Naval solidária com familiares das vítimas do «Olívia Ribau»

Decidiu a Naval 1.º de Maio entregar a receita do jogo da Taça de Portugal entre a Naval e Paços de Ferreira às famílias dos pescadores recentemente falecidos no naufrágio do «Olívia Ribau», à entrada da barra da Figueira da Foz. 
Com esta acção o clube angariou mais de 5.000 euros que foram entregues hoje de manhã aos familiares das vítimas. Depois de deduzido o IVA, cada uma das famílias recebeu 882,11 euros. A cerimónia contou com a presença, por parte do clube, de Vera Azul e Luís Pinto.

Via Figueira na Hora

Por mim vêm de carrinho...

BPN, BPP, BES, BCP, BPI, …
Nacionalizar a banca? 
Já o fizeram desde 2011
Houve os escandalosamente nacionalizados e houve todos os outros salvos pela troika
À conta do Estado. 
Venham lá com o papão dos perigosos comunas.

O Portas pirou ou está só a levantar ondas?..

Óh Portas: já vamos no Prec!..
Ontem à noite, em Santa Maria da Feira, o vice-primeiro-ministro afirmou que o acordo à esquerda é parecido com "querer fazer o pino e ficar em pé ao mesmo tempo."

Óh Portas:  pergunta ao Passos Coelho onde está a Social-Democracia do PSD
Pergunta a ti mesmo onde pára o Humanismo Social-Cristão do CDS...

Óh Portas: não sabes, mas eu explico-te: todos os Partidos do dito Arco da Governação, incluindo o teu, há muito que abdicaram dos seus Princípios a bem da ida para o Governo. 
No caso do PCP e do BE, nem sequer é disso que se trata...
Trata-se, apenas, dentro dos constrangimentos e condicionalismos presentes, proporcionar ao seu eleitorado uma Governação melhor do que aquela providenciada pelo PS e pela Direita nos últimos quase 40 anos.

Óh Portas, achas pouco?

Está a chegar a época...

Recorde-se: quando o Carnaval era organizado pela Câmara gastava-se substancialmente mais!..
saber e por exemplo: em 2013 - 100 mil €. Em 2010 - 150 mil €

Aqueles 400 metros do prolongamento do molhe norte: "mais de 15 milhões de euros pagos por todos nós, que serviram para tornar a barra da Figueira da Foz, numa barra fatal"

A obra foi adjudicada por 12,5 milhões, mas custou mais de 15 milhões de euros. Esta fatalidade é conhecida das autoridades que continuam a não fazer nada que minimize o risco de morte certa como infelizmente tem acontecido desde a sua construção... 
Resolveu o problema do porto comercial, mas hipotecou o porto de pesca.
Em devido tempo, muita gente, incluindo os pescadores, avisaram a tempo para a ratoeira que iria ser construída. 
"Eles ouviram, fecharam os ouvidos e fizeram a obra".
Para António Miguel Lé, presidente da Cooperativa de Produtores de Peixe Centro Litoral, "os resultados falam por si. Infelizmente, quem tem pago todo o resultado desta construção temos sido nós".
Esta é uma reportagem a ver. Foi transmitida no passado dia 30 de outubro de 2015.
Para ter acesso clique aqui. Este importante trabalho de reportagem da RTP pode ser visto a partir do minuto 21.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O tempo que o pau vai e vem, folgam as costas...

foto sacada daqui
Nos últimos dias, a malta que tem estado no governo nos últimos 4 anos, tem andado numa fona a  inventar cargos prá boyada.
Tem nomeado gente e gente -  já lá vão mais de cem.
O  perspicaz Carlos Costa (o do Banco de Portugal, não o da Quinta das Celebridades...) acaba de escolher o às das privatizações, o Sérgio Monteiro, para ver se despacha o Novo Banco.
Até ao lavar dos cestos é vindima.
E ainda têm 10 dias...

Se ainda estivéssemos no Portugal do final dos anos 60 do século passado...

(Imagem: Franco Nogueira, Salazar. O último Combate (1964-1970), vol. VI, p.427.)
Sem internet, redes sociais, liberdade de imprensa, etc., etc., talvez os protagonistas da cerimónia a que assistimos esta manhã, no Palácio da Ajuda, pudessem manter a ilusão de que estão / vão mesmo a exercer as funções para que foram nomeados. 
Como não é o caso... temos pena.

António dos Santos - o Tróia

Um dia destes, ao fazer uma caminhada pelas ruas da minha Aldeia, passei pela Rua António dos Santos - o Tróia - e deparei com a placa no topo norte da rua (para quem não sabe, é a que vai dar mesmo até à entrada do porto de pesca) no estado que a foto mostra.
Confesso que não gostei e, espero, que depois deste reparo a placa que recorda na toponímia cova-galense um lobo do mar, talvez um dos maiores de toda a orla marítima portuguesa, de seu nome António Santos - o Tróia, volte a ter a dignidade e o respeito que o homenageado, em devido tempo, pela Comissão de Toponímia da junta de freguesia de S. Pedro, merece.


Conheci muito bem António dos Santos - o Tróia, a sua esposa - a dª. Elvira - e as suas filhas.
A sua casa ficava a cerca de 200 metros para sul da casa dos meus Pais. A casa em madeira, embora já não pertença à família, ainda lá está: fica na esquina, lado norte, da rua que dá acesso às antigas instalações do Alberto Gaspar.
Por uma questão de precisão histórica, porém, recorro ao livro A Figueira da Foz e a Pesca do Bacalhau, vulme II, de Manuel Luís Pata, que retrata essa figura lendária que se chamou António dos Santos, mais conhecido pelo o Tróia.
Nasceu na freguesia da Sé Nova, em Coimbra, a 15 de Fevereiro de 1912.
Fez 6 campanhas ao bacalhau. Entre as razões que o levaram a ter abandonado a pesca ao bacalhau, não esteve de certeza o medo. Escreve quem o conheceu: "por medo? Não! O Tróia não sabia o que era o medo. Ele tratava o mar por tu, o mar era o seu grande companheiro do dia a dia...
O Tróia deve ter deixado a pesca do bacalhau, não por medo, mas sim por revolta pela desumanidade que imperava naquela vida, que não se enquadrava na sua maneira de ser. Enquanto para alguns capitães o bacalhau representava mais do que a vida dos pescadores, ele, Tróia, vária vezes tinha posto a sua vida em perigo para salvar vidas em naufrágios ocorridos na barra da Figueira da Foz. O Tróia, antes de embarcar para a pesca do bacalhau, já tinha dado provas da sua bravura, quer na sua bateira a remos, quer a nado, cometendo actos de invulgar heroísmo. Ele parecia possuir algo sobrenatural: de noite, acordava e levantava-se da sua cama, quando pressentia que algo de grave se passava nas proximidades da barra da Figueira. E, muitas vezes, o seu pressentimento estava certo. Nessas ocasiões, saltava para dentro da sua bateira, quer em noites de verão, quer em noites invernosas e fazia-se à barra, muitas das vezes antes das sereias dos Bombeiros começarem a roncar a dar o alarme. Quando chegava o socorro já lá andava o Tróia a furar o mar..."

Quem recorda o Tróia, lembra-o como um lobo do mar, possivelmente um dos maiores que existiram na orla marítima portuguesa.
Manuel Luís Pata, ao vivo, assistiu o dois naufrágios em que o Tróia arriscou a sua própria vida para salvar outras vidas.
"O primeiro foi o encalhe da traineira Sagres, nos rochedos do Forte de Santa Catarina. O outro, foi o encalhe do iate de cabotagem Bem Aventurado ao sul dos blocos da barra no Cabedelo." 
Nesta ocorrência, todo o esforço do Tróia foi feito a nado, batendo-se com o mar, a passar cabos do navio para terra. Graças à sua coragem, toda a tripulação se salvou e  alcançou terra. Neste naufrágio, a que assistiu Manuel Luís Pata, o único meio possível de ajudar as vitimas era a nado pois não havia outro meio de chegar ao navio - "só um Tróia teria a força e a coragem para o fazer".

Relatar uma vida cheia como a de António dos Santos - o Tróia não é tarefa fácil. Muito mais haveria a escrever. Porém, esta postagem para além de apenas recordar uma figura com a dimensão humana de poucos, pretende chamar a atenção de quem de direito para a dignidade que merece a preservação da sua memória numa rua da freguesia de S. Pedro.

Um contributo para tentar compreender o momento que vivemos

Jerónimo de Sousa afirmou ontem no jornal da noite da SIC que o PCP está “de forma séria” nas reuniões de trabalho com o PS e que está em condições de assumir “todas as responsabilidades necessárias”, incluindo governativas, para que os portugueses tenham um governo de esquerda. 
Mas, não se esqueceu de lembrar esta garantia: “não fazemos nem propomos nada que não tenhamos afirmado ou proposto durante a campanha eleitoral.”

Muita gente, critica de forma leviana e completamente acéfala, o balanço das realizações do regime democrático que vigora em Portugal depois do 25 de Abril de 1974, apontando uma falha grave, que realmente existe: a subsistência da pobreza e da iliteracia. 
Muitos, até bem intencionados, tiram a conclusão que a “democracia não foi cumprida”. 

Vamos lá a um ponto da situação, até porque o momento que vivemos, assim o determina e exige.
A Democracia - esta democracia representativa - limita-se a  proporcionar um método de decisão colectivo e de transição pacífica dos governantes. 
As eleições, isto é o processo de decisão maioritária, porém, não garantem, nem asseguram, a justeza das decisões de quem ascende ao poder pelo voto da maioria, como temos constatado nestes últimos cerca de 40 anos em Portugal.

Nomeadamente, ficaram por cumprir objectivos que eram fundamentais terem sido cumpridos. 
Aponto apenas dois: o respeito pelos direitos das pessoas e a boa conduta dos governantes. 
41 anos depois do 25 de Abril de 1974, a Democracia - esta democracia representativa - foi “cumprida”,  a partir do momento em que se devolveu aos portugueses o poder de voto, como estamos a verificar pelo desespero que se verifica neste momento no espectro político à direita do PS.
A meu ver, é um erro grave, e potencialmente perigoso, exigir a este sistema democrático objectivos que vão para além da escolha democrática dos governos.
O que estamos a viver por estes dias foi um avanço da nossa Democracia esta democracia representativa
Penso que estamos a ganhar todos: os de esquerda e os de direita.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Assis: nada de novo...

Curiosa, no mínimo, a análise de Francisco Assis sobre a actuação do PCP e BE na vida democrática.
Ora foi determinante: "os deputados do PCP e do Bloco de Esquerda contribuíram para a tomada de decisões parlamentares da maior relevância pública. Foram determinantes para derrubar governos, concorreram para a aprovação de legislação de inegável importância, participaram activamente no processo de fiscalização da acção executiva". 
Ora foi irrelevante: "a extrema-esquerda parlamentar optou deliberadamente por um acantonamento político impeditivo de qualquer participação não só na esfera estrita da governação, como no horizonte mais vasto de definição das grandes prioridades". 
Afinal,em que ficamos senhor Assis?
Cavaco Silva, pelos vistos, não está só, nem é o principal agente a pretender dividir o PS para atingir os seus objectivos. 
Leiam o artigo de Francisco Assis, no Público de hoje. No que está lá escrito, vê-se que existe, dentro do PS, um ponta de lança, de seu nome Francisco Assis, à espera do falhanço de Costa...
O sentido deste senhor Assis sempre foi este: direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita, direita…

Conselhos...

O Olívia Ribau, no estuário do Mondego, numa foto de António Agostinho desta manhã, cerca das 9 horas.
Mais fotos aqui.
"Durante o debate ocorrido na reunião de câmara sobre o acidente do Olívia Ribau invocou-se a importância de reunir o Conselho Municipal de Segurança com maior frequência. Certamente não seria este fator por si que evitaria o acidente, mas é um fator que contribui indubitavelmente para uma mais eficiente prevenção. O Conselho Municipal de Segurança tal como outros conselhos municipais, como o da Juventude ou da Educação, têm um papel importante na vida do conselho mas são frequentemente desvalorizados. A minha crítica não se resume ao executivo, estende-se aos representantes de partidos e de associações. São órgãos representativos que aproximam executivo, eleitos e partidos à sociedade. Nas sociedades com maior tradição no associativismo e no voluntariado leva-se muito mais a sério este tipo de órgãos que são um verdadeiro complemento governativo. Não é por acaso que consideramos estes países mais organizados e mais eficientes, onde em média ocorrem menos acidentes. Aqui ainda valorizamos muito a figura do herói providencial que salva vidas quando o acidente já está a ocorrer. É por isso que apreciei a atitude do agente Carlos Santos quando declarou que não se sentia um herói. Carlos Santos é da Costa de Lavos, tem uma grande proximidade com as vítimas e certamente preferia que uma prevenção mais eficiente evitasse o seu ato de verdadeira heroicidade."
Crónica de Rui Curado da Silva publicada no jornal AS BEIRAS.

Uma conversa comigo...

Escrever este blogue, para mim, é uma coisa normal. 
Desde sempre me fascinou o desafio da  página em branco. 
Ainda mais, quando nada me obriga a fazê-lo. 
Eu sei que na Aldeia, escrever publicamente é perigoso.
Não tenho, como nunca tive, medo de me manifestar, através da opinião e do testemunho.

Não sou isento. Aliás, ninguém é isento. Todos fazemos escolhas. Todos tomamos partido. Uns, de forma mais serena, outros de forma mais ponderada. 
Mas, nos tempos conturbados e perigosos que vivemos, não ter medo, salvo raras excepções, não é um estado de espírito inato. Resulta de uma aprendizagem de anos, na qual as nossas relações com os outros e a Aldeia global em que vivemos,  nos foi construindo a pessoa que somos permanentemente  em construção.

Escrito isto, que fique claro que não pretendo, nem acredito, que a minha opinião mude algo na minha Aldeia, na minha cidade, no meu país ou à face da terra.
A minha motivação é simples e singela: limita-se, apenas, a  desabafar, a partilhar emoções, ou criticas azedas,  ao que nos vai acontecendo, por culpa de quem decide por nós o rumo das nossas vidas.
A minha escrita, por aqui, é, sobretudo, uma conversa comigo. No fundo, ando por aqui a aliviar o corpo, o espírito e a alma.

Confesso que tenho dificuldade em engolir e calar, quando ouço o homem que está há mais tempo na política nacional afirmar isto: "como sabem nunca tive nem tenho qualquer interesse pessoal, desde o primeiro dia do meu mandato, até ao último dia do meu mandato guiar-me-ei sempre, sempre, sempre pelo superior interesse nacional".

"Não que a narrativa tenha alguma novidade, é velha de mais e é a cara do sujeito. Estamos todos carecas de saber que, sempre escondido atrás do interesse nacional, não dá um único passo sem saber se é bom ou mau para o seu umbigo. Estamos todos fartinhos de saber que o político no activo que mais tempo de vida política leva, que há trinta e tal anos não faz outra coisa que não carreira política, não é político. Mas está acima deles, e abomina-os. Sabemos todos muito bem que ainda está para nascer alguém mais sério, mesmo que do seu lastro tenham saído muitos dos intérpretes dos maiores crimes de colarinho branco que o país conheceu. Todos - repito, todos - impunes!
Apenas porque quer fazer de nós testemunhas forçadas da sua narrativa. Já não se limita a repeti-la até á exaustão, vai mais longe. Já passou a fase da mentira que por tão repetida passa a verdade. Depois de tão repetida, a sua narrativa já não é apenas verdadeira, é indesmentível, sobejamente confirmada, e amplamente testemunhada."  
"Como sabem". Como sabemos...

Termino com uma citação de Albert Camus. "Quando se medita muito sobre o homem, por ofício ou vocação, acontece-nos sentirmos nostalgia dos primatas. Esses ao menos não têm segundas intenções." 

Mau tempo

Foto António Agostinho
Marinha apela a que zonas costeiras sejam evitadas.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Porque é que eu não estou assim tão confiante?...

A Figueira tem tido azar com as escolhas que os partidos têm feito para presidente de câmara.
Quando o PSD escolheu "um peso pesado", escolheu um profissional da política.
Quando o PSD e o PS escolheram "independentes", ficámos onde nos encontramos: no limbo, que é uma excelente e interessante maneira de não ser "nem carne, nem peixe".
Gere-se à vista, faz-se qualquer coisa, vai-se andando...
Tivemos a actual maioria absoluta da vereação camarária de um partido de Esquerda, o PS, a tomar decisões liberais que nenhum outro, PSD e anteriores vereações PS, ousou tomar.
Refiro-me, muito concretamente, às reuniões à porta fechada. 
Imaginem o que seria uma gestão PSD a implementar uma medida destas na Figueira?
Seria combatida e criticada como uma tomada de decisão de direita.
Como foi o PS, foi considerada e aceite pela maioria dos figueirenses, como uma medida de oportunidade, qualificada mais de centro, ou mais de esquerda.
Depende dos "oportunistas"...
Ontem, ficámos a conhecer o frágil governo de Cavaco Silva, de Passos Coelho e de Paulo Portas, no fundo o governo que interessava a António Costa.
Espero que esta venha a ser a situação que venha a interessar à maioria de nós...

NAVAL VAI ENTREGAR RECEITA DO JOGO DE SOLIDARIEDADE ÀS FAMILIAS DOS PESCADORES MORTOS NO NAUFRÁGIO DO OLIVIA RIBAU

A Direcção da Associação Naval 1º de Maio promove sábado, dia 31, pelas 12 horas, na sua sede do Estádio Municipal Bento Pessoa um encontro com os familiares dos pescadores falecidos no Naufrágio do arrastão "Olívia Ribau" ocorrido no passado dia 6 de Outubro, para a entrega do valor apurado na causa de solidariedade promovida pela equipa figueirense no decorrer do encontro com o Paços de Ferreira inserido na III Eliminatória da Taça de Portugal. 
O valor apurado na receita do citado encontro foi de 5.425.00€ importância que poderá ter de ser corrigida face à eventualidade desta esta importância ser passível de ser taxada com IVA, aguardando os dirigentes figueirenses o parecer da Federação Portuguesa de Futebol.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Tradição – favores, pagam-se com favores...

João Calvão da Silva foi notícia em 2013 por ter emitido um parecer por escrito atestando a idoneidade de Ricardo Salgado para continuar a exercer funções no então Banco Espírito Santo, parecer esse utilizado pelo ex-banqueiro como defesa junto do Banco de Portugal.
Cá está ela outra vez, a tradição, a tal que muitos queriam ver a subordinar a Constituição da República Portuguesa.
Vejam o que disse o catedrático de Coimbra João Calvão Silva, especialista em direito bancário, no parecer que escreveu sobre Ricardo Salgado para que este o entregasse ao Banco de Portugal para obter o reconhecimento da idoneidade perdida: "a oferta de 14 milhões de euros do empresário José Guilherme a Ricardo Salgado justifica-se com o “bom princípio geral de uma sociedade que quer ser uma comunidade – comum unidade –, com espírito de entreajuda e solidariedade".
Recorde-se: na altura o Banco de Portugal ponderava retirar a idoneidade de Salgado. Acabou por recuar ante o parecer assinado pelo actual presidente do Conselho de Jurisdição do PSD e o escolhido para a pasta da Administração Interna do governo indigitado hoje
Calvão da Silva elogiou o “espírito de entreajuda e solidariedade" que levou um construtor civil a transferir 14 milhões de euros para uma offshore do banqueiro. 
Olhem que bonito? 
A generosidade desinteressada é tão comovente...

Mar agitado fustiga a orla marítima figueirense e fecha a barra...

foto António Agostinho

Devido à forte agitação marítima, esta tarde a sul da Cova o mar atacou a duna refeita antes do verão deste ano. 
A estrada de acesso ao Cabedelo foi cortada pela Protecçaõ Civil da Figueira da Foz, ao trânsito e aos peões, junto ao Campo de futebol do Grupo Desportivo Cova-Gala. 
A barra da Figueira da Foz encontra-se fechada a toda a navegação
Um pormenor da foto: apesar de já estarmos a 27 de outubro, esta tarde ainda se encontrava no local a plataforma, em madeira, de acesso à praia logo a sul do molhe sul. Esperemos que a Câmara seja célere na sua remoção.
Mais fotos aqui.

Mais do mesmo: conheça a constituição do novo Governo...

O Presidente da República recebeu, esta terça-feira, o primeiro-ministro indigitado, Pedro Passos Coelho, e deu acordo à constituição do XX Governo Constitucional. 

Em relação ao anterior Executivo, também liderado por Passos Coelho, há várias mudanças: na Educação, sai Nuno Crato para dar lugar a Margarida Marques de Almeida, na Justiça, Fernando Negrão vai substituir Paula Teixeira da Cruz, na Saúde, Leal da Costa vai ocupar o cargo que antes pertencia a Paulo Macedo, na Economia, sai Pires de Lima para entrar Luís Leitão, na Administração Interna João Calvão da Silva passa a ter a pasta que antes pertencia a Anabela Rodrigues. 

A cerimónia da tomada de posse do novo Governo vai decorrer na sexta-feira, dia 30 de outubro, pelas 12:00 horas, no Palácio da Ajuda. 

Veja abaixo a constituição do Governo:  

Dr. Paulo de Sacadura Cabral Portas – Vice-Primeiro-Ministro; 
Mestre Maria Luís Casanova Morgado Dias de Albuquerque – Ministra de Estado e das Finanças; 
Dr. Rui Manuel Parente Chancerelle de Machete – Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros; 
Dr. José Pedro Correia de Aguiar-Branco – Ministro da Defesa Nacional; 
Dr. Luís Maria de Barros Marques Guedes – Ministro da Presidência e do Desenvolvimento Regional; 
Prof. Doutor João Calvão da Silva – Ministro da Administração Interna; 
Dr. Fernando Mimoso Negrão – Ministro da Justiça; 
Eng.º Jorge Manuel Lopes Moreira da Silva – Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia; 
Prof. Doutora Maria da Assunção de Oliveira Cristas Machado da Graça – Ministra da Agricultura e do Mar; 
Dr. Luís Pedro Russo da Mota Soares – Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social; 
Dr. Luís Miguel Gubert Morais Leitão – Ministro da Economia; 
Dr. Fernando Serra Leal da Costa – Ministro da Saúde; 
Prof. Doutora Margarida Isabel Mano Tavares Simões Lopes Marques de Almeida – Ministra da Educação e Ciência; 
Prof. Doutor Rui Pedro Costa Melo Medeiros – Ministro da Modernização Administrativa; 
Mestre Maria Teresa da Silva Morais – Ministra da Cultura, Igualdade e Cidadania; 
Dr. Carlos Henrique da Costa Neves – Ministro dos Assuntos Parlamentares. 

Cenas que se passaram.

«Portugal foi vítima de um golpe de Estado silencioso, que confirma a natureza profundamente anti-democrática, não apenas da zona euro, mas, e devemos lamentá-lo, da União Europeia.»

Via Blogue de Jacques Sapir

Em tempo.
Vamos ver o futuro, isto é, as cenas que se vão passar em breve...

Não está fácil...

Vivemos dias difíceis em que tudo faz mal. 
Um gajo já nem pode fazer um churrasco, papar um chouriço ou uma salsicha, comer um naco de carne como deve ser para acompanhar um belo e gostoso dum tinto... 
Está cada vez mais difícil conseguir um único momento e felicidade genuína na vida!..
"Salsichas, bacon e enchidos são cancerígenos". 
"Além do rótulo de cancerígeno aplicado às carnes processadas, a Organização Mundial da Saúde também qualifica a carne vermelha como «provavelmente» cancerígena."

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Evidência...

"Num país que viveu durante várias décadas sob o jugo da ditadura e onde os comunistas sofreram muito mais do que o mal que eventualmente possam ter feito a Portugal, os comunistas são diabolizados e os herdeiros do Estado Novo são quase sempre tratados com a devida vénia. É uma pena que quem vê no comunista Jerónimo de Sousa um perigoso estalinista não tenha sido apresentado à delicada Pide Leninha. Talvez a lembrança das carícias do passado ajudasse a relativizar os temores do presente."

Carlos Azevedo

14681

"De repente, a nossa democracia ficou dividida em duas. 
Para um lado, a democracia cujas regras vêm definidas na Lei fundamental. 
Para o outro, uma democracia cujas regras alegadamente estão numa coisa chamada tradição." 

Em tempo. 
Ficam a saber que esta é a postagem número 14681 do blogue Outra Margem
Os especialistas que se pronunciem se chega para começar também, aqui, a armar-se à tradição.
(Tradição, para que saibam, é uma palavra com origem no termo em latim traditio, que significa "entregar"...)
Espero que não, pois isso seria uma chatice para mim, pois não tenho vontade de fazer nadinha...
"A tradição não pode ser o que nunca foi. Experimentem ler a Constituição da República Portuguesa. A tradição que conta é a que lá vem, a soberania popular que, venham de lá essas tretas sobre o que não pode ser por causa dos mercados, não é só em Portugal que anda a quebrar tradições."
Eu gosto muito de bacalhau, sobretudo de bacalhau à brás, que embora sendo um prato típico da nossa gastronomia, não é uma maneira tradicional de se comer bacalhau...

"Que país de merda"! (III)

Crónica publicada
 no jornal AS BEIRAS
"Na última reunião de câmara, durante o debate sobre o naufrágio do “Olívia Ribau”, ficámos a saber que o Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC) não se reúne há cerca de dois anos, o que é manifestamente inaceitável. É certo que não se pode dizer que a responsabilidade pelo falhanço das operações de salvamento tenha sido da protecção civil, porque o salvamento, nesta área, está confiado à Autoridade Marítima. Mas não é menos verdade que, se o SMPC reunisse com a periodicidade que se exige, já se tinha dado conta da inexistência de um plano de emergência da barra da Figueira da Foz e da necessidade de uma efectiva articulação com todos os agentes municipais de socorro e a Autoridade Marítima. Esperemos, pois, que pelo menos os inquéritos que estão em curso sejam céleres.  O que ainda não foi alvo de inquérito, e devia ser, é a responsabilidade do Estado quanto à condição a que a barra chegou. Como já aqui tinha escrito, o problema não está no prolongamento do molhe norte, mas sim nas suas consequências, que eram aliás conhecidas.  Quem não soube eliminar ou mitigar os impactos negativos que estavam inscritos no estudo de impacto ambiental deve ser responsabilizado. Entendo, pois, que o município deve accionar o Estado judicialmente. É preciso agir para que não haja mais tragédias. Só nos últimos três anos é já o terceiro acidente mortal que ali acontece. Esperemos que sejam tomadas as devidas medidas de prevenção para que a cidade não volte a acordar durante três dias com a bandeira a meia haste."

Em tempo.
1 - "Pescador do naufrágio da Figueira poderia ter sido salvo com socorro rápido". 
2 - Toda a gente que conheça um pouco sobre o mar, sabe que aqueles 400 metros que acrescentaram ao molhe norte - a tal OBRA MADRASTA - tornaram a barra da Figueira na pior entrada e saída de um porto do País utilizado por barcos de  pescadores. 
E porquê?... 
Porque, com os molhes tal como estavam em 1996, os barcos para entrarem ou saírem da barra, faziam-no enfrentando o mar pela popa ou pela proa, ao passo que, com o prolongamento do molhe em direcção ao sul, têm forçosamente que se atravessar ao mar, o que é um risco muito grande... 
Tal como Manuel Pata, pergunto-me... 
"Quantos vivem do mar, sem o conhecer?"

No rescaldo do jogo em que «11 jogadores» ganharam a «uma equipa»...

Esta, é uma primeira página para recordar depois do jogo de ontem. 
Um resultado de uma partida de futebol, é, apenas, um resultado de uma partida de futebol.
Estou à vontade, e sem euforias, com estes confortáveis 3-0 do "meu" Sporting - um dos maiores triunfo de sempre na Luz.
Na minha geração, o futebol fazia parte da formação cultural da maior parte de nós.
O futebol, agora, passou a ser uma moda e, sobretudo, um negócio - um grande negócio, como, por exemplo, o negócio em volta da imagem dos protagonistas...
O negócio da imagem, entre outros, domina o futebol contemporâneo.
Contudo,  a imagem que eu guardo do futebol é dos grandes jogadores do Sporting da minha juventude, que quase pagavam para jogar.
Recordo, Carvalho, Pedro Gomes, Alexandre Baptista, José Carlos, Fernando Mendes, Pérides, Osvaldo Silva, Mascarenhas, Figueiredo, Géo e Morais, aquela equipa do Sporting que, no dia 15 de Maio de 1964, conquistou a Taça dos Vencedores das Taça e moldou para sempre a minha opção clubística. 
O futebol, desde aí, colou-se na formação do meu gosto e fez parte da minha formação e do meu crescimento desportivo e cultural.
A beleza do futebol, mesmo após as derrotas - como adepto do Sporting sei bem a que me refiro... - continua a fascinar-me...
Estou a falar de futebol, não de negócios...

domingo, 25 de outubro de 2015

O Pedro e o António no país do futebol...

As pessoas, em Portugal, dividem-se em dois tipos. 
As que percebem de futebol, as que não percebem de futebol e os artistas- especialistas. 
"O PEDRO E O ANTÓNIO", deveriam saber (e devem saber...) que perceber de futebol não é mandar umas bocas do género "o Jardel é um bom central de marcação, mas não serve para marcar à zona".
Perceber de futebol, é saber que "ter mais votos ou mais deputados e ganhar as eleições não são sinónimos.
Tanto o Pedro como o António sabem isto perfeitamente. Quando dão a entender outra coisa estão a tentar enganar-nos!" 
Perceber de futebol, era, em devido tempo, "o Pedro e António terem perguntado ao PSD e ao CDS qual era o conteúdo do acordo que estes dois partidos fizeram para governar coligados depois das eleições legislativas de 2011. Nem o Pedro, nem o António, nem o Presidente da República exigiram que lhes fosse mostrado o acordo então assinado entre os dois partidos. O que o Pedro e o António divertidamente discutiram em público foi quem era quem no Governo. Com que pastas ficava o CDS e quem as ia ocupar. Essa era a única preocupação. Uma preocupação lúdico-política." 
Perceber de futebol, não é tentar manipular as regras de um jogo a decorrer.
Agora, "o Pedro e António estão muito mais exigentes. Pedro não está seguro de que não haja deputados do PS com «dores de barriga» na hora da votação. Pedro espera mesmo que isso aconteça ou, no mínimo, admite essa hipótese como muito provável. Já António, relativamente a essa matéria, por decoro, é mais reservado. Todavia, tanto Pedro como António querem ver o acordo, escrito e assinado, entre os partidos de esquerda, e querem avaliá-lo, querem conhecê-lo ponto por ponto. Não lhes basta que O Secretário geral do PS, a Porta voz do Bloco e o Secretário Geral do PC garantam a existência de um acordo. Querem Vê-lo e aprová-lo! E certamente que não seria suficiente para saciar a curiosidade de ambos um acordo como o assinado entre o CDS e o PSD em 2011 - um acordo que não refere uma única medida concreta, um acordo meramente proclamatório. 
Mas Pedro quer mesmo mais: quer que tanto o PC como o Bloco declarem publicamente que deixaram de ser quem são. Que digam preto no branco que não são contra a NATO, contra a União Europeia, contra o Euro, contra a renegociação da dívida. António está inclinado a dizer que o Pedro tem razão. Mas Pedro não pára nas suas exigências. Quer que o PR volte a apresentar um conjunto de condições que tanto o Bloco como o PC não possam aceitar. António, sempre tão alegre e loquaz, fica sisudo e nada diz." 
Perceber de futebol, era o Pedro e o António, dizerem-nos como seria, para eles, um Portugal melhor para se viver do que este em que, certamente por pieguice, vegeta a maioria de nós...

ÚLTIMAS OPORTUNIDADES?..

"Desde o dia 5 de outubro até à sexta-feira passada, o Governo fez publicar em "Diário da República" perto de uma centena de nomeações de dirigentes para cargos intermédios na Função Pública, que não têm de passar pela CReSAP, a Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública." - Jornal de Notícias de 25 de outubro de 2015.

Em tempo.
Qual boys ou meios boys... É só gente competente!..
Os outros, olho da rua!..
Passos, o homem que não queria ser eleito para dar emprego aos amigos...
Enquanto os portugueses não perceberam que a democracia tem estado condicionada, nada vai mudar. 
Coadjuvados pela perpétua chusma de funcionários intelectuais (alguns deles jornalistas), tão necessária, em democracia, para o controle da opinião pública, os verdadeiros dirigentes do país sabem organizar-se de modo a garantir os preciosos ofícios dos seus políticos. 
Quanto a estes, os políticos, não passam de actores num espectáculo de marionetas cuja produção há muito não controlam. 
No meio de todo este circo patético, ainda fingem eleições, com a mentira do sufrágio popular e a imagem do povo como fonte do poder. 
Um dias destes, porém, ainda são capazes do propor que se passem a eleger os deputados nos conselhos de administração das 100 maiores empresas, com o argumento de que nos ficaria mais barato...

sábado, 24 de outubro de 2015

A propósito de tradições..

"A eleição do futuro presidente da Assembleia da República foi marcada para esta terça-feira, às 16 horas, agendou a conferência de líderes. A decisão ocorreu após Fernando Nobre ter sido rejeitado duas vezes." 
Recorde-se que a coligação de governo TINHA MAIORIA ABSOLUTA
E nem assim elegeram Fernando Nobre!... 

Em tempo. 
Ainda se lembram, por exemplo, destas tradições? 
As mulheres não votarem. Os homens serem obrigados a ir à tropa. A homossexualidade ser crime. Fumar-se nos hospitais. Não se usar cinto de segurança. Andar de mota sem capacete. A escolaridade não ser obrigatória. Os jovens estudantes serem obrigados a inscrever-se na Mocidade Portuguesa. Os postes e a barra da balizas de futebol serem quadrados em vez de redondos. Os jornais terem censura prévia. Os cabos de mar irem medir o fato de banho das senhoras. Não haver internet... 
As tradições só devem servir até ao dia que deixam de servir. Ponto final.

A história dos marcelos vai continuar?..

Um morador em Belém, que parou no tempo: 
- “Não consigo perceber como é que o Ferro Rodrigues foi eleito se os votos daqueles dois partidos, os comun… os comu.. e os do Bloco de Esque… Esq… daqueles coisos não contam.”

Foi concedida a medalha de coragem, abnegação e humanidade, grau ouro, ao Agente 1.ª Classe PM Carlos Alberto Raimundo Silva Santos

foto Pedro Agostinho Cruz
O Almirante Autoridade Marítima Nacional, nos termos definidos na Portaria 310/95, de 13 de abril, na sua redacção actual conferida pela Portaria 334/2013, de 14 de novembro, e no uso da competência delegada nos termos do n.º 5 do Despacho 4562/2015, de 08 de abril, de S. Ex.ª o Ministro da Defesa Nacional (publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 87, de 06 de maio de 2015), e na sequência de proposta do Director-Geral da Autoridade Marítima, determina o seguinte:
Artigo único
É concedida a medalha de coragem, abnegação e humanidade, grau ouro, ao 31000702 Agente 1.ª Classe PM Carlos Alberto Raimundo Silva Santos, pelo importante serviço prestado na salvação de náufragos, no dia 06 de outubro de 2015.
12-10-2015. - O Almirante Autoridade Marítima Nacional, Luís Manuel Fourneaux Macieira Fragoso, almirante.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Voltando à realidade figueirense...

Um documento assinado ontem por várias entidades, denuncia uma situação grave na Figueira da Foz. 
A questão foi suscitada pelo naufrágio do "Olivia Ribau"
O documento fala em auxílio insuficiente, falta de meios e problemas graves de assoreamento da barra, que em poucos anos já provocaram dezenas de acidentes.
Para ver o vídeo, clicar aqui.

Cavaco, um peixe fora de água...

O golpe de Cavaco não foi palaciano. 
Foi profundamente provinciano... 

Em tempo.
Sublinhe-se, por ser verdade, que nem tudo foi mau, ontem, no discurso de Cavaco. 
“É aos deputados que cabe decidir se o governo deve, ou não, assumir as funções governativas”, foi a única frase que se aproveitou.

O discurso que um Presidente da República teria feito:

Portugueses,

Tendo recebido os representantes dos partidos que elegeram deputados para a Assembleia da República e estando os resultados eleitorais publicados em Diário da República, compete-me proceder à indigitação do primeiro-ministro com o objectivo de constituir governo.
Os vossos votos determinaram que a força política vencedora não tenha tido maioria parlamentar. Por outro lado, é do conhecimento público que um conjunto de partidos tem procedido a negociações com vista a constituir uma maioria parlamentar. No entanto, não me foram apresentados os termos de um acordo já firmado, que eu pudesse encarar como claro e proporcionador de estabilidade.
Nestes termos, é meu dever indigitar, como Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, líder do maior partido da coligação que venceu as eleições do passado dia 4 de Outubro.
Boa noite.

Em tempo.
Era isto. Apenas isto.
Sem auto-justificações, sem acusações, sem ameaças e assumindo as responsabilidades e as  decisões que competem a um Presidente da República

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Cavaco, como presidente de uma facção, esteve igual a si próprio: indigitou Passos para formar governo...


Com o discurso que acabei de ouvir, Cavaco, que não surpreendeu ninguém, revelou uma total parcialidade e cavou uma cisão profunda na sociedade portuguesa.
"Tendo ouvido os partidos representados na Assembleia da República indigitei hoje Pedro Passos Coelho líder do maior partido da coligação que venceu as eleições no dia 4 de outubro." 
Agora, como ele próprio disse: "cabe aos deputados da Nação decidir"...
Vamos a isso... 
É o tempo da responsabilidade do lado da Democracia: a esquerda.
No seu discurso Cavaco definiu o arco da governação possível em Portugal no ano de 2015, 41 anos depois da instauração da Democracia: só podem governar o PS e os partidos à direita do PS...
Alguém compreende que um presidente da República balize as alternativas democráticas para o governo do País?
Lembre-se,  que dois dias a seguir às eleições Cavaco disse que o País precisa de um governo estável...
Resumindo e concluindo 
Cavaco decidiu que não decidia, fez um discurso que viola os valores da democracia e da Constituição, excluiu 20% dos eleitores da democracia, deu a entender que em Portugal a democracia nasceu com a entrada na CEE e acabou por parir um primeiro-ministro nado-morto.
Cavaco não deu início à formação de um governo, em vez disso decidiu antecipar o Halloween e agora o país vai divertir-se a saber quem vai aceitar ser um ministro morto-vivo de um governo que ainda não nasceu e já morreu. Pelo meio teremos pressões e chantagens sobre o país, ameaças de Apocalipse e um risco de conflito insanável na sociedade portuguesa.
Cavaco quase proibiu a formação de governos com o apoio do PCP ou do BE e foi mais longe, só aceita governos de direita.

Em tempo.
Gostei de ver Marco António Costa, a representar o PSD, no elogio à decisão de Cavaco.
Neste momento, seria difícil outro dirigente social democrata simbolizar melhor aquilo a que na sociedade portuguesa se convencionou designar por cavaquistas.