Segundo o jornal AS BEIRAS de hoje, o cemitério de Buarcos está a ser causa e testemunha de um grande trinta e um.
"A Junta de Buarcos e São Julião pretende instalar duas estátuas de anjos, com cerca de 2,5 metros de altura, na entrada Norte do cemitério de Buarcos."
Nem todos, porém, estão pelos ajustes com a iniciativa. Na mesma edição, ouvido pelo jornalista, Joaquim Barraca, antigo presidente desta autarquia, desfere fortes críticas à iniciativa do seu sucessor José Esteves.
“Aquilo é um espaço público; como tal, tem de ser sensível a todas as correntes de opinião e religiosas”, sustenta e bem, a meu ver, o antigo autarca.
“Não é justo que num cemitério onde estão sepultadas pessoas de varias religiões, e sem religião, que se instalem símbolos conotados com uma determinada confissão religiosa."
Bem sabemos que os autarcas (e, também, os antigos autarcas...) não são santos e muito menos anjinhos...
Mas tinham obrigação de saber e respeitar o óbvio: em Portugal e em Buarcos, a liberdade de religião só é possível porque as religiões não estão no poder.
José Esteves, um autarca com quem simpatizo (aliás, não sei se ele sabe, mas ainda somos parentes afastados por parte das nossas mães), certamente que não desconhece, que esta liberdade é uma conquista do Estado laico.
Deveria ter respeito por isso. Há momentos e intenções que não deveriam existir.
Muito menos, utilizar a instrumentalização de anjinhos - que, normalmente, não se apercebem, nem fazem a mínima ideia que estão a ser utilizados...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.