sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Salazar está vivo e de boa saúde em 2020 na Figueira da Foz

"A minha política é o trabalho".  
Lembram-se? Era a máxima salazarenta usada para manter o Povo arredado da coisa pública.
"Para pensar está cá o chefe". "Manda quem pode e obedece quem deve". «Quem não é patriota não pode ser considerado português».

Aquilo que, agora, aconteceu em S. Pedro é mais do mesmo. 
A história repetiu-se: em Junho de  2008 um elemento da assembleia de freguesia divergiu da maioria. O presidente de então, mentor do actual, reagiu desta maneira: “condeno esse habitante, que não é digno de habitar aqui!”.

Foi escrito neste blogue em 8 de Agosto de 2008, mas continua actual.
"Neste momento, o contexto social e mental na Cova-Gala é favorável ao medo. O medo e a intolerância relativamente às ideias diferentes, leva vários agentes a encaixarem-se e a tirarem partido dessa predisposição, desse solo fértil para o medo, onde abunda a cautela, a resignação, a submissão, o politicamente correcto, o situacionismo, o estar a bem com deus e com o diabo, a falta de massa crítica, o acautelar do interesse individual.
Mas, os despoletadores do medo têm medo. Medo de coabitar e conviver com ideias diferentes e a crítica, por mais fundamentadas que sejam.
Estes medos originais propiciam e incentivam o medo.
Mas, o medo combate-se activamente e não passivamente.
A História está cheia de exemplos de medo e intolerância face a ideias diferentes.
Numa Terra que se quer competitiva e moderna, não faz sentido a hostilização das ideias diferentes. Numa Terra que se quer moderna e competitiva, as ideias deveriam prevalecer pela sua pertinência intrínseca e não por outros factores secundários.
Isso, meus amigos é confundir o principal com o acessório.
Quem tem acompanhado com um mínimo de atenção os últimos 14 anos da vida autárquica local, não fica surpreendido com este conceito de democracia, pois o mesmo é parte genética da ideologia da força maioritária."

Na Assembleia Municipal realizada na passada quarta feira, dia 30 de Setembro, uma cidadã usou da palavra para defender o seu direito ao exercício da cidadania.
Em 5 minutos, fez um discurso que emocionou muita gente presente na sala do CAE e muitos que tomaram dele conhecimento posterior. Deixo um exemplo.

Como disse um dia Aleksandr Solzhenitsyn: «Quando privais alguém de tudo, ele deixa de estar sob o vosso poder. Ele volta a ser inteiramente livre.»
Existe, portanto, alguma razão para ceder ao medo?
Claro que não. Vivemos num Estado Democrático e de Direito.

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