quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Barbearia São Pedro by Luigi Amaro

Em setembro de 2014, o «meu» barbeiro foi entrevistado!..

Rui Pelejão, fez uma peça para o Drive in da Grande Turismo, de que recordo a seguinte passagem.
"Junto à estrada, a barbearia São Pedro excita a curiosidade – gosto de barbeiros, bons conversadores de ofício e normalmente bons “pisteiros” para a história e as histórias de cada terra.
Lá dentro, Olímpio Fernandes, homem de viçosos e pouco cansados 74 anos, recebe-nos com bonominia:
“Ah, jornalistas, eu sempre fui jornalista amador, coitadinho de mim.”
Coitadinhos de nós todos, caro Olímpio, amadores do jornalismo, mais valia a navalha e o pincel de barbear que é ofício mais certo no soldo e nas boas histórias que passam na cadeira onde se dão as melhores entrevistas – a cadeira do barbeiro.
Foi exactamente isso que fiz, sentei-me ali, na mesma almofada coçada onde os pescadores e os pecadores de São Pedro desfiam as suas glórias e misérias e recordam a bravura de um mar que também é morte:
“Aqui ouvi grandes histórias de homens que enfrentaram a morte no seu quotidiano. Isto é terra de pescadores e de gente rija, mas que aqui na cadeira do barbeiro faz o seu desabafo.” Mas desta vez, a história honra o barbeiro e não o cliente aventureiro. O barbeiro Olímpio Fernandes, antigo cabeleireiro de senhoras, jornalista amador, blogger, homem inquieto e por isso cidadão activo e figura das terras de São Pedro e além-mar."
Foto Pedro Agostinho Cruz

Durante muitos anos Olímpio Fernandes, além de barbeiro, foi - e continua a ser -  uma personagem relevante da minha Aldeia.
Foi meu barbeiro, creio que cerca de 30 anos.  Dia em que não passasse pelo seu estabelecimento comercial para lhe moer o juízo com o Benfica ou com a política, esse dia, para mim, não era a mesma coisa.
Entretanto, os anos foram passando. Como escreveu o Pedro Cruz:  "hoje, a Barbearia São Pedro é a Barbearia São Pedro by Luigi Amaro. O Olímpio Fernandes, finalmente, «ganhou juízo», decidiu «descansar» um pouco, pensar na família e dedicar tempo a si e aos seus. Dada a paixão, respeito e dedicação que que nutre pela profissão percebeu tardiamente que esta "droga" da paixão pelo trabalho já lhe estava a roubar coisas das quais o STOP é inquestionável - a saúde, o tempo de retribuir a ausência aos seus."
Olímpio, meu rapaz, já tens 78: dedica-te à rádio, agora o tempo dos cabelos é do Luigi Amaro.

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