Não "inventem"!
"Uma pergunta colocada logo é rotulada de difícil, fácil ou descontextualizada. A presente não me parece caber em nenhuma das categorias elencadas, pela sua complexidade e desenraizamento no tempo.
Há muito que nos lastimamos do comprimento da praia, do vastíssimo areal, tendo havido propostas do seu “encurtamento”, através da implantação de infraestruturas que, construindo uma “segunda” marginal oceânica, “trariam” o mar para mais perto. A ideia está arredada, particularmente após o famigerado prolongamento do molhe, que tem produzido a tragédia conhecida: o “afastamento” do mar e o défice de sedimentos nas praias a sul, hoje uma pálida imagem do que foram. Tudo isto tem a ver com a barra que, apesar das ideias produzidas por académicos, continua a revelar-se uma das mais perigosas do país, como ficou demonstrado naquela fatídica noite de 6 de outubro de 2015.
Não sendo especialista na matéria, sei o que não quero para o areal urbano: qualquer tentativa megalómana e destinada ao insucesso de transformá-lo num arremedo de Torremolinos ou afim, com a transplantação de espécies fadadas a não vingarem. Muito se falou do chamado processo de “naturalização” da praia que, na altura, não foi mais do que desleixo.
Hoje não se me afigura sensato mexer no que está, já que esta vegetação está cumprindo um papel relevante: segurar as areias impedindo que os ventos, sempre assanhados, se levantem para acções vigorosas de decapagem do que encontrarem pela frente: pessoas, haveres e a própria natureza, tão fragilizada. Chega de propostas ridículas consumidoras de fundos.
Bastante se gastou com a iluminação do areal, favorecendo o seu aspecto nocturno, permitindo uma imagem de menor insegurança. Não é admissível que agora fossem retiradas as estruturas. Não quero aquele abominável “parque de merendas”, onde obviamente nenhuma família se senta para um piquenique, fazendo as suas crianças correrem o risco de partir a tolinha no horrendo mobiliário de cimento!
Diria: “deixem o areal em paz!”. Tratem do essencial: a urgente e eficaz drenagem da barra, a criação de condições de segurança e navegabilidade e o alimento e cuidado das praias a sul."
Via Diário as Beiras.
Nota via OUTRA MARGEM: "A barra da Figueira está assim por vontade dos homens".
"Uma pergunta colocada logo é rotulada de difícil, fácil ou descontextualizada. A presente não me parece caber em nenhuma das categorias elencadas, pela sua complexidade e desenraizamento no tempo.
Há muito que nos lastimamos do comprimento da praia, do vastíssimo areal, tendo havido propostas do seu “encurtamento”, através da implantação de infraestruturas que, construindo uma “segunda” marginal oceânica, “trariam” o mar para mais perto. A ideia está arredada, particularmente após o famigerado prolongamento do molhe, que tem produzido a tragédia conhecida: o “afastamento” do mar e o défice de sedimentos nas praias a sul, hoje uma pálida imagem do que foram. Tudo isto tem a ver com a barra que, apesar das ideias produzidas por académicos, continua a revelar-se uma das mais perigosas do país, como ficou demonstrado naquela fatídica noite de 6 de outubro de 2015.
Não sendo especialista na matéria, sei o que não quero para o areal urbano: qualquer tentativa megalómana e destinada ao insucesso de transformá-lo num arremedo de Torremolinos ou afim, com a transplantação de espécies fadadas a não vingarem. Muito se falou do chamado processo de “naturalização” da praia que, na altura, não foi mais do que desleixo.
Hoje não se me afigura sensato mexer no que está, já que esta vegetação está cumprindo um papel relevante: segurar as areias impedindo que os ventos, sempre assanhados, se levantem para acções vigorosas de decapagem do que encontrarem pela frente: pessoas, haveres e a própria natureza, tão fragilizada. Chega de propostas ridículas consumidoras de fundos.
Bastante se gastou com a iluminação do areal, favorecendo o seu aspecto nocturno, permitindo uma imagem de menor insegurança. Não é admissível que agora fossem retiradas as estruturas. Não quero aquele abominável “parque de merendas”, onde obviamente nenhuma família se senta para um piquenique, fazendo as suas crianças correrem o risco de partir a tolinha no horrendo mobiliário de cimento!
Diria: “deixem o areal em paz!”. Tratem do essencial: a urgente e eficaz drenagem da barra, a criação de condições de segurança e navegabilidade e o alimento e cuidado das praias a sul."
Via Diário as Beiras.
Nota via OUTRA MARGEM: "A barra da Figueira está assim por vontade dos homens".
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