quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Silvina Queiroz, via Diário as Beiras


«Há poucos dias foi (re)colocada, em reunião de Câmara, a questão da criação da Polícia Municipal!
No papel. Ainda bem. 
A Assembleia não foi unânime na decisão, tendo a CDU votado contra. Na altura como hoje, não concordo com a criação deste corpo e é algo surreal que tenham sido os edis do PSD, embora despojados da confiança política por parte do partido, a ressuscitarem a questão. 
Foi em mandatos autárquicos dessa força que nasceu a ideia, primeiro com Santana Lopes, depois com o Presidente Duarte Silva. Continuo não vendo a necessidade desta estrutura, por várias ordens de razão. Agora, somam-se as certezas de que problemas que constitucionalmente são atribuídos ao Estado, ao Governo central, não devem jamais passar para a tutela exclusiva dos municípios.
Municipalizar a segurança?! As competências das polícias municipais são mais reduzidas do que as da PSP, como não poderiam deixar de sê-lo. Esbarram e ainda bem, nas competências daquela força de segurança, essa sim responsável pela segurança dos cidadãos nos diferentes contextos, muitas vezes também com a GNR, fora da área urbana. 
Por que se pretende então a polícia municipal? Para aplicar multas de estacionamento, na nossa cidade em grande parte “a cargo” dos funcionários da empresa de estacionamento, “passada” ao preço da chuva a uma entidade privada. Como é sobejamente conhecido, imagino. 
Quando as coisas se complicam, lá são chamadas as forças de segurança com autoridade e formação capacitante para a assumpção da tarefa. Como é óbvio que tem de ser. 
Nas grandes cidades, admito que o corpo de polícia municipal possa dar uma mãozinha à PSP, dada a extensão territorial. Aqui precisamos do reforço do destacamento da PSP e não arranjar forma e pretexto para a tutela poder acabar com a força que é o garante da tranquilidade e da ordem pública. A antiga proposta de PM previa a afectação de 30 efectivos. E mais 30 sapadores? Sim, esses fazem falta

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