A requalificação da Baixa figueirense, é público e notório, tem sido um calvário, principalmente para os comerciantes com estabelecimentos na zona.
Alguns, há muito, que estão desesperados. Já faliu o empreiteiro, já houve mudança de empreiteiro e estamos em pandemia (o covid tem costas larguíssimas).
Tudo aconteceu. Até o inaudito: intervenção foi condicionada pela alegada descoberta de uma nova galeria subterrânea, identificada por arqueólogos, numa zona da cidade em que proliferam antigos ramais e cisternas de águas, referenciados em estudos desde os finais do século XIX.
Quem não tem culpa, seguramente, é a Câmara Municipal da Figueira da Foz. Nesta, como em todas as obras actualmente em curso (e as que vai concursar...)...
Recuemos a 26 de Maio de 2018. Na opinião do PSD da Figueira da Foz, esta obra é exemplificativo da forma como é dirigido o concelho: "sem estratégia, sem auscultação das populações, sem a preocupação de melhorar o nível de vida das populações, sem criar atractivos para os empresários instalados ou que se queiram instalar com vista à criação de emprego, o qual tanta falta faz aos nossos jovens, não promovendo também a consequente fixação de mais população no nosso concelho."
Mas, esta, já lá vão mais de 2 anos, é a opinião do PSD Figueira. Como sabem, tudo está a decorrer bem na Figueira e no concelho, seja em que sector for. Por vezes, aparecem é imprevistos. Por exemplo, esta obra teve um deles. Vejamos o que está hoje no Diário as Beiras. Segundo o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, o empreiteiro tem tido dificuldade em encontrar pedra, porque as pedreiras reduziram a exploração por causa da crise sanitária e, no verão, devido às férias. “Vamos perceber como é que a situação evolui em setembro”, disse ainda o edil.
Têm sido muitas contrariedades. À margem da falta de material, ainda conforme o que disse o mesmo Carlos Monteiro, as obras “estão a decorrer a bom ritmo”. De acordo com as previsões do presidente da câmara, a empreitada, que incide em duas praças e 14 ruas, deverá ficar concluída no primeiro semestre de 2021.
Mais uma para «breve», portanto. Outubro de 2021 está porta.
O senhor António Carvalho, um dos mais antigos, entre os cerca de 10 comerciantes instalados na rua dos Combatentes, e dos mais afectados pelas obras tem de ter mais cuidadinho. Dizer ao jornal que “isto está a ultrapassar os limites da compreensão. Os prejuízos são grandes e o pó e o cheiro a esgotos são incomodativos”, pode desagradar ao executivo. Olhe que quem se mete com o PS leva. Portanto, há que aguentar com o atraso das obras (que já vai longo) e com o pó. Alguém tem culpa de não haver pedra para acabar a obra?
Por outro lado, o senhor Armando Loureiro, “com uma pastelaria na rua dos Combatentes, num cruzamento, ou seja, numa zona onde confluem várias frentes de obra, também não tem dada de afirmar que está cada vez mais insatisfeito”. Se não tivesse instalado a pastelaria na rua dos Combatentes, num cruzamento, ou seja, numa zona onde confluem várias frentes de obra, não teria sido tão prejudicado.
Com a excelente prestação do executivo da câmara isto está «para breve». Felizmente, os empreiteiros “estão a trabalhar muito bem”.
Tudo vai correr bem. Também em Outubro de 2021.
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