sexta-feira, 31 de maio de 2024

Mas alguma vez os tempos foram favoráveis à esquerda?

Estes tempos não são favoráveis à esquerda

"Quem é de esquerda está ao lado dos trabalhadores na luta que travam pelos seus direitos. Essa escolha é a matéria fundamental de que é feita a esquerda."
Para ler melhor, clicar na imagem

A verdadeira "Escola de Sagres" está na Praia de Mira…

Por Alfredo Pinheiro Marques

«Não há (nem nunca houve...) nenhuma "Escola de Sagres"… com o tal célebre Mestre Jaime de Maiorca (cartógrafo Jehuda Cresques filho do Cresques Abraham que tinha feito o "Atlas Catalão" de 1375…), pseudo-contratado, pelo pseudo-fundador, da pseudo-"Escola" (!)… o pseudo-"Navegador" Infante Dom Henrique ("vestido como se fosse uma velha""com um pano preto na cabeça"… brincava, rindo-se disso, o verdadeiro especialista da Náutica Astronómica portuguesa, que foi o Professor Luís de Albuquerque [FCTUC])…
Não há, nem nunca houve… Pois a historiografia portuguesa dos "Descobrimentos", quer nos seus "milieus" universitários (entretanto cada vez mais entregues a tanta ignorância doutoral paga com tanto dinheiro público), quer nos seus ambientes de divulgação (desde sempre entregues a gente como o "Professor" José Hermano Saraiva…), É UMA ANEDOTA
E continua a sê-lo… E o que verdadeiramente merece, e continua a merecer, é o mais olímpico desprezo… e uma gargalhada…

A verdadeira Escola, a haver alguma, é a do Mestre Alcino da Praia de Mira…

No passado dia 29, lá, no seu "Refúgio do Marinheiro", na Praia de Mira, o Mestre Alcino promoveu uma reunião científica de alto nível… e que incluiu, depois, uma visita de estudo — e de investigação científica… — a um local, próximo, lá, junto da Lagoa de Mira, para aí se continuar a aprofundar alguma coisa mais acerca do mistério das "Portuguese Waltzes"… a música marítima que o velho Art Stoyles tocava, no seu acordeão, no cais das docas do porto de St. John's, lá na Terra Nova… na segunda metade do século XX.
Já existem imagens desta importante reunião científica, e desta investigação de campo, em busca da possível origem das "Portuguese Waltzes" , uma reunião científica e uma investigação promovidas pela verdadeira "Escola de Sagres": a "Escola da Praia de Mira", do Mestre Alcino Clemente… 
Fica uma imagem (para apreciação pela "comunidade científica"):

Em 29 de Maio de 2024, no "Refúgio do Marinheiro" do Mestre Alcino Clemente (sede da verdadeira "Escola de Sagres"…), da esquerda para a direita, o historiador português da Cartografia Antiga, Alfredo Pinheiro Marques, o musicólogo norte-americano de Montreal (Canadá), Richard Simas (mostrando o seu livro agora publicado internacionalmente), e os dois Mestres do Alto Pescadores — e poetas —, da Praia de Mira, Alcino Clemente e Manuel Gabriel (o Mestre Alcino Clemente que já se transformou numa figura mediática televisiva, desde que foi descoberto pelas televisões de Lisboa e pelos feicebuques [um pescador e poeta, a sério… autêntico, verdadeiro…!] e o Mestre Manuel Gabriel, o Mestre do Alto que, agora, em 2024, publicou mais um seu segundo livro de poemas, depois de, antigamente, se ter cruzado, no regresso do Cabo da Boa Esperança, com o seu camarada e companheiro Bartolomeu Dias, também ele provindo de Aveiro…):
O musicólogo norte-americano do Canadá (e de origens familiares portuguesas) Richard Simas, na Lagoa de Mira, em Portugal, em 29 de Maio de 2024, fazendo avanços substanciais na sua investigação para descobrir o "Mistério das Portuguese Waltzes" de Art Stoyles… (entrevistando o Senhor João Laranjeiro [João da Ribeira], o único antigo pescador português que, até hoje, foi identificado como tendo tocado acordeão, na juventude, nas docas de St. Johns); fotografia de Alfredo Pinheiro Marques, 2024:

Isto é que é uma Academia a sério… Aprendam… E… atenção! Que isto não é só a brincar. Nesta sua "Escola", na Praia de Mira, no seu "Refúgio do Marinheiro", o Mestre Alcino tem um memorial do barco que comandou antes de se ter reformado: o (depois tristemente célebre…) "A-3288-C Olívia Ribau"… O seu barco, de Aveiro, que (depois de ele já se ter reformado, e já não ser o Mestre) naufragou, em 2015, na armadilha mortal da entrada assoreada da barra do porto da Figueira da Foz… e lá morreram cinco dos seus antigos homens.

Isto é uma Academia a sério. Não tem nada a ver com encenações e palhaçadas (com fatiotas ridículas, e chapéuzinhos bicudos) de pantomineiros que ganham dinheiro público a escrever e a falar sobre o Mar, e os "Descobrimentos", e o Património Cultural e Histórico Marítimo, e o Património Natural e Ambiental Marítimo, e a Hidráulica Marítima, e as correntes marítimas e os movimentos das areias (nos portos que, entretanto, estão assoreados…), ou sobre quaisquer outras semelhantes matérias, historiográficas e "científicas" (ou, na verdade, seja sobre o que for… pois falar não custa, e ganha-se muito bom dinheirinho público, em troca de palavras)…

E… muitos pantomineiros universitários saberão sequer remar…?! Saberão distinguir um peixe do que não é um peixe…? E plágios…? Saberão distinguir um plágio do que não é um plágio…?»

Reordenamento da circulação rodoviária na zona do Bairro Novo (II)

Visto de fora, isto parece, convenhamos, a anarquia perfeita...

𝗡𝗼𝘁𝗮 𝗱𝗼 𝗣𝗿𝗲𝘀𝗶𝗱𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗱𝗮 𝗖𝗮̂𝗺𝗮𝗿𝗮 𝗠𝘂𝗻𝗶𝗰𝗶𝗽𝗮𝗹 | 𝗣𝗲𝗱𝗿𝗼 𝗦𝗮𝗻𝘁𝗮𝗻𝗮 𝗟𝗼𝗽𝗲𝘀

"Venho transmitir que não entrará em vigor na data referida no comunicado do Município, a alteração de sentidos de tráfego na Rua da Liberdade e na Rua Miguel Bombarda.
Nunca tal aconteceria sem a devida participação dos comerciantes e dos moradores.
Foram essas as instruções que dei e vim a saber há cerca de duas horas que estava um comunicado sobre o assunto na página do Município, sem a minha autorização.
Julgo que foi publicado ontem. Por outro lado, constatei agora que as informações que me tinham sido transmitidas sobre as posições dos comerciantes, e até de Associações Cívicas daquela área, afinal não correspondem, em parte, à realidade.
Nunca entraria em vigor uma alteração desta dimensão anunciada com tão pouca antecedência, a não ser que houvesse um consenso generalizado. Foi esse consenso que me foi transmitido, com uma discordância quanto à época do ano.
Nestes termos, comunico igualmente que os assuntos de trânsito passam a estar sob a minha responsabilidade direta, nomeadamente esta alteração sem dúvida nenhuma importante na circulação da cidade.
Mais informo que em nenhum dos comentários que tive a ocasião de ler esta noite -talvez à exceção de um - é referida a principal razão da alteração, o que também diz tudo sobre o modo como foi conduzido. Apresento as devidas desculpas pelo modo como este processo se desenvolveu na certeza de que o que vier a ser feito será para bem da Figueira e com o devido conhecimento e participação de todos. O que não significa, naturalmente, como é comum nestes processos, que se verifique uma concordância generalizada.
Esta atitude não implica, pois, como é óbvio, que se abdique das responsabilidades que nos cabem de tomar as decisões que se mostrem necessárias."

A tradição continua a ser o que era

Se há evento que marca a Figueira durante o mês de junho, esse é o arraial popular que acontece  durante as tradicionais Festas de Santo António, anualmente organizado pela Misericórdia.

Mais uma vez, está de regresso com um programa variado que começa sábado e termina a 13 de junho. Animação não vai faltar, já que Quim Barreiros é um dos nomes anunciados para o cartaz musical.

Via Diário as Beiras

SNS: com a AD chegou o momento dos privados

Talvez agora, finalmente, se perceba que todo o tempo gasto a levar a sério a agenda neoliberal para o tratamento do SNS, foi perdido, completamente perdido. Não serviu para nada.  O objectivo era simplesmente a destruição. Portanto, qualquer negociação foi pro forma.

Chegou o momento dos privados

«O PCP acusou o Governo PSD/CDS-PP de querer degradar o SNS e desviar recursos para os grupos privados com um Plano de Emergência que não reforça a capacidade de resposta dos serviços públicos nem valorizar as carreiras. 
Esta posição foi assumida na Assembleia da República pela líder parlamentar do PCP, Paula Santos, depois de o Conselho de Ministros ter aprovado um Plano de Emergência e Transformação na Saúde, que foi apresentado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
"As medidas que foram anunciadas ainda há pouco pelo Governo vão ao encontro de um objetivo, e o objetivo é continuar degradar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), é continuar numa linha de perda de capacidade de resposta do SNS para desviar recursos financeiros para os grupos privados que intervêm na área da saúde", declarou Paula Santos aos jornalistas.
A líder parlamentar do PCP apontou que "naquelas medidas não há uma única para valorizar os profissionais de saúde, nas suas carreiras, nas remunerações, na garantia de condições de trabalho", e também "não há o reforço do investimento nas infraestruturas, nos equipamentos, que são tão importantes para assegurar o aumento da oferta da capacidade do SNS".
"No que diz respeito aos cuidados de saúde primários, podemos dizer: o Governo escancara as portas para os grupos privados e para o setor privado, com o anúncio do avanço das USF modelo C com a bolsa de convencionados", considerou.
O que é preciso "é investir na garantia das condições de trabalho, investir nas carreiras, investir nas remunerações" dos profissionais no SNS, contrapôs.»

O sul do concelho da Figueira da Foz continua a ser um dos locais mais afetados pela erosão costeira

O mar há muito que está a ameaçar cada vez mais pessoas e bens no nosso concelho. A sul do Mondego, consequência da erosão que tem aumentado nos últimos anos, não só por causa das alterações climáticas, mas também - e muito - por causa do acrescento de 400 metros no molhe norte.
As medidas pontuais que têm vindo a ser tomadas ao longo dos anos não têm conseguido resolver o problema.
Esta história tem sido amplamente contada ao longo de quase 18 anos neste blogue. Quem a quiser conhecer não tem a mínima dificuldade: basta clicar aqui.
A SIC, recentemente, fez mais uma reportagem.

quarta-feira, 29 de maio de 2024

Daniel Santos no Dez & 10

"..para ver e ouvir aqui, hoje, quarta-feira, dia 29 de maio às 22h10".


"Um político tem de se assumir"


Segundo o Diário as Beiras, Raquel Ferreira "
assume recandidatura à concelhia do do PS/Figueira"
Nada de novo: em outubro do ano passado, a actual presidente e deputada na Assembleia da República já tinha avançado com essa intenção.
“Reitero a minha recandidatura à Concelhia do PS da Figueira da Foz. E decidi fazê-lo com os meus mais fortes sentidos de ponderação, humildade e responsabilidade”.
Raquel Ferreira, sabe-se já, não vai sozinha a eleições para a concelhia do PS: terá a concorrência duma lista liderada pelo ex-vereador Miguel Pereira. 

terça-feira, 28 de maio de 2024

Mendaz

Político que despreza a coerência, pilar da honestidade intelectual por
salvaguardar o primado da lógica, deve conhecer muito bem o povo que pretende representar. 

Povo que se deixa representar por políticos mendazes não pode queixar-se nunca desse político e de outros que tais. 

Simplesmente, porque tem o que merece.

O ataque desmedido de Israel à Faixa de Gaza é algo que mexe com o mais profundo de qualquer ser humano minimamente sensível. 

A reação geral (e natural)  tem sido, mais do que de lamento e de revolta, também de dó pelo que está a sofrer aquela população indefesa. Homens, mulheres, crianças atacados diariamente, sem tréguas. Hospitais, escolas, centros sociais e de saúde desfeitos. Cadáveres espalhados nas ruas, aguardando a ida para uma qualquer vala comum. 

As fronteiras fechadas pelas tropas israelitas. Assistência médica e alimentar sem chegar ao destino. E o povo em agonia, a morrer lentamente, perante a indiferença de Netanyahu. Que vai proclamando, criminosamente, que enquanto houver um membro do Hamas ou quem o acolha vivo, o ataque não parará. Pois, apesar de tudo isto, o nosso ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, do alto da sua extrema vaidade, proclamou, para quem o quis ouvir, que não existe nenhum genocídio em Gaza

Todavia, genocídio,segundo as enciclopédias e dicionários, “designa crimes que têm como objetivo a eliminação da existência física de grupos nacionais, étnicos, raciais e/ou religiosos”

Será que para o social-democrata Paulo Rangel está tudo a viver bem na Faixa de Gaza? Será que ele pensa que as noticias são todas inventadas? 

Vergonhoso para o país e os portugueses sermos representados por alguém como este ministro.

9.ª alteração à 1.ª revisão do Plano Diretor Municipal da Figueira da Foz – abertura de procedimento Período de prévia participação pública (21 de maio de 2024 a 12 de junho de 2024)

«Em nota na internet, a autarquia lembra que, com prazo de conclusão de 12 meses, esta 9.ª alteração “é suscitada pela necessidade de se alterar a qualificação do solo rústico, para categoria destinada a equipamentos de utilização coletiva e outras infraestruturas, bem como o limite da Unidade Operativa de Planeamento e Gestão (UOPG) 4, com vista à instalação do aeródromo municipal da Figueira da Foz, no lugar designado por Pinhal da Gandra, pertencente às freguesias de Moinhos da Gândara e de Alhadas, próximo da Autoestrada A17”

Via Diário as Beiras


segunda-feira, 27 de maio de 2024

A Madeira continua um jardim

Resultado das eleições na Madeira realizadas a 26 de Maio de 2024, 50 depois do 25 de Abril de 1974...

"Madeira, 48 anos depois, a anomalia persiste: a Madeira vai continuar a ser governada pela única força que até hoje teve nas mãos as rédeas do poder regional."

David Pontes, Público

O PSD precisará de toda a direita, incluindo o Chega, para governar com tranquilidade. Com Albuquerque, isso não vai ser fácil. O regime movimenta-se em gelo fino, e a Madeira é um dos locais onde esse perigo se manifesta de forma mais acentuada."

Carlos Rodrigues, Correio da Manhã

Polícia Municipal na Figueira: em 2024, uma necessidade ou uma utopia?

Na semana passada, o Presidente da autarquia figueirense anuciou que pondera a criação da Polícia Municipal, não só, mas também por se encontrar muito insatisfeito com a actuação da força policial da zona urbana.

“Os Municípios têm uma responsabilidade acrescida, se a polícia só aparece para os gratificados, nós temos que olhar por nós, pois o que faz a atratividade de um concelho também é a segurança”, disse Pedro Santana Lopes.

Como nasceu, parece que o assunto morreu. 

Na Figueira, retirando as tricas partidárias, não se discute pública e politicamente nada.

As polícias municipais servem para cooperar «na manutenção da tranquilidade pública e na protecção das comunidades locais».

No quadro das atribuições e competências das autarquias locais, a Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro, estabelece que os municípios dispõem de atribuições no domínio de polícia municipal [artigo 13.º, n.º 1, alínea p)]. E no artigo 30.º do mesmo diploma, sob a epígrafe «Polícia municipal», prevê-se que «Os órgãos municipais podem criar polícias municipais nos termos e com intervenção nos domínios a definir por diploma próprio».

Refira-se que o Código Administrativo de 1940 já conferia às câmaras municipais atribuições de polícia (artigo 44.º, n.º 6), já que lhes pertencia, de acordo com o disposto no artigo 50.º, n.º 13, deliberar «Sobre a criação e sustentação de uma polícia municipal e instalação de postos ou construção de quartéis destinados ao serviço de polícia urbana ou rural».

Mas o que é um corpo de polícia municipal?

1.ª – As polícias municipais são, de acordo com o disposto no artigo 1.º, n.º 1, da Lei n.º 19/2004, de 20 de Maio, serviços municipais especialmente vocacionados para o exercício de funções de polícia administrativa no espaço territorial correspondente ao do respectivo município;

2.ª – As polícias municipais exercem funções que se inserem nas atribuições dos municípios, actuando prioritariamente na fiscalização do cumprimento quer das normas regulamentares municipais, quer das normas de âmbito nacional cuja competência de aplicação ou de fiscalização esteja cometida ao município e ainda na aplicação efectiva das decisões das autoridades municipais (artigo 3.º, n.º 1, da Lei n.º 19/2004);

3.ª – Nos termos do artigo 237, n.º 3, da Constituição da República, as polícias municipais cooperam na manutenção da tranquilidade pública e na protecção das comunidades locais, exercendo, em cooperação com as forças de segurança, funções de segurança pública nos domínios contemplados no n.º 2 do artigo 3.º da Lei n.º 19/2004;

4.ª – As polícias municipais não constituem forças de segurança, estando-lhes vedado o exercício de competências próprias de órgãos de polícia criminal, excepto nas situações referidas no artigo 3.º, n.os 3 e 4, da Lei n.º 19/2004;

5.ª – A identificação e revista de suspeitos, medidas cautelares de polícia previstas no artigo 3.º, n.º 3, da Lei n.º 19/2004, podem ser adoptadas pelos órgãos de polícia municipal unicamente em situação de flagrante delito;

6.ª – Os órgãos de polícia municipal podem proceder à revista de segurança no momento da detenção de suspeitos de crime punível com pena de prisão, em caso de flagrante delito, desde que existam razões para crer que as pessoas visadas ocultam armas ou outros objectos com os quais possam praticar actos de violência – artigos 251.º, n.º 1, alínea b), e 174.º, n.º 5, alínea c), do Código de Processo Penal (CPP);

7.ª – Os agentes de polícia municipal podem exigir a identificação dos infractores quando necessário ao exercício das suas funções de fiscalização ou para a elaboração de autos para que são competentes (artigos 14.º, n.º 2, da Lei n.º 19/2004, e 49.º do regime geral das contra-ordenações, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro;

8.ª – O não acatamento dessa ordem pode integrar a prática do crime de desobediência previsto e punido pelos artigos 14.º, n.º 1, da Lei n.º 19/2004, 5.º, n.º 2, do Decreto-Lei n.º 40/2000, de 17 de Março, e 348.º, n.º 1, alínea a), do Código Penal;

9.ª – As polícias municipais, no exercício das suas competências de fiscalização do cumprimento das normas de estacionamento de veículos e de circulação rodoviária [artigos 4.º, n.º 1, alínea b), da Lei n.º 19/2004, e 5.º, n.os 1, alínea d), e 3, alínea b), do Decreto-Lei n.º 44/2005, de 23 de Fevereiro], podem exigir aos agentes das contra-ordenações que verifiquem a respectiva identificação, podendo a sua recusa implicar o cometimento de um crime de desobediência, nos termos do artigo 4.º, n.º 1, do Código da Estrada e das disposições legais citadas na conclusão anterior;

10.ª – O infractor que tenha recusado identificar-se pode ser detido em caso de flagrante delito pelo agente de polícia municipal para ser apresentado ao Ministério Público e, eventualmente, ser submetido a julgamento sob a forma de processo sumário, nos termos dos artigos 255.º, n.º 1, alínea a), do CPP, e 4.º, n.º 1, alínea e), da Lei n.º 19/2004;

11.ª – Os agentes das polícias municipais somente podem deter suspeitos no caso de crime público ou semi-público punível com pena de prisão, em flagrante delito, cabendo-lhes proceder à elaboração do respectivo auto de notícia e detenção e à entrega do detido, de imediato, à autoridade judiciária, ou ao órgão de polícia criminal;

12.ª – Não sendo as polícias municipais órgãos de polícia criminal, está vedado aos respectivos agentes a competência para a constituição de arguido, a não ser nos inquéritos penais que podem desenvolver, conforme disposto no artigo 3.º, n.º 3, da Lei n.º 19/2004;

13.ª – De acordo com o disposto no artigo 4.º, n.º 1, alínea f), da Lei n.º 19/2004, e do artigo 249.º, n.os 1 e 2, alínea c), do CPP, os órgãos de polícia municipal devem, perante os crimes de que tiverem conhecimento no exercício das suas funções, praticar os actos cautelares necessários e urgentes para assegurar os meios de prova, até à chegada do órgão de polícia criminal competente, competindo-lhes, nomeadamente, proceder à apreensão dos objectos que tiverem servido ou estivessem destinados a servir a prática de um crime, os que constituírem o seu produto, lucro, preço ou recompensa, e bem assim todos os objectos que tiverem sido deixados pelo agente no local do crime ou quaisquer outros susceptíveis de servir a prova (artigo 178.º, n.º 1, do CPP);

14.ª – Os agentes de polícia municipal, relativamente às infracções às normas regulamentares cuja fiscalização lhes está cometida, que revistam natureza de contra-ordenações, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 48.º-A do Decreto-Lei n.º 433/82, podem ordenar a apreensão dos objectos que serviram ou estavam destinados a servir para a prática de tais ilícitos, ou que por eles foram produzidos, e bem assim quaisquer outros que forem susceptíveis de servir de prova;

15.ª – O regime jurídico quanto às atribuições e competências das Polícias Municipais de Lisboa e do Porto é o que se encontra definido pela Lei n.º 19/2004, de 20 de Maio.

Na Figueira, temos um caso de estudo: a empresa municipal que, supostamente, foi criada para regulamentar o estacionamento.

Existiram, desde o início, três problemas: um, tem origem no seu objecto; outro, na legalidade ou melhor na ilegalidade com que operava; terceiro, resultado da sua clara improdutividade.

A Figueira Parques foi criada por forma a regulamentar o estacionamento na Figueira. Na altura, os seus criadores viram na empresa uma verdadeira galinha dos ovos de ouro. Nada melhor que concessionar o estacionamento, como se o simples facto de o concessionar, significasse à partida regulamenta-lo. A cidade tem de facto um enorme problema para resolver, que se chama trânsito, mas actuar apenas do lado da concessão, não resolve o problema, antes pelo contrário, agrava-o.

Se numa primeira fase de implementação, os condutores, passavam os carros, para as ruas adjecentes e não concessionadas, actualmente com a cidade inundada de parquímetros, a fuga ao pagmento, com a privatização da empresa, é mais difícil. 

O primeiro problema, surge com a aparente ilegalidade com que o sistema de parquímetros funciona, com a complacência de todos. A lei orgânica do Banco de Portugal e agora do Banco Central Europeu, atríbui às notas e moedas em circulação, um curso forçado. Por outras palavras, todos somos obrigados a aceitar notas e moedas, e de facto penso que todos, não nos lembramos de um sítio onde esteja escrito, que não se aceitam notas ou moedas. Se estiver não é legal.

Mas os parquímetros, não aceitam notas e temos de ter trocos certos para o tempo que desejamos estacionar. Quantos de nós já não fomos autuados, enquanto fomos trocar moedas ao café mais próximo?

Será que passados todos estes anos a Figueira Parques, mesmo com a privatização, cumpriu o objectivo para que foi criada - a regulação do estacionamento na Figueira?

A segurança é um assunto muito sério.

Coimbra tem Polícia Municipal. E serve para quê?

Na Figueira, em 2024, dados os custos que uma medida destas certamente acarreteria, justifica-se a criação de um corpo de Polícia Municipal?

domingo, 26 de maio de 2024

A sociedade do espetáculo é o veículo de uma ideologia que utiliza o poder das imagens para obter a passividade dos indivíduos...

 Big Brother Bugalho — a sociedade espetáculo

«A sociedade do espetáculo que o PSD promove através de um concorrente do Big Brother de nome Sebastião Bugalho é uma sociedade em que as imagens funcionam como meio de dominação através dos meios de manipulação da opinião, os mass media. (…)

Os especialistas em marquetingue do PSD conhecem os impulsos que levam seres comuns a disporem-se a tudo para sair do anonimato e sabem que criar uma imagem é mais fácil sobre uma tábua lisa do que sobre uma superfície rugosa e com inscrições anteriores. (…)

Estamos, com este concorrente, a ser atraídos pelo espetáculo de um jovem armado de certezas, disposto a tudo, a iniciar-se numa montra do Bairro das Luzes Vermelhas, não em Amesterdão, mas em Bruxelas, que é perto e mais moderno.»

Carlos Matos Gomes

Para ler a texto na íntegra clicar AQUI

O logótipo deitado fora pelo Governo de Montenegro é candidato a prémio europeu

Via Correio da Manhã
"O logótipo da República, da autoria do designer Eduardo Aires, encomendado pelo anterior Governo e retirado pelo atual, na sequência de forte polémica, foi considerado o melhor trabalho de ‘branding’ (definição visual de marca) em Portugal em 2023. 
 A mudança de logótipo foi a primeira medida do Governo de Montenegro. Na campanha, prometeu que se fosse eleito a imagem gráfica com símbolos da bandeira de Portugal iriam ser recuperados. “Nós, no nosso projeto, não fazemos sucumbir as nossas referências históricas e identitárias a uma ideia de sofisticação, connosco não há disso. Já chega de política de plástico”, afirmou então Montenegro. Prometeu e recuperou a esfera armilar, as quinas e castelos (ausentes do logótipo agora premiado). 
A antiga imagem gerou também polémica pelo custo: 74 mil euros. Agora, o trabalho de Eduardo Aires, um dos mais prestigiados designers portugueses, é candidato a prémio europeu."

Ventura chamou "mandriões" aos portugueses e ninguém se indignou!..


Ontem Carlos Ferro Director Executivo no 
Diário de Notícias.

«Ventura chamou "calões" aos portugueses e ninguém se preocupou!..

Relembrado o caso, ficam dois alertas para questões que deviam preocupar bastantes os deputados. Primeiro: os partidos da esquerda usaram os meios mediáticos para se insurgir - e bem - contra a triste frase, mas deixaram passar um ponto essencial: se os turcos são preguiçosos por fazerem um aeroporto em cinco anos, o que são os portugueses que esperam demorar dez a construir o aeroporto já batizado como Luís de Camões?»

Já pensava que tinha sido apenas eu que tinha dado por ela: o calculista, cínico e sibilino Ventura, chamou mesmo "calões aos portugueses...
Recordo o que escrevi aqui.
Alguém ainda acha que Ventura chamou mandriões aos turcos?
Alminhas santas, puras e castas, que deram 50 deputados ao Ventura e outras que para aí andam a julgar que o Ventura é um génio.
Olhando para as declarações do Ventura, ao dizer que os mandriões turcos levam cinco anos, e os portugueses dez, a quem é que ele está a chamar malandros?
Talvez o que interessasse verdadeiramente era que Ventura apontasse a raíz do problema. Em bom português, desse "nome aos bois".
Será do Governo? Será das empresas? Será dos engenheiros? Será dos operários?
Dos operários certamente que não será. Onde é que existem operários em Portugal para fazer o aeroporto, o TGV, mais uma ponte sobre o Tejo e a habitação que está em falta!..
Terão de vir de África, Nepal, talvez Turquia, etc.
Ventura é suficientemente cínico e sibilino para saber que se fosse por aqui nenhuma televisão lhe passava cartuxo...
Os tempos de Winston Churchill, já lá vão há muito tempo. Dizia o estadista.
"É preferível ser irresponsável e estar com a verdade do que ser responsável e no erro".

sábado, 25 de maio de 2024

Isto anda tudo ligado: impostos, salários e Banco Alimentar...

Este meu rico feitiozinho há-de ir comigo pró churrasco... 
Na campanha em curso neste fim de semana o Pingo Doce junta-se, mais uma vez, "à campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar Contra a Fome, através de vales de produtos que estão disponíveis, até dia 2 de Junho, nas lojas de Portugal Continental e da Madeira, além de presença de voluntários nos dias 25 e 26 de maio".

Ano após ano, os hiper/supermercados deste país enchem-se de gente, que enche a conta bancária dos "merceeiros" Soares dos Santos e Azevedos da parvónia. A malta, vai às compras e o que é que acontece?
Ia comprar um pacote de arroz, compra dois - vai um para o Banco; ia comprar um pacote de esparguete, compra dois - vai um para o Banco; ia comprar uma garrafa de azeite, compra duas - vai uma para o Banco...

E qual é a comparticipação dos "merceerios" e do estado? 
Os "merceeiros", com as vendas a disparar, enchem o baú! 
O estado, idem com o IVA! 
A ganância é um poço sem fundo...
Por isso, é que ao longo dos anos os malandros dos portugueses, os sindicatos vermelhos e as "filhas da puta" das leis laborais, só têm servido para atrapalhar a vida a quem quer criar emprego - claro,  miseravelmente pago. 

Citando Carmo Afonso no Público Público de ontem. 
"Não se estranha que um Governo de direita confunda melhores condições de vida com menos tributação. Não o digo com ironia. Faz parte da matéria de que são feitos os partidos de direita não valorizar (pelo menos, não muito) a tributação enquanto mecanismo de combate às desigualdades e de redistribuição de riqueza. Assumem que consiste, sim, num inconveniente que impede os indivíduos de receberem a totalidade dos rendimentos do seu trabalho e dos rendimentos do seu capital ou património. 
Foi a AD que ganhou as eleições e foi a direita na sua globalidade que obteve a maioria absoluta dos votos dos portugueses. Isso significa que escolheram esta lógica. Não é pois surpreendente que a fiscalidade seja a ferramenta escolhida para atingir os mais variados objetivos: serve para potenciar o crescimento económico, atrair investimento de empresas estrangeiras ou seduzir os mais jovens a ficar em Portugal. 
A parte surpreendente virá a seguir."

sexta-feira, 24 de maio de 2024

Conjunto de medidas, aprovadas em Conselho de Ministros, dirigirido aos mais jovens...

Carmo Afonso. Jornal Público

"Não faço parte da esquerda que confunde ser de esquerda com ter feito um voto de pobreza. Fico verdadeiramente contente por existirem jovens em Portugal que ganham tão bem, e o que gostaria mesmo é que fossem mais nessas condições. Claro que isso não significa que concorde que o Governo os beneficie fiscalmente em necessário prejuízo dos restantes contribuintes. Devemos ter presente que mais de metade dos trabalhadores portugueses ganha menos de mil euros e que apenas 3,3% dos trabalhadores ganha mais de três mil euros. Uma pessoa ouve falar de um conjunto de medidas aprovadas para que os jovens não tenham de emigrar e não conta com este delírio. Aguardo com curiosidade as próximas medidas. Talvez um apoio na aquisição do primeiro carro topo de gama. É sabido que os jovens talentosos têm caprichos. Não é fácil convencê-los a ficar num país destes, um país que em cada esquina tem pespegado um pobre."

Aprendam...

É assim que se fazem as coisas...


"No dia 23 de Maio, ontem, o Público entrevistou Sebastião Maria. E fez disso primeira página dando-lhe o quadrado merecido. 
No dia 24 de Maio, hoje, o Público entrevistou Taylor Swift. 
Não. O Público entrevistou Marta Temido. As mesmíssimas páginas dadas a Sebastião Maria, a 10 e a 11, mas o quadrado na primeira página... 
É assim que se fazem as coisas. Aprendam com quem tem estudos."

A senda continua: "HDFF deixou de fazer cirurgias ao cancro da mama este ano por não ter atingido o número mínimo anual de 100 operações por cirurgião"...

Como escrevia alguém, em janeiro de 2013, a Figueira, ao que dizem, tem um passado glorioso.

Entretanto, pouco mudou.
Nos meados do século passado, ao que dizem, foi uma cidade cheia de pujança social, económica e cultural. Nos dias que passam,  porém, apesar da sua inigualável beleza, parece estar moribunda.

Há quem culpe Aguiar de Carvalho, há quem não desculpe  o "traidor" Santana Lopes e a falta de realismo do falecido Duarte Silva, como os principais culpados do estado a que a Figueira chegou.
Há,  também,  quem aponte o dedo a João Ataíde e a Carlos Monteiro.
Independentemente das culpas que possam caber aos autarcas que têm servido (mal) a cidade e aos governos que a têm prejudicado, a verdade é que os figueirenses  também pouco têm feito para evitar o descalabro actual.

No tempo de Sócrates, perdemos a maternidade. É certo que alguns figueirenses  se levantaram e protestarammas de pouco valeu. A maternidade foi mesmo encerrada.
Isso, foi simbólico.
No final de 2014, a Figueira perdeu o seu jornal mais antigo – o Figueirense – e nada aconteceu para tentar contrariar o destino.
É certo que, ao longo dos anos, outros títulos desapareceram, no essencial, também por  desinteresse dos figueirenses. Recorde-se alguns, nos últimos 30 anos: Barca Nova, Mar Alto, Correio da Figueira, Linha do Oeste.
Os figueirenses têm orgulho – presumo eu -  na Biblioteca e no Museu municipal, no CAE, no associativismo, no Casino,  como exemplos de uma cidade voltada para o lazer e para cultura.
Gostam -  também presumo eu -  da Naval, do Ginásio, do Sporting Figueirense  da SIT, do Caras Direitas, do GRV, da Cruz Vermelha, dos Bombeiros (municipais e voluntários), da Assembleia Figueirense, da Misericórdia -  e  do papel destas entidades em defesa da promoção da solidariedade e  do progresso social, associativo, desportivo e social da cidade e do seu concelho.

Mas isso chega?
Ter orgulho em exibir algumas jóias da coroa, como prova de vitalidade,  é próprio de famílias arruinadas que se agarram a elas para demonstrar que ainda estão vivas.
A Figueira está moribunda, agarrada a um bairrismo provinciano completamente ultrapassado.
A Figueira precisa de gente que goste da cidade, que a ame e a queira voltar a colocar no mapa de forma sustentada e com dignidade -  não como uma moda.
E a senda e os argumentos são sempre os mesmos, como podemos comprovar na edição de hoje do Diário as Beiras.

Confesso-me inquieto. Temos de estar atentos ao nosso Hospital: não vá alguém querer transformá-lo num centro de saúde com diversas especialidades clínicas e um Bloco Operatório a funcionar algumas horas durante o dia. Um concelho com a saúde doente, seria prejudicial, não só à nossa saúde, como também ao desenvolvimento do concelho!
Citando Miguel Torga. “É uma tristeza verificar que a política se faz na praça pública com demagogia e nos bastidores com maquinações. E mais triste ainda concluir que não pode ser doutra maneira, dada a natureza da condição humana, que nunca soube distinguir o seu egoísmo do bem comum e vende a alma ao diabo pela vara do mando. A ambição do poder não olha a meios, pois todos lhe parecem legítimos, se eficazes.”

Comissão de Inquérito à Santa Casa: "Santa Lopes pode ser ouvido"

 Via jornal Público

"BE quer ouvir os ex-provedores da Santa Casa, nomeadamente Pedro Santana Lopes, e todas as equipas de gestão que passaram pela SCML nos últimos treze anos."

Para ler melhor, clicar na imagem

Santana Lopes pondera criação de uma Polícia Municipal

Fonte: Câmara Muncipal da Figueira da Foz

O Presidente da autarquia anuciou que pondera a criação da Polícia Municipal, não só, mas também por se encontrar muito insatisfeito com a actuação da força policial da zona urbana.

“Os Municípios têm uma responsabilidade acrescida, se a polícia só aparece para os gratificados, nós temos que olhar por nós, pois o que faz a atratividade de um concelho também é a segurança”, disse Pedro Santana Lopes.

12.ª edição do Arrisca C, concurso de ideias de negócio

DB/Foto de Ana Catarina Ferreira
O auditório da Incubadora Mar&Indústria, na Figueira da Foz, foi ontem palco da 12.ª edição do Arrisca C, concurso de ideias de negócio, promovido pela Universidade de Coimbra (UC). No total, foram premiados 12 projetos.

“Decidimos trazer este evento para aqui visto que está a fazer um ano que foi inaugurado o Campus da UC na Figueira Foz, que tem estado muito ligado com a economia azul e com as alterações cimáticas”, disse o reitor da UC, Amílcar Falcão, na cerimónia de abertura, num dia marcado também pelo seu aniversário (relembrado durante o evento com a entrega de uma lembrança – na fotografia)

Já Vitória Abreu, vice presidente da IEFF – Incubadora de Empresas da Figueira da Foz, disse ser “um orgulho ter recebido um concurso que motiva o empreendedorismo, a inovação e o espírito empresarial”.

Fonte: Diário as Beiras

Novo projecto industrial na Figueira

Auto de consignação da Empreitada da Área Industrial e Empresarial do Pinhal da Gandra – Obra – Rua dos Cavaqueiros (acesso oeste) – 1.ª Fase, foi assinado ontem na Casa do Paço.

O presidente da Câmara sublinhou na oportunidade a crescente procura de terrenos para empresas no concelho da Figueira da Foz e lamentou a falta de espaços disponíveis, afirmando que “precisamos disto como de pão para a boca”. Santana Lopes criticou o estado actual da zona industrial, considerando-a “um cartão-de-visita” que necessita de intervenção urgente.

Para além da zona industrial do Pincho, anunciou a finalização de uma nova zona industrial em Brenha, na Ferrugenta, com cerca de 12 hectares, destinada a indústrias de pequena e média dimensão. O Município pretende também avançar com projectos de novas áreas industriais a sul, na Marinha das Ondas, e a norte, na Ferreira-a-Nova.

Pedro Santana Lopes defendeu a criação de uma entidade similar à empresa Figueira Paraindústria do seu primeiro mandato, devido à complexidade e urgência destes projectos, que exigem uma gestão mais flexível do que a permitida pela gestão pública.

Fonte: Campeão das Províncias

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Vidas!.. E como é que se explica isto?

Bárbara Reis. Jornal Público. Edição de 17 de Janeiro de 2021

«Em tribunal, António Tânger Corrêa alegou ter uma “carreira imaculada”
Mas as histórias da sua vida são lendárias. Agora que regressou à política activa, o PÚBLICO reconstitui a carreira de um diplomata sempre a pisar o risco: recebeu um veleiro, arrombou uma casa, foi suspenso. O percurso de “António Ranger” é um catálogo de “casos”

Revista Sábado

"A segunda semana de maio apanhou de surpresa várias pessoas do núcleo duro do Chega. Uma catadupa de entrevistas a António Tânger Corrêa, cabeça de lista às europeias, trouxe à tona as suas posições mals polémicas. Desde a alegada existência de uma Nova Ordem Mundial a mando de uma elite obscura até à insinuação de que os judeus que trabalhavam nas Torres Gémeas terão sido avisados do ataque da Al-Qaeda a 11 de setembro de 2001, passando pela teoria racista da grande substituição populacional."

E como é que se explica isto?

"Dizem que o partido da taberna é o partido de um homem só, que se desdobra em comentários, aparições televisivas, sobe ao palanque no Parlamento, dá a cara por tudo, aparece por todos, 49 em 1, e que no dia em que o taberneiro desaparecer desaparece com ele o fenómeno. Só que entretanto aparecem as europeias e quem vai a debate é o cabeça de lista, é agora o descalabro, um negacionista da covid, um chalupa da teoria da conspiração, os judeus dominam o mundo, o Japão só não invadiu a América na segunda guerra por causa dos John Wayne em cada esquina, desafiar Putin para um combate de artes marciais, ninguém no seu perfeito juízo vota em alguém sem uma ponta de juízo, as vergonhas que Portugal deve ter passado durante o consulado como embaixador, lucy in the sky with diamonds. 
E depois sai a sondagem e dá o chalupa em terceiro lugar com uma estimativa eleitoral de 15% e 3 a 4 deputados."

A propósito da passagem do espectáculo «A Frota Branca- Histórias, Canções, Saudade» pela Figueira da Foz

Vídeo: Biblioteca Municipal da Figueira da Foz

A última fronteira da liberdade é o silêncio. O silêncio pode ser bom. O silêncio pode ser mau. As palavras - mesmo quando as palavras se tornam leves, são importantes. Há a fúria dos silêncios. Há a doçura das ausências. O que apetece, quando morrem pessoas, é o silêncio. Porém, Eugénio de Andrade libertou as palavras das grilhetas que as prendiam, deixou que elas dissessem tudo o que entendessem. Disse-nos, pacientemente, que as palavras não se querem aprisionadas pelo silêncio.

Na passada terça-feira, algums dezenas de figueirenses, tiveram oportunidade de ver uma «bonita e merecida homenagem "aos homens de ferro" da dura vida da Pesca do Bacalhau: aos que sobreviveram e aos muitos que no mar encontraram a sua sepultura»...
Algo que merecia a presença do vereador da Cultura da Câmara Municipal da Figueira da Foz.

"Homens de ferro, navios de madeira, Terra Nova, mar bravio, pesca do bacalhau, coragem, perseverança e fé….
Estórias de vida foram cantadas e tocadas no palco do Auditório Madalena Biscaia Perdigão, na noite de 21 de maio, deleitaram o público presente, graças à harmoniosa e exímia qualidade dos artistas que deram vida ao espetáculo «White Fleet Suite», em português «A Frota Branca- Histórias, Canções, Saudade» que teve ontem, na cidade da Figueira da Foz, a sua última exibição.
Uma compilação de cultura e história compartilhadas que narra, com música tradicional e original, canções e poesias de Portugal e de Newfoundland, com projeções audiovisuais, a vida dos mareantes portugueses - “trazidos por ventos de longe”, em navegações muito antiquadas, em paralelo com um novo país, onde deixaram o seu legado e beberam do muito que aquele novo horizonte, lhes proporcionou."
Salazar, depois de ascender ao poder em 1933, pela força, mandou a juventude para a pesca do bacalhau, com a mesma frieza com que, anos depois, a partir de 1961, a enviou para a guerra do Ultramar.
A vida a bordo dos homens,meninos nos dóris, era trabalhar, passar fome e ser maltratado.
Viesse o diabo e escolhesse, porque a uma dessas guerras a malta da minha geração vivia com o fantasma aterrador de ter que ir.
Era assim o Portugal da ditadura.
Uma ditadura que só terminou há 50 anos, mas que tantos saudosos já tem!
A Figueira merece um Museu do Mar, tematicamente adequado, para uma cidade de tantas tradições marítimas.
Existiram, não há muitos anos, possibilidades de uma parceria entre a Câmara e outras entidades (por exemplo o CEMAR e outras...) que podiam ter sido exploradas.
Existiu, também, a disponibilidade de apoios de várias entidades, entre as quais a Marinha Portuguesa.
O nosso Museu do Mar, se alguma vez chegar a existir, deveria contar a história da fauna e da flora marítima da nossa faixa costeira e a história da actividade industrial e comercial que a Figueira teve com o aproveitamento do mar. Sem esquecer, porém, as vidas das mulheres e dos homens que viveram do rio, do mar junto à costa portuguesa e dos que se aventuram na faina maior.
A história das gerações de milhares de pessoas do nosso concelho, que viveram "do mar salgado feito de lágrimas derramadas - à partida de Lisboa na incerteza de um regresso; às voltas do mar; às tempestades; ao perigo iminente dos homens nos dories; à saudade; à esperança e à fé na “sempre fiel imagem de Nossa Senhora de Fátima” tudo foi visto, tudo foi escutado, tudo foi sentido, num espetáculo que enalteceu os que sobreviveram e homenageou aqueles que, no mar, encontraram o seu derradeiro lar- a sepultura".
Felizmente que existe a "ode à História Marítima Figueirense", a obra de Manuel Luís Pata, filho, neto e bisneto de pescadores, que passou a 2ª Guerra a bordo da Frota Branca, praticamente o único testemunho e legado que resta para lembrar a importância que a pesca do bacalhau teve no século passado no concelho da Figueira da Foz: a triologia literária que nos deixou sobre a Figueira e a sua vida ligada à "faina maior"

É uma história mais do que extraordinária, incrível mesmo, que vale a pena ler, especialmente pelas gerações mais jovens. Para eles, o que ficou para sempre escrito por Manuel Luís Pata, deve parecer ficção. Infelizmente não, era a realidade de uma Terra de pescadores há cem anos.

Tem episódios absolutamente exaltantes. Como este: A Fuga a dois de Bote para a América (Campanha de 1926). Para ler, basta clicar aqui.