neste momento, mais vez, estamos perante o impacto do fecho do Posto Médico da Cova e Gala no acesso da população da Aldeia a cuidados de saúde.
Não me peçam, portanto, que aborde este assunto sem indignação e sem paixão. Neste momento, o mínimo a exigir aos políticos, é que se informem e nos informem, sobre o processo.
A primeira preocupação é a mesma: a necessidade de garantir o não encerramento do Posto Médico da Aldeia, pois o que está em causa é que a população da freguesia não venha a perder cuidados de proximidade.
Senhores burocratas, não podem esquecer que a Aldeia tem uma população envelhecida e a cultura de relacionamento com o povo e de espírito de serviço público que o Posto Médico da Aldeia cultivou ao longo de largas dezenas de anos.
Depois, temos outro problema enorme: as acessibilidades ao novo Centro de Saúde de Lavos.
Como é que os idosos da Aldeia lá vão chegar?
Em transporte individual, que a maioria não tem!.. Em transporte colectivo, que não existe!.. De táxi, para o qual a maioria não tem dinheiro!.. A pé, de bicicleta, de carro de bois, de carroça?..
Alguém pensou neste pormenor?
Qual é, afinal, a estratégia para a saúde das pessoas que moram nesta outra margem?
O erro foi cometido lá atrás...
Antes de terem deitado a primeira pedra do Centro de Saúde de Lavos os políticos concelhios deveriam ter olhado para o resto da população da margem esquerda do Mondego.
E onde é que estiveram (e estão...) os políticos da Aldeia? Na Aldeia do pai natal?..
Mostrar sensibilidade, é uma obrigação. Ser solidário, um dever.
Porque a memória é curta, recordo que, antes, a 29 de Abril de 2016, o asssunto foi levado à Asembleia Municipal por alguém do Povo.
Recordo apenas o início da intervenção.
Recuemos a antes de 13 de abril de 2014.
A Câmara Municipal da Figueira da Foz, preparou e apresentou a candidatura, em parceria com a junta de freguesia de Lavos, do Centro de Saúde de Lavos, para uma estrutura sobre dimensionada para as necessidades dos lavoenses.
Em 13 de Abril de 2014, largas dezenas de pessoas assistiram, em Santa Luzia, à cerimónia de lançamento da 1.ª pedra do Centro de Saúde de Lavos.
O equipamento, tive disso conhecimento na altura, ficaria dotado de sete gabinetes médicos (parece que tem 9...), dois gabinetes de enfermagem, duas salas de espera, uma unidade técnica de grande capacidade e várias estruturas de apoio.
A apresentação do centro de saúde foi feita por António Albuquerque, chefe da Divisão de Obras da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
“Não está dimensionado para a população que vai servir [5 200 habitantes]. Está projectado para cerca de 10 500 pessoas”, disse na altura António Albuquerque.
O equipamento, tive disso conhecimento na altura, ficaria dotado de sete gabinetes médicos (parece que tem 9...), dois gabinetes de enfermagem, duas salas de espera, uma unidade técnica de grande capacidade e várias estruturas de apoio.
A apresentação do centro de saúde foi feita por António Albuquerque, chefe da Divisão de Obras da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
“Não está dimensionado para a população que vai servir [5 200 habitantes]. Está projectado para cerca de 10 500 pessoas”, disse na altura António Albuquerque.
Claro que fiquei de pé atrás e preocupado...
E continuo.
A terminar fica um pedido de esclarecimento: olhos nos olhos, com verdade, sem demagogia, claramente, gostaria que alguém esclarecesse o que vai acontecer, realmente, ao Posto Médico da Cova e Gala.
Gostaria, de uma vez por todas, que alguém dissesse como rentabilizar uma super estrutura, como é o Centro de Saúde de Lavos, que para ser rentabilizado necessita de 8 a 9 mil utentes?...
Neste momento, nem metade tem: onde vai inventá-los?..
Na altura, em 29 de Abril de 2016, na minha passagem pela Assembleia Municipal, utilizando um direito do País de Abril, certamente, por uma mera coincidência infeliz, tanto o presidente da câmara da altura, dr. João Ataíde, como o vereador do pelouro da saúde na CMFF, dr. António Tavares, não estiveram presentes no momento em que usei da palavra.
Espera-se que as práticas desses tempos, de maioria absoluta do PS na câmara da Figueira, que todos devemos recordar, não sejam repetidas por mais nenhum executivo, tenha ele a cor política que tiver.
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