Gente perigosa
É normal ouvir na comunicação social referências às redes sociais comparando-as com o que de pior há no mundo, são os jornalistas e políticos que conhecemos bem, os mesmos que no passado dariam o rabo e cinco tostões pelo direito de tomar um desses pequenos-almoços de negócios com o Ricardo Salgado.
Os muitos manipuladores de opinião a que chamam de comentadores, gente eu em privado cobra pelos favores ou, muito simplesmente, pela cunha ou tráfico de influências, odeiam redes sociais. O mesmo sucede com políticos fracos, ministros ou da oposição, que se sente mais confortavelmente a gerir a sua boa imprensa no negócio de favores com jornalistas do que a conviver com as opiniões nas redes sociais.
O que irrita políticos e jornalistas encartados é a opinião livre, a opinião que não é feita em troca de favores, a opinião de um qualquer cidadão comum. É por isso que o ministro da Administração Interna não se sente incomodado se o site do seu ministério sugerir a leitura do Observador, jornal online onde se diz de António Costa bem pior do que se lê nas redes sociais.
É por isso que um mero link para um blogue mereceu uma grande preocupação por parte do ministro da Administração interna, a pobre criatura mandou investigar quem poderia ter cometido o crime de sugerir a leitura de um qualquer leitor anónimo, que escreve o que pensa e sem medo de represálias ou de ser afastado da manjedoura. A pobre criatura, num ato de pura bajulação e subserviência, até suspendeu a página ministerial até se apurar quem cometeu e em que circunstâncias cometeu tão grande crime.
Um dia destes responderei a este ministro tal como ele merece, mas por agora apenas lamento tão grande pobreza de espírito. Esperemos que o senhor ministro não se lembre também de mandar perseguir tão perigosa voz ou tentar uma vingança porque ontem foi brindado com o trofeu deste modesto blogue. De qualquer das formas faça favor senhor ministro, não é nada que não tenha sucedido no passado.
Agora ficamos à espera que o ministério deixe de fazer links a jornais que eram simpáticos com Ricardo Salgado a troco de publicidade, de jornais, como o Expresso, que enviava jornalistas a Las Vegas, em viagens pagas pela EDP e que no regresso faziam artigos muitos simpáticos para com os negócios desta empresas, agora fico à espera que o ministro não se limite a encher o peito com páginas de cidadãos anónimos.
Via O Jumento
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