Texto António Agostinho. Foto de Pedro Agostinho Cruz |
Um dos braços do seu estuário, corre pela minha Aldeia.
O Mondego, no seu estuário, vê navios
e navega nele ainda a memória dos bacalhoeiros
que demandaram os bancos gélidos dos mares da faina maior.
Mas hoje ao olhar para a foz do estuário do mais belo rio que nasce em Portugal
senti-me náufrago e solitário - mais solitário ainda.
Toda a gente sabe onde o Mondego nasce e desagua,
mas ninguém sabe que não há nascente nem foz
no braço do estuário do rio da minha Aldeia.
Esse braço do estuário do rio da minha Aldeia pertence a pouca gente.
Mas como pertence a pouca gente, prende muito mais a gente.
Na foz do rio que tem um braço do estuário que corre pela minha Aldeia
hoje não dá para pensar em mais nada .
Hoje, quem lá foi, esteve só ao pé de si mesmo
e sempre a pensar na foz do mais mais belo rio que nasce em Portugal.
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