A Figueira, tal como Portugal (não é preciso ser bruxo: mesmo qualquer gajo que não tenha feito nada na vida consegue prever isso...), está no dealbar de uma catástrofe económica com a queda do turismo fruto da pandemia. As vítimas mais visíveis e mais directas, serão a restauração e similares, os hotéis e as agências de viagens.
Quando começarem a aparecer os primeiros números das previsões, como já está a contecer em Espanha, veremos que o que já foi anunciado pelo FMI, são estimativas mais optimistas que a realidade.
A média apontada em Espanha para a queda do sector, em 2020, é de 81,4% do PIB. Neste momento o sector já aponta para perdas superiores a 124 mil milhões de euros em 2020.
Sublinhe-se: o turismo e similares representa cerca de 12,5% do PIB espanhol e 15% do PIB português.
Isto quer dizer o quê? Que estes valores representam uma queda do PIB em Espanha (e em Portugal, veremos quando houver previsão de números ...) superior à prevista pelo FMI no final da semana passada.
Praias cheias, discotecas, restaurantes e esplanadas à pinha, infelizmente não deverá passar de uma miragem no verão de 2020. Na passada sexta-feira, a Ministra do Trabalho espanhol disse que não acredita que as restrições actuais existentes, no que toca ao turismo, possam ser levantadas antes do final do ano.
Para piorar o cenário, a Associação Internacional de Transportes Aéreos reviu em baixa as suas previsões anteriores apontando que o tráfico aéreo talvez venha a atingir um valor de 50% do normal no último trimestre do ano e o tráfico aéreo interno talvez chegue aos 50% no terceiro trimestre. Por isso mesmo, uma parte dos empresários do turismo nas Baleares assim como em Benidorm já assumiu que nem sequer vão abrir este ano, independentemente de serem ou não levantadas as restrições colocadas pelo governo espanhol.
O caso português não deverá ser muito diferente e, infelizmente, não será mais positivo.
Podem esperar, se nada de concreto e real for feito antes, com, no mínimo, mais de 2 milhões de pessoas atiradas para o desemprego só neste sector e nos sectores com ele conexos. Milhares de micro, pequenas e médias empresas falidas. Mesmo acreditando nos que prevêm que em 2021 teremos uma recuperação do sector em 50% e que em 2022 já estará em valores normais, será preciso que as empresas e os postos de trabalho consigam chegar lá com vida.
Os custos para o Estado, para o país no seu todo, serão maiores que os custos das ajudas directas que o sector vai precisar para chegar vivo a 2021. Se o Governo e os partidos não perceberem onde estamos metidos, vai ser trágico para a economia nacional, no seu todo e por vários anos.
Em Espanha já acordaram para os números desta anunciada catástrofe e para a necessidade de um plano de resgate urgente. Em Portugal alguém avise quem de direito…
Na Figueira é o que sabemos, enterrou-se a cabeça na areia à espera do milagre: o presidente da câmara espera que "o Governo permita a prática e provas de surf a partir de maio".
Só assim, a Figueira da Foz, sobretudo, o Cabedelo, um dos mais concorridos destinos da Região Centro frequentados por surfistas, poderá ter alguma esperança. E como a esperança é a última a morrer, precisa-se do milgare: "só vamos adiar a realização (do "Sunset") no limite da impossibilidade de ser realizado"...
Quando começarem a aparecer os primeiros números das previsões, como já está a contecer em Espanha, veremos que o que já foi anunciado pelo FMI, são estimativas mais optimistas que a realidade.
A média apontada em Espanha para a queda do sector, em 2020, é de 81,4% do PIB. Neste momento o sector já aponta para perdas superiores a 124 mil milhões de euros em 2020.
Sublinhe-se: o turismo e similares representa cerca de 12,5% do PIB espanhol e 15% do PIB português.
Isto quer dizer o quê? Que estes valores representam uma queda do PIB em Espanha (e em Portugal, veremos quando houver previsão de números ...) superior à prevista pelo FMI no final da semana passada.
Praias cheias, discotecas, restaurantes e esplanadas à pinha, infelizmente não deverá passar de uma miragem no verão de 2020. Na passada sexta-feira, a Ministra do Trabalho espanhol disse que não acredita que as restrições actuais existentes, no que toca ao turismo, possam ser levantadas antes do final do ano.
Para piorar o cenário, a Associação Internacional de Transportes Aéreos reviu em baixa as suas previsões anteriores apontando que o tráfico aéreo talvez venha a atingir um valor de 50% do normal no último trimestre do ano e o tráfico aéreo interno talvez chegue aos 50% no terceiro trimestre. Por isso mesmo, uma parte dos empresários do turismo nas Baleares assim como em Benidorm já assumiu que nem sequer vão abrir este ano, independentemente de serem ou não levantadas as restrições colocadas pelo governo espanhol.
O caso português não deverá ser muito diferente e, infelizmente, não será mais positivo.
Podem esperar, se nada de concreto e real for feito antes, com, no mínimo, mais de 2 milhões de pessoas atiradas para o desemprego só neste sector e nos sectores com ele conexos. Milhares de micro, pequenas e médias empresas falidas. Mesmo acreditando nos que prevêm que em 2021 teremos uma recuperação do sector em 50% e que em 2022 já estará em valores normais, será preciso que as empresas e os postos de trabalho consigam chegar lá com vida.
Os custos para o Estado, para o país no seu todo, serão maiores que os custos das ajudas directas que o sector vai precisar para chegar vivo a 2021. Se o Governo e os partidos não perceberem onde estamos metidos, vai ser trágico para a economia nacional, no seu todo e por vários anos.
Em Espanha já acordaram para os números desta anunciada catástrofe e para a necessidade de um plano de resgate urgente. Em Portugal alguém avise quem de direito…
Na Figueira é o que sabemos, enterrou-se a cabeça na areia à espera do milagre: o presidente da câmara espera que "o Governo permita a prática e provas de surf a partir de maio".
Só assim, a Figueira da Foz, sobretudo, o Cabedelo, um dos mais concorridos destinos da Região Centro frequentados por surfistas, poderá ter alguma esperança. E como a esperança é a última a morrer, precisa-se do milgare: "só vamos adiar a realização (do "Sunset") no limite da impossibilidade de ser realizado"...
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