quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Exemplar...

Portugueses de bem


«Número três da lista de candidatos pelo Chega de Viana do Castelo é "empresário da noite". [...]
 estes negócios deverão estar ligados à exploração sexual de jovens sul-americanas.

Candidato a deputado do Chega por Castelo Branco foi condenado em 2002 a 3 anos de prisão por roubar esmolas e assaltar casas. 

Novo deputado a ser eleito pelo Chega em Lisboa usa um nome falso e tem dívida de quase 15 mil euros na Lista Pública de Execuções. 

Líder do Chega em Aveiro foi condenado, em 2020, a um ano e seis meses de pena suspensa, a pagar 600 euros de indemnização e a frequentar um programa especial para condenados por violência doméstica.

Uma denúncia feita por ex-dirigentes do Chega relacionada com o desaparecimento de uma Ata fez com que um juiz de Braga ordenasse uma diligência judicial na sede nacional do partido de André Ventura em Lisboa, pois já não existe sede em Braga por falta de pagamento da renda

Após ano e meio em terra o batel "Sal do Mondego" vai voltar a navegar na primavera...

Entre os finais dos anos 80 do século passado e o ano 1 do século XXI, o barco do sal esteve ausente das águas do nosso rio

Há cerca de 23 anos, porém, mais precisamente a 5 de Agosto de 2001, um batel de sal voltou a navegar no Mondego. Tal acontecimento ficou a dever-se à parceria “Sal do Mondego”, que foi a entidade responsável pela construção duma réplica de um barco de sal. Faziam parte desta parceria as seguintes Instituições: Assembleia Figueirense, Associação Comercial e Industrial, Ginásio Clube Figueirense, Misericórdia da Figueira e as Juntas de Freguesia de São Julião, Alqueidão, Vila Verde, São Pedro, Lavos e Maiorca. A viagem inaugural deste barco, foi uma iniciativa da Empresa Vidreira do Mondego, que organizou um passeio fluvial à Festa da Nossa Senhora da Saúde, em Reveles, uma festa, aliás, que diz muito a diversas gerações de homens do mar da Freguesia de S. Pedro. Nesse já longínquo primeiro domingo de 5 Agosto de 2001, a parceria gestora e proprietária do batel viu mais uma entidade aderir à iniciativa: a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários.

Como se pode ler na edição de hoje do DIÁRIO AS BEIRAS, o “Sal do Mondego” (réplica de um batel, embarcação de madeira típica da região para transporte fluvial do sal marinho produzido nas salinas do território figueirense) encontra-se, neste momento, na Marina da Figueira da Foz, a aguardar pela reparação do motor. Quando o motor for instalado, o que se prevê que aconteça na primavera, regressará ao cais do Centro Náutico da Fontela. 
A embarcação é propriedade do Município da Figueira da Foz e está cedida à Junta de Via Verde, tendo esta a incumbência de realizar viagens turísticas e pedagógicas à zona salgada, nomeadamente à Ilha da Morraceira e ao Núcleo Museológico do Sal (este, em Armazéns de Lavos). 
A reparação, financiada pelo município, custou 34,5 mil euros. Nesta empreitada foi substituída grande parte da madeira e aplicada uma nova pintura. Os trabalhos decorreram ao logo de quatro meses, com várias interrupções devido ao estado tempo, ao ar-livre, no Cabedelo. 
Quando o barco regressar ao estuário do Rio Mondego será para retomar as viagens pelo salgado da Figueira da Foz, com um custo simbólico. Vários operadores turísticos, apurou o DIÁRIO AS BEIRAS, têm manifestado interesse nesta rota assegurada pelo batel. 
A embarcação tem capacidade para 12 pessoas. Há cerca de um ano e meio que o “Sal do Mondego” se encontra inoperacional. A paragem foi forçada pela necessidade de ser submetido a uma reabilitação quase total.

Lembrar o escorpião

"... uma performance, tão misógina quanto memorável, no guião de “O professor Marcelo”, o escorpião.
Haja memória da cultura reacionária de PSD-CDS-PPM-IL-Chega. Haja Estado de Direito Democrático e Social."

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Concurso Gastronómico do Arroz Doce

Enquanto não aparecem novidades sobre a recondução da admnisitração portuária, Santana Lopes vai poder adocicar a boca no fim-de-semana.

Via Diário as Beiras

Associações de imigrantes apontam para os riscos de um discurso que se aproxima da extrema-direita e que não encontra sustentação na realidade

Dados oficiais desmontam tese de Passos sobre imigração e segurança

Via Diário de Notícias

"... basta olhar para os números da Segurança Social, segundo os quais em cada 100 imigrantes, 87 são contribuintes para o sistema (no caso dos portugueses, são 48 para cada 100). Ou seja, a esmagadora maioria está a trabalhar, sendo que nestes números há reformados e crianças. Mais: entre os estrangeiros só 38 em cada 100 beneficia de apoios sociais, enquanto nos portugueses o número sobe para 79 em cada 100."

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

A direita anda a brincar com coisas sérias, como a xenofobia, a liberdade e a democracia...

«Existe relação entre imigração e segurança, como sugeriu Passos Coelho? Nem por isso.»
«Não se verifica, também, correlação entre o aumento do número de estrangeiros em Portugal e a criminalidade reportada. Entre 2014 e 2022, o número de estrangeiros aumentou em cerca de 98%, de acordo com os números do Observatório de Migrações. Porém, o número de crimes participados em 2022, apesar do aumento em relação ao ano anterior, continua a ser inferior a valores de 2014 e 2015, quando a população imigrante era praticamente metade da actual.»

O mandato termina a 31 de dezembro próximo: qual é a pressa?..

 Via Diário as Beiras

"Santana Lopes, eleito pelas listas do movimento de cidadãos Figueira A Primeira (FAP), propôs ao então ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos o nome de Carlos Monteiro para a administração portuária, era este vereador da oposição. O recandidato socialista perdeu as eleições autárquicas de setembro de 2021 para o candidato independente. Carlos Monteiro acabaria por integrar o conselho de administração dos dois portos."


Liberdade de escolha, razão e demagogia

"A liberdade de escolha constituiu o elemento a partir do qual os debates tradicionais sobre a liberdade e a necessidade começaram na Grécia há mais de dois mil e quinhentos anos. O problema da liberdade de escolha reside na contradição resultante do facto de podermos decidir contra o bem essencial, transformando a liberdade em servidão. Isso acontece porque a liberdade pode resumir-se à escolha do conteúdo, das normas e dos valores a partir dos quais a nossa natureza essencial, incluindo a nossa liberdade, se expressa. A liberdade pode agir contra a liberdade, entregando-nos à servidão. E esse é o projeto das “democracias iliberais”, ou formais que nos está a ser proposto como paradigma da democracia. Votais! — o resto está por conta de outrem, de nós, os vossos representantes. Este tipo de “democracia” é o meio ideal de criação e desenvolvimento dos demagogos e da demagogia. Dos abutres da liberdade, dos que comem o interior dos corpos, os órgãos vitais que garantem a liberdade e deixam o esqueleto, que continuam a designar por democracia. Não é, como o cavername de um barco não é um barco e não navega."

Carlos Matos Gomes

Passos: mais valia ou problema para Montenegro?

Foto: Tiago Petinga/Lusa
Após o discurso do Algarve, André Ventura veio  logo  dizer que «Passos Coelho mostrou a   Montenegro como deve fazer»
Duas passagens do discurso de Passos Coelho confirmam que ele é defensor de um futuro acordo com o Chega: 
1 - quando aconselhou a que "o PSD fizesse aquilo que faz falta para ser governo"
2 - e  quando, na linha de Ventura, "associou a imigração à insegurança".
Parafraseando Ventura, logo a seguir ao discurso de Passos no Algarve: "o que Pedro Passos Coelho disse hoje foi «ponham os olhos no Chega»."
Voltando a citar Ventura, após o discurso de Passos Coelho ontem à noite no Algarve.
"Desconfio cá para mim que até ao fim desta campanha ou até ao fim deste ano, ou na pior das hipóteses até ao fim da legislatura, eu acho que Pedro Passos Coelho ainda se muda para o Chega".
Passos continua coerente: deve fazer-lhe impressão ser imitado por gente banal

Nota de rodapé.

Ventura quer limpar Portugal. E o Chega?

"A grande “família” do Chega" é um trabalho de investigação do Jornalista Miguel Carvalho, ontem publicado no Jornal Público, que merece ser lido na sua totalidade (quem o quiser fazer basta clicar aqui). Tem coisas verdadeiramente assustadoras. Para quem não o fez, fica um pequeno, mas significativo extracto.
"A lista de extremistas que, em tempos, se preparavam para entrar no partido e que entreguei em mão ao André tinha nomes ligados ao assassinato de Alcindo Monteiro. Era extrema-direita dura”, recorda ao PÚBLICO o antigo vice-presidente do Chega, Nuno Afonso, que se desfiliou e encabeça a coligação Alternativa 21 por Lisboa. “Já tinha suspeitas de que vagas de pessoas desse género podiam entrar, havia gajos da NOS [Nova Ordem Social], a extrema-direita a sério. Mas quando mostrei a lista ao André [Ventura], a resposta foi: ‘Não faz mal, queremos os votos de toda a gente’".

Afastaram-se do PCP, mas voltam para o salvar da ameaça do desaparecimento

 Margarida Davim via Diário de Notícias

«Ex-dirigentes sindicais, muitos dos quais se desfiliaram do PCP, assinam documento de apelo ao voto na CDU. Ecologistas independentes pedem regresso do PEV ao Parlamento. E de várias áreas da esquerda há quem venha defender a importância do PC. É um apelo ao voto que começa com uma invocação da memória. Da forma como o PCP, juntamente com “outros democratas que lutavam pela liberdade, pela democracia e pela paz”, ajudou a construir direitos dos trabalhadores que ficaram firmados na Constituição de 1976. É em nome dessa história que, um conjunto de ex-sindicalistas da CGTP, vários dos quais saíram entretanto do PCP, assinam  um manifesto de apelo ao voto na CDU no dia 10 de março. Entre os signatários estão nomes como o do antigo secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, que se desfiliou do PCP há mais de 12 anos, de José Luís Judas, que depois de deixar de ser comunista foi presidente da Câmara de Cascais pelo PS, ou de António Avelãs, histórico sindicalista da Fenprof, que já esteve no BE e nas últimas autárquicas foi candidato pelo movimento independente Cidadãos por Lisboa.


A importância do “chão do PCP”

“Se o chão em que assenta o PCP desaparecer, ele é insubstituível”, declara Manuel Carvalho da Silva ao DN. E que chão é esse? “Uma preocupação programática, estrutural, intrínseca à sua essência, com o mundo do trabalho e os trabalhadores”, responde o antigo sindicalista, lembrando como o Partido Comunista em Portugal tem as suas raízes no movimento sindical do início do século XX. “O PCP é filho do sindicalismo e não o contrário, como muitas vezes por aí se diz”, nota.

“Não menorizo o papel de outras forças políticas. Mas o enfraquecimento do PCP será o desaparecimento de um chão que faz falta à luta dos trabalhadores”, defende Carvalho da Silva, que decidiu assinar o texto também pela forma como este manifesto sublinha a importância de uma frente mais ampla, lembrando como há 50 anos se uniram “trabalhadores e trabalhadoras comunistas, católicos, socialistas, de demais partidos e independentes” na construção de Abril.

“Tem grande significado na atualidade esta mensagem de que o movimento sindical precisa desta pluralidade”, frisa o antigo secretário-geral da CGTP, que chegou a apelar ao voto em António Costa para a Câmara de Lisboa nas autárquicas de 2009, mas que assegura que, apesar do afastamento do PCP, o seu quadro de valores “se mantém o mesmo”.

As “poderosíssimas ameaças da direita pró fascista”

Num momento em que as sondagens dão a perspetiva de uma quebra eleitoral acentuada para a CDU e em que a extrema-direita aparece em tendência oposta, Manuel Carvalho da Silva lembra que “a sociedade portuguesa deve muito ao PCP” e que esse é um partido em que há “um apego institucional às instituições da democracia que é muito significativo” e que entende ser particularmente relevante neste contexto político.

No texto, que é assinado por 50 históricos do sindicalismo em Portugal, defende-se que há neste momento uma tentativa deliberada de fazer desaparecer o Partido Comunista. “Dois grandes objetivos da direita são, no imediato, aprofundar o ataque aos direitos dos trabalhadores, aos sindicatos e à CGTP-IN, e enfraquecer, ou mesmo anular a existência eleitoral do PCP”, lê-se no documento, que afirma que são “poderosíssimas as ameaças das forças da direita, incluindo a direita pró fascista”, que não esconde as suas “intenções de regresso a um passado ditatorial”.

“É um momento crítico”, diz ao DN António Avelãs, que entendeu ser “uma atitude justa” apelar ao voto na CDU nestas eleições, defendendo que essa “tem sido a mais séria e consistente na defesa dos trabalhadores” e pela qual tem “um profundo respeito”, apesar de todas as divergências que, sublinha, o separam de outros dos signatários do mesmo texto. “Há divergências que me afastam de outros camaradas que assinam o documento, mas o que há de comum é muito mais importante”, argumenta.

Ecologistas pedem voto no PEV

Este sábado, o Partido Ecologista Os Verdes (PEV) – que juntamente com o PCP integra a CDU – apresentou também um documento de apelo ao voto na coligação comunista, subscrito por 130 ecologistas, a esmagadora maioria dos quais independentes.

“Nestes dois anos em que o Partido Ecologista Os Verdes deixou de ter representação parlamentar, as matérias ambientais e da sustentabilidade perderam enfoque na agenda parlamentar e deixaram de ter expressão regular na Assembleia da República”, alegam os subscritores do documento, que acreditam que “a presença de deputados dos Verdes na Assembleia da República é fundamental para alertar, denunciar, propor e encontrar soluções estruturalmente sustentáveis” para o momento de emergência climática que se vive.

“Os Verdes fazem falta na Assembleia da República! É fundamental que esta voz determinada e consequente regresse ao Parlamento para que a agenda ecologista seja marcante e constante, para que o ambiente – o suporte da vida – seja priorizado e não negligenciado”, escrevem.

Estes dois apelos ao voto na CDU juntam-se a um outro manifesto, divulgado no início de janeiro, pela plataforma Iniciativa dos Comuns, que agregou ex-militantes comunistas e bloquistas, anarquistas e independentes num apelo comum ao voto.

Apelo da Iniciativa dos Comuns já foi subscrito por 400 pessoas

“Não somos militantes do PCP, nem do PEV e não partilhamos todas as suas posições. Mas sabemos da importância e seriedade das suas propostas em áreas fundamentais. Propostas que enfrentam interesses entranhados, do imobiliário à banca, e que são feitas em nome de um país que se quer solidário e autónomo”, lê-se no texto, que foi subscrito por ativistas sociais, como os rappers Flávio Almada e Xulajji, por jornalistas, como José António Cerejo ou Emídio Fernando, mas também por nomes ligados à cultura ou à ciência.

“Por jogar o seu jogo e não cair nas armadilhas do soundbite, o PCP tem sido silenciado. O verdadeiro cordão de silêncio é à volta do PCP, e isso é objetivo. Só isso já me faz gostar dele”,dizia na altura ao DN o escritor Rui Zink para justificar o apelo ao voto na CDU, apesar de todas as críticas que tinha feito publicamente aos comunistas a propósito da guerra na Ucrânia.

“Embora eu discorde em muitas coisas do partido, faz muita falta a voz do PCP na Assembleia da República”, afirmava também ao DN o jornalista José António Cerejo, assumindo pela primeira vez o apoio a uma força política por já estar reformado.

“Na hora de elegermos quem nos represente, a redução da política a uma simples tarefa de gestão dos danos provocados pelos interesses capitalistas, sem contrapeso político, convida-nos a optar pelo ‘mal menor’. E, no entanto, se deu a maioria absoluta ao Partido Socialista, a lógica do ‘mal menor’ nada resolveu”, defende-se no texto que foi subscrito por 400 pessoas dos bairros, universidades, empresas e órgãos de comunicação social e de diversos sectores sociais, todas sem filiação partidária, para defender a importância do voto na CDU nestas legislativas.

“Em breve celebraremos os cinquenta anos do 25 de Abril. É uma questão de memória, mas também de futuro. A revolta e a alegria das pessoas comuns que há meio século saíram à rua deram pleno sentido à longa história da resistência antifascista e das lutas anticoloniais. É na sua esteira que vos escrevemos, a fim de partilharmos as nossas preocupações com a situação atual e para vos dirigirmos um apelo mobilizador”, lê-se no texto, que foi buscar o título a um verso do poeta recentemente falecido Manuel Gusmão, para se apresentarem como a “esperança que não fica à espera”

domingo, 25 de fevereiro de 2024

A grande “família” do Chega

"A direita radical populista atrai a simpatia de várias camadas da sociedade, da aristocracia ao povo de esquerda. Retrato inédito do partido que mais sobe nas sondagens face às legislativas de 2022."

Para ler na edição de hoje do Jornal Público.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Tiago Oliveira é o novo secretário-geral da CGTP-IN

O XV congresso da CGTP, a maior e mais antiga central sindical do país (de acordo com dados do último congresso, realizado em 2020, a CGTP representava 556 mil trabalhadores em todo o país), que se realizou ontem e hoje, passou ao lado das televisões. Apesar disso foi um momento alto na vida sindical portuguesa. Um momento de reflexão colectiva, reforço de unidade, de recalibrar a mira da acção sindical, de recarregar baterias para as longas batalhas que o futuro reserva e de mudança na direcção. Entre as mudanças que se fazem sentir na Comissão Executiva, mudou-se também o secretário-geral. Isabel Camarinha atingiu a idade limite para continuar com a tarefa que teve ao longo deste últimos anos e chegou a hora de passar a pasta a Tiago Oliveira um desconhecido dos holofotes mediáticos porque estes nunca o quiseram conhecer. 
Tiago Oliveira tem 43 e é actualmente o coordenador da União de Sindicatos do Porto. Foi eleito novo secretário-geral da CGTP-IN com 107 votos a favor e 25 votos em branco. Mecânico de pesados, Tiago Oliveira deu os primeiros passos na actividade sindical no Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte. Começou a trabalhar na Auto Sueco, na Maia, quando tinha apenas 17 anos. Cinco anos depois, foi eleito delegado sindical pelos colegas da empresa. Nas várias recolhas de opinião que estão a ser feitas sobre o seu perfil, não faltam os elogios, mas também o destaque à sua combatividade e os enormes contributos que deu nas lutas da Petrogal, da Cerâmica de Valadares, da Auto Sueco ou da Efacec.

Na AM realizada ontem, proposta de revisão do contrato da concessão de água e saneamento foi aprovada com os votos a favor da FAP

 Via Diário as Beiras
"... proposta de revisão do contrato da concessão de água e saneamento foi aprovada na AMFF com os votos a favor da FAP e a abstenção do PS, que já se havia abstido na reunião de câmara, e do PSD. O BE e a CDU votaram contra."

Investimento de 25 milhões de euros vai criar 80 postos de trabalho

Via Diário as Beiras

«O Grupo DST, com sede em Braga, vai investir 25 milhões de euros numa fábrica de construção modular em betão na Zona Industrial da Figueira da Foz, numa área de 20 mil metros quadrados. O contrato-promessa de compra e venda de 21 lotes, que custam 1,2 milhões de euros, entre a empresa nortenha e o Município da Figueira da Foz foi assinado ontem, na Casa do Paço. A escolha da Figueira da Foz para este investimento teve em conta a sua localização e as acessibilidades rodoviárias, ferroviárias e, sobretudo, portuárias e o facto de ter lotes industriais disponíveis. A construção da fábrica, segundo adiantou o presidente do conselho de administração do grupo empresarial, José Gonçalves Teixeira, deverá arrancar até ao final do ano, tendo um prazo de execução de seis meses. O empresário adiantou ainda que a fábrica vai ser equipada com uma impressora 3D e Inteligência Artificial (IA). Ora, isso significa que será uma unidade industrial robotizada, o que equivale a ter um quadro de pessoal mais reduzido do que uma unidade industrial “analógica”. Mas serão trabalhadores altamente especializados, num total de 80. José Gonçalves Teixeira afiançou que, através da IA, a Agenda Mobilizadora do Plano de Recuperação e Resiliência para a construção modular, com que o grupo foi contemplado, “vai criar novas profissões”. A IA, sustentou o gestor, “não vai acabar com o trabalho, vai fazer nascer outras profissões”

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

É um trabalho chato, mas tem de ser feito

«A mim, enquanto português, não me é indiferente saber se José Sócrates é culpado ou inocente. E quando digo saber, é mesmo isso: não me basta ter uma ideia, uma percepção, uma presunção, uma preferência. Eu quero saber qual das duas coisas é verdade: se tivemos um primeiro-ministro que, como sustenta a acusação pública, foi corrupto até à medula ou se, pelo contrário, foi e continua a ser alvo de um procedimento judicial fundado justamente em presunções e não em factos. A menos que estivesse disposto a aceitar, desde já, a conclusão tirada pelo director do “Público”, David Pontes, quando escreveu que “a presunção de inocência continua a valer, mesmo que as fracas justificações de José Sócrates há muito tenham levado a maioria dos portugueses a tirar as devidas conclusões sobre a sua conduta”. Há muito e as devidas conclusões? Desde quando e com base em quê? Acaso a “maioria dos portugueses” e o próprio David Pontes se deram ao trabalho de ler com atenção e espírito isento as 4083 páginas da acusação do Ministério Público (MP), as 6728 páginas da decisão instrutória do juiz Ivo Rosa e agora as 683 páginas do acórdão da Relação sobre o recurso do MP dessa decisão? É um trabalho muito chato, eu sei, mas acham que é possível tirar “as devidas conclusões” sem o fazer? Se sim, então para que será necessário também um julgamento? Bom, eu dei-me a esse trabalho (saltando os longos e repetidos copy paste), porque, como disse, a conclusão não me é indiferente enquanto cidadão e só será séria se informada. De tudo o que li e ouvi ao longo destes 10 anos tirei algumas conclusões que me parecem pacíficas:

— Durante três anos, de 2011 a 2014, José Sócrates (J.S.) viveu, e largamente, à conta de um amigo, Carlos Santos Silva (C.S.S.), que lhe pagou todas as despesas pessoais, incluindo aquelas de outras quatro ou cinco pessoas a quem ele, por sua vez, ajudava a sustentar;

— Mas se viver por conta, especialmente um ex-PM, não será propriamente glorioso, também não é crime. E tanto J.S. como C.S.S. admitiram que o primeiro vivia dos empréstimos do segundo, que, pelas contas deles, terão somado entre meio milhão e 1,1 milhões de euros — ou 4.733.691,30 euros, segundo a acusação;

— Porém, diz o MP, isto só foi possível porque o dinheiro, que provinha de contas de C.S.S. na Suíça, não era dele, mas sim de J.S., e adquirido devido a corrupção;

— Disto — de uma e outra coisa — não existe qualquer prova directa no processo, sustentando o MP, e agora também o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), que tal não é necessário, bastando a prova por deduções, suposições ou presunções, pois que, como foi escrito a certa altura, “quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado lhe vem”. Salvo melhor opinião, tal não me parece nem suficiente nem recomendável como prática de incriminação criminal: se eu for apanhado a comer caviar no Gambrinus, isso não significa que tenha acabado de assaltar um banco. Sócrates começou a ser investigado muito antes de ser preso; esteve detido preventivamente 10 meses; o inquérito demorou cinco anos e foram interrogadas dezenas de pessoas, feitas inúmeras buscas, centenas de apreensões, horas incontáveis de escutas telefónicas e inumeráveis outras diligências envolvendo uma quantidade imensa de procuradores e inspectores: é difícil convencer um tribunal sem pré-juízos de que, face à magnitude de meios da investigação envolvidos e à gravidade da acusação — Sócrates corrompido pelo Grupo Lena, por Vale do Lobo e pelo GES —, não haja para apresentar como prova do que se imputa um só testemunho, uma escuta, um e-mail, um documento, um papel, uma fotografia, uma transferência bancária, o relato de um encontro, uma conversa. Nada.»

Miguel Sousa Tavares

“Mar Maior”, documentário da RTP1, mais uma vez no CAE

“Mar Maior”, documentário da da RTP1, tem apresentação agendada para o dia 2 março, pelas 16H00, no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz. A entrada é grátis, sujeita ao levantamento prévio na bilheteira do equipamento municipal.
«Mar Maior», um documentário de Rui Bela & Senos da Fonseca, é uma jornada cinematográfica emocionante, que mergulha na história e na cultura da pesca à linha do bacalhau, destacando a dedicação e a coragem dos pescadores portugueses que enfrentavam os desafios de uma actividade extremamente dura e perigosa. Mergulha nas profundezas dos mares da Terra Nova e da Gronelândia retratando a fascinante tradição da pesca à linha do bacalhau, mantida pelos pescadores portugueses ao longo de cinco séculos de história, bem como as relações entre portugueses e canadianos e ainda a construção naval em madeira. São revelados alguns dos segredos da pesca, plasmando a luta quotidiana dos pescadores enquanto embarcavam nos seus frágeis dóris, nas suas jornadas extremamente perigosas, em busca do cobiçado bacalhau, e a imponência dos famosos lugres bacalhoeiros concebidos por afamados mestres construtores navais portugueses.
Esta obra pretende ser um tributo não apenas à pesca à linha do bacalhau, mas também ao espírito de perseverança e resiliência dos pescadores portugueses, que enfrentavam tempestades e condições adversas, mantendo viva uma tradição secular. Tem testemunhos do pescador figueirense Adelino Agostinho, gravados no Núcleo Museológico do Mar.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

PSP diz que tiros denunciados por Chega em Famalicão eram rateres de mota!..

"O presidente do Chega denunciou esta quarta-feira que a caravana do partido foi recebida por tiros em Vila Nova de Famalicão (Braga), mas a PSP esclareceu que os sons eram 'rateres' produzidos por um motociclo" integrado na comitiva"
!..
Pelos vistos, o Chega é uma comédia... 
Qual seráo screech que se segue?
A vitimização do Ventura já começa a ser pueril e ridículca: por tudo e por mais alguma coisa, são os ciganos,
são os imigrantes, são os jornalistas, é vitimai de ameaças e até o interrompem nos debates em que participa...

Junta de Buarcos e São Julião decidiu mudar o tema da Feira Medieval Infante D. Pedro, que se realizava junto ao Forte de Santa Catarina, passando a ser um evento dedicado às invasões francesas

Via Diário as Beiras

"A Junta de Buarcos e São Julião decidiu mudar o tema da Feira Medieval Infante D. Pedro, que se realizava junto ao Forte de Santa Catarina, passando a ser um evento dedicado às invasões francesas. Por outro lado, o evento muda-se, já nesta edição, de 28 a 31 de março, para a praça João Ataíde, mantendo-se na zona de influência urbanística do antigo forte militar.

O Festival Pirata, que até agora se realizava no topo Sul das muralhas de Buarcos, por sua vez, muda-se para o topo Norte, na Tamargueira."

Tenham calma que o Gonçalo da Câmara Pereira ainda vai entrar na campanha

Gonçalo da Câmara Pereira anuncia que vai entrar na campanha da AD. 

Embora seja líder do PPM, um dos três partidos que compõem a Aliança Democrática, tem andado ausente da pré-campanha eleitoral. Ontem, porém, o líder do  PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, reapareceu na CNN e assumiu não ter gostado do lugar de pouco destaque que lhe calhou nas listas de candidatos a deputados. E recusou que seja preciso “andar de mão dada” com Luís Montenegro. "Andar de mão dada ando com a minha mulher" disse o líder do PPM. "Chamam-me machista porque sou bom ator. Também me chamaram rei Eduardo IV por causa de uma peça de Shakespeare"Sobre o caso de suspeitas de corrupção na Madeira, afirma assim: "Sobre corrupção não me meto nisso porque acho que coiso".

Quando é que se começa a prever aquilo que era previsívil há muito?

Falta de lampreia obriga Câmara de Penacova a cancelar festival


A Câmara de Penacova decidiu cancelar o Festival da Lampreiaevento que normalmente decorria em fevereiro, face à escassez daquele peixe. O presidente do município, disse que vai organizar um colóquio para debater o declínio da espécie em Portugal. 
O Festival da Lampreia, que normalmente decorria no final do mês, foi cancelado devido à falta de lampreia, disse aos jornais Álvaro Coimbra, referindo que o período para a lampreia vai até abril, mas não se prevê que haja uma grande alteração face ao cenário atual. 
Em 2022, o município foi obrigado a suspender o festival também face à escassez daquela espécie que se reproduz no rio Mondego, tendo depois realizado o certame em abril. “Um evento gastronómico pressupõe abundância e, neste momento, a lampreia é pouca e muito cara”, aclarou o autarca. 
Por aquele concelho ser conhecido como uma referência na confeção da lampreia, Álvaro Coimbra decidiu avançar com um colóquio para abordar o declínio da espécie no território português, num evento que terá também como intenção exigir medidas para que o atual cenário seja revertido. Organizado pela Câmara de Penacova e pela Confraria da Lampreia de Penacova, em colaboração com o Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, o colóquio irá decorrer no sábado, no auditório municipal. “Tendo em conta que somos conhecidos como a capital da lampreia, tínhamos de fazer alguma coisa e convidar a comunidade científica para debater esta questão”, referiu Álvaro Coimbra. Segundo o presidente da Câmara de Penacova, serão também convidadas “uma série de entidades públicas ligadas ao setor”, a quem serão apresentadas propostas de medidas para assegurar a preservação da espécie nos rios portugueses. 
Álvaro Coimbra admitiu a possibilidade de se proibir a pesca da lampreia, salientando que, para o município, “em primeiro lugar, está a preservação da espécie”O director do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (Mare) defende a proibição da pesca da lampreia, para garantir a recuperação de uma espécie que escasseia cada vez mais nos rios portugueses. 

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Obras de remodelação do antigo hotel Mercure estão embargadas

Via Diário as Beiras: "A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) mandou embargar as obras de remodelação do antigo hotel Mercure, entretanto rebatizado com o nome Hotel Vila Galé Collection Figueira da Foz. O Município da Figueira da Foz, na semana passada, dando provimento legal ao pedido, embargou os trabalhos. A unidade hoteleira está classificada como imóvel de interesse público desde 2002."


“Sensação de sequestro” e ameaças na manifestação de polícias no Capitólio

«A forma como a manifestação se deslocou para um local que não tinha sido previamente comunicado à PSP e à Câmara de Lisboa, levou o diretor nacional da PSP a decretar a abertura de um inquérito interno e a enviar um auto de notícia ao Ministério Público, “tendo em conta o eventual envolvimento de polícias da PSP nesta ação não comunicada” – como explica uma nota enviada às redações.

Na edição de hoje do Diário de Notícias pode ler-se na primeira página: jornalistas, políticos e comentadores contam como foram insultados e ameaçados por elementos das forças de segurança que protestavam à porta do Teatro Capitólio, momentos antes de começar o debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro.

Dois exemplos: «Quando Pedro Marques Lopes saiu do Capitólio, a manifestação de polícias já tinha tomado conta do espaço em torno do teatro onde ia começar o debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro. O comentador da SIC teve de atravessar a multidão de manifestantes, enquanto ouvia insultos. “És uma vergonha, filho da puta”. A certa altura, alguém encostou uma vuvuzela ao seu ouvido. O som deixou-o atordoado. “Toda a cena foi absolutamente inqualificável”, diz ao DN.

“Filha da puta, hás-de pousar, cabrão”. Foi este tipo de insultos que José Eduardo Martins, outro comentador SIC, ouviu “entredentes” enquanto avançava pela multidão. “A sensação era a de que estava no meio de uma manifestação de motards, de Hell’s Angels. Se não me tivessem dito que eram polícias, eu confesso que não adivinhava”, comenta ao DN, explicando que não sentiu medo, mas a situação “foi desconfortável”.
 
Os relatos de Marques Lopes e José Eduardo Martins são idênticos a vários outros ouvidos pelo DN, nos quais outros jornalistas e comentadores, que não quiseram ser identificados, contam como foram alvo de insultos, provocações e tentativas de intimidação, enquanto tentavam sair do Parque Mayer, onde tinham estado nas emissões especiais que antecederam o debate televisivo entre os líderes da AD e do PS.»


Na mesma edição João Pedro Hnriques, numa crónica a que deu o título de "Esta polícia não é a minha. Um certo cheiro a golpismo no ar", escreve a determinado ponto.
"O extraordinário nisto tudo é o comportamento da direita e da extrema-direita. Comecemos por esta: gostava de saber o que pensam os ideólogos do Chega - como Jaime Nogueira Pinto ou Diogo Pacheco de Amorim  - quando veem André Ventura a colar-se ao PCP e defender o direito à greve dos polícias.

É natural que o Chega queira ter os polícias todos do seu lado: é sempre melhor sermos apoiados porque quem tem uma pistola do que por quem não tem. Mas que agora vá ao ponto de pôr em causa o respeito da direita por princípios sacrossantos como autoridade do Estado ou Lei ou Ordem - aí já se torna deveras estranho.  Se há ideia agradável para a bandidagem é esta: a dos polícias poderem fazer greve. Agradeçam ao líder do Chega.

Mas tão estranho como isto é o comportamento de Luís Montenegro. No tempo de Cavaco, seria absolutamente impensável que uma manifestação ilegal de polícias não fosse objeto de, pelo menos, dura censura, ou até mesmo repressão à bruta, como se viu em 1989, no episódio dos “secos & molhados”. Esteve bem Pedro Nuno Santos quando disse que não negoceia “sob coação”. Mas esteve péssimo Montenegro ao não dizer o mesmo.

Pessoalmente, não me surpreende que Ventura se comporte como um demagogo irresponsável, que promete tudo a todos, determinado apenas pela necessidade de captar votos em todo o lado. Mas já de Montenegro se esperaria outro comportamento, que no mínimo seguisse os pergaminhos do centro-direita e da direita que historicamente representa."

POBREZA

No país do excedente e dos lucros, 10% dos trabalhadores está em risco de pobreza

"Há quem chame «almofada financeira» ao excedente orçamental e Fernando Medina chegou a afirmar que seria «um erro gastar o excedente com a reivindicação do momento». A forma de alcançar tal feito foi simples, manteve-se tudo o que era entrada da receita e não se executou aquilo que era para executar. A táctica, apesar de ilusória, vende bem manchetes, mas esconde o rasto de problemas crónicos que necessitam de respostas.

Segundo as contas apresentadas, o Estado fechou o ano de 2023 com excedente orçamental de 4,33 mil milhões de euros. A título de exemplo, segundo a Fenprof, uma vez que desde 2018, ano do descongelamento da carreira, até agora aposentaram-se quase 12000 professores e também vários milhares com mais tempo de serviço atingiram os dois escalões de topo, a recuperação dos 6 anos, 6 meses e 23 dias de tempo de serviço custaria menos de 300 milhões.

Num outro exemplo, e até segundo as contas do próprio Governo, os custos de aplicar aos elementos das forças de segurança (PSP e GNR) o suplemento atribuído à Polícia Judiciária teria um custo de cerca de 154 milhões de euros. A margem continuaria grande para manter o tal excedente orçamental. 

As contas poderiam continuar a ser feitas, mas o contraste mais brutal passa pelos dados do INE divulgados hoje no Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR) realizado entre 2022 e 2023. Segundo os mesmos, 10% da população empregada está em risco de pobreza, assim como quase metade dos desempregados portugueses (46,7%).

Numa análise mais global, 17,0% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2022, o que quer dizer que a taxa de risco de pobreza para a população desempregada ascendeu, em 2022, a 46,7%, significativamente superior à da população empregada, que foi de 10,0%. Já para a população reformada, a taxa de risco de pobreza situou-se nos 15,4% e para as restantes pessoas inativas foi de 31,2%.  

Pode ler-se ainda nas conclusões do inquérito que «entre os trabalhadores por conta de outrem, a pobreza afectou menos os indivíduos empregados no sector público: 3,9% contra 9,7%, no sector privado». Apesar disto, o Estado poderia aumentar o Salário Mínimo Nacional, utilizando o sector público para alavancar o sector privado.  

Neste último elemento deve ter-se ainda em conta que em 2022, as empresas cotadas do PSI aumentaram os lucros em 1,2 mil milhões (46%) para 4,7 mil milhões de euros, dos quais mais de metade pertence à Galp, EDP e EDP Renováveis. Já para 2023, segundo o Jornal de Negócios em Janeiro deste ano, previa-se que as tais cotadas do PSI deveriam aumentar os seus lucros em 20%. 

Importa ainda referir que, segundo os dados de 2021, os 14 presidentes executivos do PSI (a bolsa portuguesa era composta por 15 empresas, mas a EDP Renováveis e a EDP partilham o mesmo CEO, Miguel Stilwell de Andrade) receberam 15,5 milhões de euros brutos, sendo que mais de metade desta despesa foi feita por seis empresas, que remuneraram cada CEO com mais de um milhão de euros brutos. A lista dos mais bem pagos é liderada, precisamente, por Miguel Stilwell de Andrade que teve uma remuneração bruta de 1,85 milhões de euros.

A todos estes dados não podem faltar os lucros da banca. Só em 2023, os três bancos portugueses registaram lucros recorde, e um quarto esteve perto de o fazer. O Novo Banco, o Santander, o BPI e o Montepio, juntos, apresentaram lucros de quase 1,6 mil milhões de euros. Já o Santander teve uma subida de 57% face ao ano anterior. O banco registou 894,6 milhões de euros em lucro em 2023 – o maior valor desde que o banco chegou a Portugal. Em 2022, o banco teve um resultado líquido de 568,5 milhões de euros."

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Ponte Lares/Alqueidão: (“a ser feita”) a travessia entre Alqueidão e Vila Verde retomará o projeto inicial, da responsabilidade da CIM-RC (II)

Dezembro de 2023: uma ponte apresentada há cerca de 5 anos como ciclável/pedonal (a permitir a passagem de uma ambulância em caso de necessidade) a ligar Alqueidão e Vila Verde, transformou-se em ciclável/automóvel, de apenas uma via alternada, a ligar Alqueidão e Lares, mas com semáforos “inteligentes” – ou seja, de um investimento inicial de cerca 600/750 mil euros, passou-se para 3.6 milhões em dezembro de 2020
Dezembro de 2020: Teotónio Cavaco escreveu o seguinte no Diário as Beiras.... «sem ter sido elaborado qualquer estudo, uma ponte, apresentada há cerca de dois anos como ciclável/pedonal (a permitir a passagem de uma ambulância em caso de necessidade) a ligar Alqueidão e Vila Verde, transformou-se em ciclável/automóvel, de apenas uma via alternada, a ligar Alqueidão e Lares, mas com semáforos “inteligentes” – ou seja, de um investimento de cerca 750 mil euros, passou-se para 3.4 milhões…»
Chegou a estar prometida para 2020: 2 de janeiro de 2020, Carlos Monteiro então presidente de Câmara: "A ciclovia europeia Eurovelo será uma realidade em 2020, incluindo uma ponte sobre o Mondego, na zona do Alqueidão/Lares."
Em Fevereiro de 2024, a adjudicação da empreitada da ponte sobre o Rio Mondego entre Vila Verde e Alqueidão “continua num impasse”.  
Segundo a edição de hoje do DIÁRIO AS BEIRAS, "o orçamento inicial do projeto original, pouco mais de um milhão de euros, não contemplava o estudo de arqueologia subaquática. Com esta adenda, tendo em conta os preços atuais e sem as alterações ao projeto que o executivo camarário pretende fazer, os custos disparam para os quatro milhões de euros. O projeto alterado pelo anterior elenco governativo do concelho, com os preços atualizados, implicava um investimento de mais de seis milhões de euros. Sem contar com os acessos rodoviário e a instalação da iluminação, que poderiam fazer subir o valor global da construção para entre nove e 10 milhões de euros, segundo estimativas que executivo camarário vem apresentando. Demasiado dinheiro para o município, que, neste momento, apenas conta com o apoio de um milhão de euros do Fundo Ambiental."

Via Diário as Beiras

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“O PROFESSOR MARCELO”, O ESCORPIÃO

Extractos de uma crónica de João Rodrigues que merece ser lida na íntegra. Para o efeito clicar aqui.

«Qual é a natureza deste nosso escorpião? Para lá de todos os trajes mediáticos que vestiu ao longo da vida, Marcelo é produto das suas origens familiares e ligações políticas de classe, do amigo Ricardo Salgado à CUF. Marcelo é inimigo. Sempre foi. E nem é dos melhores, longe disso.

Um dos muitos legados tóxicos de Marcelo Rebelo de Sousa para a cultura política nacional é esta mania de haver uma chusma de comentadores armada em avaliadora de duelos políticos na televisão: debates políticos curtos, comentários ideológicos longos. O enviesamento para a direita é natural nestes preparos, bem como a misoginia, já agora. Foi o “professor Marcelo” que começou a dar notas no fim da história, ali pelos anos 1990, na TSF. Graças a um espaço de comentário semanal, “o Marcelo” foi vendido pela televisão à Presidência da República.

Já alguém disse que “o Marcelo” é como um escorpião: a travessia do rio tinha sido longa e este acabou por não escapar à sua natureza. Uma metáfora batida que serve para sublinhar a complacência político-ideológica de António Costa em relação ao Presidente de uma minoria de portugueses. Costa foi avisado a tempo.

“O Marcelo” ficará na história por meia dúzia de episódios picarescos e pela sua política de classe, aposto. É o vazio aparente encarnado. Na direita de sempre, Cavaco tem outro estofo, sempre teve. Veio de Boliqueime, o que é uma vantagem. Quem marca este país tende a nascer fora da elite do atraso de Lisboa, para o bem ou para o mal. O problema de Costa com Marcelo foi lisboeta e social antes de tudo: as elites do poder, de parte da esquerda e da direita, convivem aí de forma demasiado próxima, para prejuízo dos que chegaram a julgar as direitas politicamente civilizadas no essencial. Os filhos andam nos mesmos colégios e tudo. É todo um complacente caldo de classe.

Amigos, amigos, política sempre à parte. Na política valem os camaradas à nossa espera, que nos exigem presença e constância. E os aliados, que exigem paciência. Marcelo é inimigo. Sempre foi. E nem é dos melhores, longe disso.»