sábado, 30 de junho de 2018

PODER LOCAL...

"Quando ouço, ou leio, que o Poder Local é um exemplo na aplicação do dinheiro público fico num dilema: não sei se devo rir ou se devo irritar-me.
O Poder Local é cada vez mais um "cancro" da sociedade: despesismo, obras sumptuárias, amiguismo, milhões e milhões em ajustes directos, agência de emprego para girls e boys partidários, etc., etc.
Que não doam as mãos às polícias e aos tribunais - na descoberta da verdade e na condenação dos criminosos."
Via Mário Martins

Nota de rodapé.
A participação directa e imediata dos cidadãos não vai além das eleições de quatro em quatro anos. Daí, resulta um défice democrático e a ausência de uma autêntica cultura de debate sobre os problemas locais.
E chegámos aos dias de hoje e constatamos que muitas das  esperanças que o 25 de Abril de 1974 nos trouxe, não passaram de ilusões.
Sobrou  o pessimismo e o alheamento cívico, que deu lugar a todos os oportunismos.
Os cidadãos  afastaram-se  da política, sobretudo da política local, que é a que mais directamente interfere nas nossas vidas.
Isto, a meu ver, coloca uma questão fundamental, que é a questão do regime: a democracia só poderá vingar se se apoiar em  fortes instituições municipais e regionais com efectiva participação popular.
Não é com jogadas politicas de gabinete que se ganham as pessoas para a democracia e se resolvem os problemas das populações.
Isto só serve para afastar os cidadãos da vida politica local e nacional.
Na Figueira, tal como de um modo geral no resto do País, o  comportamento dos políticos e dos partidos, tem contribuído para que os cidadãos se afastem da política. Eles, os políticos, que deveriam ser  instrumentos de desenvolvimento, tornaram-se ao longo dos anos em meros instrumentos de caça ao voto -  ou melhor de caça aos empregos, para si e para os seus “fiéis”, para alimentarem o seu pequeno poder…
Os cidadãos, na Figueira e no País,  não se afastaram da política - foram afastados. 
Os que se interessam e não se inserem "na caixa" são mal vistos e olhados de lado.
Qualquer dia, por cá, ainda aparece um Tiririca!.. 
Pior do que está não fica!

Tempo de viagem...

"Recordar New Bedford", uma crónica de António Augusto Menano.
"Em 2000, o Kiwanis Clube, à época vivo e ativo, deslocou-se a New Bedford. Por lá representamos “O mar”, de Miguel Torga, no Clube dos Pescadores, e no palco da Universidade de Dartmouth. Fomos recebidos pelo mayor Frederic k M. Kalisz Jr. e pelo cônsul, e ficámos alojados em casa de figueirenses, na sua quase totalidade nascidos na Gala, aos quais nunca agradeceremos suficientemente.

A câmara deu um pequeno subsídio que pagou a viagem do nosso ensaiador e carpinteiro. Todas as restantes foram suportadas pelos bolsos de cada um. Recordo estes momentos um mês depois das celebrações do 10 de Junho e da visita dos nossos governantes, aproveitando para referir a monumental obra “Portuguese Spinner A n American Story”, “Stories of History, Cultur and Life from Americans in South eastern New England”, publicada dois anos antes da nossa viagem, e cuja edição foi suportada, por várias instituições.

Visitámos Fall River, Providence e Boston. Foi um encontrar conterrâneos integrados na sociedade, produtivos, respeitados. Para outra crónica ficarão pormenores, mas não posso esquecer o Museu da Baleia, onde constatámos a importância dos baleeiros açorianos."

Nota de rodapé.
Recentemente, o Presidente da Câmara da Figueira da Foz, acompanhado pelos Presidentes das Juntas de Freguesia de S. Pedro e de Buarcos e S. Julião, andou 10 dias em viagem.
Visitou as nossas comunidades no Estado do Massachussets.
Os autarcas foram sentir o pulsar da comunidade figueirense que rumou a estas localidades americanas e acompanhar o seu quotidiano nos diversos locais de trabalho e de convívio. 
De acordo com a crónica da viagem que tive oportunidade de ler aqui, "a visita compreendeu, para além de muitos encontros com figueirenses, deslocações às diferentes empresas que empregam, muitas em cargos de chefia, figueirenses. Foi o caso da Joseph Abboud Suits, em New Bedford, onde cerca de 500 dos 780 trabalhadores são portugueses, muitos deles figueirenses, que assim integram um processo produtivo que culmina em fatos de alta qualidade para, por exemplo, a NBA. «As nossas costureiras são muito apreciadas na Joseph Abboud, pela qualidade do seu trabalho e pela sua dedicação», destacou o autarca. Também na Johnsons & Johnsons Depuy Synthes Raynham a comitiva pôde confirmar o apreço que os figueirenses merecem nesta unidade de desenvolvimento de próteses e equipamentos cirúrgicos, ocupando posições de coordenação e chefia. Na Southcoast Health Urgent Care - Dartmouth, um espaço que pretende prestar cuidados primários de saúde e que foi desenhado pelo figueirense Hélio Rosa, da Cova-Gala, arquiteto especialista em espaços de saúde, o orgulho na prestação dos figueirenses em terras americanas continuou a aumentar.
A visita ao centro de estudos e arquivo português-americano da UMass, onde estão compiladas diversas obras sobre a história dos portugueses na comunidade, foi o coroar do reconhecimento dos nossos emigrantes, e conta agora com um exemplar do Foral de Buarcos, outro do Livro "Vila de São Pedro, entre rio e mar" e ainda dos dois volumes de "Gentes da Cova-Gala - Um exemplo de solidariedade".
Durante esta deslocação aos EUA, houve ainda oportunidade para renovar o acordo de geminação da Figueira da Foz com New Bedford, numa cerimónia que culminou com o hastear da bandeira da Figueira da Foz na Câmara Municipal de New Bedford, tendo a Assembleia Municipal de New Bedford, pela mão de Joe Lopes, distinguido ainda a Figueira da Foz com um Louvor. Outro momento alto da viagem aconteceu no Seamens Bethel, New Bedford, com a cerimónia de homenagem aos pescadores portugueses.  
A comitiva figueirense teve ainda a oportunidade de ouvir a artista figueirense a viver nos EUA, Ana Vinagre, visitar o Fishermans Club de New Bedford, frequentado por naturais da Cova-Gala e de Buarcos; o Pasta House de Fairhaven, propriedade de figueirenses; o Porto de Pesca de New Bedford, o maior porto de pesca dos Estados Unidos da América e que conta com frota pesqueira figueirense, e o Luzo Fishing Gear, empresa propriedade de figueirenses que fornece equipamentos de pesca e óleo para aquecimento.
O Fishing Heritage Center, onde o Município da Figueira da Foz foi agraciado com uma réplica de um Dory feito à mão e o documentário sobre a pesca do bacalhau; a nova Elementary School of New Bedford Irwin Jacobs e Escola de Ciência Marinha e Tecnologia da University of Massachussets (UMass); o Water Fire Festival, em Providence, iniciado pelo nosso Primeiro Ministro e pelo nosso Presidente da República na presença de mais de 20000 portugueses, foram outros dos momentos marcantes desta deslocação.
O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, assinalado em Boston, foi, no entanto, o mote desta viagem. Milhares de portugueses passaram o seu dia na Boston City Hall Square, em salutar convívio e a aguardar o momento em que a Bandeira de Portugal iria ser hasteada numa das praças mais importantes de Boston. A cerimónia decorreu com a presença do nosso Primeiro Ministro, António Costa, e do Excelentíssimo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. «Foi um momento emocionante e carregado de simbolismo», resume João Ataíde. 
João Ataíde fez ainda parte do núcleo restrito que acompanhou o Presidente da República nas comemorações do Dia de Portugal a bordo do Navio-Escola Sagres.
Foi ainda na companhia do mais alto Magistrado da Nação que o Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz e a restante comitiva figueirense visitaram o Whaling Museum (Museu da Baleia) para um brinde com a comunidade portuguesa de New Bedford e Fall River. «É um museu muito bem preparado e com um espólio extenso e riquíssimo a nível cultural e histórico. Neste momento têm uma exposição temporária sobre o Cônsul Aristides Sousa Mendes, onde é referenciada a Figueira da Foz. É uma experiência que se recomenda», afirma o edil.
Para chegar ao maior número de emigrantes figueirenses e não só, o Presidente da Autarquia concedeu, ao longo da sua estada nos EUA, diversas entrevistas às estações de rádio e televisão WJFD New Bedford e Portuguese Channel, onde divulgou as riquezas e potencialidades da Figueira da Foz."

Ontem, na AM a oposição tentou saber os resultados desse périplo americano da embaixada figueirense. O Senhor Presidente da Câmara, num tom que me pareceu algo agastado e incomodado, respondeu que foi cumprimentar e confratenizar com a comunidade portuguesa no Estado do Massachussets, já que quanto a captação de investimentos para a Figueira da Foz o saldo foi zero.
Tudo bem. Para fazer o balanço final, resta divulgar os custos...

Da série "Nobidades do Láre"... (4)

Notas da Assembleia Municipal realizada ontem à tarde:

1. A deputada municipal do PSD Isabel Sousa disse: “não se penitencia o executivo pelo esbanjamento de dinheiro, que é de todos nós, num evento de 14 mil euros”!..
Isabel de Sousa referia-se à “Comboiada”, actividade patrocinada e organizada pela autarquia na Queima das Fitas de Coimbra, para substituir o fim da garraiada na Figueira da Foz. Isabel Sousa acrescentou que o evento “deve ter servido para os interesses económicos de alguma empresa emergente supostamente protegida pela autarquia”
João Ataíde crispou-se.
"Espero que a senhora deputada esclareça onde estão os negócios com empresas, para que as coisas fiquem devidamente clarificadas".

2. A CDU propôs uma moção contra o encerramento do balcão da Caixa Geral de Depósitos do Bairro Novo. Silvina Queiroz,  considerou a medida “uma situação gravíssima” que só pode gerar “indignação e revolta” junto da população. A proposta da CDU foi inviabilizada com os votos contra do PS. O PSD e o BE votaram a favor. Por sua vez, o presidente da Junta do Bom Sucesso, o independente Carlos Batata, absteve-se. 
Entretanto, o balcão da CGD, na zona mais turística da cidade da Figueira da Foz encerrou ontem.

3. O deputado do PSD Manuel Domingues propôs que os nomes de Natércia Crisanto e Duarte Silva, ambos já falecidos, fossem inscritos na toponímia da cidade. 
O anterior presidente da concelhia do PSD/Figueira defendeu que seja dado o nome da falecida vereadora do PS e professora do ensino secundário a um centro escolar. Por outro lado, advogou que a Ponte dos Arcos passe a ter o nome do eng. Duarte Silva.


4. No período destinado à intervenção do público, registou-se a presença do antigo membro da bancada do PS João Carronda, que falou sobre diversos problemas que afectam o concelho. Nomeadamente, o estado calamitoso da 109, entre a Gala e a Marinha das Ondas, e o perfume com que todos temos sido brindados nas imediações da Ponte dos Arcos. Segundo foi afirmado pelo Presidente da Câmara, por culpa de algumas empresas, nomeadamente da Campoaves e da Lusiaves.
Por lapso do presidente da AM, prontamente rectificado, João Carronda quando foi chamado para a prova de vida que ontem foi fazer ao salão nobre dos paços do concelho, teve direito e ser chamado por "senhor deputado"!.. 

Feliz Figueira da Foz que tais políticos tem

É uma Figueira da Foz imaginada e desprovida de realidade, aquela que passa pela cabeça daqueles que governam ou querem governar os figueirenses e que assobiam para o lado ou teimam em não ver as dificuldades que varrem esta cidade e o concelho. 
Os sinais estão aí e isto só nos pode encher de vergonha a todos. 
Prova disso, ao vivo e a cores, foi a intervenção da deputada Isabel Tavares, que falou na Assembleia Municipal realizada esta tarde, numa cidade que ninguém conheceu no decorrer do corrente mês de junho prestes a terminar.

Claro que a culpa é dos figueirenses. Durante mais de 40 anos não ousaram, por uma vez só, arredar do poder quem sistematicamente nos coloca ano após ano pior do que já estávamos. 
Claro que há a propaganda, claro que há a imprensa, claro que há os aparelhos dos partidos que nos vão alienando da triste realidade em que eles próprios nos colocaram. 
Contudo, pior que tudo isso temos o adormecimento da população figueirenses em geral, muito em especial da classe política.
A actual Assembleia Municipal da Figueira da Foz é o maior exemplo do adormecimento colectivo que está a arrastar a cidade da Figueira da Foz para o abismo.
Entretanto, lá vamos cantando e rindo. Levados, levados sim.

Democracia é um termo Grego que quer dizer poder do povo. 
A democracia que temos na Figueira, que é aquela que eu conheço melhor, é tudo menos isto. 
Quem tem sido eleito pelo povo, depois de nomeado governa de uma forma geral contra ele. 
Tem sido assim ao longo dos anos.
O povo figueirense também não tem sabido lidar com a democracia e com os parcos poderes que ela lhe dá. 
Nos actos eleitorais optaram por alternar os maiores partidos, que já provaram serem capazes de fazer os maiores estragos e prejudicar esse mesmo povo. 
Parece existir um sentimento de autoflagelação que não consigo compreender.
Os governantes são eleitos para num regime de extrema transparência darem contas a quem os elegeu sobre o estado do concelho, sobre o que fazem e sobre aquilo que pretendem fazer. 
Faz-me alguma confusão termos chegado ao ponto de termos reuniões de câmara em que se fecham as portas ao público e aos jornalistas de forma a que aquilo que se decide dentro das quatro paredes seja um conjunto de coisas que os eleitores não possam saber...

É mermão, um ano depois a campanha dos primos explicada finalmente às criancinhas...

Foto sacada daqui
"ISTO É UMA TERRA DE PRIMOS E OS PRIMOS PASSARAM A VIDA A FAZER JEITOS UNS AOS OUTROS. DEPOIS ESTOURARAM-SE TODOS".
- ALEXANDRE SOARES DOS SANTOS

Nota de rodapé.
Uma mensagem acabada de receber da Dona Olga Tronchuda.
"xôr Agostinho:
o seu belogue, é um belogue que eu gosto munto de lá ir ber. O xôr às bezes escrebe com uma letra azule e se a gente carrega em xima bai ter a outro belogue ou a um jornale e assim se bai sabendo das nobidades todas. Axo interexante.
xôr Agostinho:
axo que debe mudar o nome al belogue. Debia-se chamar “esta marge”, pruque é de cá, está cá ó pé da gente, e num xei porque deu o nome do outro lado.
Aqui no Láre inda bamos faxer um abaixo-axaxinado para  mudar pra esta marge.
Peço desculpa pru escreber munto debagar, mas isto bai lá com esperiença."

Da série "nobidades do Láre"... (2)

Foto sacada daqui
Depois de praticamente um mês em exibição, as Festas da Cidade (tiveram início no dia 1 de junho), estão a chegar ao fim. 
O último espetáculo do cartaz, com nomes conhecidos da música nacional e artistas locais, tem lugar amanhã, pelas 18H00, na praça do Forte, com filarmónicas do concelho. 
No mesmo dia, realiza-se a 4.ª Regata Mais Louca do Mondego, enquanto o primeiro de dois dias do torneio Figueira Beach Rugby se joga em Buarcos.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Da série "nobidades do Láre"...

A Regata + Louca do Mondego está de volta a 30 de junho
"A Regata + Louca do Mondego está de volta ao rio Mondego, para a sua 4.ª edição, já no próximo dia 30 de junho, pelas 15h00.
O evento, inserido nas Festas da Cidade 2018, vai decorrer no Rio Mondego e Parque de Estacionamento da Av. Saraiva de Carvalho, junto à Praça Europa, 
A Regata + Louca do Mondego é um evento concebido e organizado pelo Agrupamento 235 – Escuteiros Marítimos da Figueira da Foz, definindo-se como uma atividade náutica que pretende proporcionar momentos de puro prazer e diversão a todos os participantes e espetadores. Enquanto ação lúdica, coloca em "competição" embarcações artesanais, i.e, "coisas que flutuam, não motorizadas, idealizadas e produzidas pelos próprios participantes, sendo esperados 150 participantes em 35 ofnis (objetos flutuantes não identificados).
Proporcionar à população em geral o contato com atividades de natureza náutica, num ambiente descontraído, divertido e seguro é o principal objetivo, cumprido nas edições anteriores. Seja a participar ou a apoiar da margem, a diversão e boa-disposição é garantida."

Estar na outra margem é isto:

"Viver sempre também cansa! 
O sol é sempre o mesmo e o céu azul
 ora é azul, nitidamente azul, 
ora é cinza, negro, quase verde... 
Mas nunca tem a cor inesperada."
 
De vez em quando lá vem a pergunta: não te cansas de lutar sozinho?
Será que ando enganado!..
Sozinho eu?
Ando tão acompanhado...
De vez em quando lá vem a pergunta: não estás farto de lutar?
Podia mentir e queixar-me muito e lamentar... 

Contudo, a verdade é: não.
O meu coração continua mais forte e firme do que qualquer chão.
O meu amor é meu. 

Decerto um dia saberá. 
Quando souber, vem.
E eu não quero mais ninguém.

As birras de Pedro Santana Lopes: «Se eu sair do PSD não volto»...

Já em 2009-12-18 havia birras...
A relação de Pedro Santana Lopes com o PSD terminou? 
Parece que sim, a acreditar nas declarações que o antigo primeiro-ministro fez à revista Visão, durante uma entrevista que será publicada nesta quinta-feira. "Deixámos de viver juntos", afirma Santana, que admite vir a criar um novo partido, "uma nova organização partidária" em que possa "ter a intervenção política" que acha que deve ter.

Nota de rodapé, via Delito de Opinião.
"O seu governo foi um desastre para o PSD, que atirou para uma derrota história, permitindo a maioria absoluta do PS de Sócrates, que depois conduziu o país à bancarrota. Agora também teve grandes responsabilidades na derrota autárquica, fazendo o partido hesitar meses na candidatura a Lisboa, a que depois renunciou devido ao compromisso com a Santa Casa. Esse compromisso naturalmente desapareceu logo para se candidatar à liderança do PSD contra Rui Rio, onde até teve uma votação razoável, podendo ser o rosto da oposição no partido. Mas a oposição a Rui Rio também desapareceu logo no dia inaugural do Congresso, quando entraram os dois de braço dado, fazendo uma lista única. Pouco tempo depois, rompe outra vez com Rui Rio, mas no PSD já ninguém lhe ligou nenhuma.
Agora anuncia um novo partido, o que também já anda a anunciar desde 1996, o célebre Partido Social Liberal, com a sigla PSL.
Só o nome do partido já mostra a contradição em que Santana Lopes vive desde sempre, sendo o seu projecto político apenas o seu próprio ego. Que forme o novo partido, que rompa com ele, que forme outro ainda, e que volte a formar outro mais uma vez."

A preocupação com a Linha do Oeste...

Via AS BEIRAS
Nota de rodapé.
Recordo um texto de  Rui Curado da Silva: "Desenvestimento no comboio".
Para ler clicar aqui.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Como diz o Poeta, o espinho não devia magoar a flor...

É assim...
... pelas palavras se morre.
... pelas palavras se vive.

Um poema não é a realidade.
... a realidade é a vida. 

Um poema, é só o símbolo e a tradução de uma experiência íntima.
... pode ser, também, uma aventura da nossa imaginação...

Contudo, o poema não serve para nada.
... tal como o poeta, não consegue explicação para coisa nenhuma. 

O poeta é apenas um fingidor.
... "e finge tão completamente/ que chega a fingir que é dor/ a dor que deveras sente."

Assim mesmo, como diz Pessoa e a foto demonstra:
... próximo da verdade palpável, de carne e osso, onde o coração bate. 

Geo "início de uma caminhada”, ou seja, no “ponto de partida”!..

Já perdi a conta das vezes que fui até ao Cabo Mondego. 
Há lugares, onde sem sabermos a razão, nos sentimos especialmente bem. 
Não sei se tem a ver com geo qualquer coisa... 
Neste caso e «neste momento, o dossiê encontra-se na embrionária mas importante fase de aspirante. Na apresentação das razões da candidatura, recentemente realizada no salão nobre dos paços do concelho, aliás, o presidente da câmara, João Ataíde, alertou que estamos perante “o início de uma caminhada”, ou seja, no “ponto de partida”
Mas a mim não me interessa a razão. 
Interessa-me é que lá me sinto bem e que voltarei sempre que possa e me apeteça.

Depois do pequeno Aylan Kurdi quantas crianças já não morreram afogadas no Mediterrâneo?..

Há imagens assim, com a capacidade indiscutível de nos exporem diante dos olhos a realidade na sua versão mais crua, mesmo quando pensamos já a conhecer.
"Relembro a foto do menino sírio de três anos afogado na praia turca e que tanto chocou o mundo! Nessa altura, o problema dos refugiados e das emigrações gerou uma onda de solidariedade e compreensão para com estes problemas, mas, é sempre “sol de pouca dura”, pois a emoção desvanece-se e o que conta é a política!"

ISABEL MARANHA CARDOSO

Ainda bem que o Palácio abriu as portas



"O Palácio Sotto Maior reabriu ao público a 1 de junho, com visitas guiadas e teatralizadas sobre a história do imponente imóvel que o transmontano de Valpaços Joaquim Sotto Maior construiu entre 1900 e 1920 e das vivências da família que o habitou. A uma semana de se cumprir um mês do programa A Figueira Vai ao Palácio, foram contabilizadas 1200 entradas."
Aquelas portas fechadas faziam lembrar a globalização da indiferença cultural!
Essa, que é a única globalização que, também na Figueira, é um sucesso. 
Essa, é a única globalização que interessou ser concretizada... 
E, eles, também na Figueira venceram! 
Registem-se, contudo, estes pequenos pormenores. 
Vale a pena...

terça-feira, 26 de junho de 2018

"Metam VAR nas Marchas Populares da cidade por favor!.."

"Figueira da Foz. Da Praça. Da Alegria.
O nosso sal, a nossa areia, a nossa gastronomia, a nossa alegria, as marchas, a cultura, o desporto, os eventos, a paisagem, a hospitalidade e tudo o que faz da Figueira da Foz um destino obrigatório, já este verão, estiveram esta manhã em destaque no programa televisivo Praça da Alegria. Aproveitando para falar sobre a Semana Arte Mulher, que em 2019 unirá a Figueira da Foz e a cidade brasileira de Recife numa iniciativa que promove a igualdade género nas Artes, o Presidente da Câmara, João Ataíde, fez-se acompanhar de mulheres que representam parte importante da Alma, História, Cultura e Tradições da Figueira da Foz."
Via Município da Figueira da Foz
Nota de rodapé.
Como é que se compreende que, em representação das marchas populares de S. João, tenham levado ao canal público, num programa de referência e grande audiência, a última classificada pelo ilustre júri que apreciou e votou as três marchas a concurso no ano de 2018?
Podemos analisar, porém, por uma perspectiva optimista: dado o elevado nível de todas as marchas de S. João de 2018, optaram por levar a terceira classificada, sempre um lugar honroso e que dá para ir ao pódio!..
Terá funcionado como prémio de consolação?
No futebol, este ano, até daria até para ter acesso directo à liga europa!..
A Figueira é assim: tudo está bem, quando acaba bem...
Portanto, tudo está no seu lugar. Tal como na série "O Injustiçado", esta história também acaba bem.

Marchas

Via Diário de Coimbra

Via Beiras

Resumindo, é isto...

Portugal, uma terra de Santos, é uma equipa que se fia na Virgem...
"...é uma equipa que joga tão mal que acabou, devido ao convívio, por contaminar o Cristiano. 
Devia ter saído com um vermelho, como pediu usando a sinalética universal do cotovelo no focinho do adversário."

segunda-feira, 25 de junho de 2018

O problema do egocêntrico, é este: pensa que o mundo gira ao seu redor...



Bruno de Carvalho, minuto 3 e 30 segundos: «Íamos e vamos impugnar, exactamente porque há uma série de razões para poder [a assembleia revogatória do Sporting que o destituiu da presidência do clube] ser impugnada. Ela está ferida de legalidade desde o início, desde que foi marcada

Não culpem o S. Pedro!.. A culpa foi Herman José...

Via AS BEIRAS. Edição de sábado, 23 de Junho de 2018

Nota de rodapé.
Nem o nevoeiro afastou os milhares de pessoas que celebraram o S. João na Figueira da Foz. 
Sou pouco dado à especulação. 
Portanto, aceito que existiu o fogo, apesar do nevoeiro o ter escondido da  vista dos figueirenses e dos forasteiros...
Contudo, não o conseguiu aniquilar totalmente. 
A culpa, no fundo - e isso é que eu pretendo que fique totalmente esclarecido, e daí também a razão desta postagem - não foi do S. Pedro : foi do Herman José, que na noite de 23 para 24, colocou uma pedrinha na engrenagem ao  "ligar a máquina do fumo"

As prioridades, os sentidos únicos e os becos sem saída da Figueira da Foz...

"No início de outubro de 2015, à entrada da barra do porto da Figueira da Foz, na sequência do naufrágio do pesqueiro “Olívia Ribau”, cinco pescadores perderam a vida. Uma das recomendações do relatório do grupo de trabalho para a segurança na barra foi o reforço do número de efetivos do posto do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN). O vereador do PSD Miguel Babo vem alertando, nas reuniões de câmara, para a necessidade de haver maior segurança na barra. Na sessão desta semana, o edil da oposição voltou à carga. O referido relatório, frisou, defendia que são necessários, no mínimo, seis elementos no posto de ISN, mas “só” há quatro. “Fico espantado que não denunciem [o executivo camarário] isto”, atirou. Perante aquela afirmação, o presidente da câmara, João Ataíde, reagiu assim: “Já fiz [pressão] e houve um reforço substantivo da prevenção e dos meios técnicos, que resultou do nosso apelo e das sugestões do grupo de trabalho”. Miguel Babo, no entanto, retomou o assunto: “Assinou um relatório a dizer que são seis, e está satisfeito com quatro?!”, indagou. “É demagógico estar a imputar-me responsabilidades, porque sabe bem que isso não é da minha competência. Poderei chamar a atenção para ver a razoabilidade dos recursos humanos, mas com a diplomacia necessária”, ripostou João Ataíde. O presidente, por outro lado, sublinhou, que fez “um apelo público e a Autoridade Marítima reconheceu que teria de reforçar os meios”. Dialética política à parte, neste momento, asseguram o funcionamento do posto do ISN cinco operacionais, mas um deles está de baixa prolongada. Por iniciativa de João Ataíde, a seguir ao acidente do pesqueiro, recorde-se, a autarquia foi anfitriã de uma reunião alargada, na qual participaram representantes de todas as partes envolvidas nas questões relacionadas com a segurança na barra, seguindo-se a criação do mencionado grupo de trabalho, que elaborou um relatório."

Via AS BEIRAS

Nem sempre é conveniente suspender o juízo...

São João sem dívida, uma crónica de João Vaz, consultor de sustentabilidade, publicada no jornal AS BEIRAS.

"A notícia desta semana é a suspensão da aplicação do Plano de Saneamento Financeiro. A Câmara Municipal tem agora mais facilidade em gastar dinheiro e realizar investimento, segundo o presidente. Além disso, os funcionários municipais com a incumbência de “prestar contas” ficam aliviados para outras tarefas. Não sabemos quais são, mas esperemos que sejam produtivas. Por um lado, a Câmara mostra que conseguiu quebrar o ciclo da dívida, iniciado no tempo de Santana Lopes e aumentado por Duarte Silva, até aos 87 milhões de euros ( 2009 ). Louva a “São João Ataíde” que reduziu a dívida para 17 milhões. Ainda assim um fardo de 5 milhões em juros e amortizações a pagar à Banca. Ou seja, na “conta de cada figueirense aparecem” 83 euros de “impostos” pela dívida gerada por más decisões e esbanjamento de recursos. Por outro lado, sair do Plano de Saneamento, implicará menos controlo “interno e externo”. O que é perigoso, pois advinham-se tempos de incerteza económica. Pessoalmente preocupa-me a falta de investimento em políticas de sustentabilidade, desde a eficiência energética até à gestão de resíduos. Tudo continua como estava em 2009, a evolução é pontual e sem estratégia. Permanecem os mesmos tipos de contratos com os prestadores de serviços …e a relva é regada em dias de chuva! A Câmara continua a olhar para o ambiente de uma forma muito burocrática e propagandística. Os resultados da governância na sustentabilidade são fracos, os problemas ambientais do concelho agravam-se."

sábado, 23 de junho de 2018

Viva o Sporting



"...o Sporting não tem à sua volta apenas pessoas que representam interesses. Nada mais enganoso, o Sporting é dos sócios e estes, na sua esmagadora maioria, apenas querem o bem do clube, a sua prosperidade.
... ao ver Rui Calafate, José Pina ou António Moita num debate na TVI24, pude atestar que há razões para não perder o optimismo pois todos eles souberam representar muito bem aquilo que deve ser o sportinguismo, mostrando à saciedade ainda haver uma reminiscência dos nossos valores e pessoas a quem as televisões podem recorrer se quiserem informar correctamente os seus espectadores. Também Samuel Fernandes soube estar à altura, nomeadamente quando se bateu pela defesa intransigente dos superiores interesses do Sporting na matéria das rescisões dos jogadores e mostrou conhecimento profundo dos temas jurídicos abordados. 
Hoje, é dia de decisões no Sporting Clube de Portugal. Seja qual for o resultado, é importante aceitá-lo democraticamente." 

Muito bem senhor presidente da Câmara: vamos acreditar, com convicção, que, neste caso, o céu será mesmo o limite!

O sonho pode não ser possível, mas é  obrigação de quem gere os destinos de um concelho, mantê-lo e assegurar a vontade de o tornar realizável.
O inatingível, até este momento, neste caso, fazendo fé nas palavras do Senhor Presidente da Câmara, é precisamente o atingível. Não se sabe é quando!.. 
O presidente da Câmara da Figueira da Foz, como é público e notório, sempre foi a favor da abertura da Base Aérea de Monte Real à aviação civil e, por isso, nunca aplaudiu o anúncio do aeroporto de Coimbra, feito pelo seu homólogo Manuel Machado. 
Em declarações ao jornal AS BEIRAS, edição de hoje, João Ataíde afirma que a solução que advoga “não é uma questão de fé, é uma questão de razoabilidade e de dados objectivos”
“O estudo que agora foi apresentado conclui e demonstra, de forma sustentável, que este projeto é exequível com um investimento de 20 milhões de euros”, disse ainda. 
João Ataíde está convicto que, se tudo correr bem, “com os números de hoje, que até pecam por defeito, a médio prazo”, ou seja, daqui a 10 anos, a Base Aérea de Monte Real estará pronta para ser utilizada pela aviação civil. A solução passará por um concurso de concessão ou pela exploração pública, adiantou. 
A última palavra, no entanto, será do Governo, já que os militares, segundo João Ataíde, não se opõem. 

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Originalidades figueirenses!..

«Poderá implicar um investimento avultado para fazer um by pass dos afluentes de S. Pedro para a Etar de Vila Verde. Mas isso só poderemos aferir depois do tratamento primário de todas as unidades industriais».
João Ataíde, presidente da Figueira da Foz na reunião de câmara realizada na passada segunda-feira, via Voz da Figueira.

E, assim, na Aldeia lá vamos indo de by pass em by pass: do by pass do Cabedelo ao by pass da merda da ETAR DE S. PEDRO...

A ideia de utopia está sempre presente em nós e funciona como uma válvula de escape, não é assim Senhor Dr. João Ataíde?..

O Figbus, "mais uma medida eleitoral do PS cumprida", vai resolver alguma coisa no que à mobilidade no concelho diz respeito?..

"O Figbus - Serviço de Transporte a Pedido começa a circular no dia 2 de julho, mantendo-se nas estradas das freguesias do sul do concelho até 31 de dezembro. Este projeto-piloto poderá, no entanto, ser renovado por outros seis meses, caso o histórico da procura o justifique. 
S. Pedro e Marinha das Ondas não têm Postos de Saúde?..

Para já, fica a nota de que o miniautocarro da Rodoviária do Lis (operadora de transportes públicos regulares daquele zona do concelho), com 20 lugares, só circulará se tiver reservas, que devem ser feitas com um mínimo de duas horas de antecedência, através do número 233 433 433, cujo atendimento se faz das 09H00 às 13H00. Aquele serviço destina-se a pessoas com mobilidade reduzida e, além do referido número de lugares, está equipado para receber duas cadeiras de rodas. 
As três linhas que atravessam as freguesias de Alqueidão, Lavos, Marinha das Ondas e Paião foram criadas para transportar os residentes entre a sua localidade e os serviços de saúde - incluindo o Hospital da Figueira da Foz, em São Pedro - e estabelecimentos comerciais. Quem pretender utilizar a rede regular de transportes públicos terá ligação em Lavos e São Pedro. 
Cada viagem custa 2,5 e 3,5 euros – o preço varia de acordo com a linha utilizada. Para viagens de ida e volta, aqueles valores duplicam. Na compra de 10 viagens, os passageiros pagam 20 e 30 euros, respetivamente. No entanto, os residentes com comprovada incapacidade financeira têm direito a descontos de 50 e 75 por cento, aplicado mediante os rendimentos. Portanto, o serviço não será grátis, como inicialmente, por lapso, foi avançado. 
As carreiras têm dias e horários definidos: a Linha Verde funciona à segundafeira e quinta-feira, a Azul à terça-feira e sexta-feira e a Amarela à quarta-feira.
Norte será a seguir
O “Figbus” é assegurado pela autarquia da Figueira da Foz, tendo como impulsionador o vice-presidente, Carlos Monteiro, em parceria com a operadora de transportes públicos coletivos e as juntas de freguesias. O município comparticipa com 14 mil euros, verba que garante os descontos sociais do serviço. “Vamos ao encontro das tendências de mobilidade”, frisou o presidente da câmara, João Ataíde, ontem, na apresentação daquele “serviço social de transportes” de “baixo custo”. Que, destacou ainda, foi criado para “garantir maior mobilidade no concelho”. João Ataíde adiantou que as freguesias do norte também terão direito àquele serviço, estando em análise se será antes ou depois de terminarem as atuais concessões das redes de transportes públicos regulares naquela zona. No sul, esclareceu, foi mais fácil porque só existe um operador." 
Jot’Alves, via jornal AS BEIRAS

Nota de rodapé.
Cada viagem custa 2,5 e 3,5 euros – o preço varia de acordo com a linha utilizada. Para viagens de ida e volta, aqueles valores duplicam. Na compra de 10 viagens, os passageiros pagam 20 e 30 euros, respetivamente.
Portanto, o serviço não será grátis, como inicialmente, por lapso (de quem?), foi avançado...
Isto do princípio do utilizador pagador é  invocado, neste caso, como é invocado pelo Estado sempre que lhe convém. 
Vejamos: os transportes públicos de Lisboa e Porto dão um prejuízo anual de centenas de milhões de euros, que são pagos por todos nós...
E bem, diga-se, via Orçamento de Estado... 
Por outro lado, alguma vez viram o Senhor Presidente da Câmara, ou os Senhores Vereadores argumentarem que o figueirense, que não usufrui deles, os não devia pagar? 
Claro que não, pois isso seria politicamente incorrecto...
A opinião, independente e desalinhada, para políticos como os que temos no poder na Figueira, é sempre estranha e até desconcertante, de tanto habituados que estão ao politicamente correcto, às verdades dentro da caixa...
Porém, não é com toda a certeza isso que faz avançar a Figueira, como está provado por dezenas de anos de governação local "certinha e direitinha"!..

Civilização e barbárie

"Parece que Trump vai recuar. Parece que vai acabar a separação forçada de pais e filhos. Talvez tenha sido por causa da divulgação do áudio do menino que chorava pelo pai. Talvez tenha sido por causa das críticas de Melania, que também é mãe. Talvez tenha sido por pressão de alguns dos barões republicanos ameaçados pela derrota eleitoral. Ainda assim, e mesmo que se confirme o fim de uma medida desumana, não é caso para cantar vitória. A civilização não está a ganhar à barbárie. Nem nos EUA, nem na Europa. Há um discurso que deixou as ruas para se instalar nos gabinetes do poder. Há uma mensagem de ódio antes gritada por uns quantos extremistas que passou a ser assumida, com o indispensável polimento das chancelarias, por diferentes formações políticas alegadamente democráticas. Há um mal que se vai instalando, que começa por admitir algumas exceções aos direitos humanos, para mais tarde transformar a exceção em regra. Veja-se o caso italiano. Enquanto o navio Aquarius e mais de 600 africanos eram empurrados em direção a Espanha, não deixaram de chegar migrantes aos portos italianos. Essa maré não terá fim. Mas o exemplo é que conta e foi o suficiente para o ministro do Interior, Salvini, cantar vitória e lançar as raízes de uma nova política de desumanidade: já não há a obrigação de garantir o socorro a náufragos no mar. Nos últimos seis anos, desde Lampedusa - lembram-se das fotografias com dezenas de caixões alinhados? ¬-, já terão morrido cerca de 16 mil pessoas no Mediterrâneo. Fomos derramando ocasionalmente umas lágrimas. Mas a presidente da Câmara da pequena ilha italiana, Giusi Nicolini, que recebeu o Papa, que visitou Obama, já não é autarca. Os eleitores preferiram um político defensor da lei e da ordem a uma campeã dos direitos humanos. Trump pode recuar. Mas a civilização não está a ganhar à barbárie. Ainda não."

Rafael Barbosa, via Jornal de Notícias

A suspensão

"Foi aprovada na passada segunda-feira, pelo executivo municipal, e será proposta à próxima assembleia municipal, a suspensão da aplicação do Plano de Saneamento Financeiro (PSF) do Município da Figueira da Foz. A proposta de suspensão aproveita uma norma da Lei do Orçamento do Estado para 2018 que prevê que os municípios que estejam sob a aplicação de planos deste tipo possam proceder à suspensão da sua aplicação se, e só se, cumprirem os limites de endividamento que estão previstos na Lei das Finanças Locais.
A notícia merece ser saudada, mas é preciso ter a exacta noção do seu alcance, sob pena do tema se prestar a toda a sorte de mal-entendidos. Quer os que retiram qualquer espécie de valor a esta notícia, quer aqueles que confundam a suspensão do plano com o pagamento integral das dívidas que lhe estão associadas.
O PSF, outorgado em meados de 2011, integrava um programa de acção a que poderíamos chamar de “austeridade municipal”, um conjunto de três empréstimos bancários ( 31 milhões de euros) que permitiram reescalonar o passivo municipal e, acessoriamente, um elenco de obrigações de reporte periódico do nível de cumprimento do plano junto de entidades de tutela (DGAL ou Tribunal de Contas, por exemplo). Destes elementos, só o último – o das obrigações de reporte – é que fica eliminado com a decisão ora tomada. As dívidas à banca e as restrições orçamentais que elas impõem, ficam cá todas. Fica atestada a capacidade do município solver os seus compromissos mas eles não desparecem. Ainda há um caminho das pedras até Maio de 2023."

Via AS BEIRAS